segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Astronauta terá de devolver à Nasa câmera que usou na Apolo 14

O ex-astronauta Edgar Mitchell, que foi processado pela Nasa (agência espacial americana) por tentar vender uma câmera de filmar que usou na Apolo 14 durante missão à Lua, chegou a um acordo com a Promotoria da Flórida.
Mitchell concordou em renunciar a qualquer reivindicação sobre o aparelho e vai devolvê-lo à Nasa, que encaminhará o equipamento ao Museu Nacional do Espaço, em Washington.
As duas partes pagarão as despesas legais para encerrar o processo, embora o acordo firmado só será assinado por um juiz nos próximos dias.
O astronauta tentou vender recentemente em um leilão uma câmara usada na missão espacial da Apolo 14 à Lua em 1971.
O equipamento era propriedade da Nasa, de acordo com essa instituição, que afirmou que ela nunca foi doada a Mitchell.
"Todo o aparato usado durante as operações da Nasa permanece como propriedade da Nasa, a menos que explicitamente seja entregue a outra pessoa", afirmou a agência no processo.
O advogado do ex-astronauta, Donald Jacobson, argumentou que a Nasa deu a câmara a Mitchell como presente após 40 anos da missão.
O equipamento, que seria leiloado pela casa Bonhams de Londres, foi avaliado entre US$ 60 mil e US$ 80 mil (entre R$ 100 mil e R$ 135 mil). A casa de leilões, no entanto, suspendeu a venda até a conclusão do processo.
Mitchell foi o sexto astronauta a pisar na Lua. Em fevereiro, a Nasa celebrou o 40º aniversário do lançamento da Apolo 14, que deixou na memória a imagem do primeiro astronauta da história a jogar golfe na superfície lunar.

Supertelescópio James Webb vai sair, diz chefe da Nasa

O telescópio espacial James Webb vai escapar da "morte" decretada pelo Congresso americano e estará funcionando plenamente em 2018, aposta o administrador da Nasa, Charles Bolden. "O orçamento proposto pelo presidente Obama, que permite continuarmos com a construção do James Webb, será aprovado", disse ele em entrevista exclusiva à Folha.
O telescópio seria um sucessor mais potente do Hubble, capaz de detectar objetos e estrelas ainda mais distantes e antigos. Mas a construção já sofreu atraso de quatro anos e estourou o orçamento, que deve acabar quatro vezes acima do planejado, em US$ 8,7 bilhões.
O Congresso dos EUA, em era de vacas magras, propõe acabar com o telescópio para cortar gastos. Bolden falou sobre o tema em São Paulo, após assinar dois acordos de cooperação com a Agência Espacial Brasileira.
Folha - O telescópio James Webb continua sob ameaça de corte em seu financiamento?
Charles Bolden - Quando me tornei diretor da Nasa [em 2009], descobrimos que o telescópio não estava bem do ponto de vista fiscal e de cronograma. Então mudamos o gerenciamento. Eu puxei para mim a atribuição de arrumar financiamento para ele. Nós submetemos um replanejamento dos gastos e agora contamos com o telescópio funcionando em 2018.
Mas o financiamento para o telescópio foi aprovado pelo Congresso?
A Câmara e o Senado ainda estão discutindo. Nós esperamos a conclusão do orçamento de 2012. Estou muito confiante de que o orçamento proposto pelo presidente Obama, que permite continuarmos com a construção do James Webb, será aprovado.
Havia expectativa do governo brasileiro de que o Inpe e a Nasa iriam assinar um acordo para parceria na construção e lançamento de satélites, e isso não ocorreu.
Nós assinamos dois acordos-quadro com o Brasil, um para pesquisa de precipitação pluviométrica --queremos que o Brasil participe usando os dados para suas necessidades aqui--, e outro para usar dados dos dois países para aumentar nossa compreensão sobre o ozônio e seus efeitos sobre o clima. Os dois projetos planejam usar ou usam satélites que já estão em desenvolvimento, então nós não vamos trazer um novo satélite.
O senhor foi astronauta por 14 anos, participou de quatro missões do ônibus espacial e ajudou a instalar o Hubble. Não sente falta do espaço?
Eu era muito mais jovem, intrépido, doido. Quando deixei de fazer isso, era hora de fazer coisas novas, abrir caminho para outras pessoas. Mas eu estaria mentindo se dissesse que não gostaria de voltar para o espaço.

China afirma que fará viagem espacial tripulada em 2012

Pequim anunciou nesta segunda-feira que em 2012 vai lançar duas naves espaciais --uma delas tripulada-- como parte da construção de sua primeira estação, que deve ficar pronta em 2020.
Segundo a porta-voz do programa espacial chinês Wu Ping, a nave não tripulada Shenzhou-8 será lançada nesta terça-feira às 5h58 da hora local, com um foguete modificado, do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no deserto de Gobi.
A Shenzhou-8 aterrissará dois dias depois no módulo experimental espacial Tiangong-1, que foi posto em órbita em 29 de setembro --mais um passo para a construção da primeira estação espacial permanente chinesa.
O programa espacial chinês tem previstos novos avanços para 2012, explicou Wu, com o lançamento das naves Shenzhou-9 e Shenzhou-10, que também se acoplarão à estação Tiangong-1.
"Pelo menos, uma das duas missões será tripulada", adiantou Wu em declarações divulgadas pela agência estatal de notícias Xinhua.
A tripulação já foi selecionada e está recebendo treinamento para a viagem espacial, que será a quarta tripulada depois das realizadas em 2003 e em 2005 e do passeio espacial de 2008.
A porta-voz afirmou que a Alemanha participará do programa da Shenzhou-8 com 17 experiências espaciais em colaboração com a China, no primeiro plano de cooperação espacial chinês no campo da microgravidade e a vida no espaço.
Pelos dados oficiais chineses, no final de 2011 o país asiático terá lançado ao espaço 20 foguetes e 25 satélites, o que situa à China no segundo posto no número de lançamentos depois da Rússia.
Para Yuan Jiajun, subdiretor-general da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, em 2010 o país asiático lançou 15 foguetes e enviou 20 satélites ao espaço, números comparáveis aos dos Estados Unidos e Rússia, as duas potências mais ativas em matéria espacial.
A China possui três bases ativas de lançamento, e está construindo mais uma, porém a de Jiuquan enviou a maior parte das missões.

Russos lançam Progress em direção à ISS

A última nave de carga Progress deste ano foi lançada no domingo em direção à ISS (Estação Espacial Internacional) a partir da base de Baikonur, no Cazaquistão, levando 2,5 toneladas de carga, incluindo o microssatélite Chibis-M.
"O lançamento foi um sucesso", informou um porta-voz do Centro de Controle de Voos espaciais, citado pela agência russa Interfax.
A nave se separou do foguete lançador Soyuz-U nove minutos depois do início do voo em regime autônomo até a ISS, à qual se acoplará às 15h40, no horário de Moscou (9h40, no de Brasília) em 2 de novembro.
A Progress M-13M é a primeira nave de carga a chegar à ISS desde o fim de junho. O cargueiro que partiu em agosto explodiu na Sibéria pouco após o lançamento --o primeiro acidente desde 1978.
Dentro da nave há água e alimentos, equipamentos científicos, oxigênio, material médico e de higiene dos cosmonautas.
O microssatélite Chibis-M vai estudar as tempestades de raios, com a peculiaridade de que esta será a primeira vez que este fenômeno meteorológico será analisado a partir de diferentes espectros de radiação eletromagnética de maneira simultânea.
Os cargueiros Soyuz se transformaram no único elo entre a Terra e a ISS, depois do fim do programa de ônibus espaciais americanos.
Imagem fornecida pela agência espacial russa mostra lançamento do Progress, o último deste ano
Imagem fornecida pela agência espacial russa mostra lançamento do Progress, o último deste ano

domingo, 30 de outubro de 2011

Asteroide Lutetia é possivelmente um precursor dos planetas, diz estudo

As mais de 400 imagens tiradas da superfície do Lutetia possibilitaram um estudo mais aprofundado deste asteroide que foi descoberto em 1852. Ele aparentemente é um planetesimal (um bloco rochoso que teria dado origem a todos os planetas do Sistema Solar). Com isso, ele poderia fornecer dados sobre a formação da Terra e de nossos planetas vizinhos.
Situado a 450 milhões de quilômetros da Terra, o Lutetia tem cerca de 120 km de comprimento por 100 km de largura. A sua geologia é complexa e de uma densidade muito elevada para os padrões de um asteroide --a análise está detalhada na edição da revista "Science" desta semana.
O Lutetia mantém as marcas de um longo passado de colisões: o bombardeio por asteroides menores criou crateras de vários quilômetros em sua extensão. Em regiões jovens, como o polo norte, há poeira produzida pelo impacto de meteoritos e traços de deslizamentos de terra visíveis.
"Este é um objeto completamente seco. Não há traço de hidratação na superfície, o que quer dizer que, provavelmente, ele foi aquecido em algum momento [de sua vida]", aponta Erard, responsável francês pelo espectrômetro da sonda Rosetta, que coletou os dados do Lutetia em julho de 2010.
A sonda passou no ano passado a 3.142 km da superfície de Lutetia, que está posicionada no cinturão principal de asteroides entre as órbitas de Marte e de Júpiter.
Lançada em 2004, a Rosetta tem um encontro em 2014 com o cometa 67/P Churyumov-Gerasimenk.
Imagem divulgada pela Nasa da superfície do asteroide Lutetia; as mais de 500 imagens foram tiradas em 2010
Imagem divulgada pela Nasa da superfície do asteroide Lutetia; as mais de 500 imagens foram tiradas em 2010

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nasa lança 1º satélite de observação para mudanças climáticas

A Nasa (agência espacial americana) lançou nesta sexta-feira, a partir da base aérea de Vandenberg, na Califórnia, o primeiro satélite de observação para mudanças climáticas, que também registrará as principais variáveis meteorológicas.
O foguete Delta 2 da United Launch Alliance, com o satélite NPP (National Polar-orbiting Operational Environmental Satellite System Preparatory Project) decolou às 9h48 de hoje (7h48 no horário de Brasília).
Imagem fornecida pela Nasa mostra a partida do foguete Delta 2 em base aérea na Califórnia
Imagem fornecida pela Nasa mostra a partida do foguete Delta 2 em base aérea na Califórnia

O foguete Delta 2 leva a bordo o satélite que será usado para estudo meteorológico
O foguete Delta 2 leva a bordo o satélite que será usado para estudo meteorológico

O satélite, que tem o tamanho de um veículo utilitário e pesa 2,13 toneladas, será colocado em órbita a 824 quilômetros de altitude e orbitará a Terra quase 14 vezes por dia.
O satélite, com um custo aproximado de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 2,5 bilhão), representa a primeira missão concebida para compilar dados essenciais para melhorar as previsões meteorológicas a curto prazo e ajudará a entender melhor o aquecimento global a longo prazo.
O NPP tem cinco instrumentos que permitirão estudar a temperatura e a água na atmosfera, o impacto das nuvens e dos aerossóis na temperatura, e a resposta das plantas terrestres e marinhas às mudanças ambientais.
O satélite é uma das 14 missões de observação da Terra atualmente administradas pela Nasa. Os gestores do projeto NPP esperam que o satélite permaneça operando por cinco anos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Asteroide passará a uma distância menor que a da Terra à Lua

Mais um outro asteroide deve passar perto da Terra, mas desta vez o objeto estará a 325 mil km do planeta --uma distância que é menor do que os cerca de 386 mil km que nos separam da Lua nessa época.
A data será 8 de novembro, às 20h28 (horário de Brasília), pelos cálculos da Nasa (agência espacial americana).
O asteroide 2005 YU55 tem a medida aproximada de quatro campos de futebol e é um acontecimento aguardado pelos astrônomos, que desejam estudá-lo. Já estão a postos todos equipamentos de observação possíveis.
Sete anos atrás, noticia o site Space.com, o 2005 YU55 foi considerado como sendo um "potencialmente perigoso" --ou seja, haveria uma possibilidade de ele atingir a Terra, caso sofresse uma mudança na sua rota por alguma influência externa.
Para os alarmistas, porém, vai o aviso: será difícil o objeto atingir o planeta.
Um evento como esse é raro e não ocorre há 25 anos pelo menos, segundo a Nasa.

