sábado, 30 de julho de 2011

Astrônomos sugerem nova radioterapia contra o câncer

Astrônomos também são capazes de colaborar com o desenvolvimento de novos tratamentos contra o câncer.
Ao tentar desvendar a composição de estrelas e buracos negros, um grupo fez uma descoberta que, afirma, poderia ser aplicada em um método mais seguro e mais efetivo de radioterapia com o uso de elétrons de baixa energia.
"Como astrônomos, aplicamos física e química básicas para entender o que estava ocorrendo com as estrelas", comentou Sultana Nahar, da Universidade do Estado de Ohio (EUA), que participou do estudo. "Estamos muito animados em aplicar o mesmo conhecimento [em saúde]."
A ideia surgiu durante uma análise de substâncias que compõem as estrelas. Em simulação computadorizada, os astrônomos detectaram como metais pesados absorvem diferentes níveis de radiação.
Durante a pesquisa que até então tinha ainda como enfoque as galáxias, descobriu-se que metais como o ferro e o ouro emitem elétrons de baixa energia quando expostos a raios X em algumas situações específicas.
Esse conceito poderia ser usado na destruição de tumores, com a vantagem de a carga de radiação em células saudáveis ser menor do que a utilizada em aparelhos atuais.
A partir daí, os cientistas chegaram à possibilidade de se injetar nanopartículas de metais pesados dentro e ao redor dos tumores, que receberiam uma carga curta e concentrada de radiação para combater o câncer.
"Com a espetroscopia de raios X podemos dizer quais as energias necessárias e quais átomos ou moléculas são mais efetivas em cada tratamento", diz Nahar.
As conclusões do trabalho foram apresentadas no último dia 24 durante o Simpósio Internacional de Espectroscopia Molecular.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nasa descobre asteroide vizinho que compartilha órbita da Terra

A Nasa (agência espacial norte-americana) anunciou a descoberta do primeiro asteroide troiano que compartilha a órbita da Terra.
Até agora, os cientistas haviam previsto a possibilidade de haver asteroides troiano como vizinhos próximos da Terra, mas eles nunca foram realmente vistos --os mais famosos no nosso Sistema Solar ficam em Netuno, Marte e Júpiter.
O 2010 TK7, detectado pelo telescópio Neowise antes dele ser desligado em fevereiro deste ano, tem cerca de 300 metros de diâmetro e está a 80 milhões de quilômetros da Terra. Mas não há qualquer motivo para se preocupar com ele: nos próximos cem anos, o máximo que vai conseguir é chegar perto do planeta a uma distância de 24 milhões de quilômetros.
Um troiano é denominado assim quando compartilha a órbita com um corpo celeste maior, como um planeta ou uma lua, mas não colide com o mesmo.
O achado está detalhado na edição desta quinta-feira na revista "Nature".
Ilustração mostra em azul a órbita da Terra, o asteroide 2010 TK7 é o ponto cinza e em verde, a sua órbita
Ilustração mostra em azul a órbita da Terra, o asteroide 2010 TK7 é o ponto cinza e em verde, a sua órbita

terça-feira, 26 de julho de 2011

Astrônomos confirmam nova nebulosa descoberta por amador

O austríaco Matthias Kronberger provavelmente está sorrindo de orelha a orelha. Na segunda-feira, uma nebulosa indicada por ele foi oficialmente reconhecida como a mais nova do espaço durante um simpósio sobre astronomia em Tenerife, na Espanha.
Chamada de Kronberger 61, ou simplesmente K 61, a nebulosa pode colaborar com o estudo dessas antigas estruturas que são criadas nos estágios finais da morte de estrelas.
A descoberta ocorreu durante uma revisão de dados que foram coletados pelo SDSS (SDSS (Sloan Digital Sky Survey), um projeto de observação das galáxias que envolve o telescópio espacial Kepler --o equipamento entrou em o operação em 2009.
Até o momento, os astrônomos já identificaram mais de 3.000 nebulosas na Via Láctea. No caso do K 61, ele está na constelação do Cisne, no hemisfério celestial norte.
O K 61 está na constelação do Cisne, no hemisfério celestial norte; a descoberta é de um astrônomo austríaco
O K 61 está na constelação do Cisne, no hemisfério celestial norte; a descoberta é de um astrônomo austríaco

Cientistas solucionam origem de partículas de água em Saturno

O telescópio espacial Herschel resolveu um problema que ficou sem solução durante 14 anos. A origem dos vapores de água na atmosfera superior de Saturno se encontra nas partículas que saem de uma de suas luas, a Enceladus, e chegam até o planeta.
A descoberta faz com que a Enceladus se torne conhecida, a partir de agora, como a única lua do Sistema Solar capaz de influenciar a composição química do planeta que orbita.
O volume despejado a cada segundo não é pouco. A Enceladus chega a expelir aproximadamente 250 kg de vapores de água que se formam na região polar sul. Desse total, uma parte é perdida no espaço e entre 3% a 5% se deslocam até Saturno.
O fenômeno, de certo modo, pôde ser compreendido graças ao avanço da tecnologia. Os astrônomos não conseguiram detectá-lo até o momento por causa da transparência dos vapores. Coube às ondas infravermelhas do Herschel esse encargo e achado.
A primeira vez que um telescópio da ESA (Agência Espacial Europeia) detectou água na atmosfera superior de Saturno foi em 1997.
Foto de uma lua de Saturno, a Enceladus, que expele constantemente vapores d'água, que chegam até Saturno
Foto de uma lua de Saturno, a Enceladus, que expele constantemente vapores d'água, que chegam até Saturno

domingo, 24 de julho de 2011

Nasa inicia nova missão rumo a Júpiter; sonda parte no dia 5

Em meio à nostalgia da aposentadoria recente de seus ônibus espaciais, a Nasa (agência espacial americana) se prepara para mais uma aventura, não-tripulada, às profundezas do espaço.
Se tudo correr bem, a partir do próximo dia 5 a espaçonave Juno será lançada com destino a Júpiter, o maior dos planetas do Sistema Solar.
Gerenciada pelo JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa, em parceria com o Southwest Research Institute, em San Antonio (Texas), a missão faz parte de uma categoria de custo considerado intermediário denominada New Frontiers.
É o segundo projeto do tipo, com um custo estimado em US$ 1,1 bilhão (incluindo as operações nos cinco anos).
A primeira nave dessa classe foi a sonda New Horizons, lançada em 2006 e no momento a caminho do planeta-anão Plutão, depois de um sobrevoo de Júpiter.
A expectativa é que o projeto possa esclarecer alguns mistérios deixados pelas missões anteriores, não só ajudando a compreender a dinâmica de Júpiter como também discriminando entre teorias concorrentes da formação dos planetas.
UM MUNDO GASOSO
Embora os cientistas compreendam, em linhas gerais, como se forma um planeta, há detalhes importantes que ainda escapam pelos dedos.
As teorias mais aceitas têm dificuldade para explicar como os planetas gigantes gasosos, como Júpiter, se formaram antes que a radiação emitida pela estrela-mãe acabasse "varrendo" todo o gás circundante disponível.
Também há dúvidas se os planetas gigantes nascem pelo mesmo processo que os rochosos (como a Terra).
Esses planetas surgem com a aglutinação de pedaços de rocha (e gelo, no caso daqueles mais distantes do Sol) para a formação do núcleo, antes que um invólucro gasoso possa ser captado, por gravidade, pelo astro nascente.
Com seus instrumentos, a Juno vai perscrutar o interior de Júpiter em busca de um núcleo gélido e do oxigênio (proveniente originalmente do gelo) que deve haver em sua composição.
"Contribuiremos para o entendimento da formação de planetas gigantes como Júpiter, e as medições feitas pela Juno vão identificar quais teorias são mais compatíveis com a realidade", disse à Folha Scott Bolton. Ele é pesquisador do Southwest Research Institute e cientista-chefe da missão.
OMBROS DE GIGANTES
A sonda Juno será a segunda espaçonave a entrar em órbita ao redor de Júpiter. Antes dela, veio a turbulenta, mas ao final bem-sucedida, missão Galileo.
Lançada pela Nasa em 1989 (por um ônibus espacial), ela quase foi perdida quando sua antena principal, responsável pelo envio de dados à Terra, pifou.
Os engenheiros trabalharam para redirecionar as transmissões para uma antena secundária e obtiveram fantásticos dados científicos, embora as restrições geradas pela velocidade de transmissão dos dados com essa gambiarra tenham limitado a quantidade de informações enviadas aos cientistas.
A Galileo tinha uma missão ampla, que consistia na observação dos satélites de Júpiter. A Juno é mais focada e trabalhará com o que sua predecessora não investigou.
Sonda Juno será enviada a Júpiter neste ano, que é o maior planeta do Sistema Solar; ela será a segunda a orbitá-lo
Sonda Juno será enviada a Júpiter neste ano, que é o o maior planeta do Sistema Solar; ela será a segunda a orbitá-lo

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Nasa buscará sinais de vida em cratera marciana

A Nasa já escolheu a cratera em Marte para onde enviará o jipe Curiosity. O veículo de exploração equipado com um laboratório terá como missão buscar sinais de vida no planeta vermelho.
O Curiosity, que custou US$ 2,5 bilhões, vai explorar a cratera Gale. Nesse local, onde existe uma montanha, os pesquisadores estudarão a argila e os depósitos de sulfato situados em vários níveis de altitude.
"O local oferece uma paisagem visualmente espetacular, mas também um grande potencial de descobertas científicas importantes", disse Jim Green, diretor da divisão da Nasa (agência espacial americana) encarregada do estudo de planetas, com sede em Washington.
Ilustração do Curiosity já em solo marciano; o jipe de pesquisa será enviado a Marte no final deste ano
Ilustração do Curiosity já em solo marciano; o jipe de pesquisa será enviado a Marte no final deste ano
Os pesquisadores não esperam que o jipe --cujo nome oficial é MSL (sigla em inglês de Laboratório de Ciência de Marte)-- descubra seres vivos, e sim sinais que demonstrem a existência de vida microbiana e água nas profundidades do lugar a ser analisado.
A Nasa, que já enviou dois jipes --o Spirit e o Opportunity-- para explorar a superfície de Marte, espera enviar uma missão com tripulação antes de 2030.
O lançamento do Curiosity está previsto para o fim deste ano e sua chegada ao planeta deve ocorrer por volta de agosto de 2012.
O anúncio do destino exato do Curiosity chega 35 anos depois da primeira aterrissagem de uma máquina em Marte, a sonda Viking 1, em março de 1976.
Imagem da cratera Gale, para onde será enviado o jipe Curiosity; pesquisa vai buscar vida microbiana
Imagem da cratera Gale, para onde será enviado o jipe Curiosity; pesquisa vai buscar vida microbiana

