sábado, 29 de janeiro de 2011

Veja imagens da tragédia com o ônibus espacial Challenger, que completa 25 anos

De todos os acidentes espaciais, o mais emblemático foi o do ônibus espacial Challenger, há 25 anos. A explosão da nave deixou mortos sete astronautas.
O Challenger partiu para seu vôo final, de 73 segundos, na gélida manhã de 28 de janeiro de 1986, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Após vários dias de adiamento do lançamento, na 25ª missão de um ônibus espacial, o Challenger se desintegrou. A explosão dramática foi testemunhada por milhares de pessoas no centro espacial e pela TV por milhões.

Nave-robô do Japão chega à Estação Espacial Internacional

A nave cargueira japonesa guiada por controle remoto chegou à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) levando mantimentos, equipamentos científicos e peças de reposição.
É a segunda nave japonesa a atracar na estação, e a primeira de quatro a chegar lá no período de um mês.
A atracação, na quinta-feira, reforçou a confiança na capacidade de a ISS permanecer operacional depois que a Nasa aposentar sua frota de ônibus espaciais, dentro de cerca de seis meses, após mais dois ou três voos.
Caberá então às naves japonesas HTV-2, aos Veículos Automatizados de Transferência (ATV) europeus e às cápsulas Progress, da Rússia, continuar abastecendo a ISS, um projeto de US$ 100 bilhões que envolve 16 países.
A Nasa espera que, a partir de dezembro, naves comerciais possam ser alugadas para também levar mantimentos à estação. Já o transporte de tripulantes será exclusividade dos módulos russos Soyuz, ao custo de US$ 51 milhões por passageiro.
A nave japonesa HTV, batizada de Kounotori, foi lançada no último sábado a bordo de um foguete H-2B, no Centro Espacial Tanegashima, no sul do Japão.
A atracação ocorreu quando a nave pairava a cerca de dez metros da ISS. A engenheira de voo em órbita, Catherine "Cady" Coleman, manobrou o braço robótico do complexo orbital para "laçar" a nave japonesa, que pesa quase 16 toneladas.
Os seis tripulantes da ISS tinham estimativa de começar a descarregar, nesta sexta-feira (28), as 3,2 toneladas de carga que a Kounotori transportou.

Há 25 anos, ônibus espacial Challenger explodia em pleno voo

A data de 28 de janeiro de 1986 traz uma lembrança ruim para os funcionários da Nasa, a agência espacial norte-americana. Nesse dia, o ônibus espacial Challenger explodiu em pleno ar, apenas 73 segundos após seu lançamento no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
O momento do acidente foi exibido repetidamente nas TVs do mundo inteiro, e havia um fator adicional: a tripulante Christa McAuliffe, uma professora e cidadã comum que estava na espaçonave. Ela e mais seis pessoas que estavam a bordo morreram na tragédia.
O compartimento onde se encontrava a tripulação estava intacto e subindo, mas de repente começou a despencar. A queda livre durou mais de dois minutos, e não havia nenhum paraquedas para desacelerar a descida.
A morte de uma professora, a recusa da Nasa em divulgar informações sobre o acidente e a sensação de que o programa espacial era falível chocaram os Estados Unidos.
O então presidente Ronald Reagan deveria discursar sobre o Estado da União, mas decretou luto nacional e em seu lugar pronunciou uma emocionante mensagem.
Por conta da ocasião, a Nasa realizará diversos atos pelo país. O principal deles será no próprio Centro Espacial Kennedy, de onde partiu a nave.
Um dia antes, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez um discurso em referência aos mortos em missões de programas espaciais --além do Challenger, a missão do Apolo 1 e do Columbia --, que são relembrados em 27 de janeiro.
"Por meio do triunfo ou da tragédia, cada um de nós se beneficiou da coragem e da devoção [dos astronautas]. Nós o honramos por terem se dedicado a um amanhã melhor", disse.
Explosão do ônibus espacial Challenger matou todos os sete tripulantes em 25 de janeiro de 1986
Explosão do ônibus espacial Challenger matou todos os sete tripulantes em 25 de janeiro de 1986

Câmera do Hubble mira em galáxia do redemoinho; veja foto

A agência espacial americana, Nasa, divulgou a imagem da galáxia espiral M51 feita pelo telescópio espacial Hubble.
Tirada com luzes infravermelhas e após tratamento técnico que reduziu a luz natural das estrelas, mostra a estrutura de poeira dessa que é também conhecida como galáxia do redemoinho.
As linhas mais estreitas de poeira, ao centro, explicam a origem do nome da galáxia do redemoinho
As linhas mais estreitas de poeira, ao centro, explicam a origem do nome da galáxia do redemoinho
As linhas mais estreitas de poeira, que vão visíveis ao centro da imagem, explicam a origem do nome da galáxia, como se estivessem rodando.
Recheada de estrelas, poeira estelar e gás, acredita-se que o formato de redemoinho tenha surgido após uma grande colisão entre duas galáxias.

Astrônomos reúnem imagens com "pontos turísticos" do Sistema Solar

Imagens feitas por diversos observatórios e satélites da Nasa mostram com detalhes a beleza dos fenômenos naturais de planetas e estrela do Sistema Solar.
Astrônomos do Royal Observatory em Greenwich, Londres, reuniram essas fotos como uma coleção das melhores atrações turísticas do espaço.
Esse "guia astronômico" foi usado pelo Royal Observatory para marcar o lançamento do concurso fotográfico "Astronomy Photographer of the Year", aberto a astrônomos amadores do mundo inteiro.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nasa homenageia astronautas que morreram em missões espaciais

Todo mês de janeiro, agência lembra equipes que caíram com Apolo 1, Challenger e Columbia

Todo mês de janeiro, a Nasa homenageia as equipes de astronautas morreram nas missões da nave Apolo 1 e dos ônibus espaciais Challenger e Columbia, além de todos aqueles que deram suas vidas pela exploração do Universo.
O administrador da agência Charles Bolden participou nesta quinta-feira, 27, da cerimônia do Dia Nacional da Recordação com a colocação de coroas de flores no Cemitério Nacional de Arlington, no Estado americano da Virgínia.
O diretor do Centro Espacial Kennedy e o ex-astronauta Bob Cabana estiveram presentes em outra solenidade na Flórida, aberta à imprensa e ao público em geral. No Centro Espacial Johnson, em Houston, Texas, o diretor Michael Coats acompanhou membros das famílias dos astronautas na colocação de uma coroa de flores no Memorial Tree Grove.
Nesta sexta-feira, 28, completam-se 25 anos do acidente do Challenger. Astronautas da Fundação Memorial realizarão uma homenagem aos membros da tripulação no Centro Espacial Kennedy. A Nasa Television fará cobertura ao vivo do evento.
Na viagem do Challenger estavam o comandante Scobee, o piloto Michael Smith, os especialistas em missão Judith Resnik, Ellison Onizuka e E. Ronald McNair, e os especialistas em carga Gregory Jarvis e Christa Sharon.
A Fundação Memorial de Astronautas, organização privada sem fins lucrativos, construiu o memorial em 1991 e o mantém para honrar todos os astronautas que perderam suas vidas em missões ou durante os treinos. Já foi encaminhado ao Congresso dos EUA um pedido de construção de um monumento nacional.
Nasa/Bill Ingalls/Divulgação
Administrador Charles Bolden integrou cerimônia na Virgínia

Estrela gigante Zeta Ophiuchi viaja no espaço com supervelocidade de 24 km/s

Astro tem uma massa 20 vezes maior que a do Sol e é 65 mil vezes mais luminoso

A estrela azul próximo do centro da imagem é a Zeta Ophiuchi, que quando observada em luz visível aparece como uma estrela vermelha relativamente fraca, cercada de outras estrelas fracas e sem poeira. No entanto, nesta foto de infravermelho tirada pela missão Wise (Wide-field Infrared Survey Explorer), da Nasa, uma visão completamente diferente emerge: o astro é azul brilhante, quente e muito grande, coberto por uma nuvem de poeira e gás provocada por sua supervelocidade.
Os astrônomos acreditam que essa estrela seja parte de um sistema binário, com um parceiro ainda mais massivo. Acredita-se que, quando seu companheiro explodiu como uma supernova, detonando a maior parte de sua massa, a Zeta Ophiuchi foi repentinamente "libertada" e atirada para longe, como uma bala que se desloca a 24 km por segundo.

A estrela tem uma massa aproximadamente 20 vezes maior que a do Sol, além de ser 65 mil vezes mais luminosa. Se ela não estivesse rodeada por tanta poeira, seria uma das estrelas mais brilhantes do céu e apareceria azul a olho nu. Como todas as estrelas com esse tipo de massa e energia extremas, ela faz parte do lema "Viva rápido, morra jovem", ou seja, já está na metade de sua "curta" vida útil de 8 milhões de anos.

Em comparação, o Sol está sensivelmente no meio da sua vida útil de 10 bilhões de anos. Enquanto ele acabará por se tornar uma anã branca tranquila, a Zeta Ophiuchi, como seu ex-parceiro, deverá morrer em uma enorme explosão.

Talvez os aspectos mais interessantes da imagem estejam relacionados com o gás interestelar e a poeira que envolvem a Zeta Ophiuchi. Nas laterais e no fundo da foto, há nuvens de poeira relativamente calmas, finas e de coloração verde.

Próximo da estrela há nuvens bem diferentes. A camada ao redor dela é mais brilhante e mais vermelha, porque a quantidade extrema de radiação ultravioleta emitida pelo astro aquece a nuvem, fazendo-a brilhar mais intensamente no infravermelho do que habitualmente.

Ainda mais impressionante, porém, é o traço amarelo brilhante que faz uma curva bem acima da Zeta Ophiuchi. Esse é um magnífico exemplo de um arco de choque. Na imagem, a estrela voa do canto inferior direito para o canto superior esquerdo. Enquanto faz isso, seu vento estelar muito poderoso empurra para fora o gás e a poeira (o vento estelar se estende muito além da parte visível da estrela, criando um "bolha" imperceptível em torno dela).

Diretamente em frente do caminho da estrela, o vento comprime tanto o gás que ele se torna extremamente brilhante (em infravermelho), criando um arco de choque. O efeito é semelhante ao que acontece quando um barco em alta velocidade anda na água, empurrando uma onda à sua frente. Esse recurso fica completamente escondido em luz visível.