Brasil e Nasa vão estudar juntos clima e camada de ozônio

O administrador da Nasa em visita ao Brasil, Charles Bolden, assinou nesta quinta-feira um acordo de cooperação com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ratificado pela AEB (Agência Espacial Brasileira). Com isso, o país deve compartilhar equipamentos, dados, treinamento e tecnologia americana.
Esta é a primeira viagem feita à América do Sul nos últimos oito anos por um administrador da agência espacial dos EUA, como é designado o cargo ocupado por Boldern.
A cidade de Maxaranguape, no Rio Grande do Norte, será a base de lançamento de balões atmosféricos para análises da camada de ozônio.
O Brasil também vai colaborar com o programa GPM (sigla em inglês de Global Precipitation Measurement), que conta com a participação da Jaxa, a agencia espacial japonesa. O sistema reúne informações sobre a precipitação de chuvas e neve, incluindo imagens em 3-D mais apuradas.
Bolden estenderá sua viagem ao Chile, à Argentina e à Costa Rica para discutir acordos com os governos desses três países.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Planeta-anão que desbancou Plutão é menor e mais brilhante

Um grupo internacional de astrônomos descobriu que o tamanho do planeta-anão Éris é menor do que se pensava e com dimensões inferiores às de Plutão.
José Luis Ortiz, do CSIC (sigla em espanhol para Conselho Superior de Pesquisas Científicas), um dos centros espanhóis que participou da pesquisa, detalhou nesta quarta-feira que os novos dados surpreendem ao reduzir o raio estimado de Éris para cerca de 1.163 quilômetros.
Este número está muito abaixo dos cálculos anteriores que o situavam entre 1.200 e 1.400 quilômetros, garantindo-lhe a classificação de maior objeto do Cinturão de Kuiper, uma região povoada por corpos rochosos e gelados.
Agora parece que Plutão, com um raio entre 1.150 e 1.200 quilômetros, poderia recuperar o posto como o maior objeto do cinturão, segundo o CSIC. "Mas isto é difícil de precisar, já que Plutão tem uma atmosfera que interfere nas medidas do diâmetro", especificou Ortiz.
Éris foi descoberto em 2005 e os primeiros cálculos diziam que seu tamanho superava o de Plutão, o que contribuiu para que a União Astronômica Internacional "rebaixasse" este último como planeta.
No final da discussão, criou-se uma nova categoria de objetos, os planetas-anões, o que casou a redução do número de planetas do Sistema Solar para oito.
O MAIS BRILHANTE
O estudo também determina que o albedo de Éris (a fração de luz refletida em relação da que incide) é pelo menos de 90%, o que o transforma em um dos objetos mais brilhantes do Sistema Solar, já que apenas algumas luas de Saturno refletem uma porcentagem maior.
Sua massa e densidade, maiores que as de Plutão, sugerem que se trata de um corpo pouco rochoso e coberto por uma camada de gelo.
Os resultados essenciais do trabalho foram obtidos a partir de dois telescópios no observatório de San Pedro de Atacama e La Silla, ambos no Chile.
Atualmente existem cinco planetas-anões aceitos como tais, mas vários deles ainda estão sendo classificados.
Além disso, a previsão é que, no futuro, sejam descobertos outros, chegando talvez a centenas, segundo Ortiz.
Uma ilustração de Éris, cujo nome se refere à deusa grega da discórdia
Uma ilustração de Éris, cujo nome se refere à deusa grega da discórdia

China prepara primeira acoplagem em módulo espacial

A China dá mais um passo em direção ao plano de construir sua própria estação orbital até 2020. A espaçonave Shenzhou-8 será lançada no início de novembro e, caso tudo ocorra conforme o planejado, ela pode se tornar a primeira a se acoplar ao módulo Tiangong-1, que já se encontra no espaço.
Os preparativos para a partida começaram em agosto e se intensificam desta quarta-feira em diante no Centro de Lançamento de Satélites Jiuquan, na região noroeste chinesa, de onde parte a espaçonave. Ela será levada por um foguete de carga, o Longa Marcha-2F.
O Tiangong-1 é um dos primeiros módulos de um complexo espacial que a China pretende ter no futuro, apelidado de Projeto 921-2.
Depois do Shenzhou-8, outras naves-irmã vão seguir para lá, levando equipamento para formar as outras partes do complexo chinês.
Vista da base de lançamento do foguete Longa Marcha 2-F, que partirá com a nave Shenzhou-8 a bordo
Vista da base de lançamento do foguete Longa Marcha 2-F, que partirá com a nave Shenzhou-8 a bordo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ucrânia garante contrapartida em foguete em Alcântara

O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, garantiu nesta terça-feira a contrapartida de seu país ao projeto da empresa binacional Alcântara Cyclone Space, que desenvolve o foguete Cyclone 4. A Ucrânia entrará com R$ 250 milhões --cerca de 43% do total. O aporte do Brasil será de valor semelhante
A garantia foi dada à presidente Dilma Rousseff, que se reuniu em Brasília com Yanukovych na primeira visita oficial do ucraniano ao Brasil.
A formalização do acordo permitirá o início de lançamentos de foguetes na base de Alcântara, no Maranhão, em 2013.
Segundo o Itamaraty, o plano é que no início de 2013 seja lançado o chamado teste de qualificação e, ainda no mesmo ano, se possa iniciar os lançamentos de foguetes.
O plano brasileiro é permitir o lançamento de seis satélites ao ano. Caso este ritmo se mantenha, o governo espera recuperar o investimento em três anos.
A presidente Dilma afirmou na manhã desta terça-feira que o Brasil irá enviar engenheiros à Ucrânia para serem treinados em empresas produtoras de veículos lançadores de satélites.
"A instalação do sítio de lançamento do Cyclone 4 em Alcântara terá efeitos multiplicadores em atividade de sensoriamento remoto, serviços meteorológicos e controle do espaço aéreo", afirmou Dilma, que garantiu ainda que significará o "ingresso [do Brasil] no mercado de lançamento de satélites".
No encontro, também se firmou um memorando para produção de insulina que pode beneficiar o Brasil, que ainda depende de material importado para atender a demanda interna.

Nasa recria imagem de supernova documentada há 2.000 anos

A Nasa (agência espacial americana) recriou a imagem da primeira supernova documentada. Ela foi observada por astrônomos chineses há quase 2.000 anos.
A foto da Nasa divulgada nesta terça-feira combinou dados de quatro telescópios espaciais diferentes para criar a imagem da supernova, conhecida como RCW 86 --a mais antiga que consta dos registros de astronomia.
Os astrônomos chineses foram testemunhas do evento que aconteceu no ano 185 d.C., quando descobriram uma estrela muito luminosa que permaneceu no céu durante oito meses.
As imagens de raios-X do observatório XMM-Newton da ESA (Agência Espacial Europeia) e do Observatório de Chandra, da Nasa, foram combinadas para formar as cores azul e verde na imagem, que mostram que o gás interestelar se aqueceu a milhões de graus devido à onda expansiva da supernova.
Os dados infravermelhos do Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa, e da sonda Wise (Widefield Infrared Survey Explorer), que são vistos em amarelo e vermelho, revelam o pó que chega a várias centenas de graus abaixo de zero, cálido em comparação com o pó cósmico habitual na Via Láctea, indicou a agência espacial.
Mediante o estudo dos raios-X e dos dados infravermelhos, os astrônomos foram capazes de determinar que a causa daquela misteriosa explosão no céu era uma supernova de tipo Ia, que se produz depois da violenta explosão de uma estrela anã branca.
A supernova RCW 86 está a aproximadamente 8.000 anos-luz de distância. Tem 85 anos-luz de diâmetro e ocupa uma região do céu na constelação austral de Circinus que, segundo indica a Nasa como referência, é ligeiramente maior que a lua cheia.
A supernova RCW 86 é a mais antiga nos registros de astronomia; chineses foram os primeiros a vê-la
A supernova RCW 86 é a mais antiga nos registros de astronomia; chineses foram os primeiros a vê-la

