sábado, 25 de fevereiro de 2012

Esfera de metal cai do céu no interior do Maranhão

A suposta queda do espaço de uma esfera de metal com cerca de 30 kg assustou moradores da cidade de Anapurus, no interior do Maranhão. Alguns falaram em invasão alienígena e até em indícios do fim do mundo, mas o mais provável é que se trate de lixo espacial.
O objeto caiu próximo a casas no município, que tem cerca de 13 mil habitantes, na manhã da última quarta-feira. Segundo moradores,antes de cair, a bola ainda teria atingido-e destruído- um cajueiro em uma fazenda.
O comandante da Polícia Militar do município determinou que o misterioso objeto fosse levado à delegacia para averiguações.
O caso fez sucesso em vários blogs do Maranhão e levou uma legião de curiosos à pequena cidade para ver a "bola" misteriosa.
O astrofísico da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Gustavo Rojas acredita que a esfera metálica seja parte de um foguete Ariane 4, usado para o lançamento de cargas pesadas, pela ESA (Agência Espacial Europeia).
Ele consultou a base de dados do Centro de Estudos de Reentrada de Lixo Orbital e verificou que o objeto estava para cair em um local e área compatíveis.
Rojas comunicou a reentrada ao centro, que já entrou em contato com a agência europeia. O grupo agora pede mais informações, como o horário exato e a latitude e longitude da queda.
"O procedimento correto é chamar as autoridades locais e consultar um especialista para identificar o objeto. É importante fornecer os dados precisos da reentrada porque isso ajuda a previsão de futuras quedas de lixo espacial."
O lixo espacial é um problema crescente e há milhares de fragmentos orbitando a Terra. Muitos deles são destruídos na reentrada, mas alguns resistem e podem oferecer riscos. Até agora, no entanto, não houve vítimas fatais em acidentes.
A esfera caiu no município de Anapurus, no interior do Maranhão, que tem cerca de 13 mil habitantes
A esfera caiu no município de Anapurus, no interior do Maranhão, que tem cerca de 13 mil habitantes

Nasa divulga imagem de dunas marcianas de aparência estranha

Uma imagem fornecida pela Nasa (agência espacial americana) na última quarta-feira (22) indica como a aparência das dunas que se encontram no polo Norte de Marte pode ser bizarra --e bem diferente das que existem na Terra.
A imagem, tirada durante ao período equivalente à primavera, mostra dunas e solo que ainda estão cobertos pelo gelo originado na estação anterior.
Os peculiares pontos escuros são formados por pequenos jatos de areia negra e poeira da superfície que são expelidos pelo processo de aquecimento da área.
Esses pontos escuros desaparecem no local entre as dunas e o chão. Isso se deve porque o solo, apesar da mudança da estação, continua frio de uma maneira uniformizada. O mesmo não ocorre com a areia escura.

Dunas que ficam no norte de Marte apresentam pontos pretos que são formados por jatos de areia escura
Dunas que ficam no norte de Marte apresentam pontos pretos que são formados por jatos de areia escura

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cientistas descobrem novo planeta composto por água em sua maior parte

Um grupo de astrônomos descobriu a existência de um novo tipo de planeta, composto em sua maior parte de água e com uma leve atmosfera de vapor, indicaram nesta terça-feira o Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (Cambridge, nordeste dos Estados Unidos) e a Nasa.
Trata-se de um planeta fora de nosso Sistema Solar denominado GJ1214b, descoberto em 2009 graças ao telescópio espacial Hubble da Nasa. Segundo recentes estudos de um grupo de astrônomos, ele tem "uma enorme fração de sua massa" composta de água, indica um comunicado conjunto.
O Sistema Solar possui três tipos de planetas: rochosos e terrestres (Mercúrio, Vênus, a Terra e Marte), gigantes gasosos (Júpiter e Saturno) e gigantes de gelo (Urano e Netuno).
Por outro lado, existem planetas variados que orbitam em torno de estrelas distantes, entre os quais há mundos de lava e "Jupíteres" quentes.
"Observações do telescópio espacial Hubble acrescentaram este novo tipo de planeta", ressaltaram o Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e a Nasa em seu comunicado, em que explicam os estudos realizados pelo astrônomo Zachory Berta e um grupo de colegas.
O GJ1214b, situado a 40 anos-luz da Terra, é considerado uma "super-Terra", com 2,7 vezes o diâmetro de nosso planeta e sete vezes sua massa.
Ele orbita a cada 38 horas ao redor de uma estrela vermelha anã e possui temperatura estimada de 450 graus Fahrenheit (232ºC). Ou seja, o astro tem vapor e formas exóticas de água geradas por condições de alta pressão, como o chamado "gelo quente".
Em 2010, um grupo de cientistas liderado por Jacob Bean havia indicado que a atmosfera de GJ1214b deveria ser composta em sua maior parte por água, depois de medir sua temperatura.
No entanto, suas observações também podem ter sido feitas em razão da presença de uma nuvem que envolve totalmente o planeta.
As medições e observações efetuadas por Berta e por seus colegas quando o GJ1214b passava diante de seu sol permitiram comprovar que a luz da estrela era filtrada através da atmosfera do planeta, exibindo um conjunto de gases.
O equipamento do Hubble permitiu distinguir uma atmosfera de vapor e os astrônomos conseguiram calcular depois a densidade do planeta a partir de sua massa e tamanho, comprovando que tem "muito mais água do que a Terra e muito menos rocha".
O GJ1214b está fora do Sistema Solar e tem 2,7 vezes o diâmetro e sete vezes a massa da Terra
O GJ1214b está fora do Sistema Solar e tem 2,7 vezes o diâmetro e sete vezes a massa da Terra

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Suíça anuncia projeto de satélites para remover lixo espacial

A Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça) anunciou o início do projeto CleanSpaceOne desenvolvido para eliminar peças de lixo espacial que orbitam a Terra e que são uma ameaça para outros satélites e naves espaciais.
O satélite deve ser lançado ao espaço no prazo de três anos.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Pesquisador faz projeto para resgatar astronomia dos índios