As cores usadas na imagem representam determinados comprimentos de onda da luz infravermelha. Azul e verde são a luz emitida em comprimentos de onda de 3,4 e 4,6 mícrons, predominante entre as estrelas. O verde e o vermelho identificam a luz a partir de 12 e 22 microns, respectivamente, o que é emitido principalmente pela poeira.
Nasa/JPL-Caltech/UCLA/Divulgação
Estrela está na metade de sua vida de 8 milhões de anos


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Astrônomos descobrem a galáxia mais distante já detectada

Um grupo de astrônomos descobriu uma galáxia que pode ser a mais distante detectada até o momento. Ela está situada a cerca de 13,2 bilhões de anos-luz, segundo estudo publicado pela revista científica "Nature".
Uma equipe de astrônomos que analisava imagens cósmicas registradas pelo telescópio espacial Hubble aumentou seu alcance até 480 milhões de anos após o Big Bang, quando o Universo tinha 4% de sua idade atual.
"Estamos nos aproximando das primeiras galáxias, que achamos que foram formadas entre 200 milhões e 300 milhões de anos depois do Big Bang", ressaltou Garth Illingworth, professor de astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia (EUA) e um dos autores do estudo.
Em sua pesquisa, Illingworth e Rychard Bouwens, da Universidade de Leiden (Holanda), utilizaram dados do Hubble reunidos pela câmara Wide Field Camera 3 (WFC3).
Os astrônomos observaram as mudanças que se produziram nas galáxias de 480 milhões a 650 milhões de anos depois do Big Bang e detectou que a taxa de nascimento das estrelas no Universo aumentou cerca de dez vezes durante esse período de 170 milhões de anos. Para Illingworth, isso é um "aumento assombroso em um período de tempo tão curto, somente 1% da idade atual do Universo".
Os astrônomos também registraram mudanças significantes no número de galáxias detectadas. "Nossas buscas anteriores tinham encontrado 47 galáxias quando o Universo possuía cerca de 650 milhões de anos", disse Illingworth. Ele acrescentou que "o Universo está mudando muito rapidamente em um período de tempo muito curto".
Já Bouwens afirmou que os resultados dos estudos são consistentes com a imagem hierárquica da formação das galáxias, segundo a qual estas cresceram e se uniram sob a influência gravitacional da matéria escura.
Para chegar à nova descoberta, os astrônomos calcularam a distância de um objeto no espaço com base em seu "deslocamento rumo ao vermelho", fenômeno que ocorre quando a radiação eletromagnética --normalmente a luz visível-- que se emite de um objeto tende ao vermelho no final do espectro.
Sua medida é considerada pela comunidade astronômica internacional como o procedimento mais confiável para calcular distâncias espaciais --a galáxia recém-descoberta alcançou um nível provável de "redshift" (desvio rumo ao vermelho) de 10,3 pontos.
Os especialistas acrescentaram que a galáxia em questão é pequena se for comparada às enormes já vistas no Universo, como a Via Láctea, pelo menos cem vezes maior.
No destaque, galáxia com 13,2 bilhões de anos-luz; ela pode ser a mais distante já encontrada, segundo estudo da "Nature"
No destaque, galáxia com 13,2 bilhões de anos-luz; ela pode ser a mais distante já encontrada, segundo estudo da "Nature"

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Veja como se tornar um caçador de planetas com a ajuda da internet

Agora qualquer pessoa com uma conexão da internet e sem formação científica pode se tornar um caçador de planetas. Isso graças a uma ideia de pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos.
Para participar, basta acessar um site (funciona em praticamente todos os navegadores de última geração, menos o Internet Explorer, da Microsoft) e se cadastrar.
Ao fazer isso, o usuário passa a ter acesso a um gráfico que representa a variação de luminosidade de uma dada estrela.
Analisar corretamente essa curva de luz é a chave para que ele possa encontrar um potencial planeta girando ao seu redor.
Os dados brutos vêm do telescópio espacial Kepler, da Nasa. Lançado em março de 2009, o satélite foi apontado para uma região da Via Láctea com maior densidade de estrelas.
Com isso, fez observações da luminosidade de centenas de milhares desses astros ao longo do tempo.
A ideia é identificar novos planetas ao captar a mudança de brilho provocada na estrela quando um desses objetos passa entre ela e o telescópio Kepler.
Dependendo do quanto o brilho se reduz e em que periodicidade, é possível estimar a órbita e o diâmetro aproximados do planeta.
Os pesquisadores ligados ao Kepler têm anunciado algumas descobertas feitas com o telescópio, mas é simplesmente impossível analisar todos os dados pessoalmente. Eles então usavam fórmulas complexas de computador para proceder com uma análise automática.
Desenho artístico de planetas que foram descobertos em 2008; astrônomos amadores ajudaram a localizá-los
Desenho artístico de planetas que foram descobertos em 2008; astrônomos amadores ajudaram a localizá-los





CÉREBRO
O projeto PlanetHunters nasceu da aposta de que a capacidade de processamento do cérebro humano é maior que a das máquinas para identificar esses chamados trânsitos planetários. O esforço foi iniciado em dezembro do ano passado, e já conta com cerca de 14,4 mil participantes pelo mundo.
"O truque é fazer muitas pessoas olharem para os mesmos dados", explica Kevin Schawinski, astrônomo de Yale e um dos idealizadores do projeto.
"Se uma pessoa sugere que há um trânsito, vai saber? Mas se oito em dez dizem a mesma coisa, provavelmente é bom darmos uma olhada de perto."
"Pessoas e algoritmos de computador são boas em enxergar coisas diferentes. No caso de curvas de luminosidade, um ser humano tem muito mais chance de enxergar um planeta com um baixo número de trânsitos numa estrela de brilho variável. Em situações assim, o reconhecimento de padrões humano ainda é muito mais poderoso que o de computadores."
DADOS
Com o poder do que se convencionou chamar de "ciência-cidadã" para complementar os resultados do Kepler, o grupo de Yale está fazendo descobertas que os cientistas responsáveis pelo satélite deixaram escapar.
"A quantidade de dados do Kepler é enorme", diz Debra Fischer, co-criadora do PlanetHunters.
"Então, na verdade, estamos ajudando a equipe do satélite. Uma grande amiga minha está lá, então ficou bem fácil conversar com ela sobre como podemos ajudar e complementar os esforços deles, em vez de competir."
Para os usuários, fica o gostinho de ajudar a produzir ciência de ponta e --quem sabe-- ajudar a encontrar um gêmeo da Terra fora do Sistema Solar. Além é, claro, do reconhecimento público. "Nós os agradecemos em todos os nossos artigos científicos", diz Schawinski.
Os voluntários até agora já fizeram cerca de 1,2 milhão de classificações de gráficos estelares e o grupo deve terminar de analisar todos os dados do primeiro lote do Kepler até fevereiro, quando a Nasa liberará um novo pacote de informações.
PESSOAS COMUNS
Não é de hoje que a astronomia se tornou o campo mais fértil para o uso de colaboradores não-cientistas recrutados pela internet.
O esforço pioneiro nesse sentido foi o projeto SETI@Home. Criado em 1999, ele usava computadores de voluntários para processar dados de radiotelescópio em busca de sinais enviados por civilizações alienígenas.
Para participar, era muito simples: bastava baixar um descansador de tela que entrava em operação quando a sua máquina estava ociosa.
Conectado à internet, ele baixava um pacote de dados, processava e devolvia os resultados. O usuário não participava do processo, exceto cedendo o poder de sua máquina.
Projetos subsequentes na mesma linha passaram a exigir maior participação dos internautas do que o SETI@Home.
O pessoal da sonda Stardust, da Nasa, por exemplo, recrutou participantes do mundo inteiro para sondar imagens feitas da câmara de amostras da espaçonave em busca de sinais de partículas de origem interestelar para estudos posteriores.

Cargueiro com lixo da ISS volta à Terra e afunda no Pacífico

O cargueiro Progress M-08M se separou da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) nesta segunda-feira para evacuar resíduos e equipamento obsoleto da plataforma orbital. Os restos da nave afundaram nas águas do oceano Pacífico.
No próximo dia 28, o Progress M-09M será lançado da base de Baikonur, no Cazaquistão, e ocupará o lugar de seu antecessor. A data estimada para que o novo cargueiro chegue à ISS é dia 30, de acorco com informações do Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia.
Os fragmentos do cargueiro que não se queimaram ao entrar na camada atmosférica caíram ao sul do Pacífico, segundo informações divulgadas pela agência de notícias Interfax.
Essa região --a cerca de 3.000 quilômetros da Nova Zelândia-- é uma área livre de navegação marítima. Normalmente, os cargueiros afundam lá, o que fez com que fosse chamado de "cemitério de naves espaciais".
O Progress M-08M partiu de Baiknour em 27 de outubro, levando mais de 2,5 toneladas de carga para os tripulantes da ISS.
O acoplamento ocorreu três dias depois de forma manual, após uma tentativa fracassada de engate automático.
Cargueiro Progress M-08M voltou à Terra e será substituído por outro, o Progress M-09M, no fim de janeiro
Cargueiro Progress M-08M voltou à Terra e será substituído por outro, o Progress M-09M, no fim de janeiro