Nasa simula asteroide no fundo do mar

A Nasa ainda está, por tempo indeterminado, sem ter suas próprias missões espaciais tripuladas. Mas isso não significa vida boa para os astronautas. Para testar as condições de exploração de um asteroide, a agência espacial mandou um time deles para o fundo do mar por 13 dias.
Desde o fim da semana passada, eles estão a 19 metros de profundidade no único laboratório subaquático de grande porte no mundo, o Aquarius, em Key Largo, na costa da Flórida (EUA).
Embora ir ao espaço não seja mais nenhuma novidade para os astronautas, a exploração de um asteroide (um dos principais objetivos da mais recente política de missões tripuladas da Nasa) impõe uma série de desafios.
Diferentemente da Lua, ou mesmo de uma futura visita a Marte, a gravidade seria praticamente inexistente. Ou seja, para se manter e se deslocar pelo astro, será preciso "amarrar" astronautas e equipamentos à sua superfície com ganchos e cordas. Como o deslocamento na água é o que mais se aproxima daquele feito em microgravidade, a Nasa mandou sua equipe para um "intensivão" nas profundezas.
As caminhadas espaciais, diferentemente do que possa parecer, não são um passeio flutuante no espaço. Grosso modo, é como se os astronautas estivessem dentro de um balão inflado com ar. Sendo assim, seus movimentos são bem mais difíceis e exigem muito mais esforço físico do que aqui embaixo, na Terra. Além de testar a "ancoragem" e a movimentação no asteroide, a missão também pesquisa as melhores formas de coletar material.
REPETECO
Esta não é a primeira vez que a Nasa usa as instalações do laboratório Aquarius para ensaiar suas operações espaciais. A missão atual é a 15ª do projeto Neemo, um trocadilho com o capitão Nemo, do livro de ficção científica "Vinte Mil Léguas Submarinas". O nome Neemo é a sigla, em inglês, para Missão de Operações em Ambientes Extremos da Nasa.
"A Neemo 15 vai requerer um coreografia complexa entre os submarinos e os aquanautas vivendo e trabalhando em sua casa subaquática", disse Bill Todd, que gerencia o projeto da Nasa.
No comando da equipe está a veterana astronauta Shannon Walker. "Novatos" formados pela Nasa em 2009, Takuya Onishi, da Jaxa (agência espacial japonesa) e David Saint-Jacques, da agência espacial canadense, também estão na missão. Eles passarão pelo menos três horas por dia em atividades de mergulho fora do laboratório.
Os também astronautas da Nasa Stan Love, Richard Arnold e Mike Gernhardt participam como pilotos do DeepWorker, um pequeno submarino que funciona simulando o veículo que, futuramente, explorará a superfície do asteroide.
Os cientistas Steven Squyres, da Universidade Cornell, e James Talacek e Nate Bender, da Universidade da Carolina do Norte, completam o time. Squyres já integrou missões que mandaram sondas a Marte.
Além de fazer ampla divulgação da missão, a Nasa tem transmissões on-line ao vivo das atividades.
"Os desafios de explorar a superfície de um asteroide, em um ambiente subaquático, são excitantes tanto para fãs de [Jacques] Cousteauquanto de [Neil] Armstrong", disse o chefe do projeto.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

EUA e Brasil planejam satélite conjunto para observar ecossistemas do planeta

Cientistas do Brasil e EUA apresentaram hoje a proposta de um satélite para entender melhor a dinâmica entre a atmosfera e os ecossistemas do planeta. O projeto ajudará, no Brasil, a determinar com mais precisão como a Amazônia está reagindo ao aquecimento global e ao seu próprio encolhimento.
O satélite, batizado de GTEO (Observatório Global de Ecossistemas Terrestres), terá uma câmera infravermelha capaz de separar dados com uma precisão sem precedentes. Enquanto satélites de observação brasileiros captam esse tipo de radiação em dez faixas de frequência diferentes, o novo instrumento seria capaz de enxergá-las em 250 faixas distintas.
Segundo um relatório-proposta que os centros de pesquisa brasileiro e americano prepararam, o novo satélite seria a primeira missão global de mapeamento "biogeoquímico" da terra. O custo estimado do projeto é de US$ 250 milhões. A contraparte brasileira do projeto, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), providenciaria US$ 100 milhões, e a Nasa (agência espacial dos EUA), providenciaria US$ 150 milhões.
O documento afirma que os instrumentos do novo satélite têm precisão suficiente para "estabelecer uma medida de linha de base da composição bioquímica do ecossistema terrestre". Os dados ajudariam a "reduzir a incerteza em prever as reações do ciclo de carbono e de ecossistemas à variabilidade climática".
Ao enxergar emissões de radiação infravermelha com detalhamento, o satélite poderia medir aspectos da vegetação como a concentração de clorofila e de celulose nas folhas, a umidade, a concentração de nitrogênio nas copas das árvores e as emissões de carbono.
"Isso vai permitir ver o nível de estresse sob o qual a vegetação está", diz Gilberto Câmara, diretor do Inpe. Segundo o cientista, será possível determinar com mais precisão se existe um ponto-de-virada do desmatamento -- a quantidade de floresta que pode ser extraída sem que o bioma da Amazônia seja comprometido como um todo. Não existe consenso hoje na academia sobre se esse ponto existe ou não, e qual é o seu valor.
Pela proposta inicial, o GTEO decolaria em 2016 e permaneceria em órbita por dois anos. A Nasa seria a responsável por construir os instrumentos científicos do satélite. O Inpe fabricaria a estrutura do satélite e seu sistema de posicionamento. O lançamento seria feito em um foguete "de aluguel" russo.
Câmara afirma que a resposta sobre o projeto está agora nas mãos da Nasa, mas declara que a chance de aprovação é "maior do que 50%". Segundo Robert Green, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, uma reposta deve sair até abril do ano que vem.
A agência americana, porém, ainda está se desdobrando para encaixar outros projetos em seu orçamento científico, que teve de ser refeito após um estouro de gastos com o Telescópio Espacial James Webb, o sucessor do Hubble.
Charles Bolden, administrador-chefe da Nasa, visita o Brasil na quinta-feira, onde deve falar sobre esse e outros projetos de colaboração.

Observador Galex, da Nasa, procura anãs vermelhas

A Nasa (agência espacial americana) divulga em seu site nesta segunda-feira a ilustração artística de uma estrela anã vermelha perto de mais três planetas.
As anãs vermelhas são menores do que o Sol e são procuradas pelo observador estelar Galex (abreviação de Galaxy Evolution Explorer).
A identificação de jovens anãs vermelhas é feita pela detecção de seus raios ultravioletas, que são abundantes nesse estágio inicial do objeto estelar.
Três planetas se movem em torno d euma estrela anã vermelha na ilustração divulgada pelo site da Nasa
Três planetas se movem em torno de uma estrela anã vermelha na ilustração divulgada pelo site da Nasa

Agência americana estuda fazer posto de combustível no espaço

A Nasa está considerando construir estações de combustível para reabastecer suas naves em órbita antes que elas sejam direcionadas para a Lua, um asteroide ou até para Marte.
Os planos mostram que a agência espacial americana está tentando acelerar seu cronograma de envio de astronautas para localidades mais distantes da Terra.
Hoje, todo o combustível necessário para uma missão vai junto com o foguete. O peso do combustível limita o tamanho das espaçonaves.
No mês que vem, engenheiros vão se encontrar na sede da Nasa em Washington para discutir como os depósitos de combustível poderiam ser usados para fazer viagens mais longas no espaço e possibilitar missões mais ambiciosas. As discussões terão como base um estudo de seis meses sobre o tema, encerrado em julho.
No entanto, a agência espacial rejeitou a conclusão mais radical do trabalho, segundo a qual a Nasa poderia usar foguetes diferentes dos construídos hoje e muito mais leves, somados a dois depósitos de combustível colocados em órbita.
"Esse estudo destaca benefícios interessantes dos depósitos, mas é muito focado nessa solução", afirma William H. Gerstenmaier, da diretoria de exploração humana e operações da Nasa.
LOGÍSTICA
Segundo o plano, o depósito de combustível seria lançado primeiro. Depois, outros foguetes levariam o combustível até ele, antes que uma nave chegasse para ser abastecida. Isso aumentaria a complexidade para uma missão até um asteroide (seriam até 17 lançamentos em vez de quatro) mas poderia levar os astronautas até o alvo desejado em 2024.
O orçamento para o projeto, de 2012 a 2030, seria de até US$ 86 bilhões.
Para comparar, um estudo feito no ano passado para a mesma missão, mas usando foguetes pesados lançados já com o combustível, orçou o projeto em US$ 143 bilhões.
Mas o uso dos depósitos de combustível tem riscos.
Os combustíveis como hidrogênio e oxigênio líquidos precisam ficar em temperaturas muito baixas. Se os depósitos não tiverem isolamento térmico, os líquidos podem ser vaporizados com o tempo.
A transferência de combustível no espaço, onde não há "peso", também pode ser difícil. Mas esses desafios podem ser contornados, segundo técnicos da agência.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Buraco na camada de ozônio chega a nível máximo nesta temporada

O buraco na camada de ozônio no hemisfério sul chegou a seu nível máximo anual em 12 setembro, ao alcançar 16 milhões de quilômetros quadrados, o 9º maior dos últimos 20 anos. As informações são da Nasa (agência espacial americana) e da Noaa (Administração Atmosférica e Oceânica dos EUA).
A camada de ozônio protege a vida terrestre ao bloquear os raios solares ultravioleta e sua redução adquire especial importância nesta época do ano, quando o hemisfério sul começa a ficar mais quente.
A Nasa e a Noaa utilizam instrumentos terrestres e de medição atmosférica aérea a bordo de globos e satélites para monitorar o buraco de ozônio no polo Sul, os níveis globais da camada de ozônio na estratosfera e as substâncias químicas artificiais que contribuem para a diminuição do ozônio.
"As temperaturas mais frias na estratosfera causaram neste ano um buraco de ozônio maior que a média", disse Paul Newman, cientista-chefe do Centro Goddard de Voos Espaciais da Nasa.
"Embora fosse relativamente grande, a área do buraco de ozônio neste ano estava dentro da categoria que esperávamos, dado que os níveis químicos de origem humana persistem na atmosfera", lamentou.
O diretor da divisão de Observação Mundial da Noaa, James Butler, afirmou que o consumo dessas substâncias que destroem o ozônio diminui pouco a pouco devido à ação internacional, mas ainda há grandes quantidades desses produtos químicos causando danos.
No entanto, a maioria dos produtos químicos permanece na atmosfera durante décadas.
A Noaa esteve monitorando o esgotamento do ozônio no mundo todo, incluindo o polo Sul, de várias perspectivas, utilizando globos atmosféricos durante 24 anos para recolher os perfis detalhados dos níveis de ozônio, assim como com instrumentos terrestres e do espaço.