Nada de Touro ou Cruzeiro do Sul. Os índios brasileiros olham o céu em busca de constelações como a Ema, a Anta e o Homem Velho. Muitas aldeias têm astronomia própria, usada para saber desde as estações até o posicionamento geográfico.
Um conhecimento que, embora tradicional --retratado até em antigas pinturas rupestres--, está ameaçado devido à forte assimilação cultural. Um pesquisador, porém, está trabalhando para resgatar esse saber.
No mês que vem, as escolas indígenas de Dourados (MS) ganharão uma cartilha em português e guarani com a astronomia indígena.
"É um conhecimento que está se perdendo. As escolas indígenas só ensinam a astronomia ocidental. Devemos mostrar as duas culturas", diz o líder do projeto, Germano Afonso, astrônomo do Museu da Amazônia.
Descendente de índios e nascido em Ponta Porã (MS), ele se tornou fluente em guarani e aprendeu, ainda criança, a conhecer as estrelas pelos nomes indígenas.
Isso, porém, foi suplantado pela astronomia dominante. Só após seu doutorado, na França, ele voltou a ter contato com essas tradições.
"Os índios se orientam pelas estrelas. Elas podem dizer o período de chuvas ou o aumento da presença de insetos. Estou recolhendo informações sobre as características que eles descrevem para ver se há correspondência comprovada. O acerto tem sido impressionante."
As formas que os astros desenham no céu variam entre as tribos. O Cruzeiro do Sul, para os dessanas, índios próximos a Manaus, representa a Garça. Já para outras comunidades ele é a Pata da Ema ou o Jabuti.
Cada constelação tem um significado. As histórias cheias de simbologia ajudam na memorização das formas.
Uma delas é a constelação do Homem Velho. A tradição diz que um índio velho se casou com uma jovem que, após traí-lo com seu irmão, decidiu cortar sua perna e depois matá-lo. Os deuses teriam ficado com pena e transformado o ancião em estrelas.
"Há 20 anos, as pessoas não entendiam a importância dessas tradições. Hoje, o projeto é reconhecido entre astrônomos. E os índios gostam, têm interesse em não deixar sua cultura morrer."


CLIQUE AQUI>Compare as constelações tradicionais dos índios brasileiros às do zodíaco ocidental

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Suíços criam 'satélite-faxineiro' para recolher lixo espacial

A quantidade de lixo espacial na órbita da Terra fez com que especialistas da Suíça desenvolvessem um projeto que tem como objetivo construir um "satélite-faxineiro".
Os cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, pretendem lançar o aparelho, chamado de CleanSpace One, em até cinco anos.
Com um valor estimado em 10 milhões de francos suíços (cerca de R$ 18 milhões), o CleanSpace One será o primeiro destinado a reduzir a poluição espacial.
Os especialistas suíços afirmam que existem cerca de 16 mil objetos com diâmetro superior a 10 cm na órbita da Terra --o suficiente para provocar um acidente com satélites de serviço ou aeronaves tripuladas.
A Nasa (agência espacial americana) monitora os pedaços maiores de sucata que orbitam a Terra. Além deles, centenas de milhares de peças menores levam risco a satélites e missões espaciais.
"ABRAÇO"
A missão inicial seria destinada a coletar um dos dois primeiros satélites enviados pela Suíça ao espaço, ambos fora de uso --o Swisscube, colocado em órbita em 2009, e o Tlsat, que entrou em atividade no ano seguinte.
Para recolher os satélites aposentados, o "faxineiro" será lançado ao espaço e terá de corrigir seu rumo em direção ao alvo.
A captura ocorrerá quando os objetos estiverem navegando a uma velocidade de cerca de 28.000 km/h, a uma altitude entre 630 km e 750 km.
Munido de braços que se assemelham a tentáculos, o CleanSpace One vai abraçar o outro satélite e trazê-lo de volta à atmosfera terrestre, onde ambos entrarão em combustão.
No futuro, os cientistas pretendem trazer mais lixo espacial para a Terra.
AJUSTE DE ROTA
A quantidade de lixo espacial em órbita obriga a ISS (Estação Espacial Internacional) a ajustar sua rota frequentemente para evitar colisões.
No entanto, o risco vem aumentando, segundo os cientistas suíços, o que justifica o enorme valor dos seguros do setor espacial --atualmente estimados em US$ 20 bilhões.
Em fevereiro de 2009, o satélite americano Iridium-33 explodiu após colidir com o satélite abandonado russo Cosmos 2251, adicionando mais dejetos à órbita terrestre.
"Satélite-faxineiro" teria tentáculos para "abraçar" satélite perdido; os dois seriam queimados na reentrada da Terra
"Satélite-faxineiro" teria tentáculos para "abraçar" satélite perdido; os dois seriam queimados na reentrada da Terra

Russos fazem primeira caminhada espacial de 2012

Os cosmonautas Oleg Kononenko e Anton Shkaplerov, tripulantes da ISS (Estação Espacial Internacional), iniciaram nesta quinta-feira a primeira caminhada espacial do ano.
A tarefa a ser realizada é a instalarão de painéis protetores adicionais para se evitar danos em colisões de micrometeoritos.
Os cosmonautas Oleg Kononenko e Anton Shkaplerov, tripulantes da ISS (Estação Espacial Internacional), iniciaram nesta quinta-feira a primeira caminhada espacial do ano.
A tarefa a ser realizada é a instalarão de painéis protetores adicionais para se evitar danos em colisões de micrometeoritos.