Atlantis o ultimo ônibus espacial

Encerrada missão espacial, Atlantis volta para hangar

Com o retorno em segurança dos astronautas à Terra, o Atlantis voltou ao hangar do Centro Espacial Kennedy nesta quinta-feira. A nave deve ficar lá até ser enviada ao Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy, perto da própria pista de pouso.
Os demais ônibus espaciais recentemente aposentados terão destino semelhante: todos serão exibidos em museus. O Discovery deve ser enviado à Instituição Smithsonian em Chantilly, na Virgínia, e o Endeavour terá como novo lar o Centro de Ciência da Califórnia, em Los Angeles.
O Atlantis ficou 13 dias no espaço, com quatro astronautas a bordo, e voltou na manhã de hoje ao Cabo Canaveral, na Flórida.
Atlantis volta ao hangar do Centro Espacial Kennedy; a nave será exibida em museu depois da aposentadoria
Atlantis volta ao hangar do Centro Espacial Kennedy; a nave será exibida em museu depois da aposentadoria

Assista ao pouso do ônibus espacial Atlantis em Cabo Canaveral

Pouco antes do nascer do sol na Flórida, o ônibus espacial Atlantis fez um pouso tranquilo em Cabo Canaveral, pondo fim à etapa mais longa e tempestuosa da exploração tripulada do espaço pela Nasa.
A nave, comandada por Chris Ferguson e tripulada por Rex Walheim, Sandy Magnus e Doug Hurley, chegou às 6h56 (horário de Brasília), exatamente o horário previsto desde que o pouso tinha sido acertado para esta quinta-feira (21).

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Com o fim dos ônibus espaciais, Nasa aposta em viagens a Marte

Tão logo se confirmou o retorno com segurança do ônibus espacial Atlantis, nesta quinta-feira, dezenas de funcionários do Centro Espacial Kennedy que acompanharam e orientaram o pouso da nave se abraçaram e se cumprimentaram pelo feito.
"Nós tivemos a rara oportunidade de assistir à História", disse o administrador da Nasa (agência espacial americana), Charles Bolden. "Viramos a página de uma era memorável e começamos o próximo capítulo da extraordinária exploração [espacial] dos Estados Unidos."
Sobre o futuro, o administrador disse que quer enviar astronautas americanos a regiões onde nunca ninguém esteve antes, focando a exploração e a inovação espacial.
"As crianças que sonham em se tornar astronautas não devem voar em ônibus espaciais... mas, um dia, eles poderão andar em Marte", falou.
Bolden fez um discurso em que salientou a participação da equipe de terra, dos quais participam especialistas de várias áreas, que garantiram a volta dos quatro astronautas, tidos como heróis.
Uma recepção especial para a tripulação do Atlantis está marcada para esta sexta-feira (22) em Houston, no Texas, local onde os astronautas da Nasa costumam se preparar para as missões.
O diretor do Centro Espacial Kennedy, Bob Cabana (dir.) comemora retorno do Atlantis; veja mais fotos

Tripulantes do último ônibus espacial deixam a nave na Flórida

Funcionários da Nasa cercaram a equipe do ônibus espacial Atlantis -- o comandante Christopher Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Rex Walheim e Sandy Magnus -- em sua saída da última nave americana a viajar para o espaço nos próximos anos.
Recebidos como heróis, os astronautas se mostraram alegres e relaxados, coroando uma missão que, apesar do clima de fim de festa, foi caracterizada pela tranquilidade.
Uma recepção especial para a tripulação do Atlantis está marcada para esta sexta (22) em Houston, no Texas, local onde os astronautas da Nasa costumam se preparar para as missões.
RETORNO SEGURO
A nave chegou às 6h56 (horário de Brasília), pouco antes de o Sol nascer na Flórida. Foi exatamente no horário previsto desde que o pouso tinha sido acertado para esta quinta (21). "Parece que vai ser um dia lindo", disse Ferguson antes de pousar, comentando as condições meteorológicas favoráveis para a descida.
"Ele [o Atlantis] incendiou a imaginação de uma geração inteira e foi uma nave como nenhuma outra", declarou o comentarista oficial da Nasa TV, emissora da agência espacial, conforme o Atlantis deslizava graciosamente pela pista da Flórida, de forma tão tranquila quanto um avião de carreira. A Nasa TV transmitiu toda a jornada ao vivo pela internet.
"O ônibus espacial mudou a maneira como vemos o mundo, a maneira como vemos o Universo", disse Ferguson assim que a nave pousou. "Os Estados Unidos não vão parar de explorar [o Universo]." Ele também fez um tributo à equipe da Nasa. "Obrigado por nos proteger e dar a este programa um fim digno."

"O Atlantis foi uma nave como nenhuma outra", declarou o comentarista oficial da Nasa TV durante o pouso
APOSENTADORIA
A nave agora irá para um museu, o do Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy, perto da própria pista da pouso. Destino parecido terão os demais ônibus espaciais sobreviventes da frota original. O Discovery irá para a Instituição Smithsonian em Chantilly, na Virgínia, enquanto o Endeavour terá como novo lar o Centro de Ciência da Califórnia, em Los Angeles.
Os EUA ficarão sem acesso próprio ao espaço até, no mínimo, a metade desta década, quando naves construídas pela iniciativa privada deverão entrar em operação. Por enquanto, astronautas americanos precisarão de caronas nas naves russas Soyuz para acessar a órbita baixa da Terra e participar da tripulação da ISS (Estação Espacial Internacional).

Tripulação do Atlantis se prepara para deixar a nave no centro Kennedy

Após o pouso sem problemas na Flórida, a tripulação do Atlantis, último ônibus espacial a voar antes da aposentadoria da frota das naves americanas, prepara-se para deixar a nave.
Técnicos da Nasa estão preparando o Atlantis para ser levado ao seu hangar. A escotilha lateral da nave já está aberta, e o grupo de pouso está trabalhando com os astronautas para acertar o desembarque.
A nave agora irá para um museu, o do Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy, perto da própria pista da pouso. Destino parecido terão os demais ônibus espaciais sobreviventes da frota original. O Discovery irá para a Instituição Smithsonian em Chantilly, na Virgínia, enquanto o Endeavour terá como novo lar o Centro de Ciência da Califórnia, em Los Angeles.
Os EUA ficarão sem acesso próprio ao espaço até, no mínimo, a metade desta década, quando naves construídas pela iniciativa privada deverão entrar em operação. Por enquanto, astronautas americanos precisarão de caronas nas naves russas Soyuz para acessar a órbita baixa da Terra e participar da tripulação da ISS (Estação Espacial Internacional).
Bico do ônibus espacial Atlantis, que pousou com sucesso nesta quinta-feira; veja galeria de imagens

Funcionários da Nasa se emocionam com retorno do Atlantis

Astronautas e engenheiros da Nasa tiveram que conter as lágrimas na quarta-feira (20), um dia antes do retorno do Atlantis --missão que põe um ponto final ao programa de ônibus espaciais americanos e encerra um capítulo na história dos voos tripulados ao espaço.
O Atlantis pousou nesta quinta-feira no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Cañaveral, Flórida (sudeste), exatamente 42 anos depois de Neil Armstrong ter-se tornado o primeiro a pisar pela primeira vez a Lua.
Com a aterrissagem, que ocorreu exatamente às 5h56 (6h56 de Brasília), finaliza uma era de dominação dos Estados Unidos na exploração espacial.
Até 2015, quando deverá estar pronto um novo veículo espacial, os astronautas americanos vão depender das Soyuz russas para viajar à ISS (Estação Espacial Internacional).
Durante a missão de quase oito dias atracado à ISS, o Atlantis e seus quatro astronautas deixaram lá várias toneladas de alimentos e equipamentos para que a estação orbital e sua tripulação permanente de seis pessoas contem com provisões durante um ano.

Aterrissagem finaliza uma era de dominação dos EUA na exploração espacial; veja galeria de fotos
NOSTALGIA
O Atlantis lotou seu compartimento de carga com 2,57 toneladas de resíduos e material usado que estavam na ISS. No espaço e na Terra, a quarta-feira foi um dia de nostalgia.
"Minha prioridade, agora, é garantir que a nave e a tripulação cheguem à pista de pouso com toda a segurança", disse à CNN o ex-astronauta Charles Bolden, chefe da agência espacial americana.
Sobre a chegada do Atlantis, ele disse: "Minhas lágrimas serão de tristeza, mas também de alegria. De alegria, porque já estamos trabalhando com empresas privadas para enviar material à ISS no próximo ano."
Antes de os astronautas dormirem, o comandante da missão, Chris Ferguson, leu uma citação de Gene Kranz, o director de voo famoso por salvar os astronautas do Apolo 13, depois que um tanque de oxigênio explodiu durante viagem à Lua.
"Rezo para que nosso país encontre algum dia a coragem para aceitar o risco e os desafios para terminar o trabalho que começamos", dijo Ferguson, considerando a citação de Kranz "muito apropriada".
Como parte do programa de ônibus espaciais, cinco naves (Atlantis, Challenger, Columbia, Discovery e Endeavour) integraram a flota dos primeros veículos espaciais reutilizáveis do mundo.
Além do protótipo Enterprise, que nunca voou, só três ficarão expostos, agora, em museus, depois da destruição do Columbia e do Challenger em acidentes que provocaram a morte de seus tripulantes.
Em momentos de austeridade fiscal, o presidente Barack Obama decidiu pôr fim ao programa dos ônibus espaciais, 30 anos depois do primeiro voo, o do Columbia, em 12 de abril de 1981. Cada uma das 135 missões, desde essa época, custaram entre US$ 450 milhões e US$ 500 milhões.