Vapores de água são encontrados ao redor de estrela próxima

Astrônomos detectaram, pela primeira vez, uma quantidade significativa de vapores de água fria em uma área onde se formam os planetas. Ela circunda uma estrela jovem, TW Hydrae, na constelação de Hydra, a cerca de 175 anos-luz da Terra.
Segundo Michiel Hogerheijde, do Observatório de Leiden, na Holanda, haveria água suficiente para dar origem a centenas de oceanos terrestres --a área onde os planetas são criados equivale a quase 200 vezes a distância da Terra e do Sol. Hogerheijde é o principal autor do estudo publicado na edição de quinta-feira da revista "Science".
A descoberta, feita com a análise de dados coletados pelo Observatório Espacial Herschel, sugere que a região possui grandes volumes de água. Isso faz com que os astrônomos especulem que pode haver mais planetas com água semelhantes à Terra no Universo.
O vapor é visível em uma área gelada fora do sistema solar, onde também os cometas são formados. Uma das teorias sobre a existência na Terra é que ela teria sido trazida por cometas ou asteroides.
Esses corpos estelares funcionariam como uma espécie de "esponja", digamos assim, transportando água para outros planetas a partir de uma eventual colisão e dando origem a oceanos.
Ilustração mostra a área de formação de planetas onde existe enorme quantidade de vapores de água gelada
Ilustração mostra a área de formação de planetas onde existe enorme quantidade de vapores de água gelada

Satélites do sistema Galileo são lançados da Guiana Francesa

O foguete russo Soyuz decolou da Guiana Francesa nesta sexta-feira levando os primeiros dois satélites do sistema europeu de posicionamento global, o Galileo.
A missão, muito aguardada, deve redesenhar a competição comercial no espaço.
Quando estiver plenamente operacional ainda nesta década, o sistema Galileo tem como objetivo dar autonomia aos europeus em relação ao GPS (Sistema de Posicionamento Global) controlado pelo governo dos EUA.
O lançamento realizado da base espacial europeia na América do Sul foi o primeiro do Soyuz a partir de uma base fora do território da ex-União Soviética. O foguete viajou pela primeira vez em 1966 e tem suas raízes no período dos primeiros mísseis balísticos intercontinentais.
O foguete decolou às 7h30 (8h30 no horário de Brasília) de uma base próximo de Kourou, na Guiana Francesa, na costa nordeste da América do Sul.
De acordo com os planos, os satélites do Galileo se separariam do foguete quatro horas depois. Fortes chuvas não tiveram impacto na operação.
"Tudo correu bem", disse Jean-Yves Le Gall, presidente da empresa de lançamento de foguetes Arianespace, em comunicado após o lançamento.
A decolagem, conclusão de mais de uma década de planejamento, estava prevista para quinta-feira, mas foi adiada em 24 horas depois que um vazamento em uma válvula foi detectado no sistema de abastecimento de combustível.
O comissário da UE responsável pela política industrial e espacial, Antonio Tajani, disse que uma nova proposta seria anunciada nesta sexta-feira para seis ou oito satélites do grupo Galileo.
Ao invés de construir um novo foguete, a Europa decidiu erguer uma plataforma de lançamento de US$ 467 milhões (cerca de R$ 825,5 milhões) para o Soyuz na base da Guiana Francesa, de onde já lança seus foguetes da família Ariane.
A França cobriu mais de 80% dos custos de construção e todos os 70 milhões de euros em custos adicionais.
Em troca, a Roscomos (agência espacial russa receberá dezenas de milhões de euros por cada foguete que for construído e enviado ao Centro Espacial Samara.
O Galileo tem como objetivo dar autonomia aos europeus em relação ao sistema GPS controlado pelos EUA
O Galileo tem como objetivo dar autonomia aos europeus em relação ao sistema GPS controlado pelos EUA

Nasa e Japão divulgam mais completo mapa topográfico da Terra em 3D

A Nasa e o governo japonês divulgaram esta semana o mais completo mapa topográfico da Terra em 3D.
As imagens detalhadas de montanhas, vales, lagos, rios e mares foram feitas com o instrumento japonês Aster (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer), a bordo do satélite Terra, da Nasa.
A câmera do Aster registra imagens que vão do espectro visível até o infravermelho.
O efeito tridimensional é criado através da sobreposição de imagens levemente diferentes em duas dimensões.
O projeto já mapeou 99% da massa terrestre, de 83 graus de latitude norte a 83 graus de latitude sul, usando informações como temperatura da superfície, reflectância e elevação.
A Nasa e o governo japonês divulgaram mapa topográfico da Terra em 3D; imagem da cordilheira do Himalaia, no Butão
VEJAM AS  FOTOS>A Nasa e o governo japonês divulgaram mapa topográfico da Terra em 3D; imagem da cordilheira do Himalaia, no Butão

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lançamento de satélites do sistema Galileu é adiado para sexta

O lançamento de um foguete Soyuz com os dois primeiros satélites do sistema de navegação Galileu foi adiado desta quinta-feira para as 8h30 (de Brasília) de sexta, informou a ESA (Agência Espacial Europeia).
"O problema não ocorreu no Soyuz, mas nos sistemas em Terra", explicou à imprensa em Kourou, na Guiana Francesa, o presidente de Arianespace, Jean-Yves Le Gall.
Decidiu-se pelo adiamento depois da detecção de uma anomalia durante o abastecimento de combustível do foguete Soyuz, segundo a ESA.
O sistema automático em Terra que controla os conectores emitiu um alerta ao registrar uma "redução da pressão" inesperada, revelou Gall, que explicou que os responsáveis pelo lançamento decidiram "esvaziar os tanques e substituir a válvula" com defeito.
"É preciso ver se é possível substituir essa válvula e se nossas equipes, que passaram a última noite em claro, têm condições de se organizar para uma segunda noite insone", detalhou Gall, visivelmente contrariado com a situação.
O cancelamento foi decidido de última hora pelos responsáveis da Soyuz, depois de uma reunião técnica prévia organizada nesta mesma madrugada na base de lançamentos de Kourou.
"Decidimos, às 2h30 no horário local, (5h30 de Brasília) encher os foguetes Soyuz. Ao fim da terceira fase, detectamos falhas em dois conectores que permitem essa operação", explicou Gall.
Arianespace insistiu em que tanto o foguete quanto os dois satélites Galileu ficaram "em condições de máxima segurança".
"Sentimos um pouco de decepção, mas nao estamos envolvidos em uma tarefa difícil e isto é um bom exemplo", comentou Gall.
O diretor-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain, minimizou o drama pelo cancelamento e o considerou normal neste tipo de operações.
"Infelizmente, a experiência me mostrou que situações como estas acontecem", afirmou à Agência Efe Dordain, que acrescentou: "Não é nada dramático, tudo está sob controle."
O lançamento do foguete, o primeiro de um Soyuz a partir do Centro Espacial Europeu de Kourou, tinha como missão colocar em órbita os dois primeiros satélites dos 30 que completarão a constelação Galileu, o sistema de navegação europeu que deve concorrer com o americano GPS a partir de 2014.
O Galileu é provavelmente o programa mais ambicioso da história aeroespacial europeia e se presume que é o único de sua espécie sob controle civil.
Os sócios europeus defendem as vantagens do Galileu não só em matéria de gestão de transporte (aumento da segurança, agilização das operações, redução dos congestionamentos e a deterioração do meio ambiente), mas também em serviços para agricultura, pesca, saúde e na luta contra a imigração ilegal.
Sala de controle de lançamentos espaciais na Guiana Francesa; nova tentativa será feita nesta semana
Sala de controle de lançamentos espaciais na Guiana Francesa; nova tentativa será feita nesta semana

Nasa detecta chuva de cometas em um sistema vizinho ao nosso

O telescópio espacial Spitzer detectou uma chuva de cometas em um sistema similar ao que teria sido o Sistema Solar há milhões de anos, no período conhecido como o "intenso bombardeio tardio", que possivelmente deu à Terra água e outros ingredientes vitais para a vida.
A Nasa (agência espacial americana) informou em comunicado que esta descoberta poderia ajudar a entender melhor como foi a chuva de cometas e objetos gelados que caíram do Sistema Solar exterior, batendo nos planetas interiores e deixando grandes quantidades de pó e outros elementos que causaram, por exemplo, as crateras da Lua.
"Acreditamos ter uma evidência direta de um intenso bombardeio tardio, no sistema estelar próximo Eta Corvi", assinalou Carey Lisse, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel (Maryland).
O que o Spitzer detectou consiste em uma nuvem de poeira ao redor de uma estrela brilhante próxima chamada Eta Corvi, que coincide com o conteúdo de um cometa gigante destruído.
Esta poeira se encontra perto suficiente da estrela para se acreditar que houve uma colisão entre um planeta e um ou vários cometas.
Os pesquisadores indicam que o sistema Eta Corvi, que tem aproximadamente 1 bilhão de anos, tem a idade adequada para produzir uma tempestade como essa.
Os astrônomos usaram os detectores de infravermelho do Spitzer para analisar a luz que procede do pó ao redor do Eta Corvi, nos quais encontraram sinais químicos de gelo de água, matéria orgânica, e rocha, o que significa que provém de um cometa gigante.
As características da poeira também se assemelham ao meteorito Almahata Sitta, que deixou cair fragmentos na Terra em 2008, no Sudão.
Os especialistas indicam que as semelhanças entre o meteorito e o objeto destruído que rodeia o Eta Corvi implica um lugar comum de origem.
O Sistema Solar tem uma região similar de asteroides, conhecido como Cinto de Kuiper, onde flutuam os restos de matéria gelada e rochosa que ficaram após a formação dos planetas há 4,5 bilhões de anos.
"Acreditamos que devemos estudar o sistema Eta Corvi em detalhe para aprender mais sobre a chuva de cometas e outros objetos que poderiam ter iniciado a vida em nosso planeta", assinalou Lisse.
Ilustração mostra chuva de cometas ao redor de uma estrela que se encontra em um sistema vizinho ao nosso
Ilustração mostra chuva de cometas ao redor de uma estrela que se encontra em um sistema vizinho ao nosso

Focos de luzes iluminam o planeta Terra à noite; veja foto

A Nasa (agência espacial americana) divulgou nesta quinta-feira (19) uma imagem que mostra como a Terra é vista à noite, com focos de luzes que iluminam o planeta.
Tirada pelos astronautas que estão na ISS (Estação Espacial Internacional), a foto mostra a região centro-oeste dos Estados Unidos.
Terra vista do espaço durante a noite possui focos iluminados; foto foi tirada pela tripulação da estação espacial
Terra vista do espaço durante a noite possui focos iluminados; foto foi tirada pela tripulação da estação espacial

Astrônomos capturam imagem rara de planeta em formação

Astrônomos capturaram pela primeira vez a imagem diretamente obtida de um jovem planeta em formação.
O objeto em questão, o LkCA 15b, começou a se formar entre 50 mil a cem mil anos atrás --pouco tempo para os padrões do Universo.
A 450 anos-luz da Terra, o planeta está concentrando poeira e gás estelar que circula uma estrela com 2 milhões de anos.
Os parceiros na descoberta --Adam Kraus, do Instituto para Astronomia da Universidade do Havaí, e Michael Ireland, da Universidade Macquarie, que também trabalha no Observatório de Astronomia Australiano-- disseram que a estrela jovem está bem no centro de um disco de material estelar que a circunda.
Os cientistas anteriores não puderam observar a formação de um planeta antes porque ela acaba sendo ofuscada pelas luzes de outras estrelas das redondezas.
Para contornar esse problema, a dupla combinou dois métodos que deram resultado alterando como usavam os espelhos do observatório.
Ilustração artística de como seria a formação de um novo planeta que se encontra a 450 anos-luz da Terra
Ilustração artística de como seria a formação de um novo planeta que se encontra a 450 anos-luz da Terra

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Astronautas fotografam aurora austral acima do mar da Tasmânia