Russos fazem caminhada fora da ISS para manutenção da plataforma e estudo sobre colisão na microgravidade
Russos fazem caminhada fora da ISS para manutenção da plataforma e estudo sobre colisão na microgravidade

Participação brasileira em megatelescópio deve sair da gaveta

A adesão do Brasil ao ESO (Observatório Europeu do Sul), o maior complexo astronômico do mundo, deve ser o primeiro grande projeto de expansão da ciência brasileira a sair do papel --isso se o contingenciamento de recursos anunciado na quarta-feira (15) pelo governo federal permitir.
O MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) acaba de enviar à Casa Civil o termo que define a participação do Brasil no ESO. O documento será apreciado, em seguida, pelo Congresso.
Assinado em dezembro de 2010 entre o então ministro Sergio Rezende e o diretor-geral do ESO, Tim de Zeeuw, o projeto previa um custo para o Brasil de cerca de R$ 555 milhões nos próximos 11 anos.
O objetivo é a construção do E-ELT, o maior telescópio terrestre existente na Terra.
Em 2011, o processo não avançou, deixando apreensiva a comunidade astronômica brasileira, majoritariamente favorável ao projeto (mas não unanimemente; pesquisadores renomados, como João Steiner, da USP, dizem que o custo é alto demais).
O encaminhamento da participação do Brasil no ESO foi o pontapé inicial para tirar do papel projetos milionários de ciência que ficaram parados na pasta de Ciência em 2011.
CARTEIRA VAZIA
A justificativa do governo para a estagnação dos projetos foi o corte de recursos: Aloizio Mercadante, ex-ministro de Ciência, perdeu 23% do orçamento em 2011.
Na quarta-feira (15), o governo anunciou mais um corte. O orçamento de Ciência para 2012 ficou em R$ 5,2 bilhões: 20% menor do que em 2011.
"Todos esses projetos colocam o Brasil em novo patamar de ciência", disse o secretário-executivo da pasta, Luiz Antonio Rodrigues Elias.
De acordo com Elias, a falta de recursos que agora ficou ainda pior será driblada por parcerias privadas e com fundações estaduais.
Além do ESO, também estão em jogo a negociação para a entrada do Brasil no Cern, maior laboratório de física de partículas do mundo, a construção de um novo acelerador de partículas no LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), em Campinas, e um reator multipropósito.
Em entrevista à Folha na sua posse, o novo ministro de Ciência, Marco Antonio Raupp, disse que "os projetos são importantes, mas é preciso priorizá-los". Mas ele não anunciou suas preferências.
O acordo com o ESO foi discutido após a posse de Raupp, em reunião entre ele, Mercadante e Dilma Rousseff para debater a transição na pasta de Ciência. Segundo a Folha apurou, Dilma observou a planilha de gastos dos próximos anos e instruiu que o acordo fosse tocado adiante.
Cerca de 50% do orçamento do novo anel de luz síncrotron e do reator multipropósito do Ipen (Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares) está no PPA (Plano Plurianual), de 2012 a 2015.
Não se sabe, porém, quando e nem se esse dinheiro será liberado. "Mas estar no PPA já é um grande avanço", avalia José Perrota, do Ipen.
Se implementado, o reator suprirá a demanda nacional de radioisótopos, necessários para a produção de fármacos.
"Não somos concorrentes. O reator é tão importante quanto o novo anel", avalia José Roque, do LNLS.
Já a participação do Brasil no Cern ainda está sendo estudada pelo MCTI.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Aglomerados de estrelas 'comeram' outros durante formação

Um cientista na Alemanha recorreu a uma simulação computadorizada para entender a razão que explicaria por que os aglomerados globulares antigos têm praticamente o mesmo tamanho.
Essas áreas esféricas concentram milhares de estrelas em formação com massa muitas vezes superior ao do Sol.
Para estudá-las, Diederik Kruijssen, do Instituto Max Planck para Astrofísica, em Garching, reproduziu o surgimento de duas pequenas galáxias, acontecimento comum no início da formação do Universo.
A colisão de gás comprimido, forçando a expansão das pequenas galáxias, teria criado novos aglomerados globulares. Esse processo também provocou uma onda de destruição e somente os grandes teriam sobrevivido, enquanto os menores foram aniquilados.
Segundo o pesquisador, como se acredita que todas as grandes galáxias tenham sido formadas de modo semelhante ao descrito acima, os aglomerados globulares acabaram seguindo um "padrão" no tamanho.
O trabalho será publicado na revista "Monthy Notices", da Royal Astronomical Society.

Incubadora de estrelas tem formato de filamento; veja imagem

O filamento de poeira cósmica captado pelo telescópio Apex do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, é uma verdadeira incubadora de estrelas jovens em formação.
A região, cuja foto foi divulgada nesta quarta-feira, é um dos berçários estelares que se encontra mais perto da Terra, a cerca de 450 anos-luz de distância, na constelação de Touro.
No visível, a área aparece como se fosse uma tira escura, sem estrelas. Lá dentro, a história é outra.
Os grãos de poeira absorvem a radiação visível, o que impede a visualização do campo estelar atrás das nuvens.
Esses mesmos grãos de poeira emitem seu próprio brilho, mas ele é fraco por ser extremamente frio devido aos -260ºC do local.
A essa temperatura, o filamento consegue ser fotografado somente por um instrumento mais sensível como é o Apex.
A parte superior à direita do filamento é a área conhecida como Barnard 211. A parte inferior à esquerda é a Barnard 213.
A estrela brilhante perto do filamento é a estrela T Tauri. A que se encontra parcialmente visível, no lado esquerdo da imagem, é a HD 27482.
Elas parecem próximas do filamento, mas não é bem assim. Ambas estão bem distantes da área fotografada.
Filamento onde nascem estrelas está localizado na constelação de Touro; à esquerda, são visíveis duas estrelas
Filamento onde nascem estrelas está localizado na constelação de Touro; à esquerda, são visíveis duas estrelas

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Mapa indica locais inéditos da Via Láctea onde se formam estrelas

Dados coletados pela sonda Planck serviram de base para se produzir um novo mapa da Via Láctea, que mostra milhares de áreas onde as estrelas são formadas. Até então elas nunca tinham sido identificadas antes.
ESA e a Nasa (as agências espaciais da Europa e dos EUA) estima que são aproximadamente 10 mil regiões como essa.
A descoberta será anunciada nesta terça-feira durante uma conferência internacional de astronomia que acontece na Itália com o propósito de apresentar os resultados obtidos pela Planck.
Nessas incubadoras de geração de estrelas em estágio inicial, a temperatura é bastante fria. O equivalente a apenas sete graus acima do zero absoluto, o mesmo que cerca de -273ºC.
A Planck escaneia o espaço para medir a radiação do Big Bang, fenômeno que criou o nosso Universo cerca de 13,7 bilhões de anos atrás.
Nesse processo de medição, que envolve ondas infravermelhas e de rádio, a Planck detectou as concentrações de nuvens inéditas.
Mapa inédito da Via Láctea mostra, em azul, concentrações de nuvens de gás que dão origem a estrelas
Mapa inédito da Via Láctea mostra, em azul, concentrações de nuvens de gás que dão origem a estrelas