Atlantis faz pouso perfeito na Flórida e encerra era dos ônibus espaciais

Pouco antes de o Sol nascer na Flórida, o Atlantis fez um pouso tranquilo em Cabo Canaveral, pondo fim à etapa mais longa e tempestuosa da exploração tripulada do espaço pela Nasa.
A nave, comandada por Chris Ferguson e tripulada por Rex Walheim, Sandy Magnus e Doug Hurley, chegou às 6h56 (horário de Brasília), exatamente o horário previsto desde que o pouso tinha sido acertado para esta quinta (21). "Parece que vai ser um dia lindo", disse Ferguson antes de pousar, comentando as condições meteorológicas favoráveis para a descida.
Cerca de uma hora e meia antes do pouso, o astronauta Barry Wilmore, que estava no controle da missão em Houston, no Texas, avisou os tripulantes: "Está tudo fantástico, portanto vocês estão confirmados para o 'deorbit burn' [a arrancada necessária para deixar a órbita] e podem manobrar no tempo previsto".
"Ótimo, Butch [apelido do astronauta]", respondeu o comandante Ferguson.
Pouco mais de meia hora depois, os motores de manobra do Atlantis foram acionados por três minutos, conforme a nave passava por cima da Malásia. Com isso, a nave diminuiu sua velocidade e começou a atravessar a atmosfera.
O aviso duplo da chegada foi o de sempre: dois estrondos sônicos causados pela violência da passagem da nave pelo ar.
"Ele [o Atlantis] incendiou a imaginação de uma geração inteira e foi uma nave como nenhuma outra", declarou o comentarista oficial da Nasa TV, emissora da agência espacial, conforme o Atlantis deslizava graciosamente pela pista da Flórida, de forma tão tranquila quanto um avião de carreira. A Nasa TV transmitiu toda a jornada ao vivo pela internet.
"O ônibus espacial mudou a maneira como vemos o mundo, a maneira como vemos o Universo", disse Ferguson assim que a nave pousou. "Os Estados Unidos não vão parar de explorar [o Universo]." Ele também fez um tributo à equipe da Nasa. "Obrigado por nos proteger e dar a este programa um fim digno." Era o fim do voo de número 33 da nave.
"O Atlantis foi uma nave como nenhuma outra", declarou o comentarista oficial da Nasa TV durante o pouso
APOSENTADORIA
A nave agora irá para um museu, o do Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy, perto da própria pista de pouso. Destino parecido terão os demais ônibus espaciais sobreviventes da frota original. O Discovery irá para a Instituição Smithsonian em Chantilly, na Virgínia, enquanto o Endeavour terá como novo lar o Centro de Ciência da Califórnia, em Los Angeles.
Os EUA ficam agora sem acesso próprio ao espaço até, no mínimo, a metade desta década, quando naves construídas pela iniciativa privada deverão entrar em operação. Por enquanto, astronautas americanos precisarão de caronas nas naves russas Soyuz para acessar a órbita baixa da Terra e participar da tripulação da ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês).
HISTÓRIA CONTURBADA
O programa do ônibus espacial tem duas tragédias no currículo: as explosões da Challenger, em 1986, pouco depois de decolar, e do Columbia, em 2003, pouco antes de chegar à Terra.
Ambas deixaram claro que, apesar da elegância aerodinâmica, o ônibus espacial era uma máquina excessivamente complexa, com fragilidades estruturais (como os escudos térmicos formados por grande número de blocos de cerâmica) que podiam deixar os astronautas na mão a qualquer momento.
Com isso, cada vez mais a praticidade foi sendo descartada em nome da segurança, e a nave nunca cumpriu a promessa de transformar as idas à órbita baixa da Terra em algo rotineiro.

Atlantis inicia retorno final à Terra; assista à transmissão

O ônibus espacial Atlantis, com quatro astronautas a bordo, ligou seus motores às 5h49 desta quinta-feira (horário de Brasília), quando orbitava a 27 mil km/h, e iniciou seu retorno à Terra no final da última missão de uma nave espacial.
A operação, quando o Atlantis completava sobre Kuala Lumpur (Malásia) sua órbita 200 da missão de 13 dias, reduziu drasticamente a velocidade da nave, sujeitando-a, novamente, à força da gravidade.
Durante a próxima hora, a nave se precipitará rumo à atmosfera, onde o atrito a envolverá em temperaturas de cerca de 2.000 graus enquanto se dirige à pista do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Tripulação do ônibus espacial antes do retorno à Terra em segurança; pouso ocorreu sem problemas

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Retorno do Atlantis à Terra será transmitido nesta quinta

O ônibus espacial Atlantis iniciou seu retorno à Terra e deve pousar na Flórida às 6h56 (horário de Brasília) de quinta-feira, encerrando a era dos ônibus espaciais e deixando os EUA, por tempo indeterminado, sem meios próprios de acesso ao espaço.
Nos últimos momentos da missão, os tripulantes do Atlantis aproveitaram para obter imagens panorâmicas da estação espacial e examinaram o escudo térmico da barriga da nave, elemento crucial para um retorno seguro.
"Vamos sentir falta de vocês, pessoal. Vão com Deus", disse na terça-feira (19) Ronald Garan, engenheiro de voo da ISS (Estação Espacial Internacional), ao se despedir da tripulação do Atlantis, último ônibus espacial a se acoplar na estação, e o último a voar.
A equipe também deixou uma bandeira americana na ISS. "A jornada dessa bandeira continuará, talvez num destino lunar, talvez em Marte", declarou o chefe da missão, comandante Chris Ferguson.
A astronauta Sandy Magnus em janela panorâmica da ISS; retorno do Atlantis está marcada para as 6h56
A astronauta Sandy Magnus em janela panorâmica da ISS; retorno do Atlantis está marcada para as 6h56

Foto mostra nebulosa e 'enxame' de estrelas

O ESO (Observatório Europeu do Sul) divulgou nesta quarta-feira a imagem da nebulosa LHA 120-N44 --também conhecida apenas como N44-- e o conglomerado de estrelas NGC 1929.
A região, que se encontra na galáxia-anã Grande Nuvem de Magalhães, próxima da Via Láctea, concentra várias estrelas em formação.
As mais jovens emitem uma grande quantidade de raios ultravioletas, originando um brilho intenso.
Região fotografada pelo ESO se encontra na galáxia-anã Grande Nuvem de Magalhães, próxima da Via Láctea
Região fotografada pelo ESO se encontra na galáxia-anã Grande Nuvem de Magalhães, próxima da Via Láctea

Sonda da Nasa libera imagem de asteroide; entenda a missão

A Nasa divulgou a primeira foto em close do asteroide gigante Vesta feita pela sonda Dawn.
Na última sexta-feira (15), a Dawn se tornou a primeira sonda a orbitar um asteroide no chamado Cinturão de Asteroides, situado entre Marte e Júpiter.
A imagem mostra Vesta, com 530 quilômetros de diâmetro, em grandes detalhes como nunca antes. Telescópios na Terra já haviam fotografado o objeto, mas não com tamanho grau de precisão.
"Nós estamos começando o estudo do que indiscutivelmente é a superfície mais antiga do Sistema Solar", disse o principal pesquisador da Dawn, Christopher Russell, da Universidade da Califórnia.
Imagem mostra Vesta, um asteroide de 530 quilômetros de diâmetro, em grandes detalhes, como nunca visto
Imagem mostra Vesta, um asteroide de 530 quilômetros de diâmetro, em grandes detalhes, como nunca visto

Os asteroides são como uma máquina do tempo para os cientistas. Ao contrário de planetas e estrelas, eles se encontram praticamente da mesma maneira como estavam bilhões de anos atrás, no momento de formação do nosso Sistema Solar.
Acredita-se que boa parte dos meteoritos que chegam à Terra são originários de Vesta, o que torna seu estudo ainda mais importante.
De acordo com a agência espacial americana, a missão também ajudará a brir caminho para futuras viagens espaciais tripuladas.
A sonda tambémconseguiu outra marca inédita. Após viajar quase quatro anos e cerca de 2,8 bilhões de quilômetros, a Dawn também completou a maior aceleração já atingida por uma nave, graças ao seu sistema propulsour de íons, considerado o mais avançado e eficiente sistema de propulsão no espaço.
A Dawn mudou conseguiu aumentar sua velocidade em nada menos que 6,7 quilômetros por segundo. Após orbitar Vesta, a nave vai se dirigir ao planeta-anão Ceres.


Astrônomos encontram quarta lua de Plutão

Imagens captadas pelo telescópio espacial Hubble confirmaram a mais recente descoberta na astronomia: a quarta lua de Plutão.
O novo corpo celeste recebeu temporariamente o nome de P4 e seu achado ocorreu de forma casual. O Hubble realizava a procura de anéis no planeta-anão.
"É notável que as câmaras do Hubble nos possibilitaram ver claramente um objeto tão pequeno (que está) a mais de 5 bilhões de quilômetros", comentou Mark Showalter, do Instituto Seti, na Califórnia, que lidera o programa de observação espacial.
O P4 é o a menor lua de todas que orbitam Plutão e seu tamanho é estimado entre 13 a 34 km. A maior, que seria Caronte, tem 1.043 km, segundo a Nasa (agência espacial americana). As outras são Nix e Hidra --a nova lua está localizada entre as duas.
A lua foi fotografada pelas câmeras do Hubble, pela primeira vez, em 28 de junho. A confirmação veio pouco depois com outras imagens tiradas em 3 e 18 de julho.
Nasa divulgou as imagens do telescópio Hubble; a quarta lua de Plutão encontrada é a menor de todas
Nasa divulgou as imagens do telescópio Hubble; a quarta lua de Plutão encontrada é a menor de todas

Atlantis desacopla da ISS e inicia preparativos para retorno

O Atlantis desacoplou da ISS (sigla de Estação Espacial Internacional) às 5h18 desta terça-feira. ATV
Nasa (agência espacial americana) gravou o momento em que nave se separou, cujas imagens foram divulgadas hoje.
Veja galeria de fotos
O procedimento, que é comum nestas viagens espaciais, ganha um aspecto histórico.
Esta é a última vez que um ônibus espacial se desconecta da ISS. Após 30 anos de atividade, o programa americano será encerrado quando o Atlantis retornar à Terra, na próxima quinta-feira (21).
Ao longo do dia, os astronautas vão dar início à inspecção do sistema de proteção térmico do Atlantis para garantir a entrada na atmosfera terrestre com segurança.
Visão da ISS por uma das cabines do Atlantis, gravada pela TV Nasa; veja galeria de imagens
Visão da ISS por uma das cabines do Atlantis, gravada pela TV Nasa;

Supernova pode ter originado a maior parte da poeira cósmica

Com a ajuda do Observatório Espacial Herschel, da ESA (Agência Espacial Europeia, na sigla em inglês), astrônomos detectaram a explosão de uma estrela cuja poeira cósmica poderia formar 200 mil Terras.
A descoberta leva a supor que as supernovas --estrelas que explodem-- são fontes da enorme quantidade de poeira cósmica existente no Universo. Não havia nenhum indício de sua origem e as observações feitas pelo Herschel são as melhores evidências obtidas até agora.
Sabe-se que a supernova é uma das fontes de poeira cósmica, mas não há certeza sobre a origem da enorme quantidade de poeira, necessária para formar os planetas e as estrelas, como o Sol.
O estudo, publicado na edição do dia 8 da revista "Science", é da astrônoma da Universidade de Londres, Mikako Matsuura.
A supernova SN 1987A ocorreu em 1987, quando o núcleo da estrela implodiu e criou uma explosão violenta, visível a olho nu da Terra. Matsuura relatou que a explosão gerou poeira fria suficiente para formar mais de 200 mil planetas Terra.
Explosões como essa são suficientes, eles acreditam, para criar as grandes nuvens de poeira observadas em galáxias jovens.
"Os planetas são feitos de poeira interestelar, assim como todas as criaturas do planeta", afirma Michael Barlow, outro astrônomo da Universidade de Londres e coautor do estudo. "Basicamente, nós somos feitos de poeira interestelar."
Linhas indicam a supernova 1987A; a poeira cósmica expelida poderia formar 200 mil Terras
Linhas indicam a supernova 1987A; a poeira cósmica expelida poderia formar 200 mil Terras