Astronautas que atualmente se encontram na ISS (Estação Espacial Internacional) divulgaram nesta quarta-feira a foto de uma aurora austral.
O fenômeno, que é causado pela interação da poeira estelar e o campo magnético terrestre.
A região fotografada está acima do sul da Nova Zelândia e o mar da Tasmânia.
Hoje vivem três astronautas na ISS. São eles: o russo Sergei Volkov, o norte-americano Mike Fossum e o japonês Satoshi Furukawa.
Na foto tirada por astronautas, aparece uma parte da estação espacial e a aurora austral ao fundo, em verde
Na foto tirada por astronautas, aparece uma parte da estação espacial e a aurora austral ao fundo, em verde

Satélite alemão vai cair na Terra neste fim de semana

O satélite aposentado Rosat (sigla de Roentgen Satellite) vai entrar na atmosfera terrestre e se partir em pedaços entre sábado (22) e segunda-feira (24). A informação vem do Centro Espacial Alemão, que não determinou a hora da queda.
O Rosat é de pequena dimensão --tem o tamanho de uma minivan-- e orbita a Terra a cada 90 minutos. Ele vai fazer a reentrada a uma velocidade de 28 mil quilômetros por hora.
Lançado em 1990 e desligado nove anos depois, desde então o Rosat fica girando ao redor do nosso planeta sem muito o que fazer. Mas as aparências podem enganar.
O satélite foi um dos primeiros a vasculhar o espaço e pesquisar os buracos negros e as estrelas de nêutrons.
As chances de um estilhaço acertar uma pessoa na Terra é pequeno. Pelo cálculo da agência alemã, apenas 1 em 14 trilhões de terráqueos teria essa infelicidade.
Satélite alemão Rosat foi um dos primeiros a prospectar o espaço e fornecer dados sobre buracos negros
Satélite alemão Rosat foi um dos primeiros a prospectar o espaço e fornecer dados sobre buracos negros

Primeiro espaçoporto comercial do mundo é inaugurado nos EUA

O bilionário britânico Richard Branson inaugurou na segunda-feira (17) o primeiro aeroporto comercial para voos espaciais na órbita baixa da Terra. O Spaceport America está localizado ao sul do Estado do Novo México, nos EUA.
Na abertura do evento, Branson desceu de um balcão fazendo rapel e abriu uma garrafa de champanha na presença de pelo menos 150 passageiros que já garantiram seus assentos no primeiro voo da SpaceShip 2.
Com o aeroporto e a nave-mãe prontos, a companhia agora se dedica aos testes finais dos propulsores e aguarda autorização da Administração Federal da Aviação para operar.
Como ocorreram atrasos para erguer o terminal e o hangar de 10.233 metros quadrados, o que influenciará no cronograma do primeiro voo, recentemente um dos passageiros desistiu da viagem e pediu um reembolso.
Mais de 450 turistas já adquiriram uma passagem de ida e volta por US$ 200 mil (cerca de R$ 366,8 mil). O pacote inclui uma viagem com duração de duas horas e meia, mais cinco minutos de experiência na microgravidade, que faz com que as pessoas flutuem no espaço, e uma visão única da Terra.
A Nasa (agência espacial dos EUA), que depende de "caronas" para chegar ao espaço desde a aposentadoria da frota dos ônibus espaciais, comprometeu-se a fretar um voo espacial da companhia Virgin Galactic, que vai operar o SpaceShip 2, com a opção de repetir essa operação outras duas vezes. As três missões custariam US$ 4,5 milhões (cerca de R$ 7,9 milhões).
Dono da Virgin Galactic, Richard Branson inaugurou espaçoporto com champanha e rapel
Dono da Virgin Galactic, Richard Branson inaugurou espaçoporto com champanha e rapel

Rússia quer prolongar vida útil da ISS até 2028

A Rússia propôs na terça-feira (18) o funcionamento da ISS (Estação Espacial Internacional) por mais oito anos além do previsto. O módulo, que iniciou suas operações em 1998, deve encerrar suas atividades em 2020.
"Os especialistas têm diante de si a missão de estudar uma proposta audaz: como garantir o funcionamento da ISS em órbita durante 30 anos", disse Alexei Krasnov, chefe do programa de cosmonautas da agência espacial russa, a Roscosmos.
Krasnov, que fez estas declarações durante um fórum internacional em Moscou, disse que a plataforma poderia ser utilizada no futuro como centro de montagem dos aparelhos para voos interplanetários.
A iniciativa russa recebeu imediatamente o apoio do diretor de operações da Nasa (agência espacial americana), Mark Polanski, e dos representantes da ESA (Agência Espacial Europeia), informam as agências de notícias russas.
Para Polanski, a estação terá nos próximos anos um papel crucial como trampolim para os voos à Lua, Marte e outros lugares remotos do espaço.
Além da Rússia, Estados Unidos, Japão, Canadá e 12 países-membros da UE (União Europeia) também participam do projeto, que nunca contou com a adesão da China, terceira maior potência espacial do mundo.
Os primeiros astronautas pisaram na plataforma em 2 de novembro de 2000, de maneira que a ISS já superou o recorde estabelecido pela estação russa MIR de nove anos e 257 dias com presença humana.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Internautas sem treino em astronomia ajudam a 'caçar' planetas

Com a ajuda de pessoas sem qualquer treino em astronomia, um grupo de pesquisadores encontrou seu primeiro planeta fora do Sistema Solar por meio da chamada "ciência cidadã". E com 99,7% de certeza, é bom que se diga.
Além desse objeto, que orbita uma estrela similar ao Sol a cada dez dias e tem duas vezes e meia o diâmetro da Terra, a equipe do PlanetHunters.org também achou outro planeta (desta vez com 95% de certeza), ao redor de outro astro, com período de 50 dias e diâmetro oito vezes maior que o terrestre.
Apesar do alto grau de confiabilidade, esses objetos ainda são tratados como "candidatos a planeta" no artigo publicado pelo grupo no periódico científico britânico "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".
Isso porque não se pode, no momento, descartar por completo a hipótese de que, em vez de um planeta, seja uma estrela companheira a causar a mudança na luz emanada dos astros que denuncia sua presença.
PERSISTÊNCIA
As descobertas são um trunfo para a iniciativa coordenada por Debra Fischer, da Universidade Yale (EUA), que aplica o conceito de ciência cidadã à caça de planetas.
"Quando começamos a planejar esse projeto, em agosto de 2010, as pessoas nos diziam que não ia funcionar porque estávamos apresentando dados brutos, não imagens", conta Fischer.
No site, os usuários têm acesso a gráficos de luminosidade fornecidas pelo satélite Kepler. Ele está observando cerca de 145 mil estrelas.
Pequenas reduções temporárias de luminosidade nesses astros podem indicar que um objeto menor --talvez um planeta-- está passando na frente deles em sua órbita.
Ao avaliar os gráficos, os usuários podem apontar se acreditam que exista um trânsito (termo usado para designar a passagem do planeta) indicado ali.
Aos cientistas do projeto cabe reunir as observações dos usuários e encontrar indicações comuns, sinais de um planeta real.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Galáxias ajudam estudo sobre dissipação de nevoeiro cósmico

Cientistas utilizaram o telescópio Very Large do ESO (Observatório Europeu do Sul) para sondar o Universo primordial em diferentes idades à medida que este se tornou transparente à radiação ultravioleta.
Esta breve, porém dramática, fase da história cósmica --conhecida como reionização-- ocorreu há cerca de 13 bilhões de anos.
Ao estudar detalhadamente as galáxias mais distantes já encontradas, a equipe conseguiu determinar pela primeira vez a linha cronológica da reonização --a fase deve ter ocorrido mais depressa do que os astrônomos pensavam anteriormente.
O telescópio foi usado como uma "máquina do tempo" e observou no Universo primordial várias das galáxias mais distantes já detectadas.
A equipe conseguiu medir distâncias de forma precisa e descobriu que estamos vendo estas galáxias tal como eram entre 780 milhões a 1 bilhão de anos depois do Big Bang.
Durante esta fase, o nevoeiro de hidrogênio gasoso estava para desaparecer, permitindo que a radiação ultravioleta atravessasse o Universo pela primeira vez sem ser impedida.
Os novos resultados, que serão publicados na revista especializada "Astrophysical Journal", resultaram de uma procura longa e sistemática de galáxias distantes ao longo dos últimos três anos.
"Os arqueólogos conseguem reconstruir uma linha cronológica do passado a partir dos artefatos que encontram em diferentes camadas no solo. Os astrônomos podem fazer melhor: podem olhar diretamente para o passado distante e observar a radiação tênue de diferentes galáxias em diferentes estados da evolução cósmica," explica Adriano Fontana, do Observatório Astronômico de Roma, INAF, que liderou o projeto.
CRONOLOGIA
Além de sondar a taxa à qual o nevoeiro primordial desapareceu, as observações da equipe sugerem também a fonte provável de radiação ultravioleta, a qual forneceu a energia necessária à ocorrência da reionização.
Existem várias teorias que competem entre si sobre a origem desta radiação --duas das principais referem-se à primeira geração de estrelas no Universo e à intensa radiação emitida pela matéria que cai em buracos negros.
"A análise detalhada da radiação tênue emitida pelas duas galáxias mais distantes que encontramos sugere que a primeira geração de estrelas pode ter contribuído para a energia libertada observada," diz Eros Vanzella do INAF Observatório de Trieste, um membro da equipe de investigação.
"Seriam estrelas muito jovens e de grande massa, cerca de 5.000 vezes mais jovens e com cem vezes mais massa do que o Sol. Estas estrelas teriam sido capazes de dissipar o nevoeiro primordial, tornando-o transparente", acrescentou.
Serão necessárias medições muito mais precisas para confirmar ou excluir esta hipótese e mostrar que as estrelas podem produzir esta energia.
Ilustração artística mostra como seriam as galáxias no fim da era da reionização
Ilustração artística mostra como seriam as galáxias no fim da era da reionização

Foto mostra nebulosa Órion iluminada por estrelas em formação

A Nasa (agência espacial americana) exibe em seu site nesta segunda-feira a foto da nebulosa Órion tirada pelo telescópio espacial Spitzer.
A constelação é um berçário estelar que contém estrelas jovens e protoestrelas --concentração de gases que precede à formação das estrelas.
As estrelas com maior massa iluminam a nebulosa Órion e são vistas na imagem como a região mais brilhante, ao centro.
Também conhecida como M42 ou NGC 1976, ela é uma das mais fáceis de se observar pelo seu brilho intenso.
Imagem da nebulosa Órion tirada pelo telescópio Spiltzer e divulgada no site da Nasa, a agência espacial dos EUA
Imagem da nebulosa Órion tirada pelo telescópio Spiltzer e divulgada no site da Nasa, a agência espacial dos EUA