Corte no orçamento da Nasa foi menor do que o esperado

A proposta de corte de orçamento da Nasa (agência espacial americana) anunciada na segunda-feira pelo presidente dos EUA, Barack Obama, doeu menos para a comunidade científica do que o esperado.
O projeto enviado por Obama para aprovação no Congresso norte-americano reduz em US$ 59 milhões as verbas anuais da agência espacial em 2012, em comparação com as do ano passado.
Isso representa uma redução de 0,3% no total de dinheiro que deve entrar na Nasa, que deve ficar com um orçamento de U$S 17,7 bilhões.
O valor é equivalente a quase quatro vezes o orçamento anual do MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação).
Mas é "pouco" para dar conta de grandes projetos, especialmente os trabalhos de exploração planetária.
Espera-se que a exploração de Marte, uma das meninas dos olhos da agência espacial, seja mantida, mas com custos reduzidos.
A ideia é priorizar algumas áreas. Obama informou, por exemplo, que pretende aumentar o investimento em novas tecnologias espaciais, como a comunicação espacial por meio de laser.
Outra prioridade é o desenvolvimento de um substituto para o satélite Hubble, que está em órbita desde 1990, e de novos telescópios.
Os EUA querem investir U$S 1,8 bilhão em pesquisas ligadas a catástrofes naturais e mudanças climáticas -- boa parte desses trabalhos é conduzida com informações obtidas por satélites.
Além disso, Obama também ressaltou o interesse em receber investimentos privados para as viagens tripuladas ao espaço.
O programa de ônibus espaciais da Nasa foi encerrado no ano passado, após 30 anos de funcionamento, e ainda aguarda seu substituto oficial.
ESPECULAÇÃO
O valor do corte no orçamento da Nasa foi bem menor do que o esperado pelos cientistas norte-americanos.
Na semana passada, redes sociais anunciavam que Obama cortaria U$S 200 milhões, o que inviabilizaria principalmente os projetos de exploração planetária a Marte e a Júpiter

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Manchas solares dobram de tamanho e podem originar explosões

Duas manchas solares que praticamente dobraram de tamanho nos últimos dias pode originar uma série de explosões solares em direção à Terra.
O Observatório de Dinâmica Solar, da Nasa (agência espacial dos EUA), registrou a alteração recente na região conhecida como 1416.
Não se sabe qual será o potencial do fenômeno, mas alguns cientistas dizem que as explosões solares poderiam ser de média intensidade e sentidas nas regiões polares, com pequenas interferências nos sistemas de comunicações.
As explosões não colocam em perigo os seres humanos.
Na imagem da Nasa, as duas manchas solares na região 1416 (dir.), que aumentaram de tamanho recentemente
Na imagem da Nasa, as duas manchas solares na região 1416 (dir.), que aumentaram de tamanho recentemente

Foguete europeu parte com nove satélites científicos

A ESA (Agência Espacial Europeia) comemorou a partida de um novo foguete, o Vega, nesta segunda-feira (13), cuja missão é colocar nove satélites científicos em órbita.
O lançamento ocorreu às 8h (horário de Brasília), no Centro Espacial Europeu de Kuru, situado na Guiana francesa.
O lançador é o menor da ESA, com 30 metros de altura, 137 toneladas de peso e US$ 942 milhões de investimentos.
Apesar de insistir em qualificar o voo inaugural como experimental, os cientistas temiam que o Vega repetisse o desastre de 5 de junho de 1996, quando o Ariane 5 explodiu um minuto após abandonar a plataforma de lançamento.
O êxito da missão transpareceu nos aplausos, abraços e polegares levantados.
Com o sucesso de sua primeira missão, o lançador passa a ser uma opção viável para mais de 30 satélites que anualmente são postos em órbita a um preço de US$ 42 milhões por decolagem.
O projeto italiano contou com o apoio da França, Bélgica, Espanha, Holanda, Suécia e Suíça.
Plataforma de lançamento em Kuru (Guiana Francesa), de onde partiu o Vega, que leva 9 satélites científicos
Plataforma de lançamento em Kuru (Guiana Francesa), de onde partiu o Vega, que leva 9 satélites científicos

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Dia em Vênus fica 6,5 minutos mais longo

Os dias em Vênus já não são como antigamente: aparentemente, estão seis minutos e meio mais longos.
A constatação é de Nils Müller, pesquisador da DLR (agência espacial alemã) que trabalha com dados da sonda europeia Venus Express.
Em estudo publicado no periódico científico "Icarus", ele contrastou as observações de radar feitas pela espaçonave para mapear a superfície venusiana com as coletadas entre 1990 e 1994 pela sonda americana Magellan.
Surpresa: alguns traços na superfície não estavam onde eles imaginavam encontrá-los. A única explicação para isso é que, entre essa época e hoje, o planeta passou a girar mais devagar em torno de seu próprio eixo.
Seria esse um indício de que Vênus teve dias muito mais curtos no passado? "É muito improvável que essa mudança no período de rotação possa ser extrapolada para períodos como 200 anos ou mais", disse Müller à Folha. "É mais provável que estejamos apenas vendo uma oscilação."
Para ele, padrões variáveis de vento devem levar o planeta a acelerar ou frear seu movimento de rotação de tempos em tempos. "Houve medições de radar nos anos 70 e 80 e elas apontaram mais ou menos o mesmo período de rotação mais longo do que encontramos agora. Então, essa é provavelmente a duração média do dia em Vênus, e os dados da Magellan na década de 1990 representaram uma flutuação."
De toda forma, os dias mais longos não devem alterar muito os planos de quem pretenda enfrentar o ambiente inóspito de nosso vizinho planetário mais próximo (temperatura sempre acima de 400 º C e pressão atmosférica cem vezes maior que a da Terra na superfície). Com um período de rotação equivalente a pouco mais de 243 dias terrestres, dificilmente seis minutos e meio a mais fariam alguma diferença.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Nasa divulga imagens da Aurora Boreal vista do espaço