Rússia anuncia envio de nave a Marte em novembro

A Rússia enviará uma nave a Marte para instalar um módulo de pesquisa em um satélite do planeta vermelho, o Fobos.
A nave, que recebeu o nome de Fobos-Grunt, será transportada para a base de Baikonur em setembro e iniciará os preparativos do voo, agendado entre 3 e 5 de novembro.
O lançamento estava programado para setembro de 2009, mas foi adiado para reduzir riscos e aumentar a confiabilidade da missão interplanetária.
Segundo o plano inicial, a nave partiria de Baikonur propulsada por um foguete e levaria 11 meses para chegar à órbita marciana. O retorno à Terra ocorreria um ano mais tarde.
O módulo de pesquisa aterrissaria em Fobos, a lua marciana que, segundo alguns cientistas, é um asteroide capturado pela força de gravidade de Marte.
Lá, ele averiguaria o espaço contíguo e o clima do planeta, e testes seriam feitos para se compreender a formação dos planetas do Sistema Solar.
O projeto também permitirá o estudo da radiação que afeta a vida no planeta vermelho, assim como verificar as principais tecnologias de futuras expedições a Marte, como a operação de aterrissagem.
A agência espacial russa, Roscosmos, e a ESA (Agência Espacial Europeia) assinaram um acordo para utilizar os centros europeus de acompanhamento para guiar a Fobos-Grunt.
A URSS foi a primeira potência a posar um módulo em solo marciano em 1971.
"Este é o primeiro projeto no qual substâncias vivas (50 classes de microorganismos) serão levados a Marte, permanecerão ali algum tempo e retornarão à Terra", declarou Anatoli Grigoriev, vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia.
Nave partiria de Baikonur, no Cazaquistão, e levaria 11 meses para chegar à órbita marciana
Nave partiria de Baikonur, no Cazaquistão, e levaria 11 meses para chegar à órbita marciana

Câmera da Nasa registra aurora austral; veja imagens

A Nasa divulgou hoje imagem do Atlantis com o registro da aurora austral ao fundo.
Veja galeria de fotos
O fenômeno, que ocorre no hemisfério sul (no hemisfério norte, recebe o nome de aurora boreal), pode ser visto à esquerda do braço robótico do Atlantis, que está acoplado à ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês).
A nave protagoniza a última missão de um ônibus espacial. Com seu retorno à Terra nesta quinta-feira (21), a a Nasa encerra o programa que durou três décadas e possibilitou a construção da Estação Espacial Internacional.
Luz verde da aurora austral foi fotografada à esquerda do Atlantis; veja mais imagens

Bandeira espacial dos EUA será troféu para quem chegar à ISS

Já se passaram mais de 30 anos e 134 outros voos, mas o paradeiro da primeira bandeira dos EUA a voar em um ônibus espacial sempre foi bem conhecido pela Nasa.
Agora, a agência espacial americana decidiu mandar a bandeira de volta ao espaço junto com a tripulação do Atlantis no voo que marca a aposentadoria dessas naves.
Os astronautas devem voltar à Terra no dia 21, mas a bandeira permanecerá na estação espacial. O presidente Barack Obama explicou que aquele era um símbolo muito especial para o país e serviria como incentivo. A primeira empresa privada que conseguir acoplar sua nave na ISS -empreitada que é incentivada e em parte financiada pela Nasa- levará como troféu a flâmula.
A agência espacial americana é conhecida por gerir com mãos de ferro os itens relacionados a o espaço. No mês passado, a Nasa conseguiu interromper um leilão e recuperar a posse de um fragmento de três milímetros de poeira lunar.
Astronautas na ISS posam com a primeira bandeira dos EUA a viajar em um ônibus espacial
Astronautas na ISS posam com a primeira bandeira dos EUA a viajar em um ônibus espacial

terça-feira, 19 de julho de 2011

Paradeiro de bandeira 'espacial' brasileira é motivo de divergência

Onde foi parar a primeira e até agora única bandeira do Brasil levada oficialmente por um brasileiro ao espaço? Cinco anos após a única missão espacial do país, ninguém parece concordar.
A FAB (Força Aérea Brasileira) diz que ela está exposta no Museu de Aeronáutica, em Recife (PE). Já a presidência da República diz que o item saiu de Brasília em dezembro do ano passado, junto com a mudança do ex-presidente Lula.
Aparentemente, a confusão começou quando Marcos Pontes --o único brasileiro no espaço-- recebeu, pouco após a viagem, uma medalha de Lula no palácio do Planalto, em 20 de abril de 2006.
É esse o último momento em que o paradeiro da bandeira é consenso entre as autoridades envolvidas.
Com a bandeira 'perdida' ao fundo, Pontes fez uma teleconferência do espaço com Lula
Com a bandeira 'perdida' ao fundo, Pontes fez uma teleconferência do espaço com Lula

O então chefe do Cecomsaer (Centro de Comunicação Social da Aeronáutica), major brigadeiro Telles Ribeiro --hoje já na reserva-- diz ter encontrado a bandeira por acaso no Planalto, pouco após a cerimônia.
"Eu vi a bandeira com um rapaz, depois da cerimônia, e fiquei preocupado. Eu não sabia que bandeira era aquela, mas nós temos um rigor muito grande com as bandeiras. Fiquei com medo de que ela se perdesse", disse.
Foi só depois de um tempo que o militar percebeu o que tinha encontrado.
Como forma de garantir que algo esteve mesmo na ISS (Estação Espacial Internacional), existe um carimbo de autenticidade que marca essas peças. Além dessa certificação, a bandeira brasileira também tem a assinatura de todos os astronautas a bordo da ISS na Missão Centenário.
Em seu livro lançado neste ano sobre os bastidores da viagem, "Missão Cumprida" (ed. McHillard), Marcos Pontes narra a conversa que teve com Telles Ribeiro pouco após o episódio. Descrito, aliás, de forma um pouco diferente da relatada pelo major brigadeiro à Folha.
Segundo Pontes, o militar, em vez de explicar o extravio da bandeira, resolveu esperar para "ver se alguém se dá conta da perda e sai por aí perguntando". O que nunca aconteceu.
"Nesse tempo todo, ninguém nunca perguntou por ela", responde, resignado, o ex-chefe do Cecomsaer. Procurada pela reportagem, a AEB (Agência Espacial Brasileira) levou quatro dias para informar a localização da bandeira. Por meio de sua assessoria, disse que bandeira foi entregue "simbolicamente" a Lula por Raimundo Mussi, gerente da missão. Ele a teria deixado com o chefe de gabinete.
Segundo a agência, a partir daquele momento, a AEB "não tem mais responsabilidade sobre a bandeira". A presidência da República confirma o recebimento e diz que a bandeira se mudou junto com Lula quando o ex-presidente deixou o cargo. Já o major brigadeiro Telles Ribeiro, no entanto, tem uma versão diferente.
Cansado de esperar que alguém desse por falta da bandeira, ele a teria entregue ao comando da Aeronáutica. Embora afirme que a bandeira esteja no museu, a assessoria da FAB não soube informar desde quando ela se encontra lá e nem como, afinal, ela foi parar nesse lugar. "É muito triste ver um símbolo único do nosso país tratado assim", lamenta-se Marcos Pontes.
RAIO-X
MISSÃO CENTENÁRIO
Período
30/03/2006 a 08/04/2006
Custo
Cerca de US$ 10 milhões
Descrição
Como o Brasil não entregou as peças sob sua responsabilidade da estação espacial, não pôde viajar em 2001, como previsto. O jeito foi uma 'carona' paga

O astronauta Marcos Pontes segura a bandeira na volta à Terra
O astronauta Marcos Pontes segura a bandeira na volta à Terra

Rússia lança ao espaço o radiotelescópio Spektr R

A Rússia lançou nesta segunda-feira ao espaço o radiotelescópio Spektr R, que servirá, entre outros fins, para estudar as galáxias, quasares, buracos negros e estrelas de nêutrons, informou a Roscosmos, a agência espacial russa.
O radiotelescópio foi lançado com ajuda de um foguete portador Zenit-2SB a partir da base de Baikonur (Cazaquistão).
O aparelho, conhecido também como RadioAstron, nome do projeto, ficará em uma órbita elíptica da Terra com um apogeu de 340 mil quilômetros.
O radiotelescópio, que está montado em um módulo de serviço, é uma antena de recepção parabólica, provista de amplificadores, conversores e equipamentos transmissores que enviarão a informação colhida à Terra.
O refletor da antena, de dez metros de diâmetro, é dotado de um espelho central e de 27 pétalas.
Segundo a corporação espacial russa Lavochkin, construtora do aparelho, o radiotelescópio tem uma massa de 3.850 quilogramas e foi projetado para uma vida útil de pelo menos 5 anos.
O Spektr R, que trabalhará integrado em um sistema de observatórios em terra, permitirá esquadrinhar em alta resolução cantos do universo até agora inexplorados.
"Os cientistas de todo o mundo esperam esses dados", disse à agência "Interfax" na véspera do lançamento o diretor-geral da Lavochikin, Victor Jartov.

Sonda espacial Dawn entra na órbita do asteroide Vesta

A sonda espacial Dawn entrou na órbita de Vesta, um dos maiores asteroides do sistema solar, informou a agência espacial americana Nasa na madrugada deste domingo.
A Dawn, que se encontra a 188 milhões de km da Terra, deve passar a cerca de 16.000 km de Vesta para estudar sua superfície.
"Foram necessários cerca de quatro anos desde o lançamento da Dawn para atingirmos esta meta", disse Robert Mase, diretor da missão de 466 milhões de dólares, no Jet Propulsion Laboratory da Nasa em Pasadena, Califórnia (oeste).
Após um ano de observações e medições em torno de Vesta, a Dawn se dirigirá para seu segundo destino, o planeta anão Ceres, em julho de 2012. A sonda será a primeira nave a orbitar dois corpos do sistema solar além da Terra, explicaram altos funcionários da Nasa.