Roubo de pedras lunares por estagiários da Nasa será tema de filme

A história real de como três estagiários da Nasa roubaram pedras lunares que valem milhões será agora contada nos cinemas.
O longa-metragem está começando agora a ser produzido por Scott Rudin, que também fez os aclamados "A Rede Social" e "Onde os Fracos Não Têm Vez". Ele já tem título: "Sexo na Lua".
O protagonista será Thad Roberts, estagiário da Nasa que, aos 25 anos, em 2002, conseguiu driblar os sofisticados mecanismos de segurança da agência para tomar para si as pedras recolhidas na Lua entre 1969 e 1972.
Ele contou com a colaboração de outras duas estagiárias. Tiffany Fowler, 22, que estava apaixonada por Roberts, e Shae Saur, 19.
A história do roubo realizado pelos três começa a ser melhor contada agora, em função de um novo livro prestes a ser lançado nos Estados Unidos, que deve inspirar o roteiro ainda em desenvolvimento do filme.
Primeiro eles utilizaram seus crachás da Nasa para ter acesso a uma área reservada do centro espacial.
Depois, deram de cara com uma porta que, para abrir, exigia uma senha que só gente mais importante do que eles tinha.
Eles não tiveram dificuldade, porém, para adivinhar a senha de um dos seus chefes, que tinha autorização para entrar no setor --o "password" não chegou a ser divulgado, mas, pela facilidade, pode-se supor algo como a sua data de aniversário.
Passada essa barreira, não tiveram dificuldades para ter acesso a uma pesada caixa de 600 quilos, parecida com um armário reforçado, que guardava 101 gramas de pedras lunares coletadas pelas missões Apollo.
Roberts chegou a machucar o seu braço, mas conseguiu colocar a caixa sobre um carrinho e levá-la para o seu carro --se alguém viu, não suspeitou de nada.
Os três levaram a caixa para um hotel, quando descobriram que ela exigia mais um código para abrir --e esse eles não conseguiram adivinhar. O jeito foi usar uma serra elétrica. A caixa foi serrada por horas até abrir.
O trio jogou fora os 600 quilos inúteis e guardou os valiosos 101 gramas. Muito valiosos: segundo o FBI, cada grama de pedra lunar vale entre US$ 1.000 e US$ 5.000 no mercado negro --sim, existindo oferta, até pedras lunares podem ter o seu mercado negro.
Roberts achou possíveis compradores entrando em contato com membros do Clube de Mineralogia de Antuérpia (Bélgica) --há gente com todo tipo de interesse no mundo, e foi por esse caminho que o FBI chegou aos três jovens ladrões.
Um dos membros do clube belga dedurou o esquema para os agentes americanos, que entraram então em contato com Roberts fingindo serem potenciais compradores.
Combinaram um encontro em um restaurante italiano em Orlando na Flórida, onde Roberts, Fowler e um amigo do casal foram surpreendidos pelo FBI.
Os agentes encontraram as pedras lunares no hotel onde eles estavam hospedados na cidade, resolvendo assim o caso.
Roberts, mentor do roubo, pegou quase 10 anos de prisão em uma cadeia federal, e ainda cumpre pena. Suas colegas pegaram penas menores, e já estão soltas.
LOIRA DE OLHO AZUL
"Sexo na Lua", que deve ser o título do filme sobre o roubo das pedras lunares, é também o título do livro do escritor americano Ben Mezrich sobre o assunto.
Mezrich, cujo livro anterior já tinha sido utilizado como referência para o filme "A Rede Social", ainda está trabalhando na obra, que deve ser lançada nos próximos meses nos EUA.
"Sexo na Lua" porque ele deve dar grande atenção ao relacionamento entre Thad Roberts, mentor do crime, e Tiffany Fowler, sua cúmplice, estagiários da Nasa.
Roberts ela um aluno de física da Universidade de Utah considerado brilhante. Logo que foi à Nasa, se encantou com Fowler, uma bióloga loira de olhos azuis recém-formada. Fowler também se impressionou com Roberts. "Ele era muito inteligente, muito bom em tudo", disse ao "Los Angeles Times".
Foram então morar juntos, e Roberts justificou o plano do roubo dizendo que queria "dar a Lua" à loira.
Ele levou a sério a ideia: quando foram pegos, os dois, em depoimento, contaram aos agentes do FBI que chegaram a fazer sexo em meio às pedras lunares roubadas.
Não foi o suficiente para danificar as pedras, que voltaram para a Nasa.
Pedra lunar que veio com a Apollo 15, guardada pela agência espacial americana, a Nasa, vale milhares de dólares
Pedra lunar que veio com a Apollo 15, guardada pela agência espacial americana, a Nasa, vale milhares de dólares

Astronauta brasileiro Marcos Pontes vira autor de autoajuda

Prestes a completar cinco anos da viagem ao espaço, o primeiro (e até agora único) astronauta brasileiro, Marcos Pontes, especializou-se em outros voos: técnicas de motivação e autoajuda. A informação é de reportagem de Giuliana Miranda publicada na Folha deste domingo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Por temas como "sua empresa é sua espaçonave" e "sou membro da tripulação, a importância do trabalho em equipe", ele cobra, a Folha apurou, cerca de R$ 15 mil por participação.
No mês passado, Pontes lançou o livro de autoajuda "É possível! Como transformar seus sonhos em realidade" (Ed. McHilliard), que mistura suas experiências no espaço a dicas de como ser bem-sucedido.
Segundo alguns críticos, Pontes teria ido para a reserva da Aeronáutica, logo após voltar da estação espacial, para ganhar dinheiro com palestras e produtos associados a seu nome.
Ele nega e afirma que, após anos fora da ativa e sem fazer os cursos obrigatórios, esse seria o caminho natural. Seguido, inclusive, por astronautas de outros países. Em um texto em seu site, ele classifica essas críticas como "imbecilidade".
Pontes continua vivendo em Houston (EUA), onde, em 1998, começou seus treinamentos de astronauta. Ele afirma, porém, que suas atividades em Houston já não são mais tão intensas. Os trabalhos andam "meio parados", diz.
Pontes fala sobre robótica na Campus Party, em SP, na última quinta; astronauta virou escritor de autoajuda

Japão lança com sucesso foguete com suprimentos para estação espacial

Um foguete com suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) foi lançado com sucesso do centro espacial de Tanegashima, no sudoeste do Japão, informou a agência aeroespacial do país (Jaxa).
Após dois dias de atraso por causa do mau tempo na região, o foguete H-2B, que carrega o transportador de carga não-tripulado HTV2 (também chamado de Kounotori 2), deixou o solo às 2h37 de domingo (3h37 de sábado no horário de Brasília).
O transportador se separou do foguete a poucos minutos do lançamento. Prevê-se que na próxima quinta ou sexta-feira ele chegue à ISS, indicou a Jaxa, citada pela agência de notícias japonesa Kyodo.
Kounotori, ou HTV2, transporta alimentos para astronautas, água potável e instrumentos para centro científico
Kounotori, ou HTV2, transporta alimentos para astronautas, água potável e instrumentos para centro científico
O HTV2 transporta 5,3 toneladas de material, que inclui alimentos para os astronautas, 80 quilos de água potável e instrumentos para o centro científico que o Japão mantém na estação.
Também leva sementes de tomate e pimentas para um experimento que o Japão realiza junto com a Malásia, Indonésia, Tailândia e Vietnã.
Após permanecer vários dias na estação espacial, o HTV2 será carregado com resíduos da ISS e retornará à Terra, para posteriormente se desintegrar na atmosfera terrestre.
O Japão desenvolve, desde 2003, um intenso programa espacial que, baseado em sua tecnologia de ponta, se concentra na prospecção de planetas e asteroides.

Cosmonautas ficam no espaço para instalar equipamento fora da ISS

Os astronautas russos Dmitry Kondratyev e Oleg Skripochka saíram da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) nesta sexta-feira.
A dupla ficou incumbida de instalar um sistema de rádio experimental e uma câmera na parte externa da ISS.
Os outros quatro residentes da estação espacial monitoraram a missão.
A tripulação que vive na ISS é formada por três russos, um italiano e dois americanos --um deles é Scott Kelly, cunhado da deputada Gabrielle Giffords, que foi ferida em tiroteio no Arizona, e irmão gêmeo de Mark, também astronauta.
Dois cosmonautas instalam equipamento experimental na parte externa da Estação Espacial Internacional
Dois cosmonautas instalam equipamento experimental na parte externa da Estação Espacial Internacional

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Astronauta que sofreu acidente de bicicleta não vai mais ao espaço

O astronauta Timothy Kopra deve estar se lamentando. Depois de sofrer um acidente de bicicleta, ele foi retirado da missão do Discovery, cujo voo está programado para 24 de fevereiro e entra para a história como sendo o último do ônibus espacial. Em seu lugar, foi escalado o veterano Stephen Bowen.
A agência espacial americana, Nasa, não especificou o quanto Kopra estava ferido. Mas como anunciou oficialmente o acidente na semana passada, já se suspeitava que ele seria substituído.
A baixa, desta vez bem prosaica, é a segunda que acomete o Discovery. O lançamento da nave estava programado para novembro do ano passado, mas foi adiado devido a uma rachadura no tanque de combustível e sucessivas falhas técnicas.
PROBLEMAS PESSOAIS
Esta também é a segunda vez que a Nasa é obrigada a lidar com problemas pessoais, e não técnicos, de seus astronautas. Na semana passada, a agência nomeou o astronauta Rick Sturckow como substituto do comandante do Enveavour, com missão para o espaço marcado para 19 de abril.
Sturckow assume o posto do comandante atual, Mark Kelly, que é marido da deputada democrata Gabrielle Giffords. Ela levou um tiro na cabeça, disparado por Jared Loughner, 22, durante um evento político em Tucson, no Arizona. No tiroteiro, seis pessoas morreram, sendo uma delas uma menina de apenas nove anos e o juiz federal John Roll.
A deputada também tem um cunhado no espaço. Scott, irmão de Kelly, que se encontra atualmente na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Astronauta Stephen Bowen é escalado pela Nasa para integrar tripulação do Discovery, com lançamento em fevereiro
Astronauta Stephen Bowen é escalado pela Nasa para integrar tripulação do Discovery, com lançamento em fevereiro

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Astronautas da estação espacial tiram foto do monte Everest

Algumas trilhas usadas pelos alpinistas para se chegar até o topo do monte Everest foram fotografadas por astronautas que estão alocados na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Divulgada pela Nasa, a agência espacial americana, a imagem foca o noroeste da montanha localizada entre o Nepal e a China.
Também chamado de Sagarmatha pelos nepaleses, o Everest pertence à cadeia montanhosa do Himalaia e está a 8.848 metros acima do nível do mar.
Além das mortes --aproximadamente 200 casos foram registrados em 2010--, o Everest é conhecido por seu problema de lixo, como tanques de oxigênio vazios que são abandonados no local. Eles representam uma carga extra que o alpinista geralmente deixa para trás em expedições desse porte.
O governo do Nepal já instituiu regras sobre os itens que não podem ser abandonados no Everest e, de tempos em tempos, grupos sobem à montanha para fazer uma limpeza geral.
Rota East Rongbuk Glacier (embaixo, à esquerda) é uma das usadas por alpinistas que sobem o Everest
Rota East Rongbuk Glacier (embaixo, à esquerda) é uma das usadas por alpinistas que sobem o Everest