A agência espacial americana, Nasa, divulgou o que seriam as primeiras imagens em movimento da aurora boreal, o fenômeno das luzes coloridas nas altas latitudes do hemisfério norte.
As imagens foram captadas em seqüência da Estação Espacial Internacional, que orbita a 350 quilômetros da superfície da Terra, e colocadas em ordem.
As auroras, boreal no norte, e austral no sul, ocorrem quando "ventos" de partículas carregadas de energia do sol interagem com os gases da atmosfera terrestre.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Obama pode cortar recursos de missão da Nasa a Marte

O presidente dos EUA Barack Obama pode anunciar na segunda-feira, dia 13, um corte nos recursos no programa de exploração solar da Nasa.
De acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira pelo jornal "Washington Post", o presidente Obama pretende reduzir de U$S 1,5 bilhão para U$S 1,2 bilhão os recursos para as explorações a Marte e a Júpiter. Os cortes devem continuar até 2017.
A expectativa é que, se aprovado, o orçamento do presidente irá cortar parceria da Nasa com a Agência Espacial Europeia para enviar sondas a Marte em 2016 e 2018.
O acordo de 2009 define que a NASA deveria pagar U$S 1,4 bilhão e os europeus U$S 1,2 bilhão nas duas missões.
O porta-voz da Nasa, David Weaver, disse que as escolhas difíceis que estão sendo tomadas em todo o governo federal fará a Nasa reavaliar as suas iniciativas atuais de exploração de Marte".
A reportagem do "Washington Post" já repercutiu em redes sociais. Alguns cientistas da Nasa anunciaram que pedirão demissão caso as missões a Marte sejam interrompidas.

Telescópio obtém a mais minuciosa imagem da nebulosa Carina

O VLT (Very Large Telescope) do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, captou uma imagem no infravermelho da nebulosa Carina que é a mais detalhada obtida até agora.
Muitas estruturas previamente escondidas e espalhadas (gás, poeira e estrelas jovens) agora são visíveis nessa "maternidade estelar". De acordo com o ESO, é uma das "imagens mais extraordinárias obtidas pelo VLT.
A nebulosa se encontra na Via Láctea, ao sul, e está a cerca de 7.500 anos-luz de distância da Terra na constelação Carina. A nuvem de gás e poeira brilhante é uma das incubadoras de estrelas de grande massa mais próximas da Terra, incluindo várias das estrelas mais brilhantes e de maior massa que se conhecem.
Uma delas, a altamente instável Eta Carinae, foi a segunda estrela mais brilhante no céu durante vários anos, por volta de 1840, e vai provavelmente explodir como uma supernova no futuro.
A Carina é um laboratório perfeito para se estudar os nascimentos violentos e o estágio inicial das estrelas. Para conseguir penetrar na nebulosa, uma equipe de astrônomos europeus liderada por Thomas Preibisch (Observatório da Universidade, Munique, Alemanha), utilizou o VLT e a sua câmara infravermelha HAWK-I.
DETALHES
Centenas de imagens individuais foram combinadas para criar a imagem. Ela mostra não apenas as estrelas brilhantes de grande massa, mas também milhares de estrelas muito mais tênues, as quais eram observadas anteriormente.
A ofuscante estrela Eta Carinae aparece na parte inferior esquerda. Encontra-se rodeada por nuvens de gás que brilham devido à intensa radiação ultravioleta.
Por toda a imagem aparecem também muitos nós compactos escuros, que permanecem opacos mesmo no infravermelho. São casulos de poeira onde novas estrelas se encontram em formação.
Durante os últimos milhões de anos, esta região do céu formou um grande número de estrelas, tanto individuais como em aglomerados.
O brilhante aglomerado de estrelas próximo do centro da imagem chama-se Trumpler 14.
Embora o objeto possa ser observado perfeitamente no visível, nesta imagem infravermelha conseguem distinguir-se estrelas muito mais tênues.
Do lado esquerdo da imagem, podemos observar uma pequena concentração de estrelas amareladas. Este grupo foi visto pela primeira vez nestes novos dados do VLT: estas estrelas não podem ser observadas na luz visível. Este é apenas um dos muitos objetos novos revelados pela primeira vez.
A nebulosa se encontra na Via Láctea, ao sul, e está a cerca de 7.500 anos-luz de distância da Terra
A nebulosa se encontra na Via Láctea, ao sul, e está a cerca de 7.500 anos-luz de distância da Terra

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Veja luzes da aurora boreal sobre a Terra em foto da ISS

Uma imagem capturada a partir de um vídeo produzido pela tripulação da ISS (Estação Espacial Internacional) registrou uma enorme área iluminada em verde que corresponde à Aurora Boreal, no hemisfério norte da Terra.
A Nasa (agência espacial americana) divulgou a foto nesta quarta-feira.
A região em close engloba os limites da Colúmbia Britânica (Canadá) e o Estado de Washington (EUA), perto da ilha canadense de Vancouver, e o sul de Alberta, na região de Calgary.
Tripulação da ISS gravou luzes da Aurora Boreal (em verde); a foto foi divulgada nesta quarta-feira pela Nasa
Tripulação da ISS gravou luzes da Aurora Boreal (em verde); a foto foi divulgada nesta quarta-feira pela Nasa

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ESA pensa em intervenções cirúrgicas durante missões espaciais