O principal objetivo da missão de oito anos da Dawn é comparar e contrastar estes dois corpos gigantes, o que, segundo a Nasa, ajudará os cientistas "a desvendar os segredos dos primórdios de nosso sistema solar".
"Os instrumentos científicos da Dawn medirão a composição da superfície, a topografia e a textura. Além disso, a sonda espacial Dawn medirá a força da gravidade em Vesta e Ceres para que possamos aprender mais sobre suas estruturas internas", indicou a Nasa em um comunicado à imprensa.
A sonda, que foi lançada em 2007, é equipada com um instrumento de raios gama e detectores de nêutrons, que recolherão informações sobre os raios cósmicos durante a fase de aproximação, assim como um espectrômetro infravermelho.
A missão da Dawn pode ser acompanhada por meio do site da Nasa.
Modelo do Vesta proposto por pesquisadores a partir de dados da Nasa sobre o asteroide
Modelo do Vesta proposto por pesquisadores a partir de dados da Nasa sobre o asteroide

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mais distante planeta do Sistema Solar, Netuno faz 165 anos

O mais distante planeta do Sistema Solar, Netuno fez aniversário de descobrimento na terça-feira (12).
Para comemorar a data, a Nasa e ESA (as agências espaciais americana e europeia) divulgaram fotos do planeta gasoso que foram tiradas pelo telescópio espacial Hubble.
Como Netuno leva quase 165 anos para completar uma volta em torno do Sol, só agora se passou um ano netuniano desde que foi localizado, em 1846.
Netuno leva quase 165 anos para completar uma volta em torno do Sol; acima, imagens do planeta gasoso
Netuno leva quase 165 anos para completar uma volta em torno do Sol; acima, imagens do planeta gasoso

Sem nave, Nasa é criticada por congressistas americanos

O diretor da Nasa (agência espacial americana), Charles Bolden, reiterou nesta terça-feira que o fim da era dos ônibus espaciais não significa o fim das viagens tripuladas ao espaço. Bolden discursou à Comissão de Ciência, Espaço e Tecnologia da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, cujos membros foram muito críticos com a agência espacial americana, e em particular com seu diretor, por não ter preparado um veículo para substituir os ônibus espaciais.
O presidente da comissão, o republicano Ralph Hall, lembrou que a audiência foi convocada há meses para que Bolden falasse sobre os custos, as capacidades, o programa de desenvolvimento e como seria o novo veículo espacial.
No entanto, nove meses depois de o presidente americano, Barack Obama, assinar a lei de autorização de verbas para a Nasa, que incluía cláusulas para selecionar a próxima nave tripulada e o sistema de lançamento, Bolden não anunciou em que veículo os Estados Unidos trabalharão.
Hall considerou o silêncio da Nasa um "insulto" para os membros da comissão e uma "vergonha" para os que querem "preservar", "proteger" e "defender" a liderança dos Estados Unidos na prospecção espacial.
"Estamos vendo a Nasa pagar por viagens espaciais a países que poderiam não ter em mente os melhores interesses dos Estados Unidos", ironizou Hall.
Os astronautas americanos que viajarem a partir de agora à ISS terão de fazê-lo a bordo das naves russas Soyuz. Por isso, terão de pagar mais de US$ 40 milhões. Além disso, cada viagem poderá ter no máximo dois americanos.
Bolden defendeu que o fim da era dos ônibus espaciais não representa o fim da prospecção espacial americana. Segundo ele, a Nasa pretende alcançar um asteroide até 2025 e liderar uma missão tripulada a Marte até 2030.
"As crianças de hoje não voarão nos ônibus espaciais, mas caminharão em Marte", declarou o diretor.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Quanto vale o futuro da astronomia?

O espelho do telescópio James Webb, ameaçado de cancelamento por corte de verba

Enquanto os canais de televisão aqui nos EUA estão lamentando o fim do programa de vôos tripulados com o ônibus espacial, a comunidade de astrofísicos e astrônomos está muito mais preocupada com outro problema na Nasa, o possível cancelamento de um projeto que ainda nem saiu do chão: o Telescópio Espacial James Webb.

Considerado o sucessor do telescópio Hubble, o novo observatório orbital não dependerá dos ônibus espaciais, mas seu bilionário e mal planejado orçamento virou saco de pancadas de congressistas americanos que estão negociando cortes nos gastos de governo.

O comitê de orçamento da Câmara dos Representantes dos EUA, dominado pelos republicanos, propôs cortes de US$ 430 mihões para os programas científicos da Nasa no próximo ano fiscal, recomendando que o James Webb seja abandonado. Se o comitê que reúne a Câmara e o Senado sancionar o pedido, é difícil dizer como o projeto poderia ser retomado.

Astrônomos reconhecem que, de fato, a conta saiu mais cara do que o esperado. O telescópio, que deveria custar US$ 1,6 bilhão de acordo com sua concepção inicial, sofreu inúmeros pedidos de aporte de verba e agora está estimado em US$ 6,5 bilhões.

Pesquisadores que já tinham começado a se enfileirar para pedir tempo de observação no James Webb, porém, notam que estouros de orçamento são comuns em projetos pioneiros da Nasa. O próprio Hubble teve uma história conturbada, precisou de concerto em pleno espaço, mas niguém questiona hoje se valeu a pena lançá-lo.

O que os astrônomos estão pedindo aos senadores americanos agora é que eles não se deixem levar por uma abordagem de curto prazo ao avaliar a importância do James Webb para a ciência. Seu preço talvez não seja tão caro, levando em conta o custo-benefício. A Estação Espacial Internacional, que está sendo finalizada agora, custou algo na escala dos US$ 100 bilhões, e muita gente ainda pergunta se o que ela deu de retorno à ciência vale esse preço.

O valor científico que um telescópio com o James Webb teria, porém, é incomparável à ISS. Declarações em apoio ao James Web foram ao ar em dezenas de blogs e sites de astrônomos na última semana, em tom dramático.

Julianne Dalcanton, da Universidade de Washington, escreveu: "Eu acabo de lecionar um curso de pós-graduação sobre astronomia extragaláctica, e não consigo lembrar quantas vezes falei aos alunos sobre a velocidade com que anda esse campo de pesquisa e concluí: se nós queremos passar para o próximo nível, precisamos do James Webb."

Risa Wechsler, da Universidade Stanford, lembra que o James Webb nos permitiria ver "o primeiro bilhão de anos na história do Universo, a formação das primeiras estrelas e dos primeiros buracos negros", além de "investigar a composição química de planetas extra-solares e obter imagens de discos de poeira que formam os planetas ao redor das estrelas".

O nível de detalhe com que o novo telescópio faria isso não se equipara a nenhum outro baseado na Terra. Sarah Kendrew, do Instituto Max Planck de Astronomia, engenheira que trabalhou em um dos instrumentos do telescópio James Webb, resume de maneira melancólica a perspectiva de morte do programa em um texto para o jornal "The Guardian":

"É difícil ver quem sai ganhando se o James Webb for realmente cancelado. Para cientistas, essa perda desaceleraria o progresso no entendimento da física que governa o Universo em um momento no qual grandes avanços estão a nosso alcance. Engenheiros, que conseguiram completar com sucesso muitos aspectos do observatório, verão mais de uma década de trabalho ir para o lixo", afirmou a cientista.

Sob muitos aspectos, os cientistas estão cobertos de razão. Mesmo pensando de um ponto de vista puramente financeiro, é preciso levar em conta que US$ 3 bilhões já foram gastos para construir o telescópio, que deve decolar em 2018. Não faz muito sentido argumentar sobre dinheiro economizado no futuro quando se joga investimento passado fora.

Se o James Webb acabar sendo salvo, porém, o que os astrônomos dos EUA mais temem é descobrir que o preço disso terá sido o de paralisar outros projetos importantes, como o WFIRST, que propõe investigar a misteriosa energia escura. A revista Nature, no ano passado, publicou uma reportagem intitulada "O telescópio que comeu a astronomia", em referência ao risco de o James Webb canibalizar outros projetos.

Pelo visto, a comunidade astronômica vai entrar numa era onde as escolhas terão de ser feitas de maneira muito mais cuidadosa, dada a proporção (e o preço) que os novos supertelescópios estão ganhando. De um jeito ou de outro, salvar o James Webb a qualquer custo parece ser a escolha que muitos astrônonos fariam. A Aura e a AAS —as duas principais associações de astronomia dos EUA— já enviaram cartas ao Capitólio pedindo isso.

Nasa tenta confirmar se asteroide Vesta tem lua ou não

A sonda Dawn, da Nasa (agência espacial americana), vai se aproximar do asteroide Vesta neste sábado (9) para tirar fotos que confirmem a existência ou não de uma lua.
Corpos como asteroides costumam vagar pelo espaço, mas podem ter uma ou mais companhia. Um exemplo é o Sylvia, com 282 quilômetros de largura e seu par de luas.
"Se uma lua estiver lá, vai aparecer como um ponto que se move ao redor de Vesta e não como uma imagem fixa", comenta Mark Sykes, que participa da missão.
Observações já foram feitas pelo telescópio espacial Hubble e até o momento o equipamento não detectou nenhuma evidência de Vesta conter uma lua.
Quando a sonda estiver orbitando Vesta, ela vai também fotografar a superfície do asteroide em detalhes e indicar os elementos que possivelmente possam ter lá.
Modelo do Vesta proposto por pesquisadores a partir de dados da Nasa sobre o asteroide
Modelo do Vesta proposto por pesquisadores a partir de dados da Nasa sobre o asteroide

Nasa adia volta do ônibus espacial Atlantis

A missão do ônibus espacial Atlantis, a última de uma nave espacial americana, foi prorrogada por mais um dia e pousará, na Flórida, no dia 21 de julho, anunciou a Nasa.
O Atlantis, que se acoplou no domingo (10) à ISS, permanecerá 24 horas a mais na estação --isto é, nove dias em vez de oito, informou o porta-voz oficial do canal de televisão da Nasa.
A missão, que tem como tripulantes quatro homens e uma mulher, marca o final de uma era espacial, deixando os Estados Unidos sem naves capazes de pôr em órbita seus astronautas.
Com seu retorno à Terra, a era das naves espaciais terá terminada.
O Estados Unidos vão depender, então, dos Soyuz russos até que uma nova nave espacial possa destacar-se.
E, com o fim do programa, serão perdidos cerca de 27 mil postos de trabalho (8.000 deles diretos) na zona do Centro Espacial Kennedy, na chamada "Costa Espacial".
Atlantis foi lançado na última sexta-feira em Cabo Canaveral, na Flórida
Atlantis foi lançado na última sexta-feira em Cabo Canaveral, na Flórida