Imagem da nebulosa de Órion dá novas perspectivas sobre o objeto

Astrônomos usaram cinco filtros diferentes para compor imagem; Messier 42 é um dos berçários estrelares mais estudados até hoje



Astrônomos usaram a câmera Wide Field Imager no telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO) em La Silla, no Chile, para observar as estrelas na nebulosa de Órion. Eles descobriram que as fracas estrelas anãs-vermelhas dos aglomerados de estrelas irradiam muito mais luz do que os cientistas acreditavam anteriormente, dando novas perspectivas sobre esse famoso objeto. Os dados coletados no projeto foram usados para criar uma detalhada essa imagem colorida da nebulosa.
A nebulosa de Órion, também conhecida como Messier 42, é um dos objetos astronômicos mais facilmente reconhecíveis e mais estudados até hoje. Ela é um enorme complexo de gás e poeira onde enormes estrelas estão se formando e é a região mais próxima da Terra com tais características. O gás fosforescente é tão brilhante que pode ser visto a olho nu, sendo uma visão ainda mais fascinante pelo telescópio. Apesar de sua familiaridade e proximidade, ainda há muito que devemos aprender sobre esse berçário estrelar. Foi apenas em 2007, por exemplo, que se descobriu que a nebulosa está ainda mais próxima da Terra do que se prensava anteriormente: 1350 anos-luz e não 1500 como se acreditava.
A imagem é um composto de diversas exposições realizadas usando um total de cinco filtros diferentes. A luz que passou por um filtro vermelho, assim como a luz que passou por um filtro que destaca hidrogênio brilhante, ficaram em vermelho. A luz na parte amarelo-esverdeada do espectro ficou verde, e a azul ficou em azul. Já a luz que passou por um filtro ultravioleta ficou em roxo. O tempo de exposição para cada um dos filtros foi de 52 minutos.

Mau tempo adia lançamento de foguete japonês à ISS

O lançamento de um foguete japonês com equipamento para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) será adiado em vários dias por causa do mau tempo, informou a Agência Aeroespacial do Japão (Jaxa).
Em comunicado, a Jaxa assinalou que as previsões apontam tempo 'desfavorável' no centro espacial de Tanegashima (sudoeste do Japão) para a hora indicada para o lançamento --inicialmente previsto para às 6h30 (horário de Brasília) de quinta-feira.
O foguete não tripulado Kounotori 2, conhecido também como HTV2, levará à ISS até seis toneladas de material, incluindo mantimentos, água potável e mostras para o centro científico que o Japão mantém na estação espacial.
Até agora, o laboratório estava aberto somente a 15 países que fazem parte do projeto da ISS, mas o Japão decidiu permitir a participação de outras nações asiáticas de forma gratuita.
Entre a carga que será transportada pelo Kounotori 2 há também sementes de tomate e pimenta para um experimento que o Japão realizará junto com Malásia, Indonésia, Tailândia e Vietnã.
Após permanecer vários dias na ISS, a nave será carregada com resíduos da estação e empreenderá a viagem de volta.
O foguete viajará ao espaço na plataforma de lançamento H-IIB, a maior fabricada até hoje pelo Japão.
Trata-se da segunda missão não-tripulada de abastecimento realizada pelo Japão, que em setembro de 2009 enviou o Kounotori para levar à ISS 4,5 toneladas de material como computadores, instrumentos científicos, comida e água.
O Japão desenvolve desde 2003 um intenso programa espacial que, baseado em sua tecnologia avançada, tem enfoque na prospecção planetária e em asteroides

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Imagem em infravermelho revela estrutura de galáxia

Imagem produzida pelo telescópio Hubble mostra a galáxia em espiral M51, conhecida como galáxia Whirlpool. Ela é vista em luz infravermelha e a maior parte da luz estelar foi removida, revelando o esqueleto de poeira da M51. Essa nova imagem é a mais clara já revelada da estrutura dessa galáxia.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Depois de falhas técnicas, agora é bicicleta que atrapalha voo do Discovery

O lançamento do ônibus espacial Discovery, marcado para 24 de fevereiro, enfrenta mais um imprevisto depois de ser adiado oito vezes por falhas técnicas.
O astronauta Timothy Kopra está bem, escalado para a missão, machucou-se em um acidente de bicicleta, no último sábado.
A agência espacial americana, a Nasa, não divulgou mais detalhes sobre o acidente e avalia se Kopra pode integrar ou não a tripulação.
Kopra, 47, vive em Houston, no Texas, e é coronel aposentado do Exército.
Ele é um dos dois astronautas que vai andar no espaço durante a última viagem do Discovery à Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês).
Nasa avalia se astronauta Timothy Kopra, que se acidentou com uma bicicleta, poderá integrar voo do Discovery
Nasa avalia se astronauta Timothy Kopra, que se acidentou com uma bicicleta, poderá integrar voo do Discovery

Rebaixamento de Plutão pode ter sido precipitado, dizem astrônomos

No mês em que completa seis anos de descobrimento, o planeta-anão Éris e a sua participação no rebaixamento de Plutão à "série B planetária", em 2006, continuam causando polêmica.
Um grupo de astrônomos liderados por Bruno Sicardy, do Observatório de Paris, disse ter feito uma nova medição que comprovaria que Éris é menor do que Plutão.
Por enquanto, eles não dizem o quão menor. A justificativa, disse Sicardy em entrevista ao "New York Times", é que eles estão poupando o material para um grande artigo na revista científica "Nature".
Embora a diferença não deva passar de um punhado de quilômetros, o anúncio já foi suficiente para animar o grupo que quer rever o status de ex-planeta de Plutão.
O que se sabe, até agora, é que a nova medição foi feita no ano passado, no momento em que Éris ocultou uma estrela. A quantidade de luz bloqueada da estrela permitiu estimar o tamanho do planeta-anão.
"Éris é claramente menor", disse Alain Maury, que também observou o fenômeno, no Observatório San Pedro de Atacama, no Chile.
REBAIXAMENTO
Em 2005, quando foi localizado em um ponto distante do Sistema Solar, Éris trouxe um problema para os astrônomos. Como seu diâmetro parecia maior do que o de Plutão, um planeta da "primeira divisão", só havia duas alternativas: reconhecê-lo como o décimo planeta ou rebaixar o outro.
A IAU (União Astronômica Internacional), resolveu colocar ordem na casa e criou uma série de critérios para classificar um planeta. Regras que, apesar de séculos de estudos astronômicos, ainda não existiam.
Com essa nova definição clara, Éris e Plutão foram colocados no grupo de planetas-anões.
Tanto cuidado tem várias explicações, mas um dos motivos mais fortes era o receio dos astrônomos de que, com os instrumentos de observação cada vez mais potentes, haveria uma enxurrada de novos planetas no nosso Sistema Solar.
TRABALHO DIFÍCIL
Batizado em homenagem à deusa grega da discórdia, Éris fica bem mais distante do Sol do que Plutão.
Além da distância, as condições de luminosidade nem sempre favoráveis no Cinturão de Kuiper, onde ambos estão localizados, dificultam precisão das medidas.
Nem mesmo o tamanho de Plutão é considerado definitivo. Nesses 80 anos desde seu descobrimento, a estimativa de seu diâmetro já mudou várias vezes.
Uma medição muito precisa deve acontecer em 2015, quando a sonda New Horizons, da Nasa chegar até lá.
Na opinião de Roberto da Costa, do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP), mesmo que fique comprovado que Plutão é realmente maior do que Éris, isso não deve servir para devolvê-lo ao "primeiro escalão".
"Seja quem for que ganhe definitivamente essa disputa por tamanhos, o critério que separa planetas 'clássicos' dos planetas-anões vai muito além disso", avalia.
"Um dos critérios para tanto é que o corpo deve ter 'limpado gravitacionalmente a sua órbita, e Plutão não o faz", completa Costa.
Ilustração do planeta-anão Éris e seu satélite Disnomia; nova medição mostra que Éris pode ser menor que Plutão
Ilustração do planeta-anão Éris e seu satélite Disnomia ; nova medição mostra que Éris pode ser menor que Plutão

sábado, 15 de janeiro de 2011

Nasa escolhe astronauta substituto para comandar voo do Endeavour

Rick Sturckow será treinado para assumir o comando do ônibus espacial Endeavour, cujo voo a partir do Centro Espacial Kennedy está marcado para 19 de abril.
O comandante atual, Mark Kelly, é marido da deputada democrata Gabrielle Giffords, que foi atingida na cabeça durante tiroteio no Arizona (EUA), na semana passada, e está hospitalizada. Oficialmente, ele ainda é o comandante da missão.
O porta-voz da Nasa, Alan Brown, disse que Kelly ainda tem tempo para retomar os treinamentos até o lançamento do Endeavour.
A escolha de um substituito é para garantir um segundo nome em caso da desistência de Kelly e também para dar continuidade ao treinamento do resto da tripulação.
A deputada também tem um cunhado no espaço. Scott, irmão de Kelly, encontra-se na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

Astronauta fala sobre "fragilidade" da atmosfera terrestre

O astronauta italiano Paolo Nespoli concedeu uma entrevista à BBC a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), a 400 quilômetros de distância da Terra.
Nespoli representa a agência espacial européia (ESA) e deve ficar a bordo da ISS até maio. Ele mostrou rapidamente as facilidades dentro da estação e respondeu a perguntas de telespectadores.
Nespoli falou sobre a impressão de fragilidade que sente ao olhar para a fina atmosfera terrestre. "Eu penso que nós precisamos estar atentos e ter cuidado com o que fazemos porque a Terra é frágil. É bonita, mas é frágil."
Quando perguntado sobre a reciclagem de água dentro da estação, o astronauta argumentou que a água que eles usam é supervisionada diariamente e que se trata de água reciclada assim como a que bebemos na Terra.
Astronauta italiano Paolo Nespoli durante entrevista; ele se encontra a bordo da Estação Espacial Internacional
Astronauta italiano Paolo Nespoli durante entrevista; ele se encontra a bordo da Estação Espacial Internacional

Competição premia tesouros escondidos da fotografia espacial

Um concurso da ESO (Observatório Europeu do Sul) premiou belas imagens do espaço processadas por astrônomos amadores.
A competição batizada de Hidden Treasures ("tesouros escondidos", em tradução livre) permitiu que entusiastas pesquisassem os vastos arquivos de imagens registradas por meio de telescópios do ESO à procura de astros ocultos.
Para transformar esse material bruto em preto e branco nas belas imagens vencedoras foram necessárias muitas horas de trabalho, corrigindo distorções, retirando marcas geradas pelo instrumento e realçando detalhes contidos nas informações astronômicas.
Os organizadores do concurso do ESO se surpreenderam ao receber quase cem imagens feitas por amadores, uma quantidade alta dada a natureza complexa do desafio.
O vencedor, o russo Igor Chekalin, vai fazer uma visita ao gigantesco telescópio do ESO em Paranal, no Chile.
"Como um astrofotógrafo amador, este foi o trabalho de processamento de imagens mais difícil que já fiz. Minha participação na competição me apresentou diversos desafios, desde a instalação de software até o estudo de técnicas e a operação de sistemas que não conhecia antes", disse Chekalin.
O ESO é uma organização intergovernamental sediada na Alemanha e financiada por 14 países europeus e pelo Brasil.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Atividade solar pode causar desastres naturais na Terra

Tempestades no Brasil, na Austrália, nos Estados Unidos... e no Sol? O aumento da atividade solar pode ter ligação com os desastres naturais que atingem diversos países desde o fim de 2010, já que o Sol passa por um momento de intensificação de sua atividade.