Um sistema baseado na realidade aumentada, divulgado nesta terça-feira pela ESA (Agência Espacial Europeia), deverá ajudar os astronautas a cuidar da própria saúde no espaço e permitir-lhes realizar intervenções cirúrgicas de forma autônoma.
O projeto está em fase de testes e foi impulsionado por dois centros de pesquisa alemães e um consórcio de aplicações espaciais com sede na Bélgica.
O dispositivo Sistema de Diagnósticos Médicos e Cirurgia Assistida por Computador (CAMDASS, na sigla em inglês) requer primeiro o registro do corpo do paciente com uma câmera após ter recebido marcas de referência.
Depois sobrepõe sobre o campo de visão do usuário gráficos em três dimensões gerados por computador que fornecem informação em tempo real sobre o que tem diante de si e como atuar.
Essa técnica de visualização começou a ser experimentada com exames de ultrassons, porque a ESA já dispõe dos equipamentos necessários para realizá-los. Mas é uma tecnologia que, segundo a agência, poderia ser aplicado a qualquer procedimento médico.
Os testes realizados em um hospital em Bruxelas demonstraram que usuários sem experiência puderam realizar procedimentos médicos relativamente difíceis graças às indicações do CAMDASS.
O dispositivo mostra aos usuários como colocar e movimentar de forma adequada o aparelho de ultrassom para exames e apresenta uma série de imagens com indicações sobre o que podem encontrar.
Com este avanço, segundo indicou a ESA, pretende-se garantir aos astronautas solucionar problemas médicos por sua conta. À medida que se afastem mais da Terra em futuras missões do Sistema Solar, aumenta a possibilidade de ocorrer interferências nas comunicações com a base de controle na terra.
Porém, o CAMDASS, acrescentou a ESA, também poderia ser usado como um sistema de "medicina via satélite", para "prestar primeiros socorros em países em vias de desenvolvimento ou na Antártida".

Marte teve oceano no hemisfério norte, anuncia agência espacial

A ESA (Agência Espacial Europeia) informou na segunda-feira que seu satélite Mars Express apresentou provas que um oceano cobriu parte da superfície de Marte, algo que já se suspeitava, mas que ainda continua sendo objeto de controvérsia.
O estudo partiu de dados gerados durante mais de dois anos pelo radar Marsis, que alcançou o planeta vermelho em 2005.
As informações recolhidas permitiram que os especialistas descobrissem que as planícies do hemisfério norte estão cobertas por um material de baixa densidade.
Jéremie Mouginot, do IPAG (Instituto de Astronomia Planetária e Astrofísica de Grenoble), assegura que esses compostos parecem ser depósitos sedimentários, o que supõe "uma nova e sólida prova de que em outros tempos houve um oceano nessa área".
O fato de que Marte já foi parcialmente coberto por um oceano era uma hipótese já trabalhada pela comunidade científica, mas essa descoberta apresenta melhores indícios para confirmá-la.
A certeza sobre a formação dessa massa de água continua sendo vaga, mas acredita-se que pôde ter sido originada há 4 bilhões de anos, quando esse planeta apresentava condições meteorológicas mais ameno, ou há 3 bilhões, quando a camada de gelo da superfície se fundiu após um grande impacto.
O chefe da equipe da IPAG, Wlodek Kofman, explica que a Marsis penetrou aproximadamente entre 60 e 80 metros sob a superfície desse planeta, onde recolheu provas de material sedimentário e de gelo.
Por enquanto, os cientistas descartam que esse provável oceano tenha tido tempo suficiente para permitir o desenvolvimento de vida, e asseguram que para encontrar provas da mesma terão que partir para épocas anteriores da história desse planeta.
Este novo estudo, no entanto, marca um ponto de inflexão porque até o momento os dados anteriores do Mars Express sobre a existência de água em Marte procediam do estudo de imagens ou de informação mineralógica e atmosférica, mas não de uma visão tão próxima com as referências obtidas pelo radar.
Ao mesmo tempo, suas conclusões abrem novas dúvidas sobre o paradeiro de toda essa quantidade de água e, por isso, esse satélite continuará em atividade.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Museu de Astronomia do Rio retoma observação do céu

O Mast (Museu de Astronomia e Ciências Afins) reiniciou as atividades educativas de fins de semana, que têm como destaque o Programa de Observação do Céu.
Equipado com instrumentos modernos e contemporâneos, o Mast também conta para a atividade de observação com uma luneta de mais de cem anos, usada para pesquisas até a década de 1960.
"Eu costumo dizer que essa luneta é uma centenária com corpinho de 25", comenta, bem-humorado, o coordenador de Educação em Ciências do Mast, Douglas Falcão.
"Ela tem uma mecânica muito bonita e uma ótica perfeita. Os visitantes podem interagir tanto com esse instrumento centenário quanto com os telescópios modernos", acrescenta.
De acordo com Falcão, nesta estação do ano, a observação proporciona aspectos interessantes. "Como estamos agora no céu de verão, na constelação do Cruzeiro do Sul podemos ver o aglomerado estelar conhecido como Caixa de Joias, além de outras constelações" destaca.
A observação através de instrumentos depende, no entanto, de uma boa condição do tempo.
Uma das atrações mais populares do Mast, a Observação do Céu ocorrerá duas vezes por semana, às quartas-feiras e aos sábados, com início às 18h30.
"O ideal é que a pessoa chegue mais cedo, visite o museu e depois se entregue à observação, que começa sempre ao anoitecer", recomenda o coordenador de Educação do Mast.
Segundo ele, o Programa de Observação do Céu atrai um público estimado entre 4.000 e 5.000 pessoas por ano.
Com entrada grátis para todas as suas atividades, o Mast, instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, fica na rua General Bruce, 586, em São Cristóvão, o antigo bairro Imperial, na zona norte do Rio.
Os horários de visitação são variados: terça, quinta e sexta-feira, das 9h às 17h; quartas, das 9h às 20h; sábados, das 14h às 20h; e domingos, das 14h às 18h.
O museu também oferece uma visita orientada, realizada no sábado, às 15h e às 17h, e no domingo, às 15h, 16h e 17h.
Os visitantes recebem explicações dos guias e percorrem todo o campus do Mast, situado em meio a uma área verde de 40 mil metros quadrados.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Curiosidade!!!