Observatório detecta 14 mil estrelas em nebulosa Carina

O observatório Chandra de Raios-X detectou mais de 14 mil estrelas na nebulosa Carina, região conhecida pela formação desses objetos estelares que se encontra no Braço de Sagitário da Via Láctea e está a cerca de 7.50 anos-luz da Terra. A imagem foi divulgada no último domingo (16).
As informações reunidas pelo Chandra fornecem evidências de a região ter abrigado no passado uma supernova --nome que se dá às estrelas que explodem.
Um indício dessa hipótese é a área de aglomerados de estrelas conhecida como Trumpler 15 (na parte superior da foto). Algumas delas emitem poucos raios-X, o que sugere que parte delas já foi destruída pela explosão da tal supernova.
Outra novidade é a identificação de seis novos objetos que provavelmente são estrelas de nêutrons --fases finais da extinção de estrelas. Observações anteriores tinham visto apenas uma delas.
Na parte superior da imagem, a área de aglomerados de estrelas conhecida como Trumpler
Na parte superior da imagem, a área de aglomerados de estrelas conhecida como Trumpler

sábado, 15 de outubro de 2011

Nasa compra assentos em nova nave espacial da Virgin Galactic

A empresa de turismo espacial Virgin Galactic fechou um negócio de US$ 4,5 milhões (R$ 7,8 milhões) com a Nasa (agência espacial americana).
O contrato permitirá que a agência espacial americana participe de voos de pesquisa da companhia.
Pelo acordo divulgado na sexta-feira, a Nasa poderá "fretar" até três voos na nova nave da empresa espacial privada, a SpaceShip 2.
O veículo, que faz viagens à órbita baixa da Terra, tem capacidade para até oito passageiros.
Cada um dos voos realizados pela Nasa poderia levar quase 600 kg de equipamento, o que deve permitir a realização de vários experimentos diferentes a cada viagem.
A Virgin Galactic vai fornecer um engenheiro especializado para acompanhar cada missão e ajudar a monitorar e conduzir os experimentos da maneira adequada.
De início, a Nasa se comprometeu a fretar um voo espacial da companhia, com a opção de repetir essa operação outras duas vezes.
Se tudo correr como o planejado e a agência espacial americana decidir levar à diante as três missões, o custo total da operação será de US$ 4,5 milhões.
"Nós estamos animados por estar trabalhando com a Nasa para oferecer à comunidade científica essa oportunidade de transportar experimentos no espaço", disse o executivo-chefe da empresa, George Whitesides, em nota.
"Uma enorme gama de disciplinas pode se beneficiar do acesso ao espaço. Mas, historicamente, essas oportunidades têm sido raras e muito dispendiosas", completou.
Segundo ele, a Virgin Galactic irá facilitar o acesso ao espaço, independentemente de se tratar de um astronauta, pesquisador ou turista.
Nesta semana, um outro anúncio da companhia chamou a atenção. Mike Moses, um dos veteranos do recém-aposentado programa do ônibus espacial, começou a trabalhar na empresa.
Ele assumiu a vice-presidência de operações da empresa da Califórnia.
Atualmente, a Nasa não tem meios para chegar ao espaço e depende de "caronas" pagas na nave russa Soyuz.
Modelo de como será o aeroporto espacial da Virgin Galactic; dono da empresa estima voo inaugurau em breve
Modelo de como será o aeroporto espacial da Virgin Galactic; dono da empresa estima voo inaugural em breve

Brasil aposta em satélite com parceria da África do Sul e Índia

O projeto do primeiro satélite conjunto de Brasil, Índia e África do Sul deve ser reabilitado na próxima semana, durante o encontro do Ibas (cúpula que reúne os três países), em Pretória.
Proposto há dois anos pelo Brasil, o projeto compreende dois microssatélites, um para o estudo do clima espacial, outro para observação da Terra.
O de clima espacial, dedicado ao estudo de fenômenos como tempestades solares, deverá ser o primeiro da parceria. No Brasil, a coordenação do projeto será do Inpe.
De acordo com os negociadores brasileiros, o custo total deve ficar em torno de US$ 10 milhões, além de cerca de US$ 7 milhões gastos para o lançamento do satélite. O custo é considerado relativamente baixo.
A África do Sul desenvolveria o chamado controle de atitude do satélite, o conjunto de instrumentos de posicionamento da máquina. O Brasil seria responsável pelos sensores de coleta de dados e caberia à Índia o lançamento da sonda.
Especialistas da área espacial ouvidos pela Folha afirmam, porém, que o gigante asiático está reticente em relação à parceria trilateral.
A Índia, afinal, é uma potência espacial emergente, que recentemente lançou uma sonda na superfície da Lua e não tem interesse em um projeto tecnologicamente mais elementar. O maior interesse indiano seria o de vender a tecnologia.
No encontro da próxima semana, que terá a presença da presidente brasileira, Dilma Rousseff, do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, brasileiros e sul-africanos irão pressionar politicamente os colegas asiáticos para embarcar no projeto.
O satélite era visto com entusiasmo no governo Lula, por dar "materialidade" ao grupo de países do hemisfério Sul. "Tem um aspecto positivo de cooperação tecnológica sul-sul", diz o diretor do Inpe, Gilberto Câmara.
A Índia, entretanto, é essencial para o projeto, porque o custo de lançamento de um microssatélite por quilo é mais elevado do que o de um satélite de 5 toneladas.
Além disso, como a ideia é cobrir tanto o Brasil quanto a África do Sul, a nave teria de ser lançada numa órbita oblíqua.
Ou seja, nem circulando os polos, como a maioria dos satélites de sensoriamento remoto, nem equatorial, como os satélites geoestacionários.
Para isso, seria necessário embarcar o microssatélite de "carona" com algum outro satélite num foguete indiano. "A Índia explora esse tipo de órbita", diz Câmara.
A África do Sul e o Brasil têm interesse em cooperação tecnológica, já que já são parceiros diplomáticos nos fóruns internacionais sobre uso pacífico do espaço. A África do Sul também abriga a primeira estação de recepção de imagens do satélite sino-brasileiro CBERS, que distribui imagens para a África.
O país africano tem, ainda, capacidade tecnológica "ociosa" nessa área, resquícios de um programa de cooperação nuclear com Israel durante o regime do apartheid (1948-1994).

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Reitor do ITA é nomeado diretor de empresa espacial

O reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), brigadeiro Reginaldo dos Santos, foi nomeado nesta quinta-feira diretor-geral da empresa Alcântara Cyclone Space.
A ACS foi criada em 2007 pelo Brasil e pela Ucrânia para explorar comercialmente a base de Alcântara para o lançamento de satélites usando o foguete ucraniano Cyclone-4. Vítima de atrasos da parte brasileira e falta de dinheiro da parte ucraniana, a empresa binacional foi deixada de molho pelo governo Dilma neste ano. Porém, o projeto foi retomado com o anúncio da Ucrânia de que injetaria US$ 180 milhões em seu capital.
A nomeação de Reginaldo dos Santos é vista no setor espacial como um aceno do governo à Aeronáutica. Os militares sempre tiveram resistência ao projeto com a Ucrânia, por entenderem que ele compete com o programa VLS, que desenvolve um lançador de satélites nacional.

Nasa divulga foto de restos de explosão estelar com 4.500 anos

Astrônomos pesquisam supernovas para entender em quais condições essas explosões ocorreram, além de adquirir conhecimento sobre a energia escura e a expansão do Universo --assunto premiado pelo Nobel de Física deste ano.
A G299.2-2.9, cuja foto foi divulgada nesta quinta-feira, é uma das estudadas pela Nasa (agência espacial dos EUA).
Ela se encontra a aproximadamente 16 mil anos-luz de distância da Via Láctea e é do tipo Ia, ou seja, uma estrela anã branca que, agonizante, originou a supernova.
Os restos pós-explosão são dos mais antigos do gênero, com idade estimada em 4.500 anos.
No interior dela, há quantidade significativa de ferro e silício, como é padrão nesse tipo de obejto estelar.
Já o halo que se vê na foto em amarelo é a concentração de gás e poeira.
No interior da G299.2-2.9, há ferro e silício; o halo em amarelo é pura concentração de gás e poeira estelar
No interior da G299.2-2.9, há ferro e silício; o halo em amarelo é pura concentração de gás e poeira estelar

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Asteroide Vesta tem montanha três vezes mais alta que o Everest

A Nasa (agência espacial dos EUA) obteve a foto de uma montanha que se ergue no polo sul do asteroide Vesta e que supera em três vezes o tamanho do monte Everest, no Tibete, com 8.848 metros de altura --a maior elevação que se encontra na Terra e acima do nível do mar.
No centro da imagem, divulgada na segunda-feira (10), vê-se a grande escarpa, que termina em um penhasco. Essa elevação pode ter se originado a partir de deslizamentos de terra, especulam os cientistas.
O Vesta é o segundo maior asteroide do Sistema Solar e está no cinturão que se encontra entre Marte e Júpiter.
A sonda Dawn tirou a foto como parte da missão, prevista para durar um ano, de estudo do Vesta. Depois, ela parte para colher dados sobre o planeta-anão Ceres.
No centro, montanha que se encontra no polo sul do asteroide Vesta, o segundo maior do nosso Sistema Solar
No centro, montanha que se encontra no polo sul do asteroide Vesta, o segundo maior do nosso Sistema Solar

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Gases da nebulosa Órion formam 'par de óculos' no espaço

A imagem divulgada nesta terça-feira pela Nasa (agência espacial dos EUA), em seu site, é da nebulosa Órion.
Conhecida também como Messier 78, as duas regiões que aparecem em verde na foto são, na verdade, cavidades formadas por nuvens de poeira estelar que estão ao redor delas.
Um alinhamento de estrelas recém-nascidas é visível à direita como uma série de pontos vermelhos que se encontram fora da nebulosa.
A Órion pode até mesmo ser vista em equipamentos de menor porte, mas não do modo como o telescópio espacial Spitzer, que fez a foto de hoje, permite.
A tecnologia do Spitzer consegue observar a nebulosa por dentro, superando a poeira estelar que constantemente atrapalha a sua visualização a distância.
À direita, vê-se um alinhamento de estrelas recém-nascidasé em vermelho
À direita, vê-se um alinhamento de estrelas recém-nascidasé em vermelho

YouTube exibirá experiências de estudantes enviadas ao espaço

Adolescentes de todo o mundo foram convidados nesta segunda-feira a desenvolver experiências que poderão ser feitas na Estação Espacial Internacional e que serão exibidas ao público no site de vídeos YouTube.
A página na internet para compartilhamento de vídeos, de propriedade do Google, e a gigante chinesa de computadores Lenovo trabalharão com as agências espaciais americana, europeia e japonesa para lançar o "laboratório do espaço" no YouTube como forma de despertar o interesse dos jovens pela ciência.
"O Google foi fundado por cientistas, por isso inspirar a próxima geração de cientistas é muito importante para nós", afirmou Zahaan Bharmal, diretor de marketing da companhia californiana de internet para Europa, África e Oriente Médio.
Bharmal foi quem teve a ideia de que os estudantes pensassem em experimentos interessantes para por em prática na microgravidade da estação orbital e, em seguida, selecionar os mais interessantes para serem executados.
"Selecionaremos os dois melhores experimentos, os colocaremos em um foguete e enviaremos à Estação Espacial", confirmou Bharmal à AFP.
"Esperamos que a difusão em tempo real no YouTube seja a maior e mais interessante aula do mundo", continuou.
O júri que escolherá as experiências incluirá o respeitado físico e cosmologista Stephen Hawking. Os projetos deverão ser inscritos nas categorias de física ou biologia.
O concurso "Laboratório do Espaço", do YouTube, está aberto a estudantes de 14 a 18 anos. O prazo para apresentação de ideias termina em 7 de dezembro e os vencedores serão anunciados em março, em Washington.
Segundo Bharmal, as experiências vencedoras serão enviadas ao espaço no ano que vem, a bordo de um foguete japonês guiado por computadores Lenovo, e exibidas ao vivo no YouTube, com o apoio da Nasa.
Os estudantes cujas ideias forem selecionadas terão que escolher como prêmio assistir ao lançamento do foguete ou visitar o centro de treinamento de cosmonautas, na Rússia.
Os seis ganhadores regionais poderão experimentar voos em gravidade zero, conhecidos como "cometas do vômito" por causa das sensações que provocam, afirmou Bharmal.
O canal "Laboratório do Espaço" no YouTube poderá se tornar uma plataforma online permanente para divulgar conteúdo relacionado com a ciência.
Mais informações sobre o concurso estão disponíveis no endereço eletrônico youtube.com/user/spacelab.