A agência espacial norte-americana (Nasa), havia previsto para 2010 ou 2011 o solar maximum, período em que a atividade solar atinge seu máximo, as explosões e tempestades solares são muito mais frequentes e intensas e as manchas solares reaparecem. No entanto, a agência adiou a previsão para 2012, o que significa que, embora este ano o Sol ainda não esteja no máximo de sua atividade, ele já está se aproximando do ápice.
A ligação entre os ciclos de atividade solar e o clima na Terra já foi reconhecida e, portanto, a grande atividade solar registrada neste ano (se encaminhando para o solar maximum), pode ter ligação com os recentes desastres naturais no Brasil e na Austrália.
A atividade solar oscila entre dois extremos conhecidos como solar minimum e solar maximum, em ciclos de cerca de 11 anos (embora seja impossível prever quando exatamente o solar maximum vai começar). Durante o solar minimum, a baixa atividade é percebida pela ausência das manchas na superfície da estrela, além dá baixa incidência de tempestades solares.

Uma tempestade solar ocorre quando a enorme quantidade de energia que vai se acumulando na atmosfera solar é liberada repentinamente. Essa radiação emitida abrange todo o espectro eletromagnético, desde raios X até raios gama e a quantidade de energia liberada é equivalente a 100 bombas de hidrogênio explodindo ao mesmo tempo.
Embora os cientistas não conheçam o exato mecanismo responsável pela correlação entre a atividade solar e o clima terrestre, há evidências comprovadas como a relação entre o maior período de inatividade do Sol (chamado de Maunder Minimum) e a chamada "pequena era do gelo", que ocorreram de 1500 a 1850. É importante destacar que tempestades solares individualmente não têm relação com o clima na terra, apenas os ciclos do Sol como um todo.
Além da questão climática, períodos de grande atividade solar têm ligação registrada com a aurora boreal intensificada, com a perda da vida útil de satélites, entre outros fenômenos.

Cientistas divulgam mapa em cores do Universo

Imagem de mais de um trilhão de pixels precisa de 500 mil TVs de alta definição para ser vista na totalidade de sua definição.


Na terça-feira, 11, o Centro de Pesquisa Digital do Céu Sloan III (ou, em sua sigla em inglês, SDSS-III) divulgou o mapa em cores do Universo mais completo até o momento. O mapa, feito desde 1998, reúne milhões de imagens de 2.8 megapixels , resultando em uma imagem final de mais de um trilhão de pixels. A imagem é tão grande e detalhada que seriam necessárias 500 mil TVs de alta definição para conseguir vê-la na totalidade de sua definição.

Essa nova imagem dá aos astrônomos a visão mais abrangente do céu já realizada. Os dados do SDSS-III já foram usados para descobrir cerca de meio bilhão de objetos astronômicos, incluindo asteroides, estrelas e galáxias. Os mais recentes e mais precisos posicionamentos, cores e formatos desses objetos também foram divulgados.


A imagem começou a ser realizada em 1998, com o que era então a maior câmera digital existente (de 138 megapixels). Durante a última década, os pesquisadores fizeram registros de um terço do céu usando essa câmera, que foi aposentada e fará parte da coleção do museu Smithsonian.

Nasa encontra mais distante aglomerado de galáxias do universo



Astrônomos encontraram o aglomerado de galáxias mais distante e jovem já conhecido. Essa coleção de galáxias antigas presumivelmente se transformou em uma galáxia moderna similar às galáxias enormes que podemos ver hoje.
O aglomerado em desenvolvimento, chamado COSMOS-AzTEC3, foi descoberto por diversos telescópios, incluindo o Spitzer, Chandra e o Hubble. Cientistas se referem a esse grupo de galáxias em crescimento como proto-aglomerado.
COSMOS-AzTEC3 é o proto-aglomerado mais distante conhecido, e também o mais jovem, pois é visto quando o Universo, ele mesmo, ainda era muito jovem. O aglomerado está a cerca de 12,6 bilhões de anos-luz da Terra. Estima-se que o Universo tenha 13,7 bilhões de anos. Anteriormente, versões mais maduras desse aglomerado já tinham sido encontradas a 10 bilhões de anos-luz.

Nasa diz que não tem condições de construir substitutos de ônibus espacial até 2016

A Nasa afirmou ao Congresso norte-americano que não poderá construir até 2016 um foguete propulsor e uma cápsula que poderiam substituir os ônibus espaciais, a serem aposentados neste ano, como está determinado no orçamento.
Legisladores do comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado responderam que o projeto não é uma opção, e que a Nasa deve encontrar uma maneira de tornar a construção viável.
"A produção de um foguete propulsor e uma cápsula não é opcional. É a lei", indicou um comunicado assinado em conjunto pelos senadores John Rockefeller, Kay Bailey Hutchison, Bill Nelson e David Vitter.
"A Nasa deve usar suas décadas de experiência e os bilhões de dólares de investimentos anteriores para chegar a um conceito que funcione. Acreditamos que isso pode ser feito de forma exequível e eficiente. E deve ser uma prioridade."
O orçamento aprovado pelo Congresso e assinado pelo presidente Barack Obama designa à Nasa a tarefa de desenvolver e construir um sistema de lançamento espacial (Space Launch System) e uma cápsula de transporte de astronautas (Multi-Purpose Crew Vehicle) antes de 2016.
Com a aposentadoria dos três ônibus espaciais em 2011, a Nasa dependerá exclusivamente dos russos para enviar seus astronautas à Estação Espacial Internacional, cuja construção os Estados Unidos financiaram quase totalmente.

Estação espacial é elevada em 2,5 km para garantir próximas acoplagens

A órbita média da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) foi elevada nesta quinta-feira em 2,5 quilômetros, informou o CCVE (Centro de Controle de Voos Espaciais) da Rússia.
Segundo o porta-voz Valeri Lindin, a manobra é para garantir as boas condições para os acoplamentos à plataforma espacial.
Está previsto o engate à ISS do cargueiro russo Progress M-09M e do ônibus espacial americano Discovery, cujos lançamentos estão marcados para 28 de janeiro e 24 de fevereiro, respectivamente.
A elevação da ISS ocorreu com ajuda de propulsores do cargueiro russo Progress M-07M, encostado ao módulo Zvezda da plataforma.
Os oito motores de engate e orientação da nave de carga permaneceram em funcionamento durante 11 minutos.
Mudança da órbita da Estação Espacial Internacional ocorreu para garantir engate de dois voos nos próximos dois meses
Mudança da órbita da Estação Espacial Internacional ocorreu para garantir engate de dois voos nos próximos dois meses

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Telescópio descobre galáxias a 12 bilhões de anos-luz

Cientistas europeus anunciaram que o telescópio Planck detectou radiação de grupos de galáxias localizadas a 12 bilhões de anos-luz.
O telescópio da Agência Espacial Europeia foi lançado em 2009 e sua missão é encontrar evidências de como galáxias e estrelas foram formadas após o Big Bang, a grande explosão que teria dado origem ao universo.
Os grupos de galáxias detectados pelo Planck estariam entre os primeiros objetos a serem formados após o Big Bang.
O telescópio investiga as chamadas partes "frias" do universo. Ao invés de buscar por imagens de galáxias e estrelas, ele varre o céu em busca de gás e poeira, matéria-prima do universo.
O Planck capta luz em comprimentos de onda infravermelha que estão muito além do alcance do olho humano.

Nasa anuncia lançamento do Discovery ao espaço em fevereiro

O lançamento do ônibus espacial Discovery foi remarcado para 24 de fevereiro. A Nasa (agência espacial americana) finalmente parece ter encontrado soluções para os problemas técnicos que adiaram o lançamento da nave em oito ocasiões.
Esta é a sua última viagem do Discovery ao espaço, que levará um humanoide e suprimentos a bordo --em abril, será a vez do Endeavour, cuja partida ainda não está confirmada pelos acontecimentos recentes envolvendo o comandante da missão.
Segundo a agência espacial, a partida do Discovery em direção à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) deve ocorrer às 18h50 (horário de Brasília).
A Nasa teve de adiar várias vezes o lançamento do Discovery. O primeiro estava previsto para 5 de novembro do ano passado.
Primeiro foi uma fuga de hidrogênio, depois uma falha elétrica e, posteriormente, a descoberta de fendas no tanque de combustível externo durante o abastecimento da nave, quando o ônibus espacial já estava pronto para dar início a sua missão.
Após dois meses de análise e testes, os engenheiros da Nasa determinaram que o problema é uma combinação de fatores de fabricação e do processo de abastecimento do tanque, no qual se introduz combustível líquido, sobretudo oxigênio e hidrogênio a mais de cem graus negativos.
A solução encontrada foi instalar reforços estruturais, que devem ficar prontos até um dia antes do voo.
"Acredito que finalmente tenhamos uma solução", assinalou John Shannon, diretor do programa, em entrevista à imprensa.
Dois Robonaut 2 são apresentados pela Nasa no começo do ano; um deles parte para a ISS na última viagem do Discovery
Dois Robonaut 2 são apresentados pela Nasa no começo do ano; um deles parte para a ISS na última viagem do Discovery

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Telescópio detecta pela 1ª vez feixes de antimatéria acima de tempestades

Telescópio Espacial Fermi detectou um sinal de raios gama com energias de 511 mil elétron-volts acima de trovoadas na Terra
Cientistas da Nasa usando o Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama detectaram feixes de antimatéria produzidos acima de tempestades na Terra, um fenômeno que ainda não havia sido detectado no planeta.