Russos estão prestes a alcançar lago "alienígena" na Antártida

Após duas décadas de ensaios, pesquisadores russos vão iniciar a exploração do mais alienígena dos lagos terrestres. Contudo, a falta de contato com colegas americanos por seis dias deixa todos apreensivos. Poderia ter dado algo errado?
Não, não é a abertura de mais um episódio da série de televisão "Arquivo X". Fato é que os cientistas estão no mais inóspito ambiente da Terra -o interior do continente antártico. E as águas que eles pretendem estudar ficam sob 3,6 km de gelo.
Estima-se que o lago Vostok, mantido em estado líquido pela pressão e pelo calor interno da Terra, esteja isolado do resto do planeta há pelo menos 14 milhões de anos.
Daí o interesse por ele: sabe-se lá que criaturas podem ter sobrevivido e prosperado num ambiente tão diferente.
Imagina-se que o lago tenha mais semelhança com o ambiente encontrado em Europa, uma das luas de Júpiter, do que com a Terra.
"É tentadora a analogia entre o Vostok e o oceano subsuperficial de Europa", afirma Eduardo Janot Pacheco, astrônomo do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP.
Verificar o que existe vivo no Vostok é uma forma de especular sobre a possibilidade de haver vida em luas geladas como Europa. Isoladas da luz solar, as criaturas que habitam esses ambientes têm de viver dos poucos nutrientes que ali existem.
Os russos têm perfurado o gelo que cobre o Vostok há muito tempo. Mas em 1998, a cem metros de onde começa a água, eles foram obrigados a interromper o trabalho.
A preocupação da comunidade internacional era a de que a perfuração contaminasse o lago com microrganismos de fora, eliminando o potencial para descobertas e prejudicando o ecossistema que pode existir lá.
Só em 2010, após desenvolverem um novo protocolo de segurança, os russos puderam prosseguir.
Na semana passada, a equipe liderada por Valery Lukin reportou a colegas americanos, por e-mail, que estava nos 20 a 30 metros finais. O último contato entre russos e americanos aconteceu na segunda-feira.
Desde então, a equipe antártica tem mantido silêncio, o que gera apreensão no resto do mundo.
O QUE PODE DAR ERRADO
Há a pequena possibilidade de que a súbita liberação da pressão do lago gere um gêiser gigante. Além disso, os cientistas correm contra o tempo: as perfurações só podem ser feitas durante o verão antártico, que está no fim. No inverno, as temperaturas inviabilizam os trabalhos.
Tudo faz parte de um aprendizado que pode ser útil para explorar recantos inóspitos do Sistema Solar.
"Esse é um grande ensaio técnico para perfurar capas de gelo em Europa", diz Cassio Leandro Barbosa, astrônomo da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), em São José dos Campos (SP).
O interesse maior da pesquisa, no entanto, diz respeito à biologia e à evolução da vida. "As formas de vida que estão para ser descobertas se isolaram do mundo há 20 milhões de anos", afirma. "De lá para cá, como evoluíram? Esses seres serão o paradigma a ser procurado em ambientes extraterrestres."
SEPARAÇÃO DE CONTINENTES
Hoje, o lago Vostok está sob quase quatro quilômetros de gelo, no interior do continente antártico.
Mas cerca de 65 milhões de anos atrás, quando ele estava na superfície, a configuração dos continentes era bem diferente.
A Antártida estava conectada à Austrália e ainda tinha clima subtropical, com florestas e fauna expressiva.
A separação das duas massas de terra, com o gradual avanço da Antártida para o polo Sul, levou ao congelamento permanente. Estima-se que a capa de gelo tenha selado o conteúdo do lago Vostok entre 25 milhões e 14 milhões de anos atrás.
"Ou seja, as formas de vida lá existentes evoluíram de maneira independente há mais tempo do que o passado desde que nossos ancestrais desceram das árvores", diz Eduardo Janot Pacheco, astrônomo da USP.
Dadas as atuais condições ambientais, a existência de criaturas multicelulares sofisticadas no interior do lago é altamente improvável. Imagina-se que ele seja um ambiente dos mais inóspitos, saturado em nitrogênio e oxigênio, com concentrações 50 vezes maiores do que a em lagos típicos da Terra.
Além disso, a falta de luz solar deve levar a uma baixa presença de nutrientes, que limitaria a evolução da vida. Com efeito, é o que torna tudo tão interessante.
De que maneiras os organismos teriam se adaptado a essas condições?
A regra é esperar o inesperado, segundo os cientistas. "Durante a escavação desse túnel de aproximadamente quatro quilômetros de comprimento, já haviam sido descobertos microrganismos, dos quais não sabemos nem mesmo a que reino pertencem", afirma Janot.
Por isso, os russos se animam com a possibilidade de descobertas que podem mudar completamente o panorama da biologia, tal como é ensinada hoje nas escolas.
Entretanto, para isso ainda será preciso esperar.
Mesmo que os exploradores consigam atingir a água do lago nesta temporada, o recolhimento de amostra para análise só se dará em cerca de um ano.

Seca de 600 milhões de anos pode ter eliminado vida em Marte

Cientistas disseram que a vida nas primeiras camadas do solo marciano pode não existir em um novo estudo, já publicado no jornal "Geophysical Research Letters". Ela teria sido eliminada ao longo de uma superseca com cerca de 600 milhões de anos e só poderia ser encontrada em regiões bem mais profundas do planeta.
A afirmação é baseada na análise de uma amostra coletada durante a missão Phoenix, em 2008. Durante três anos, os pesquisadores do Imperial College London estudaram as partículas da terra para determinar se o planeta era ou não habitável.
Elas indicaram que o solo marciano se formou em condições áridas, da mesma forma que a Lua, o que dificultaria a sobrevivência de algum tipo de vida.
Mais: apesar de estar originalmente em uma região gelada ao norte de Marte, a terra, segundo pesquisas prévias, também cobriria o restante do astro. Ou seja, a mesma hipótese de "clima seco acaba com vida" valeria para o resto do planeta.
Tom Pike, que liderou o grupo, disse que o planeta que conhecemos hoje não se parece com o antigo, que tinha períodos quentes e úmidos e era mais propício para abrigar formas de vida.
Como há indícios de que Marte tenha tido água, os cientistas acreditam que ela existiu 5.000 anos atrás, mas não houve tempo suficiente para que a vida ressurgisse na superfície.
Solo congelado em Marte; estudo atual contradiz os anteriores, que defendem a existência de bactérias adormecidas
Solo congelado em Marte; estudo atual contradiz os anteriores, que defendem a existência de bactérias adormecidas