Space Lab http://www.youtube.com/user/spacelab

domingo, 9 de outubro de 2011

EUA boicotaram o programa espacial do Brasil nos anos 90

Telegramas confidenciais do Itamaraty revelam que os EUA promoveram embargo e "abortaram" a venda, por outros países, de tecnologia considerada essencial para o programa espacial brasileiro na década de 1990.
Em um dos telegramas, o Itamaraty associou a ação norte-americana a um atraso de quatro anos na produção e lançamento de satélites.
O projeto Folha Transparência divulga em seu site a partir de hoje 101 telegramas confidenciais inéditos da diplomacia brasileira, que tratam dos programas brasileiros espacial e nuclear.
A pressão norte-americana sobre o projeto espacial já foi ressaltada por especialistas brasileiros ao longo dos anos, e um telegrama do Wikileaks divulgado em 2010 indica que ela ainda ocorria em 2009. Os documentos agora liberados permitem compreender a origem e o alcance do embargo, assim como a enérgica reação do Brasil.
Em despacho telegráfico de agosto de 1990, o Itamaraty afirmou que a ação norte-americana começara três anos antes, por meio de "embargos de venda de materiais", impostas pelos países signatários do RCTM (Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis) --um esforço voluntário entre países, de 1987, para coibir o uso de artefatos nucleares em mísseis.
O Itamaraty incluiu o bloqueio dos EUA como um dos motivos para o atraso na entrega do VLS (Veículo Lançador de Satélites), que deveria estar pronto em 1989. O primeiro teste de voo foi em 1997.
Além do VLS, o programa espacial previa a construção de quatro satélites, dois para coleta de dados e dois para sensoriamento remoto.
O Brasil só aderiu ao acordo em 1995. Os telegramas revelam que, um ano depois, o diretor do CTA (Centro Técnico Aeroespacial) da Aeronáutica, Reginaldo dos Santos, atual reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), informou ao Itamaraty que os EUA negaram o pedido para importar transmissores para uso em foguetes brasileiros.
O Itamaraty orientou seu embaixador em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, a manifestar "estranheza e preocupação" ao governo dos EUA. A medida dos EUA só foi revista meses depois.
José Israel Vargas, ministro da Ciência e Tecnologia entre 1992 e 1998, confirmou à Folha as gestões dos EUA para prejudicar o programa espacial brasileiro.
"Houve sim pressão americana para qualquer desenvolvimento de foguetes, contra nós e todo mundo [que o fizesse]." Segundo ele, países avançados na área, que ajudavam outros a criar seus programas espaciais, como a França fez com o Brasil, também eram pressionados.
A Embaixada dos EUA em Brasília, quando procurada em agosto pela Folha, não comentou os telegramas do Itamaraty, mas elogiou a divulgação dos documentos.
Réplica do VLS (Veículo Lançador de Satélites) exposto no MAB (Memorial Aeroespacial Brasileiro)
Réplica do VLS (Veículo Lançador de Satélites) exposto no MAB (Memorial Aeroespacial Brasileiro)

sábado, 8 de outubro de 2011

Telescópios de € 1,2 bilhão entram em ação

Quem poderia imaginar que o projeto mais caro da história da astronomia em solo não seria para ver o espaço, mas para "escutá-lo"?
Reunindo EUA, Europa e Japão, o Alma, maior conjunto de radiotelescópios já feito, começou a funcionar em configuração provisória.
Orçado em € 1,2 bilhão, o conjunto opera apenas com 16 antenas. Mas, mesmo nessa escala, ele já é o mais potente de sua categoria.
Quando ficar pronto, por volta de 2014, o Alma terá 66 radiotelescópios, distribuídos numa área de cerca de 7.000 m2, quase o tamanho de um campo de futebol.
A disposição dos aparelhos é tal que, grosso modo, o conjunto equivale um radiotelescópio gigante, com o tamanho da distância entre as duas antenas mais afastadas.
Com isso, os pesquisadores esperam ver coisas jamais antes observadas no Cosmos, como a formação de planetas em tempo real, que permitirá estudar seu nascimento.
"O Alma irá investigar a região do espectro eletromagnético entre o infravermelho e o rádio, uma parte até hoje muito pouco explorada. Com isso, estamos literalmente abrindo uma nova janela para o Universo", diz Wolfgang Wild, pesquisador do ESO (Observatório Europeu do Sul) envolvido com o projeto.
Conjunto de antenas no deserto do Atacama verá planetas em formação
Conjunto de antenas no deserto do Atacama verá planetas em formação

A área do projeto fica a 5.000 metros de altitude no deserto do Atacama (Chile), onde a pressão atmosférica é metade da existente no nível do mar. Graças a isso, há muito menos interferência do ar nas observações.
Em compensação, o ambiente é tão inóspito que não haveria como manter pessoas durante longos períodos lá. Por isso, o centro de controle ficará numa região mais baixa, a 2.900 m de altitude.
Além de poder trabalhar com o Alma por meio da entrada do Brasil no ESO (decisão que ainda pende por aprovação no Congresso), pesquisadores nacionais, em parceria com a Argentina, têm outras ideias ambiciosas para a radioastronomia.
Eles estão tocando o projeto Llama, que consiste na instalação de uma antena similar às que estão sendo usadas no Atacama a 200 km de distância do Alma.
"Isso permitiria fazer experiências usando os dois ao mesmo tempo", afirma Jacques Lépine, pesquisador do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP que coordena o desenvolvimento do Llama pelo lado brasileiro.
Além de operar junto com o Alma, o Llama poderia fazer observações individuais. Lépine diz que há boa vontade mútua entre os dois esforços para futura cooperação.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sonda descobre a existência de camada de ozônio em Vênus

Uma sonda da ESA (Agência Espacial Europeia) descobriu a existência de uma camada de ozônio no planeta Vênus, o que permitirá avanços nas investigações sobre a ocorrência de vida fora da Terra.
A descoberta da Venus Express aconteceu quando a sonda permitiu a observação de estrelas situadas perto do planeta e por meio de sua atmosfera, segundo comunicado da ESA.
O ozônio pôde ser detectado porque absorveu parte dos raios ultravioletas procedentes de algumas dessas estrelas observadas.
Um dos cientistas responsáveis pela missão declarou que o achado permite entender a química de Vênus e, além disso, pode servir na busca de vida em outros planetas.
O ozônio contém três átomos de oxigênio. O do planeta estudado se forma quando a luz do sol rompe as moléculas de dióxido de carbono da atmosfera e permite a liberação de átomos de oxigênio. O elemento já tinha sido encontrado antes na Terra e em Marte.
Em nosso planeta, sua importância é fundamental para a vida porque absorve grande parte dos raios ultravioletas do sol.
Os cientistas consideram que isso permitiu que a vida surgisse na Terra, onde o oxigênio começou a se formar há aproximadamente 2,4 bilhões de anos, ressaltou a ESA.

Nebulosa cria enorme 'chuva' de raios gama e intriga astrônomos

A Nebulosa do Caranguejo --resíduos de uma estrela que explodiu há mais de mil anos-- continua intrigando os cientistas.
Pesquisa na "Science" indica que o centro da estrela "morta", o pulsar, está com uma inexplicável emissão de raios gama, mais de 50 bilhões de vezes mais alta que a luz visível do Sol. Invisível a olho nu, parte desses raios chega à Terra.
As imagens foram feitas pelo conjunto de telescópios Veritas. Quando explodiu, a estrela ficou tão brilhante que antigos chineses e índios registraram o evento.
Concepção artística da nebulosa e sua emissão recorde de raios gama a partir do centro da estrela morta
Concepção artística da nebulosa e sua emissão recorde de raios gama a partir do centro da estrela morta

Rússia lança com sucesso foguete Zenit com satélite americano

A Rússia lançou com sucesso, na noite de quarta-feira, um foguete Zenit que transportava o satélite de telecomunicações americano Intelsat 18. A partida ocorreu no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, anunciou um representante da Roskosmos, a agência espacial russa.
"O lançamento do foguete Zenit 3SLB, com um satélite Intelsat, foi [lançado] do cosmódromo de Baikonur", nas estepes cazaques, às 18h de Brasília, acrescentou o funcionário, citado pela agência de notícias Interfax.
"O bloco de aceleração DM-SLB e o satélite alcançaram uma trajetória suborbital", acrescentou, após destacar que o satélite devia entrar em órbita pouco depois.
Este satélite de telecomunicações alcançará sua posição geoestacionária na região Ásia-Pacífico, para um período de 15 anos, segundo a Roskosmos.
Satélite de telecomunicações americana deve ficar ativo durante 15 anos; lançamento ocorreu sem problemas
Satélite de telecomunicações americana deve ficar ativo durante 15 anos; lançamento ocorreu sem problemas