Os pesquisadores acreditam que as partículas de antimatéria foram formadas em um Flash de raios gama terrestre (TGF), uma breve explosão produzida dentro das trovoadas e que estão associadas com os raios. Está estimado que cerca de 500 TGFs ocorrem diariamente no mundo todo, mas a maior parte não é detectado.
"Esses sinais são a primeira evidência direta de que as tempestades produzem feixes de antimatéria", disse Michael Briggs, um membro do grupo de monitoramento de explosões de raios gama do Fermi, o GBM, na Universidade do Alabama.


O telescópio Fermi foi construído para detectar raios gama, a forma de luz de maior energia. Quando uma partícula de antimatéria colide com uma partícula de matéria normal, as duas imediatamente são aniquiladas e se transformam em raios gama. O GBM detectou um sinal de raios gama com energias de 511 mil elétron-volts, um sinal que indica que um elétron encontrou seu oposto de antimatéria, um pósitron.
Embora o grupo tenha sido projetado para observar eventos de alta energia no universo, ele também está fornecendo informações valiosas sobre esse estranho fenômeno na Terra. O GBM frequentemente monitora todo o céu e a Terra e com isso já pode identificar 130 TGFs desde o lançamento do Fermi em 2008

Hubble obtém foto de massa de gás verde em atividade no espaço

O telescópio espacial Hubble captou a imagem da massa de gás verde que flutua próxima a uma galáxia espiral vizinha, a IC 2947 --região rosada na foto.
O objeto, cujo nome é Voorwerp Hanny ("objeto de Hanny", em holandês), foi descoberto em 2007 por um professor primário.
Atualmente ele está em plena atividade, originando novas estrelas, e a parte visível é somente uma porção da serpentina de gás que se estende pela IC 2947.
Formada por gás de hidrogênio principalmente, ela é resultado do encontro de duas galáxias e brilha porque está iluminada por um quasar--um centro emissor de energia-- que pertence a uma delas.
O "objeto de Hanny" é praticamente do mesmo tamanho da Via Láctea, onde se encontra nosso Sistema Solar.
Massa de gás verde, ou Vorwerp Hanny ("objeto de Hanny"), foi detectada em 2007 pela primeira vez
Massa de gás verde, ou Vorwerp Hanny ("objeto de Hanny"), foi detectada em 2007 pela primeira vez

Agência espacial europeia registra ondas cósmicas na Via Láctea

A ESA (sigla em inglês da agência espacial europeia) divulgou uma imagem feita pelo telescópio Planck Suveyor, que mostra a Via Láctea em ondas de radiação cósmica em micro-ondas.
Um rastro de poeira é visível no sentido horizontal. Ao norte e ao sul da imagem, a variação de temperatura da radiação cósmica também pode ser observada.
Lançado em maio de 2009, o telescópio providenciou, desde então, um catálogo de imagens com aproximadamente 15 mil novos objetos celestiais, além de mais 30 aglomerados de galáxias, informaram cientistas durante uma conferência que acontece em Paris nesta terça-feira.
O Planck, que está a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, é essencialmente designado para captar até as menores variações de energia liberadas depois do Big Bang.
Ainda em andamento, o estudo sobre a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (também conhecida como CMB) --a radiação remanescente do Big Bang e uma de suas maiores evidências-- deve ser publicado em 2013.
PLANCK
Uma das tarefas que o telescópio tem superado é remover uma "névoa" de emissões de micro-ondas --um brilho difuso que durante décadas tem distorcido a visão de regiões empoeiradas do espaço profundo.
Os dados coletados pelo Planck confirmam a teoria de que a "névoa" vem dos grãos em escala nanométrica espalhados ao rodopiar várias dezenas de bilhões de vezes por segundo, por colisão com átomos em grande movimento ou com raios de luz ultravioleta.
Os cientistas agora devem ser capazes de filtrar este sinal, podendo se concentrar nos vestígios genuínos de CMB nas ricas quantidades de dados do Planck.
"Estes novos resultados são peças vitais de um quebra-cabeça que pode nos dar um quadro completo da evolução do próprio quintal cósmico em que vivemos, a Via Láctea, bem como do início da história de todo o Universo", afirmou David Parker, diretor de ciência espacial da ESA.
A grande ferramenta do Planck é um telescópio de 1,5 metro de comprimento que concentra a radiação em dois conjuntos de detectores, que são refrigerados a quase zero absoluto.
O telescópio realizou missão de 15 meses, mas as suas operações já foram prorrogadas por dois anos.
Seu nome é em homenagem ao físico alemão Max Planck, fundador da teoria quântica.
A ESA, agência espacial europeia, divulgou imagem feita por satélite que mostra radição cósmica na Via Láctea
A ESA, agência espacial europeia, divulgou imagem feita por satélite que mostra radição cósmica na Via Láctea

Novo cálculo feito por brasileiros mostra que Via Láctea é pequena

Um novo estudo feito por astrônomos brasileiros sugere que a Via Láctea, galáxia na qual está inserido o Sistema Solar, pode ser menor do que antes se imaginava.
"Determinar propriedades dela é complicado porque não podemos vê-la "de cima". Estamos no lado de dentro", diz Alessandro Moisés, da Universidade Federal do Vale do São Francisco em São Raimundo Nonato (Piauí).
Ele foi o primeiro autor do estudo feito em colaboração com cientistas da USP, da Univap e de duas instituições americanas. O trabalho foi publicado no periódico "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".
A forma tradicional de mapear a galáxia é estudar regiões com a presença de muito gás e formação intensa de estrelas de alta massa.
A análise dos sinais de rádio emitidos por essas regiões permite inferir a velocidade com que nuvens e estrelas transitam em sua órbita ao redor do centro galáctico.
"É como se fosse um velho disco de vinil girando numa vitrola", diz Moisés. "As partes mais externas precisam avançar numa velocidade maior que as internas, pois a distância que percorrem ao redor do centro é maior."
Por isso, com base na velocidade (ditada pela massa da galáxia, de acordo com as leis da gravidade), os radioastrônomos estimam a que distância do centro está uma dada região.
Mas a técnica exige uma série de pressuposições (sobre parâmetros como a matéria total presente na galáxia) e está sujeita a erros. Ela estimava o tamanho da galáxia em algo próximo de 100 mil anos-luz, com alguma margem de tolerância.
METADE
Moisés e seus colegas utilizaram, então, uma técnica alternativa. Em vez de usar a velocidade medida por rádio, procuraram identificar estrelas individuais pertencentes a essas regiões e estimar sua distância com base no brilho.
Praticamente todas as medições, feitas com os telescópios Soar e Blanco, ambos no Chile, apontaram distâncias menores do que as estimadas por rádio. Em média, a metade do que antes se pensava --uma diferença gritante.
Informalmente, os cientistas apelidaram o fenômeno de "the incredible shrinking galaxy" ("a incrível galáxia que encolhe", em inglês).
"O próprio pessoal da metodologia rádio tem parado para coçar a barba sobre isso", afirma Moisés.
Um terceiro método pode servir para decidir quem está certo, se as velhas medidas de rádio baseadas na velocidade ou as novas estimativas. Trata-se do uso de
uma técnica de trigonometria clássica no espaço.
Os pesquisadores basicamente usam a pequena mudança de posição relativa de um determinado astro no céu conforme a Terra está de um lado ou de outro do
Sistema Solar (observações separadas por seis meses, tempo que o planeta leva para dar meia volta ao redor do Sol).
Triangulando tudo isso, conseguem as estimativas mais precisas de distância.
O problema é que é muito difícil fazer essas medições, tamanha a sutileza da mudança de posição relativa. O grupo de Andreas Brunthaler, do Instituto Max Planck para Radioastronomia, na Alemanha, fez algumas medições, e elas também sugerem distâncias menores.
"Por outro lado, outro trabalho recente nosso indica que a Via Láctea gira mais depressa do que antes se presumia, e que muitas regiões têm movimentos peculiares grandes", disse o pesquisador alemão à Folha. "Essas seriam as principais razões pelas quais várias estimativas de distância feitas pela velocidade estavam erradas, grandes demais."
Agora, a pegadinha: para girar mais depressa, a Via Láctea tem de ter mais massa do que antes se imaginava. Como conciliar isso com a ideia de uma galáxia menor?
"A verdade é que a estrutura da galáxia é um tema completamente aberto", admite Moisés. "O pessoal da velocidade por rádio achou que estava fechando tudo, e agora tem de voltar à prancheta."

Telescópio espacial encontra planeta rochoso fora do Sistema Solar

O telescópio espacial Kepler, da Nasa (agência espacial americana), localizou o primeiro planeta rochoso fora do Sistema Solar.
Batizado de Kepler-10b, ele mede um pouco mais que a Terra, com tamanho 1,4 vez superior. A descoberta é resultado de uma análise de pelo menos oito meses a partir de dados coletados pelo telescópio entre maio de 2009 e janeiro de 2010.
Kepler-10b orbita sua estrela mais de uma vez por dia, em uma distância muito próxima para que possa haver vida, disse a Nasa em um comunicado --astro está 20 vezes mais perto de sua estrela do que Mercúrio está do Sol.
Segundo Douglas Hudgins, cientista do programa Kepler da Nasa, a descoberta é promissora ainda que o planeta não possa, aparentemente, abrigar vida.
O telescópio espacial Kepler é a primeira missão da Nasa dedicada à busca de planetas do tamanho da Terra ou que estejam perto da zona habitável --região do sistema planetário em que água líquida pode existir na superfície de um planeta.
Ilustração artística do primeiro planeta rochoso encontrado pela Nasa fora do Sistema Solar, o Kepler-10b
Ilustração artística do primeiro planeta rochoso encontrado pela Nasa fora do Sistema Solar, o Kepler-10b

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cientistas reivindicam plano mundial para contatos alienígenas

A revista "Philosophical Transactions", publicada pela sociedade científica britânica Royal Society, adverte em sua última edição que os governos do mundo deveriam se preparar para um possível encontro com uma civilização extraterrestre, que poderia ser violenta.
A publicação, que neste mês dedica um número completo ao tema da vida extraterrestre, argumenta que, se o processo de evolução em todo o Universo seguir padrões darwinistas, tal como ocorre na Terra, as formas de vida que entrariam em contato com os seres humanos poderiam "ter tendência à violência e à exploração" dos recursos.
Por esse motivo, os cientistas reivindicam que a ONU (Organização das Nações Unidas) configure um grupo de trabalho dedicado a "assuntos extraterrestres" com a capacidade de delinear um plano a ser seguido em caso de contato alienígena.
"Devemos estar preparados para o pior" no caso do encontro com uma civilização extraterrestre, alerta o professor de paleobiologia evolutiva da Universidade de Cambridge (Reino Unido), Simon Conway Morris, que considera que a vida biológica no Universo deve ter características similares às da Terra.
Morris acredita que, se existem alienígenas inteligentes, "são parecidos conosco". Algo que, "diante da nossa não muito gloriosa história", deveria "nos fazer refletir".

