terça-feira, 22 de março de 2011

Traje para uso em Marte é feito com mais de 350 materiais

A Nasa (agência espacial americana) testou um traje espacial feito para suportar condições ambientais extremas e que seria possivelmente usado durante uma viagem à Marte. O teste aconteceu em uma base militar da Argentina na Antártida.
Identificado como NDX-1 e projetado pelo engenheiro aeroespacial argentino Pablo de León, o traje suportou temperaturas glaciais e ventos de mais de 75 km/h.
"Esta foi a primeira vez que levamos os trajes para um meio tão extremo, isolado. Se algo desse errado, não poderíamos simplesmente ir até a 'loja' e comprar material para reparos", comentou De León à agência de notícias Reuters depois de retornar da expedição, que teve uma semana de duração.
O protótipo, no valor de US$ 100 mil (aproximadamente R$ 166 mil) e criado com recursos da Nasa, é feito por mais de 350 materiais, incluindo fibras de carbono e sintéticas para reduzir o peso sem perder resistência.
Engenheiro espacial que projetou traje para ser usado em Marte testa equipamento e faz coletas do solo
Engenheiro espacial que projetou traje para ser usado em Marte testa equipamento e faz coletas do solo
SEMELHANTES
Durante a missão "Martre em Marambio", que leva o nome da base da força aérea argentina, uma equipe de cientistas da Nasa realizou caminhadas espaciais simuladas, operou equipamentos e coletou amostras do solo enquanto usava a roupa.
O próprio De León vestiu o traje pressurizado, que, segundo ele, é propenso a fazer com que qualquer um se sinta claustrofóbico.
Os pesquisadores escolheram Marambio porque, em comparação com outras bases na Antártida, ela tem acesso mais fácil à camada de "permafrost" - o subsolo que permanece congelado a maior parte do ano.
De León, que dirige o laboratório de trajes espaciais na Universidade de Dakota do Sul, nos EUA, disse que a Antártida é ideal para coleta de amostras, por ser um dos lugares menos contaminados da Terra e também por permitir algumas observações sobre o impacto no traje.
"Marte é uma mistura de muitos ambientes diferentes: desertos e temperaturas e ventos como na Antártida", diz De León. "Por isso, nós tentamos pegar porções de diferentes lugares e tentar ver se nosso sistema pode suportar os rigores de Marte se formos para lá."
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse no ano passado que até meados de 2030 seria possível enviar astronautas para a órbita de Marte e trazê-los de volta à Terra com segurança. A etapa seguinte englobaria a aterrissagem em Marte.
Mas uma missão tripulada ao planeta pode estar ainda mais distante, já que a Nasa está apertando seu orçamento.

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