Cientistas dizem que boa parte da água na Terra veio de cometas

Uma boa proporção de água dos oceanos pode ter se originado dos cometas, mais do que era estimado até agora, segundo um grupo de cientistas que estudou um desses corpos celestes.
Essa conclusão é de autoria de uma equipe internacional de especialistas coordenada por Paul Hartogh, do Instituto Max-Planck, da Alemanha, para Estudos do Sistema Solar, após detectar pela primeira vez em um cometa água com uma composição similar à dos oceanos terrestres.
A pesquisa, publicada na quarta-feira na revista britânica "Nature", pôde ser realizada graças aos instrumentos do Observatório Espacial Herschel, da ESA (Agência Espacial Europeia).
Os cientistas descobriram que a água dos oceanos terrestres tem a mesma composição que o gelo encontrado em um cometa identificado como 103P/Hartley 2, da família de Júpiter, cuja origem está no cinturão de Kuiper, um conjunto de corpos de cometa fora da órbita de Netuno.
Para chegar a esta conclusão, Hartogh e seus companheiros determinaram a proporção de deutério e hidrogênio pesado (D/H) na água do 103P/Hartley 2.
Outros seis cometas, analisados nos últimos anos com o mesmo equipamento, deram valores muito diferentes do D/H existente em nossos oceanos. Por isso que não apresentaram mais de 10% de água terrestre.
As análises sobre a origem dos oceanos foram motivo de debate já que várias pesquisas apontavam que procedeu principalmente do impacto dos asteroides com a Terra.
Hartogh explicou à agência de notícias Efe que, no seu período de formação, a Terra era muito seca e por isso a água existente nesse momento evaporou no espaço.
Segundo os cientistas, a água deve ter surgido 8 milhões de anos depois, por isso a possível origem da água vem de cometas e asteroides.
É possível estabelecer de onde procedeu a água analisando a composição isotópica, especialmente a proporção de deutério de hidrogênio (D/H), assinalou o cientista.
Segundo Hartogh, os asteróides de carbono do chamado cinturão de asteroides exterior, uma região relativamente fria, possuem uma relação de D/H similar à dos oceanos terrestres.
Por outro lado, os cometas possuem mais quantidade de água e seu D/H é duas vezes maior que a água da Terra, razão pela qual apenas uma pequena proporção de água pode ter sido procedida deles.
Porém, esses cometas, localizados na nuvem Oort e fora de nosso Sistema Solar, possuem uma origem diferente ao do identificado agora.
"O cometa 103P/Hartley 2 tem a mesma proporção que a água dos oceanos da Terra. Como conclusão, mais quantidade de água do que se pensava pode ter vindo dos cometas", afirmou Hartogh.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Observatório terrestre Alma começa a trabalhar; veja 1ª imagem

Um dos observatórios terrestres mais complexos iniciou oficialmente seus trabalhos de prospecção estelar. A Alma (sigla em inglês de Atacama Large Millimeter Array) captou a primeira imagem do espaço, que não poderia ser observada por telescópios ópticos ou infravermelhos.
A foto das galáxias Antena --um par de galáxias em colisão que se apresentam de forma muito distorcida-- feita pelo Alma revela algo que não pode ser visto no óptico: as nuvens de gás frio e denso a partir das quais se formam as novas estrelas.
Ela também mostra enormes concentrações de gás não apenas nos centros das duas galáxias mas também na região caótica onde elas colidem. Ali a quantidade total de gás corresponde a bilhões de vezes a massa do nosso Sol --uma espécie de reservatório rico em matéria para gerações futuras de estrelas.
Cientistas do mundo todo competiram entre si para estar entre os primeiros a explorar com a nova ferramenta astronômica alguns dos mais escuros, mais frios, mais longínquos e mais escondidos segredos do cosmos.
Ainda em construção, a Alma tem apenas um terço das 66 antenas de rádio previstas em seu projeto. O complexo encontra-se no planalto do Chajnantor, ao norte do Chile, a uma altitude de 5.000 metros.
O Alma observa o Universo nos comprimentos de onda do milímetro e submilímetro, aproximadamente mil vezes maiores que os comprimentos de onda da radiação visível.
Utilizando estes comprimentos de onda maiores, os astrônomos podem estudar objetos no espaço extremamente frios --tais como as nuvens densas de gás e poeira cósmicas, a partir das quais se formam estrelas e planetas-- assim como objetos muito distantes, situados no Universo primitivo.
Imagem das galáxias Antena feita pelo telescópio terrestre Alma, construído no norte do Chile
Imagem das galáxias Antena feita pelo telescópio terrestre Alma, construído no norte do Chile

Rússia põe em órbita satélite de navegação Glonass-M

A Rússia pôs nesta segunda-feira em órbita um satélite para seu sistema de navegação Glonass, análogo ao GPS americano, informou o Ministério da Defesa russo.
O aparelho, um Glonass-M, com 1.450 quilos e uma vida útil de sete anos, foi lançado ao espaço com um foguete Soyuz-2 a partir da base de Plesetsk, situado a noroeste do país.
"Todos os sistemas de bordo do aparelho funcionam normalmente", disse à agência Interfax um porta-voz de Defesa.
O de hoje é o segundo lançamento de um satélite Glonass desde Plesetsk e o primeiro de um foguete Soyuz desde 24 agosto deste ano, quando um portador dessa classe não pôde pôr em órbita um cargueiro Progress, que caiu pouco depois da decolagem.
Em sua composição definitiva, o sistema Glonass contará com 24 satélites operacionais, oito por cada plano de órbita, além de vários aparatos situados em órbitas de reserva
Neste ano a Rússia efetuou 20 lançamentos de foguetes espaciais, três dos quais fracassaram.

sábado, 1 de outubro de 2011

SpaceX propõe foguete reutilizável para colonizar Marte

A companhia americana SpaceX trabalha no primeiro foguete reutilizável para lançá-lo ao espaço planejando, algum dia, ajudar na colonização do planeta Marte, disse o fundador, Elon Musk, na quinta-feira.
O veículo seria uma versão reutilizável do foguete Falcon 9 que a SpaceX empregou para levar a cápsula espacial Dragon à órbita da Terra no ano passado. A sua primeira viagem com carga à ISS (Estação Espacial Internacional) está prevista para janeiro.
A reutilização do foguete poupará dezenas de milhões de dólares e facilitará as viagens ao espaço por diversão e até a colonização de outros planetas, concretamente Marte, declarou Musk ao "National Press Club".
"Um sistema rápido e reutilizável é imprescindível para que a vida se torne multiplanetária, para se estabelecer vida em Marte. Se os aviões não fossem reutilizáveis, muito pouca gente poderia voar", disse.
Atualmente, um foguete Falcon custa entre US$ 50 milhões e US$ 60 milhões (entre R$ 94 milhões e R$ 112 milhões) e seu lançamento, incluindo combustível e oxigênio, exige até US$ 200 mil (em torno de R$ 376,3 mil). E tudo é perdido com a reentrada na atmosfera da Terra.
Com a reutilização dos foguetes, haverá uma substancial redução de custos, garantiu Musk, um empresário da internet que fundou o PayPal e utilizou o dinheiro ganho na Web para criar a companhia de carros elétricos Tesla Motors e a SpaceX.
O foguete projetado pela SpaceX decolaria da forma normal e teria dois estágios: a parte inferior, parecida com uma coluna, regressaria à Terra para pousar na vertical, exatamente como foi lançada.
A ideia pode ser vista em uma animação em um site.
A curto prazo, tal tecnologia poderá ser utilizada para lançar satélites e levar carga e tripulação à ISS, que atualmente é abastecida apenas pelos foguetes russos.
A construção do foguete reutilizável "é um esforço paralelo (...), que não tem impacto em nosso trabalho de envio de carga à estação espacial" com o foguete Falcon 9, destacou Musk.
"[É algo que] entusiasma bastante e acredito que os Estados Unidos e o restante do mundo devem ficar atentos sobre o que estamos fazendo", concluiu.

Cristais de gelo explicam círculo brilhante em torno do Sol

O espetáculo visto em torno do Sol em Brasília não tem diretamente a ver com a dinâmica da nossa estrela.
Os responsáveis pelo halo solar estão bem mais próximos de nós -- são os cristais de gelo nas nuvens conhecidas como cirros, localizadas a uma altitude de até 10 km.
Espalhados pela atmosfera, os cristais agem como prismas e espelhos. A luz pode atravessá-los e mudar de direção (sendo, portanto, refratada) ou então ser refletida.
Além de brancos, os halos também podem ser coloridos.
Mulher tira foto de halo solar em Brasília, resultado de ação de cristais de gelo; círculo pode ser também colorido
Mulher tira foto de halo solar em Brasília, resultado de ação de cristais de gelo; círculo pode ser também colorido

Japão tem cápsula de salvamento que parece bola de tênis

Uma cápsula que pode flutuar como se fosse uma enorme bola de tênis está sendo vendida como uma espécie de salva-vidas no Japão, país que é sacudido constantemente por desastres naturais como terremotos e tufões.
O produto, desenvolvido pela empresa Cosmo, é feita de fibra de vidro. À primeira vista pequeno, o módulo pode acomodar até quatro adultos. Ele vem com uma janelinha e buracos para que a pessoa possa respirar.
Em todos os testes realizados, a bola passou incólume. Ela pode ser usada também como brinquedo, servindo de casa de boneca.
A versão moderna da Arca de Noé, como o presidente da empresa, Shoji, Tanaka gosta de chamar, tem 1,2 metro de diâmetro.
A empresa recebeu 600 pedidos iniciais de compra tão logo anunciou a venda.
Shoji Tanaka, presidente da empresa japonesa Cosmo, que desenvolveu a cápsula salva-vidas (foto
Shoji Tanaka, presidente da empresa japonesa Cosmo, que desenvolveu a cápsula salva-vidas (foto)

Imagens e dados de Mercúrio mostram fluxos de lava e 'buracos'

O planeta Mercúrio possivelmente tem muito em comum com a Terra, mas imagens captadas a curta distância e dados reunidos neste ano pela sonda Messenger da Nasa (agência espacial americana) mostram que segue sendo uma curiosidade entre os planetas do Sistema Solar.
Como a Terra, Mercúrio tem fluxos de lava, mas estas são correntes profundas que cobrem a região polar norte do pequeno planeta, sem vulcões visíveis como os da Terra.
A superfície de Mercúrio tem depressões, da mesma maneira que na Terra há colinas e vales, e ambos são planetas rochosos.
Contudo, as de Mercúrio foram chamadas de "buracos" para diferenciá-las das crateras de impacto e outras depressões no pequeno e quente planeta, o mais próximo do Sol.
Mercúrio tem um campo magnético, como Terra, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, mas a sua magnosfera é tão pequena --cerca de 1% do tamanho da Terra--, que oferece pouca proteção contra as partículas carregadas que formam o vento solar, expelido pelo Sol.
"Mercúrio não é um planeta descrito nos livros", disse nesta quinta-feira James Head 3º, da Universidade de Brown, por telefone.
"O planeta (...) teve uma vida longa e muito mais emocionante do que o esperado ou previsto", acrescentou.
As conclusões da sonda foram apresentadas em um pacote especial de artigos na revista "Science".
Astrônomos se perguntavam se havia vulcões na superfície de Mercúrio e os voos do Messenger confirmaram que sim, mas os seis meses de observação orbital mostraram que os fluxos de lava são diferentes dos da Terra.