Voluntários de voo simulado vão pisar em "superfície marciana"

Voluntários do programa Marte-500 vão socorrer companheiro ferido e retirar equipamentos na descida do módulo
Voluntários do programa Marte-500 vão socorrer companheiro ferido e retirar equipamentos na descida do módulo

Os voluntários que participam da simulação de um voo a Marte não vão procurar vida extraterrestre durante suas três saídas previstas à "superfície marciana", declarou o diretor do projeto Marte-500, Boris Morukov, à agência de notícias Interfax.
"Buscarão sinais de vida? Não sei. Por enquanto não temos planejado homenzinhos verdes nem animais que se arrastem pela superfície", disse Morukov, ao explicar em que consistirão as caminhadas estimadas para durar cerca de duas horas.
No lugar da busca de ETs, será realizada uma situação de emergência. O roteiro indica que um dos participantes vai cair e e machucar a mão durante o trabalho na superfície marciana, e um segundo voluntário terá que examinar seu colega e socorrê-lo.
Já na primeira saída, dois participantes deverão extrair do módulo de descida do simulador da superfície marciana (com 1.200 metros cúbicos) todos os equipamentos necessários, realizar os preparativos pertinentes e ativá-los.
Durante a segunda caminhada, os tripulantes vão explorar a superfície marciana e coletar amostras do terreno para levar à Terra.
O experimento, que começou em 3 de junho, servie como estudo da compatibilidade psicológica e da tolerância dos membros de uma tripulação durante um voo interplanetário.

Asteróides: o perigo que vem do espaço

A queda de um grande asteróide provocaria uma catástofre na Terra. Mas o astrônomo Detlef Koschny diz que o risco é pequeno e que os corpos celestes que se aproximam do planeta são identificados com muita antecedência.
O choque de um asteróide contra a Terra parece mais um cenário de horror num filme de ficção científica do que uma situação real. Mas a ameaça existe, de acordo com especialistas. Por isso, eles querem criar um programa internacional de defesa espacial para proteger o planeta.
O assunto foi abordado durante um encontro, em dezembro passado, no Centro Europeu de Operações Espacial, em Darmstadt, na Alemanha. Como resultado do encontro, os especialistas recomendaram às Nações Unidas a formação de um grupo de trabalho internacional, com o objetivo de planejar missões de defesa espacial.
Apesar de raras, grandes catástrofes naturais causadas por asteróides já foram registradas na história do planeta. Por exemplo, a queda de um grande asteróide há 65 milhões de anos no México. O choque do corpo celeste com a Terra mudou radicalmente o clima do planeta e resultou no desaparecimento dos dinossauros. Outro caso mais recente, com impactos comparativamente bem menores, foi registrado em 1908, na Sibéria.
A cada 200 ou 300 anos há o risco de um asteróide perigoso cair sobre a Terra. O próximo a se aproximar do planeta é o Apophis, de 270 metros de diâmetro, que no dia 13 de abril de 2029 estará a uma distância de 30 mil quilômetros da Terra.
No entanto, o risco de um choque é pequeno, como explica o astrônomo Detlef Koschny, coordenador do departamento que monitora asteróides na Agência Espacial Europeia (ESA). Em entrevista à Deutsche Welle, o pesquisador explica que a população mundial não precisa ficar com medo, pois a aproximação de asteróides da Terra sempre é detectada com muitos anos de antecedência.
Deutsche Welle: O asteróide Apophis deverá passar perto da Terra em 2029 e em 2036. Isso lhe preocupa?
Detlef Koschny: Não, nós não estamos preocupados, porque a probabilidade de uma choque é pequena. Mas tratamos o tema com suificiente seriedade para dar início um projeto no qual nos ocuparemos com a observação e uma eventual defesa contra asteróides.
Que tipo de consequências poderíamos sofrer caso um asteróide se chocasse com a Terra nos dias de hoje?
Um bom exemplo é o que aconteceu na Sibéria em 1908. Um asteróide com cerca de 40 metros de diâmetro, o equivalente a um décimo do Apophis, explodiu a uma altura de 15 quilômetros acima da Terra. Felizmente, a explosão aconteceu na Sibéria, em Tunguska, uma região onde praticamente não há moradores. O asteróide destruiu uma área florestal equivalente a uma cidade como Berlim ou Londres. Se um corpo celeste semelhante caísse sobre uma cidade grande, ela seria destruída.
A probabilidade de um asteróide chocar-se contra a Terra depende do tamanho dele. Um impacto provocado por um corpo celeste de uma grandeza de quilômetros, semelhante ao que dizimou os dinossauros, acontece a cada 65 milhões de anos, do ponto de vista estatístico. Ou seja, é realmente raro.
Na Agência Espacial Europeia os asteróides são observados e catalogados. Isso quer dizer que o monitoramento do espaço com telescópios é feito dia e noite pelos astrônomos?
Sim, a princípio é exatamente isso. Nós estamos desenvolvendo uma rede de observação composta por muitos telescópios, que rastreiam todo o céu durante a noite. Isso acontece de maneira automática e se os computadores identificarem algo, os astrônomos precisam fazer uma análise mais detalhada.
Qual o procedimento no caso de descoberta de um asteróide perigoso para a Terra? Existe um alarme imediato para toda a comunidade internacional?
Há um filme no qual Bruce Willis pega o telefone e avisa imediatamente o presidente americano. Naturalmente isso não é verdade, pois seria um problema internacional. Caso houvesse a colisão de um asteróide, o planeta todo seria atingido. Não é possível saber de antemão onde o asteróide cairia. Uma possibilidade seria coordenar a implantação de medidas de segurança por meio do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Como exatamente nós poderíamos nos proteger da queda de um asteróide?
Se um asteróide perigoso for descoberto, isso não significa que ele vai se chocar contra a Terra amanhã, isso poderá durar ainda de 10 a 15 anos. É tempo suficiente para planejar uma missão espacial que voe até o asteróide e o desvie. Seria necessário colidir uma grande massa contra o asteróide, para que ele saísse minimamente da sua rota. Os dez anos que faltariam [para a colisão] seriam suficientes para que ele se desviasse da Terra.
Então quer dizer que podemos olhar para o céu durante a noite de maneira mais tranquila?
Claro. Ninguém precisa ter medo de que uma pedra caia do céu sobre a sua cabeça. É mais importante prestar atenção nos carros quando se atravessa a rua.

Voo do ônibus espacial Endeavour pode ser prejudicado pelo tiroteio no Arizona

A hospitalização da deputada democrata Gabrielle Giffords, atingida na cabeça durante o tiroteio promovido por Jared Loughner no último sábado, no Arizona (EUA), pode ter consequências para a Nasa, a agência espacial norte-americana.
A deputada é casada com o astronauta Mark Kelly, que vai comandar o último voo do ônibus espacial Endeavour, cujo lançamento está marcado para abril. Ele já se encontra no hospital onde a esposa está sob cuidados médicos.
Segundo a Nasa, ainda é prematuro especular se o comandante vai desistir da última missão do Endeavour.
A deputada também tem um cunhado no espaço. Scott, irmão do marido dela, encontra-se na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Essa é uma das piores situações de estresse envolvendo parentes de astronautas em órbita no espaço e com a qual a Nasa precisa lidar. A última foi no Natal de 2007, quando a mãe de um dos residentes da estação espacial morreu em uma colisão de veículos.
Astronauta Mark Kelly, marido da deputada Gabrielle Giffords que foi ferida gravemente durante tiroteio nos EUA
Astronauta Mark Kelly, marido da deputada Gabrielle Giffords que foi ferida gravemente durante tiroteio nos EUA

sábado, 8 de janeiro de 2011

Nebulosa do Caranguejo tem erupções de raios gama inesperadas

Descoberta leva os pesquisadores a repensar suas ideias sobre como as partículas cósmicas são aceleradas

A Nebulosa do Caranguejo, uma das nossas vizinhas mais conhecidas e mais estáveis, está chocando os cientistas com sua propensão a erupções de raios gama pelas partículas mais energéticas já ligadas a um objeto astronômico específico. A descoberta, relatada nesta sexta-feira, 7, por cientistas trabalhando com dois telescópios em órbita, leva os pesquisadores a repensar suas ideias sobre como as partículas cósmicas são aceleradas.
"Estamos chocados", disse Roger Blandford, que dirige o Instituto Kavli de Física de astropartículas e Cosmologia. "É um objeto emblemático", ele disse; também conhecida como M1, a Nebulosa do Caranguejo foi o primeiro objeto astronômico catalogado em 1771 por Charles Messier. "É importante historicamente e estamos fazendo uma descoberta surpreendente sobre ele."