Picape espacial vai facilitar acesso dos EUA à órbita da Terra

Enquanto os EUA choravam na sexta (8) o lançamento do Atlantis, último ônibus espacial a decolar, um empresário tentava convencer o país a ser otimista.
Mark Sirangelo, da Sierra Nevada Space Systems, promete reestabelecer o transporte de americanos para a órbita em 2015, usando uma "caminhonete espacial".
Esse é o apelido que ele deu à espaçonave que a empresa está construindo, a Dream Chaser, um veículo menor, herdado de um projeto engavetado pela Nasa.
Na semana passada, ele anunciou a contratação de nove funcionários de alto escalão que estão deixando a Nasa e fechou um acordo com a agência para usar parte da infraestrutura de seu centro de lançamentos na Flórida. Parte do dinheiro para isso saiu da própria Nasa, que destinou US$ 100 milhões à empresa dentro de um programa de incentivo à exploração espacial privada. Confira a entrevista.
Concepção artística da Dream Chaser, nave da empresa americana Sierra Nevada Space Systems
Concepção artística da Dream Chaser, nave da empresa americana Sierra Nevada Space Systems

O lançamento do último ônibus espacial em Cabo Canaveral ocorreu meio em clima de velório. Você acha que o público ainda não vê a exploração privada como uma alternativa viável?
Mark Sirangelo - Bem, nós estamos empolgados em ser uma voz positiva dentro daquilo que seria um momento negativo. Estamos muito contentes com nossa relação com a Nasa. Temos a oportunidade de estender isso para permitir que as pessoas em algumas das instalações do programa espacial anterior possam ser usadas no nosso programa. Talvez ele seja a luz em meio a esse ambiente desafiador que temos agora.
O programa do ônibus espacial termina em meio a críticas por ter sido caro demais e menos seguro do que as espaçonaves "descartáveis" dos russos. Como sua empresa pretende contornar isso?
O ônibus espacial tinha de ser muito grande para poder transportar os pedaços da estação espacial. Tinha de ter força suficiente para carregar um monte de suprimentos. Agora isso acabou. A estação espacial está completa, e não precisamos de veículos que sejam tão complexos para chegar até ela.
Se você está mudando de casa com sua família para o outro lado do país, precisa de um grande caminhão para carregar tudo. Uma vez que se estabelece, você só vai precisar de uma SUV [picape utilitária esportiva] para passear e levar alguma bagagem. O Dream Chaser será uma SUV, capaz de levar sete astronautas até a estação, junto com todas as coisas das quais precisam para viver lá, e trazê-los de volta.
O projeto da espaçonave prevê que ela seja lançada na ponta de um foguete, e não com a barriga colada no propulsor, como os ônibus espaciais. Isso muda tudo?
Isso foi uma das lições que aprendemos com o ônibus espacial. O veículo deve ser montado no topo do foguete para que não tenhamos mais problemas com pedaços que se desprendem dele e podem se chocar com a nave.
Qual é o custo estimado de construção e operação?
Nós não divulgamos esses números porque é preciso levar em conta que o projeto do veículo, na verdade, foi tocado pela Nasa por mais de dez anos no programa chamado HL-20, que acabou suspenso.
Depois disso, nós assumimos o projeto fora do âmbito da Nasa e permanecemos trabalhando nele por conta própria durante seis anos. Então, nosso projeto já conta com 16 anos de desenvolvimento e voa em um foguete que já existe. Agora que o ônibus espacial será aposentado, a única maneira de chegar à estação é usando uma Soyuz russa. Os EUA pagam US$ 63 milhões por assento por voo para seus astronautas.
Nós acreditamos que vamos conseguir fazer o mesmo com um preço bem menor. O custo da espaçonave não é mais tão importante, porque a Nasa não vai comprar o veículo, vai comprar o serviço.
Em que estágio de desenvolvimento o projeto está agora?
Estamos produzindo o primeiro veículo. Os dois motores de bordo já foram testados por completo. Acabamos de montar o primeiro simulador de voo, que será testado dentro de alguns dias.
Esperamos conseguir fazer o veículo voar já no ano que vem em testes em que o soltamos na atmosfera.
Como foi a negociação para contratar pessoal da Nasa?
São pessoas que nós já conhecíamos por trabalharmos na indústria [aeroespacial]. Primeiro contratamos Jim Voss [astronauta que voou em cinco missões do ônibus espacial]. Ele atraiu várias outras pessoas para o projeto.
Vemos nosso veículo como uma espaçonave internacional. Sem o ônibus espacial, perde-se a capacidade de transportar astronautas de países que não os EUA e a Rússia. Retomar essa capacidade é importante, e nós queremos fazer isso. Talvez um dia haja uma oportunidade de levar até um [novo] astronauta brasileiro conosco, coisa difícil no cenário atual.
RAIO-X
MARK SIRANGELO
Ocupação: Presidente da empresa privada de exploração espacial Sierra Nevada Space Systems
Trajetória: Ex-oficial do Exército dos EUA formado em direito e administração, entrou para a indústria tecnológica criando o QuanStar, consultoria que prestava serviço a iniciativas de ponta no setor. Em 2004 assumiu a SpaceDev, empresa que começou a desenvolver o Dream Chaser e depois foi incorporada pela Sierra Nevada
Mark Sirangelo, da Sierra Nevada Space Systems, promete reestabelecer o serviço americano de transporte para a ISS
Mark Sirangelo, da Sierra Nevada Space Systems, promete reestabelecer o serviço americano de transporte para a ISS

domingo, 10 de julho de 2011

Após atraso para decolar, Atlantis acopla-se a estação espacial

O Atlantis acoplou-se neste domingo (10) com sucesso à ISS (Estação Espacial Internacional), em uma missão que encerrará a era dos ônibus espaciais. O programa será encerrado pelos Estados Unidos depois de 30 anos de atividade.
O acoplamento ocorreu sem contratempos às 12h07 (de Brasília), um minuto depois do previsto.
O Atlantis decolou na sexta-feira para cumprir sua 135ª missão. O retorno da nave está previsto para o próximo dia 20.
O lançamento, previsto inicialmente para as 11h26 local (12h26 no horário de Brasília), ocorreu com pequeno atraso, às 12h29, após um reparo rápido ocasionado por um problema técnico que surgiu de último minuto.
Para a missão de 12 dias com destino à ISS, a nave levará quatro astronautas: o comandante Christopher Ferguson, o piloto Dough Hurley e os especialistas de missão Sandra Magnus e Rex Walheim.
É a menor tripulação desde 1983, porque não há ônibus espaciais de reserva para resgatá-los caso haja um problema após a viagem.
A partir de agora, astronautas em viagem para a ISS serão transportados pela nave russa Soyuz.
O Atlantis entregará 3,7 toneladas de alimentos e equipamentos à ISS, para permitir que a estação orbital e a tripulação permanente, formada por seis pessoas, contem com abastecimento durante um ano.
O Atlantis realizou 32 voos espaciais e percorreu 194.168.330 quilômetros. Ao todo, passou 293 dias, 18 horas, 29 minutos e 37 segundos no espaço.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Atlantis é lançado com sucesso; retorno da nave será no dia 20

O Atlantis decolou nesta sexta-feira para cumprir sua 135ª missão e a última viagem do programa de ônibus espaciais, que será encerrado pelos Estados Unidos depois de 30 anos de atividade. O retorno da nave está previsto para o próximo dia 20.
Sob um céu nublado, cerca de 1 milhão de espectadores viram a partida do Atlantis do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
O lançamento, previsto inicialmente para as 11h26 local (12h26 no horário de Brasília), ocorreu com pequeno atraso, às 12h29, após um reparo
rápido ocasionado por um problema técnico que surgiu de último minuto.
Antes da decolagem, o diretor de lançamento da Nasa, Mike Leinbach, desejou boa sorte à tripulação.
Para a missão de 12 dias com destino à ISS (Estação Espacial Internacional), a nave levará apenas quatro astronautas: o comandante Christopher Ferguson, o piloto Dough Hurley e os especialistas de missão Sandra Magnus e Rex Walheim.
É a menor tripulação desde 1983, porque não há ônibus espaciais de reserva para resgatá-los caso haja um problema após a viagem.
A partir de agora, astronautas em viagem para a ISS serão transportados pela nave russa Soyuz.
O Atlantis entregará 3,7 toneladas de alimentos e equipamentos à ISS, para permitir que a estação orbital e a tripulação permanente, formada por seis pessoas, contem com abastecimento durante um ano.
O Atlantis realizou 32 voos espaciais e percorreu 194.168.330 quilômetros. Ao todo, passou 293 dias, 18 horas, 29 minutos e 37 segundos no espaço.

Ônibus espacial Atlantis é lançado para sua última missão no espaço

Atlantis foi lançado nesta sexta feira do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida

O Atlantis foi lançado nesta sexta-feira pela Nasa, que encerra seu programa de ônibus espaciais.
Esta é a 33ª missão da nave, que foi ao espaço pela primeira vez em outubro de 1985. Ela carrega equipamentos e mantimentos para a ISS (Estação Espacial Internacional).
Com alguns minutos de atraso, o lançamento foi realizado com céu nublado --as condições climáticas chegaram a ameaçar o voo-- e assistido por quase 1 milhão de espectadores, que se alojaram nas redondezas do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
A missão STS-135 tem em sua tripulação quatro astronautas: o comandante Chris Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim.

