domingo, 19 de dezembro de 2010

Telescópio detectará luz de raios cósmicos

Eles bombardeiam constantemente a Terra, mas ninguém os vê. Para conseguir identificar os rastros dos raios cósmicos, rapidíssimos e invisíveis a olho nu, um estudante de graduação está desenvolvendo uma espécie de telescópio "compacto".
Vitor Prestes Luzio, da UFABC (Universidade Federal do ABC), está usando seus conhecimentos em física e em engenharia para construir um telescópio de fluorescência para identificar o rastro de luz invisível que se desprende desses raios.
A ideia é que o artefato, pouco maior que um computador e batizado de MonRat (Monitor de Radiação Atmosférica), consiga identificar as "partículas secundárias" para analisar o traçado dos raios cósmicos.
"A partícula inicial desses raios, que vem do espaço, gera uma cascata de partículas secundárias", explica.
"Elas chegam com muita energia e, pela sua direção, é possível identificar o caminho do raio cósmico original", completa o estudante. Ele cursa física e engenharia aeroespacial ao mesmo tempo e é responsável pela parte mecânica do aparelho.
O trabalho está sendo feito por um grupo de estudos de raios cósmicos da UFABC, sob orientação do físico Marcelo Leigui de Oliveira. A empreitada conta com cientistas brasileiros do Observatório Pierre Auger, em Malargüe, na Argentina.
Hermanos
Lá foi inaugurado em 2008 o maior observatório de raios cósmicos do mundo.
No Brasil, não há ainda nada parecido com o telescópio da UFABC, mas já há gente que estuda raios cósmicos com outras metodologias.
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por exemplo, tem um dos maiores grupos de estudos na área e conta com uma cópia do detector do Pierre Auger.
Pelo menos um motivo desperta tanto interesse no assunto: esses raios invisíveis possuem as maiores energias já detectadas.
O raio cósmico de maior energia já encontrado até hoje tem 10 mil vezes mais força do que o LHC, o maior acelerador de partículas do mundo- isso se ele estiver ligado em potência máxima.
E, quanto maior a sua energia, maior a chance de saber de onde eles vêm. Ou seja: os raios cósmicos podem trazer aos cientistas aqui na Terra informações sobre o espaço.
O MonRat está passando pelos primeiros testes. "Com a estrutura pronta, o que deve levar uns meses, faremos testes em várias condições atmosféricas", diz Luzio.

Um comentário:

  1. Olá, Tainá!
    Olha! O brasileiro normalmente demora um pouco para fazer as coisas, mas, quando faz, costuma ser criativo como ninguém! Eu boto fé, no projeto do Victor e... boa sorte pra ele! Outra coisa, O nosso físico César Lattes (já falecido) utilizava o poder dos raios cósmicos para realizar as suas pesquisas (bolas de fogo). Ele tinha razão e merecia ter ganhado um prêmio Nobel!
    [1]!!!!!

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