Os pesquisadores utilizaram o Large Area Telescope (LAT), um dos principais instrumentos a bordo do Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama , para confirmar uma erupção e descobrir mais uma. O trabalho foi apresentado hoje na Science Express online.
A nebulosa, e a estrela de neutros que gira rapidamente e dá força ao objeto, são restos da explosão de uma supernova documentada pelos astrônomos chineses em 1054. Depois de derramar muito de seus gases e poeira, a estrela entrou em colapso e se tornou um pulsar, uma bola de nêutrons super-densa que gira rapidamente e emite um pulso de radiação a cada 33 milissegundo, como um relógio.
A quantidade de energia que o pulsar libera é enorme, iluminando a Nebulosa do Caranguejo até que ela brilhe 75.000 vezes mais que o Sol. A maior parte dessa energia está no vento de partículas, de elétrons e Pósitrons que viajam perto da velocidade da luz. Esses elétrons e pósitrons interagem com os campos magnéticos e fótons de baixa energia para produzir a famosa poeira brilhante que confundiu Messier com um cometa há 300 anos.
As partículas são até mesmo suficientemente fortes para produzir raios gama que o LAT normalmente observa durante suas varreduras habituais do céu, mas essas partículas não causam erupções dramáticas.
Cada uma das duas erupções que o LAT observou durou dias antes que a nebulosa retornasse leituras anormais de raios gama. De acordo com Funk, a curta duração das erupções aponta para pontos de radiação síncrotron ou radiação emitida por elétrons acelerando no campo magnético da nebulosa como a causa.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pela oitava vez, Nasa adia lançamento do Discovery

A Nasa, agência espacial norte-americana, decidiu postergar pela oitava vez a data de lançamento do ônibus espacial Discovery, previsto para 3 de fevereiro.
O motivo é que a nave precisa passar por novos reparos.
A primeira data da viagem do Discovery estava marcada 5 de novembro, mas um vazamento de hidrogênio em seu tanque externo provocou o atraso.
O Discovery deve levar um módulo de armazenamento, peças de reposição e um humanoide à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Cancelamentos de voo do Discovery se tornaram sucessivos; o primeiro estava previsto para novembro de 2010
Cancelamentos de voo do Discovery se tornaram sucessivos; o primeiro estava previsto para novembro de 2010

Deus é responsável pelo Big Bang, diz papa Bento 16

A mente de Deus esteve por trás de teorias científicas complexas como a do Big Bang, e os cristãos devem rejeitar a ideia de que o Universo tenha surgido por acaso, disse o papa Bento 16 nesta quinta-feira.
"O Universo não é fruto do acaso, como alguns querem que acreditemos", disse Bento 16 no dia em que os cristãos celebram a Epifania --a Bíblia diz que os três reis magos, seguindo uma estrela, chegaram ao lugar onde Jesus nasceu.
"Contemplando (o Universo), somos convidados a enxergar algo profundo nele: a sabedoria do Criador, a criatividade inesgotável de Deus", disse o papa em sermão para 10 mil fiéis na Basílica de São Pedro.
Nas ocasiões anteriores em que o papa falou sobre a evolução, ele raramente voltou atrás no tempo para discutir conceitos específicos como o do Big Bang, que cientistas acreditam tenha levado à formação do Universo, cerca de 13,7 bilhões de anos atrás.
Pesquisadores da Cern (sigla francesa de Organização Européia de Pesquisa Nuclear, em Genebra) vêm esmagando prótons em velocidade quase igual à da luz para simular as condições que, acreditam, teriam dado origem ao Universo primordial, do qual terminaram por emergir as estrelas, os planetas e a vida na Terra --e possivelmente em outros lugares também.
Alguns ateus afirmam que a ciência pode provar que Deus não existe, mas o papa disse que algumas teorias científicas são "mentalmente limitadoras" porque "chegam apenas até certo ponto (...) e não conseguem explicar a realidade última (...)".
PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
O papa declarou que as teorias científicas sobre a origem e o desenvolvimento do Universo e dos humanos, embora não entrem em conflito com a fé, deixam muitas perguntas sem resposta.
"Na beleza do mundo, em seu mistério, sua grandeza e sua racionalidade (...), só podemos nos deixar ser guiados em direção a Deus, criador do Céu e da Terra", disse ele.
Bento 16 e seu predecessor, João Paulo 2º, procuram despir a Igreja da imagem de ser contrária à ciência --rótulo que ela ganhou quando condenou Galileu por ensinar que a Terra gira em volta do Sol, contestando as palavras da Bíblia.
Galileu foi reabilitado, e hoje a Igreja também aceita a evolução como teoria científica e não vê razão pela qual Deus não possa ter empregado um processo evolutivo natural para formar a espécie humana.
A Igreja Católica deixou de ensinar o criacionismo --a ideia de que Deus teria criado o mundo em seis dias, conforme descrito na Bíblia-- e diz que o relato bíblico do livro do Gênesis é uma alegoria para explicar como Deus criou o mundo.
Mas a Igreja é contra o uso da evolução para respaldar uma filosofia ateia que nega a existência de Deus ou qualquer participação divina na criação. Ela também é contra o uso do livro do Gênesis como texto científico.
Papa Bento 16 disse que cristãos devem rejeitar ideia de que Universo tenha surgido por acaso; Deus seria a origem
Papa Bento 16 disse que cristãos devem rejeitar ideia de que Universo tenha surgido por acaso; Deus seria a origem

Depois de fracasso, Japão espera retomar missão a Vênus antes do programado

A agência espacial japonesa, a Jaxa, quer se redimir depois da tentativa de enviar seu primeiro foguete a Vênus, em dezembro de 2010, que fracassou
completamente.
Segundo informações do jornal "Mainichi Daily News", o programa pode ser retomado antes do programado. O segundo voo da nave Akatskuki ocorreria entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017.
Um problema no motor, que não desacelerou a tempo, fez com que a sonda deixasse para trás Vênus. Com o erro técnico, naufragou a missão que foi planejada durante os últimos 11 anos.
A sonda tinha previsão de orbitar o planeta por dois anos, aprofundando estudos sobre nuvens, atmosfera e clima.
Não é a primeira vez que uma missão japonefsa para o espaço falhou. Em 2003, houve outro caso com a sonda Nozomi, que seria enviada a Marte.
No ano passado, porém, a Jaxa comemorou a coleta de amostras do asteroide Itokawa, reunidas pela sonda Hayabusa.
Ilustração artística da sonda japonesa Akatsuki, cujo objetivo de chegar a Vênus não se completou por uma falha técnica
Ilustração artística da sonda japonesa Akatsuki, cujo objetivo de chegar a Vênus não se completou por uma falha técnica

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Astrônomos captam novas imagens de nebulosa a partir do Chile

Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) conseguiram captar a partir do norte do Chile novas imagens da Nebulosa da Lagoa usando um telescópio de luz infravermelha.
A imagem permitiu obter resultados inesperados sobre o funcionamento e características da galáxia, segundo o observatório.
O relatório revela que a "maternidade estelar" da nebulosa --também conhecida como Meiser 8-- se encontra a cerca de 4 mil a 5 mil anos luz de distância da constelação de Sagitário.
O estudo em infravermelho permite ver através do véu de pó que impede observar os objetos celestes em luz visível.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Argélia é o primeiro país a ver eclipse parcial do Sol nesta terça-feira

O primeiro eclipse solar de 2011, que só será parcial, aconteceu nesta terça-feira pouco depois do amanhecer.
O cone da sombra que a Lua criou ao passar diante do Sol tocou a superfície da Terra primeiro no norte da Argélia, às 4h40 no horário de Brasília, antes de se deslocar para o leste e permitir que a maior parte da Europa observe o fenômeno.
Os habitantes do Cairo, Jerusalém, Istambul e Teerã também terão a possibilidade de observar o eclipse. Depois será a vez da Rússia Central, Cazaquistão, Mongólia e noroeste da China --nessas regiões será visto na hora do pôr do sol.
Os eclipses solares são fenômenos que acontecem quando a Lua transita entre a Terra e o Sol. São totais quando os três astros ficam perfeitamente alinhados e a Lua oculta completamente o Sol. Anulares quando a Lua ocupa o centro do Sol e deixa ver suas bordas. E parciais quando parte do disco solar permanece visível, como se tivesse sido mordido.
Quatro eclipses solares parciais e dois lunares totais estão previstos para 2011, uma rara combinação que ocorrerá apenas seis vezes ao longo do século 21.
O último eclipse total foi em 11 de julho de 2010 e pôde ser visto na Polinésia francesa, na Ilha de Páscoa e no cone sul do continente americano.
O próximo eclipse solar será em 13 de novembro de 2012 e, além de Austrália, Nova Zelândia, também será visível na América do Sul.

A vida das estrelas, revelada por uma combinação de imagens espaciais

As imagens são da Galáxia de Andrômeda e mostram o ciclo vital das estrelas, desde a formação até sua morte
Imagens combinadas do telescópio espacial de infravermelho Herschel e do XMM-Newton de raios X, apresentado nesta terça-feira, 4, pela Agência Espacial Europeia (AEE), mostram o ciclo vital das estrelas, desde a formação até sua morte

As imagens são da Galáxia de Andrômeda e foram tiradas no dia do Natal de forma quase simultânea pelos dois observatórios. A AEE mostrou uma série de fotos, as do Herschel, as do XMM-Newton, uma combinação de ambas, outras ópticas e uma mistura de todas.
As que foram tiradas pelo Herschel mostram o pó frio da Galáxia que se acende depois de ser aquecido pelas estrelas nascentes e acaba formando círculos de cor cobre.
Nas imagens em raios X captadas pelo XMM-Newton se vê o que a AEE chama de "ponto final da evolução estelar": por um lado, restos da explosão de uma estrela (supernova), por outro, objetos que evoluem em um sistema binário, dois corpos celestes tão próximos que acabam ligados pela força gravitacional.
Alguns destes objetos são buracos negros formados após o desaparecimento de um sol de grandes proporções que gravita em torno de uma estrela normal.
Em raios X, Andrômeda aparece como um conjunto de luzes azuis, muito concentradas em um ponto central que é onde as estrelas têm maior densidade.
Na imagem combinada aparece uma luz vermelha cuja fonte são objetos de pouca massa que emitem raios X de pouca intensidade.
Estes objetos podem ser o que se conhece como estrelas novas, que na realidade são sóis em processo de explosão cuja luminosidade aumenta consideravelmente; por isso foram chamadas estrelas novas, porque com um telescópio tradicional não eram vistas até que explodiam e pareciam que estavam nascendo.
Ao lado destas estrelas novas aparecem anãs brancas, um remanescente estelar que gradualmente atrai o material de sua companheira de maior tamanho.