Veja o vídeo

Voo do Atlantis põe fim à era dos ônibus espaciais


A despedida dos ônibus espaciais da Nasa pode finalmente começar hoje, com a decolagem do Atlantis para seu último voo.
Após a viagem, os EUA, país que levou o primeiro homem à Lua, ficarão por tempo indeterminado sem meios próprios de chegar ao espaço.
Para a missão de 12 dias com destino à ISS (Estação Espacial Internacional), a nave levará apenas quatro astronautas. É a menor tripulação desde 1983, porque não há ônibus espaciais de reserva para resgatá-los caso haja um problema após a viagem.
Numa emergência, o comandante Chris Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim, veteranos em ônibus espaciais, terão de aguardar o resgate das naves russas Soyuz, que só poderão carregar um dos americanos por vez.
Primeiras naves espaciais reutilizáveis, eles estão em operação desde abril de 1981, quando substituíram oficialmente o programa Apollo.
ADEUS
O movimento para aposentar as naves ganhou força após o acidente com o Columbia, em 2003. Ele explodiu minutos após a reentrada na atmosfera terrestre, matando seus sete astronautas.
Esse foi o segundo desastre com um "shuttle". Em 1986, a nave Challenger, a primeira da frota, explodiu 73 segundos depois da decolagem, também vitimando os sete tripulantes.
O primeiro passo antes do anúncio do fim do programa foi a redução drástica do número de viagens.
Lançados como a conquista definitiva do espaço, os "shuttles", segundo a Nasa, seriam uma opção muito mais barata e segura.
No entanto, o custo de todo o projeto, até 2010, foi de US$ 209 bilhões, pouco menos que o PIB do Chile. Cada uma das missões, portanto, custou US$ 1,6 bilhão, valor bem distante do inicialmente divulgado pelo governo americano: US$ 20 milhões.
Críticos do programa afirmam que, com os ônibus espaciais, a Nasa ficou "confinada" à baixa órbita da Terra, em vez de se dedicar à exploração do espaço.
Mesmo com falhas, porém, o programa dos ônibus espaciais foi fundamental para o desenvolvimento da ciência em órbita. Eles transportaram a maior parte das peças e equipamentos para a montagem da ISS, além do telescópio Hubble, ambos revolucionários em suas áreas.
FUTURO INCERTO
Com a aposentadoria dos "shuttles", a Nasa fica sem naves para transportar seus astronautas à estação internacional, dependendo de "caronas" milionárias na nave russa Soyuz.
Países parceiros na construção da ISS, como os da Europa, manifestaram-se contra a Nasa por essa situação.
Enquanto isso, a nave substituta dos ônibus espaciais, o MPCV (Veículo Multifuncional Tripulado) não deve começar suas missões tripuladas antes de 2019.
Ela, no entanto, será usada para missões de longa duração, inclusive em uma eventual visita a Marte. As visitas à ISS ficariam a cargo da iniciativa privada.
A agência espacial tem financiado alguns desses programas particulares, mas eles também não têm data certa para começar a voar.
Por conta dessa indefinição, ex-astronautas resolveram criticar abertamente a política espacial dos EUA.
Neil Armstrong, o primeiro homem na lua, e outros astronautas escreveram uma carta aberta dizendo que a Nasa está "consideravelmente fora de rumo".
O administrador da Nasa, Charles Bolden, minimizou as críticas. Para ele, a Nasa irá "consolidar a liderança americana no espaço".
Apesar da expectativa, é possível que o lançamento seja adiado devido às condições climáticas (risco de fortes chuvas com raios) em Cabo Canaveral, na Flórida, onde fica o centro de lançamento.
Caso as tempestades se confirmem, a Nasa tem até este domingo para a decolagem do Atlantis. Depois, será preciso esperar uma semana por conta do tráfego espacial. A Força Aérea dos EUA já tem um lançamento marcado para esse período.

Astronautas embarcam no Atlantis e se preparam para lançamento; veja imagens

Os quatro astronautas da missão STS-135, a última de um ônibus espacial, já embarcaram no Atlantis. O procedimento teve início pouco antes das 9h desta manhã.
Integram a tripulação o comandante Chris Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim.
Eles se preparam para o lançamento, programado para as 12h26, e para a missão de 12 dias que levará suprimentos para a ISS (Estação Espacial Internacional).
Tripulação embarca no ônibus espacial; veja a galeria de imagens

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Nasa enche tanque do Atlantis e monitora condições climáticas

A Nasa finalizou o enchimento do tanque externo de combustível do ônibus espacial Atlantis na manhã desta sexta-feira. O tanque recebeu mais de 2.000 litros de hidrogênio e oxigênio líquidos em cerca de três horas.
A nave deve ser lançada às 12h26 (horário de Brasília) da plataforma 39A do Centro Espacial Kennedy (Cabo Canaveral, Flórida). Especialistas da agência espacial americana monitoram o tempo, que ainda pode causar o adiamento do voo.
A STS-135 é a última missão de um ônibus espacial da Nasa. O programa durou 30 anos
Atlantis vai protagonizar a última missão de um ônibus espacial
Atlantis vai protagonizar a última missão de um ônibus espacial

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Raio que caiu perto do Atlantis não afetou nave, diz Nasa

A Nasa afirmou nesta quinta-feira que não houve danos na estrutura do Atlantis depois que um raio caiu a pouco mais de um quilômetro de distância do ônibus espacial, cuja decolagem está prevista para esta sexta-feira (8).
O impacto aconteceu às 12h (horário local), durante uma tempestade elétrica, nos arredores da plataforma de lançamento 39A, de onde se espera que o Atlantis comece a última missão do programa de ônibus espaciais da Nasa.
"Por enquanto não há nenhum dano evidente", afirmou o porta-voz da Nasa Allard Beutel a um grupo de jornalistas, segundo o site especializado "Space.com".
No entanto, os engenheiros da Nasa se apressaram em revisar dados e fazer testes para determinar se o raio afetou o corpo da nave ou qualquer equipamento de apoio à plataforma de lançamento localizada em Cabo Canaveral, na Flórida.
Qualquer dano colocaria em perigo a decolagem da nave, programada para as 11h26 (horário da costa leste dos EUA; 12h26 de Brasília).
Apesar do dia ter amanhecido nublado e chuvoso e a previsão meteorológica para sexta-feira tenha dado apenas 30% de possibilidades de que haja condições favoráveis para a decolagem, a Nasa decidiu hoje continuar o planejamento original.
Caso se veja obrigada a adiar o lançamento, a Nasa teria outra oportunidade no sábado, quando as oportunidades favoráveis seriam de 40%, e outra no domingo, quando aumentariam para 60%.
Ao falar com jornalistas na manhã de hoje, Kathy Winters, do serviço meteorológico da Nasa, reconheceu que a maior preocupação são "as tempestades elétricas" pelas quais teria que atravessar a nave em caso de receber sinal verde.

Americanos acampam para ver lançamento do último ônibus espacial

A pequena cidade de Titusville, na Flórida, foi tomada por turistas que pretendem assistir ao lançamento do Atlantis amanhã (8). Estima-se que 1 milhão de pessoas vão ver a partida da nave.
O município, vizinho do Centro Espacial Kennedy, proporciona uma visão privilegiada da base da Nasa em Cabo Canaveral.
Muitos turistas acamparam no Space View Park, que fica a 24 quilômetros da base de lançamento do Atlantis, que será a última nave a executar uma missão do programa de ônibus espaciais da agência americana.
Turistas americanos acampam no Space View Park, em Titusville

Nasa dá sinal verde para voo do Atlantis mesmo com tempo ruim

Os diretores de missão da Nasa (agência espacial americana) decidiram nesta quarta-feira continuar com a contagem regressiva para o lançamento do ônibus espacial Atlantis, apesar das más condições meteorológicas previstas para sexta-feira (8), dia da partida.
A equipe votou unanimemente por seguir adiante, mesmo depois de os meteorologistas da Nasa alertarem para a existência de uma tempestade que avança das Bahamas em direção à Flórida, mas ressaltou que a decisão final ainda não foi tomada.
O Atlantis participará de uma missão de 12 dias com quatro tripulantes a bordo e mais de cinco toneladas de carga.
O diretor de coordenação de lançamento do programa de ônibus-espaciais, Mike Moses, afirmou que a nave "está em uma forma fantástica" e espera que o lançamento siga a programação prevista.
Já a porta-voz do serviço de meteorologia da Nasa, Kathy Winters, lembrou que uma tempestade tropical do Caribe vai entrar na Flórida e trazer grande quantidade de umidade tropical, que se estenderá nos próximos dois dias.
Há 70% de possibilidade de tempestades na região do Centro Espacial Kennedy, que podem afetar o voo.
Se o mau tempo atrasar o lançamento na sexta-feira, a Nasa tem outras duas oportunidade no sábado e no domingo, caso as previsões meteorológicas melhorem.
A carga da nave inclui o módulo multifuncional Raffaello e cinco toneladas de provisões e equipamentos científicos para abastecer a ISS (Estação Espacial Internacional).
Além disso, transportará o experimento Robotic Refueling Mission (RRM), desenvolvido para testar ferramentas e tecnologias necessárias para reabastecer mecanicamente os satélites no espaço.
O comandante Chris Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim formam a tripulação da última missão do Atlantis, que marca o fim da era dos ônibus espaciais.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Câmera da ESA com resolução de 1 bilhão de pixels examinará Via Láctea

A maior câmera digital criada para uma missão espacial, com 1 bilhão de pixels de resolução, foi criada pela ESA (Agência Espacial Europeia) para examinar a Via Láctea, informou nesta quarta-feira a agência em comunicado.
Para isso, a ESA teve de encaixar 106 dispositivos de detecção eletrônicos. Eles constituem um olho supersensível com o qual a agência pretende detectar estrelas de luminosidade 1 milhão de vezes inferior à que o olho humano pode perceber da terra.
"Enquanto a vista humana pode ver milhares de estrelas em uma noite espaçosa, a operação traçará um mapa com bilhões de estrelas dentro de nossa galáxia e suas vizinhas", revelou a ESA.
Apesar de seu amplo rastreamento do espaço, a câmara classificará apenas 1% das estrelas da Via Láctea.
O projeto, batizado como "Galaxy-mapping Gaia Mission", terá início em 2013 e durará cinco anos. Por meio dele, se determinará o brilho e as características espectrais dos astros, além de suas posições e seus movimentos tridimensionais.
O novo mapa elaborado pela agência espacial ajudará a classificar, além das estrelas, outros corpos celestes do Sistema Solar, além de galáxias mais distantes e quasares (fontes de energia eletromagnéticas).

Nasa dá adeus a relíquias do programa de ônibus espaciais

Quando os Estados Unidos iniciaram seu programa de ônibus espaciais, 30 anos atrás, o país decidiu construir um veículo que faria das viagens espaciais uma rotina e superaria os soviéticos no esforço para dominar o espaço durante a Guerra Fria.
A aeronave resultante tinha 2,5 milhões de componentes e era nove vezes mais rápida que uma bala ao zarpar em direção ao céu. Foi a primeira aeronave reutilizável, capaz de deslizar de volta para a Terra e pousar como um avião.
"Naquele momento, era uma coisa de ponta", disse o historiador chefe da Nasa, Bill Barry. "Era vista como um importante passo à frente."
Outras naves espaciais tripuladas não voltaram para casa. Elas eram mísseis balísticos que caíam no mar ou usavam hélices e paraquedas para retornar à Terra.
O programa dedicado a ônibus espaciais será encerrado após três décadas e 135 viagens quando a Atlantis retornar de sua missão --lançamento previsto para esta sexta-feira (8).
A Nasa está entregando seus ônibus espaciais a museus pois eles são muito antigos e caros para continuar voando. A agência espacial pretende desenhar e construir algo novo com um alcance maior.
Para entender as relíquias que são os ônibus espaciais, considere: quando o primeiro deles, o Colúmbia, fez seu primeiro voo em abril de 1981, a música ainda era vendida em fitas cassete, não havia endereços "pontocom" e os EUA não tinham um serviço comercial para celulares.
O design das aeronaves é um produto dos anos de 1970. O presidente Richard Nixon assinou a autorização para o programa de ônibus espaciais em 1972, meros 15 anos após a União Soviética lançar o primeiro satélite feito pelo homem, o Sputnik, com o tamanho de uma bola de praia, que marcou a aurora da era espacial.
"Ficarei muito triste em julho quando o último voo acabar", disse Barry. "Eu amo o programa e lamento vê-lo acabar, mas acho que é tempo de deixá-lo ir."
Cinco ônibus espaciais foram construídos, terminando com a Endeavour em 1992.

Assista à chegada da tripulação do Atlantis ao centro espacial da Nasa

A tripulação da missão STS-135, que encerrará o programa de ônibus espaciais, da Nasa, chegou na segunda-feira (4) ao Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (Flórida).
Quatro astronautas estarão a bordo do Atlantis: o comandante Chris Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim.
O lançamento está previsto para esta sexta-feira.

Condições meteorológicas ameaçam lançamento do Atlantis

Uma tempestade tropical nas Bahamas, que avança em direção a Flórida pode atrasar o lançamento do ônibus espacial Atlantis, previsto para sexta-feira (8), às 11h26 (12h26 no horário de Brasília).
Por enquanto, não há nada decidido, mas os meteorologistas da Nasa (agência espacial americana) observam a evolução da tempestade, segundo indicou nesta terça-feira a porta-voz do serviço meteorológico da Nasa, Kathy Winters.
A previsão aponta um aumento do céu encoberto e 60% de chuvas e tempestades na zona do lançamento, com especial concentração na parte da manhã, justamente em torno das 11h, minutos antes do final da contagem regressiva, assinalou Kathy.
"Nossa principal preocupação para o lançamento são tempestades e raios dentro de um rádio de 20 milhas náuticas", assinalou a meteorologista, que compareceu à entrevista para a imprensa junto com o diretor de provas da Nasa, Jeremy Graeber, e o responsável de carga da missão STS-135, Joe Delai.
Se tivesse que atrasar o lançamento, a Nasa tem uma margem de dois dias para a decolagem do Atlantis, caso contrário, teria que ser adiado até 16 de agosto por problemas de calendário, explicou Graeber.
O Atlantis partirá do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (Flórida), para uma missão de 12 dias à ISS (sigla em inglês de Estação Espacial Internacional) com quatro astronautas a bordo.
O comandante Chris Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim chegaram na segunda-feira (4) ao centro espacial para os últimos preparativos antes do lançamento.
Esta viagem não só será a última da Atlantis, mas a missão final das naves, que deixarão de operar após 30 anos ao serviço da Nasa --a partir de agora serão as naves russas Soyuz a levar carga e tripulação à ISS.

Acidente que matou 21 marca programa espacial brasileiro

Em 18 anos de existência, a Agência Espacial Brasileira acumulou derrotas, como a expulsão do Brasil do consórcio da Estação Espacial Internacional e o incêndio da torre do foguete VLS, em Alcântara (MA), que matou 21 pessoas, em 2003.
"Se você separa muito o planejamento da execução, você perde governança", afirma Raupp.
Nos últimos anos, a AEB vinha sendo criticada por fazer concessões demais à binacional ACS, criada para lançar foguetes ucranianos a partir de Alcântara.
A ACS era dirigida por Roberto Amaral, vice-presidente do PSB, partido que controlou o Ministério da Ciência e Tecnologia durante o governo Lula.
Segundo Raupp, a média de idade da equipe do programa hoje é mais de 50 anos. IAE e Inpe têm menos de mil funcionários, contra 16 mil da agência espacial indiana.

Governo quer turbinar programa espacial do país com nova agência

O governo conclui até agosto uma reestruturação completa do programa espacial brasileiro. As medidas incluem a criação de um novo órgão de gerenciamento, que pode ser uma fusão da AEB (Agência Espacial Brasileira) com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O formato da nova agência espacial ainda está sendo estudado, mas o Ministério da Ciência e Tecnologia, ao qual a AEB é subordinada, não descarta nem mesmo a extinção da agência atual.
"Precisamos enxugar a estrutura, dar mais competência", disse à Folha o ministro Aloizio Mercadante.
O presidente da AEB, Marco Antonio Raupp, afirma que a gestão do programa precisa de uma instituição capaz de acompanhar e fomentar projetos. Segundo ele, a AEB não tem "musculatura técnica" para isso.
Criada em 1994, sem quadro técnico próprio, a agência faz pouco mais do que distribuir o reduzido orçamento do programa "R$ 332 milhões em 2011" entre os órgãos que o gastam, o Inpe e o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), ligado ao DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), do Ministério da Defesa.
Ainda não se sabe se a fusão será total, parcial (apenas o pedaço do Inpe responsável pelo programa de satélites seria incorporado à agência) ou se envolverá também o DCTA, da Defesa.
Também está em estudo a criação de um conselho gestor de alto nível, que envolva vários órgãos de governo, universidades e indústria. Raupp, porém, tem pressa: o novo desenho precisa estar concluído no próximo mês, para que possa ser incorporado ao Plano Plurianual do governo federal.
Mesmo com a nova estrutura da agência, o programa ainda precisa resolver dois problemas para deslanchar: sua crônica falta de recursos e sua carência de pessoal.
A falta de quadros decorre da falta de entusiasmo de engenheiros jovens pelo programa espacial. "Precisamos de sucessos intermediários, senão a população se desinteressa", disse Raupp.
Na revisão do programa espacial, a AEB pedirá a contratação de 400 funcionários para o Inpe e 700 para o IAE.
O presidente da agência não diz qual será o pedido de verba adicional, mas um estudo feito no começo do ano por IAE, Inpe e Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil dá uma ideia da necessidade: R$ 500 milhões por ano a partir de 2016 só para o programa de satélites do Inpe, mais cerca de R$ 200 milhões por ano para o programa de foguetes.
Outra estratégia será aumentar o número de contratos com a indústria nacional, como faz a Nasa.
Um produto que já está pronto para ser comercializado é o foguete de sondagem VSB-30, desenvolvido por Brasil e Alemanha, já certificado pela União Europeia e com dez voos suborbitais bem-sucedidos. "Está na hora de o DCTA repassar o motor à Embraer para vender", afirmou Raupp.

Conheça os detalhes do ônibus espacial Atlantis

Altos custos e resultados díspares marcaram programa espacial dos EUA

O ônibus espacial americano é a aeronave mais cara e complexa já construída. O programa ajudou a colocar em órbita a ISS (Estação Espacial Internacional), mas não cumpriu a missão original que era disponibilizar a viagem espacial a todos
O programa de ônibus espaciais está sendo aposentado e faz sua última viagem nesta sexta-feira (8) com o Atlantis até a ISS. Seu legado será contado nos livros de história provavelmente mostrando sucessos e fracassos, dizem os especialistas.
"Acredito que o desempenho do programa dos ônibus espaciais tem sido irregular", diz John Logsdon, assessor externo da Casa Branca e ex-chefe do Instituto de Política Espacial da Universidade George Washington. "O mais importante do programa foi mostrar a capacidade dos astronautas de fazerem coisas úteis no espaço", afirmou. "O verdadeiro fracasso foi não chegar nem perto das promessas iniciais de ser acessível e cotidiano", acrescentou.
O programa espacial, vigente durante três décadas e o projeto mais duradouro da NASA nos 50 anos da agência, custou ao todo US$ 208 bilhões (valor reajustado em 2010), mais do que os US$ 151 bilhões gastos no Apolo, que levou os americanos à Lua em 1969.
REDUÇÃO DE CUSTOS
O historiador da Nasa Bill Barry lembra que o objetivo inicial da nave espacial, quando foi lançada formalmente pelo presidente Richard Nixon em 1972, era fazer dos voos espaciais uma possibilidade para pessoas comuns, não apenas para uma elite preparada.
"A meta original era fazer as viagens para o espaço mais baratas, mais fáceis e não apenas para pilotos altamente capacitados com experiência militar comprovada. O objetivo era levar pessoas comuns para o espaço", disse Barry.
No entanto, a Casa Branca manteve a pressão sobre a Nasa para reduzir os custos da agência espacial que estava desenvolvendo o ônibus espacial, um processo que Barry afirma ter aumentado os preços num longo prazo.
"O programa nunca foi financiado da maneira como era esperado. Os orçamentos do projeto foram feitos quando ele ainda estava sendo construído. Mas nunca foi barato ou fácil de gerenciar", disse.
LABORATÓRIO
O programa espacial, porém, ajudou a construir um revolucionário laboratório na órbita da terra para cientistas do mundo todo.
Apesar de dois grandes acidentes, quando os ônibus espaciais Challenger e Columbia explodiram no ar em 1986 e 2003, respectivamente, a lembrança sobre o programa será provavelmente positiva, afirma Barry. "Creio que os historiadores do futuro verão os ônibus espaciais como um programa espetacular."
"Fizemos coisas incríveis com os ônibus espaciais, como a estação espacial, reparos em órbita e o Hubble", enumerou, referindo-se ao telescópio espacial colocado em órbita pelo Atlantis em 1990 e que já possibilitou importantes avanços na astronomia.
"É um grande sucesso", que conquistou um espaço na imaginação popular e inspirou filmes como o "James Bond contra o Foguete da Morte" em 1979, antes mesmo da decolagem do primeiro ônibus espacial em 1981.
PRIMEIRA GERAÇÃO
Para Longsdon, o programa deveria ter sido visto como uma experiência de primeira geração e substituído há muito tempo, "provavelmente no início dos anos 1990, após dez ou quinze anos de operações".
O especialista afirma que a decisão de construir a Estação Espacial Internacional foi tomada em 1984 sob a administração do então presidente Ronald Reagan. Ele queria que ela fosse feita em uma década, mas a construção do laboratório espacial só começou em 1998 e o processo levou quase 12 anos.
Segundo Logsdon, isso aconteceu "tanto porque os Estados Unidos estavam pagando pelo ônibus espacial como porque a ISS não tinha verba para desenvolver um veículo de substituição, já que não havia um compromisso político suficientemente forte para proporcionar os recursos necessários".
Com o fim do programa espacial, os Estados Unidos não têm como enviar astronautas ao espaço até que o setor privado possa construir um novo transporte, um processo que provavelmente deve demorar de quatro a dez anos.