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Turismo espacial pode ter viagens já em 2012

 ano de 2012 está repleto de propostas de viagens turísticas ao espaço oferecidas por companhias como a Virgin Galactic, que mesmo incertas já possuem uma longa lista de espera.
Sir Richard Branson, fundador e dono da Virgin Galactic, informou que a primeira viagem com turistas a bordo - ele e sua família - poderá ser feita no final deste ano ou início de 2013.
A companhia selecionou um grupo reduzido de agências no mundo para oferecer as viagens, como a de Lynda Turley Garrett, presidente da Alpine Travel of Saratoga na Califórnia, e a de Bill Rubinsohn, presidente da Rubinsohn Travel na Pensilvânia, que já tem uma lista de clientes desejando experimentar esse tipo de turismo.
"A data do primeiro voo ainda não foi definida, mas os testes terminaram bem e dentro do programa previsto", disse Lynda à Agência Efe, especificando que a Virgin Galactic "tem atualmente 475 reservas de clientes de todo o mundo".
Por enquanto, já há uma infraestrutura no deserto do Novo México, onde está sendo erguido o "Spaceport", um complexo futurista, obra do arquiteto Norman Foster, de onde está previsto que saiam as nave mãe WhiteKnightTwo (WK 2) e as SpaceShipTwo (SS2).
A nave SpaceShipTwo, com o tamanho de um jato particular e capacidade para transportar seis passageiros e dois pilotos, realizou com sucesso seu primeiro voo de teste tripulado sobre o deserto do Mojave (Califórnia) em outubro de 2010.
De acordo com Lynda, há uma série de assentos reservados para personalidades de diferentes países do mundo que irão viajar convidadas pela Virgin Galactic. "Sir Richard quer que isto seja um evento global, com um primeiro viajante de cada país do mundo - dos Estados Unidos, Canadá, Espanha e Japão".
O restante dos interessados, acrescentou, pode comprar uma passagem para o primeiro ano de voos por US$ 200 mil ou um bilhete para o segundo, com uma entrada de US$ 20 mil e pagamento do resto quando o voo estiver confirmado.
Além disso, as famílias aventureiras ou grupos de amigos que, entediados com os destinos convencionais na Terra, queiram fretar uma nave, terão um desconto de 10%.
Este valor não inclui só a passagem, mas os três dias de treinamento no aeroporto espacial em regime de pensão completa - excluindo a viagem da cidade de procedência do turista.
Os pioneiros espaciais têm a oportunidade de participar de eventos organizados pela Virgin e inclusive conhecer Branson, que segundo Lynda é uma pessoa "encantadora", "inteligente" e "criativa", não só no sentido empreendedor, mas também filantrópico.
O voo é suborbital, portanto não chega a sair da órbita terrestre, mas será possível experimentar a sensação de falta de gravidade e fazer algo que só poucos privilegiados podem: olhar a Terra de longe.
A SpaceShipTwo irá decolar acoplada a nave mãe e subirá por 45 minutos até 15 quilômetros de altura onde irão se separar. Após alguns segundos de queda livre, o motor entra em ignição e a nave é propulsada a 4 mil km/h atingindo os 110 quilômetros de altura em 90 segundos.
Os motores serão então desligados para que os viajantes possam desfrutar da falta de gravidade por alguns minutos e observar a Terra antes de apertar os cintos para realizar a aterrissagem no "espaçoporto".
Entre os que reservaram uma passagem há famosos e empresários, "mas também há pessoas que querem realizar seu sonho de ir ao espaço ou pôr seus nomes nos livros de história", garantiu Lynda.
Tanto Lynda como Rubinsohn acreditam que daqui a um prazo máximo de cinco anos as passagens irão ficar mais baratas.
"Como todo novo produto, o primeiro a sair é mais caro que os seguintes. Espero que o custo diminua em dois ou três anos", disse Rubinsohn.
Na opinião de Lynda, "os custos de pesquisa e desenvolvimento são sempre mais altos em um projeto como este - mas com o passar dos anos, o preço irá diminuir".
Lynda lembrou que outras empresas como a SpaceX, de Elon Musk, cofundador da PayPal; e mais recentemente o fundador da Amazon.com, Jeffrey P. Bezos; e Paul G. Allen, um dos fundadores da Microsoft; também demonstraram interesse no espaço.
Seus projetos, por enquanto, "estão focados principalmente em pôr satélites em órbita e ganhar contratos da Nasa, mas já disseram que as viagens de passageiros também poderão fazer parte de um plano futuro".
Terra vista da Lua, fotografada durante a missão tripulada Apollo 11; imagem do planeta poderá ser apreciada por turistas espaciais
Planeta Terra visto a partir da Lua; imagem do planeta poderá ser apreciada por turistas espaciais






Astronautas registram o leste da América do Norte à noite; veja

A última foto tirada pelos astronautas que se encontram em missão na ISS (Estação Espacial Internacional), divulgada nesta sexta-feira pela Nasa, mostra o leste da América da Norte.
A câmera captou o corredor de cidades formadas pela Filadélfia, Nova York e Boston nos Estados Unidos (a parte toda iluminada à direita).
O fundo verde são as luzes da Aurora Boreal, no hemisfério Norte.
Foto divulgada nesta sexta-feira (4) pela Nasa mostra de o corredor formado pela Filadélfia, Nova York e Boston
Foto divulgada nesta sexta-feira (4) pela Nasa mostra de o corredor formado pela Filadélfia, Nova York e Boston

Hubble fotografa galáxia espiral parecida com Via Láctea

O telescópio espacial Hubble fotografou a NGC 1073, que está localizada na constelação da Baleia, a 55 milhões de ano-luz, e é conhecida por ser parecida com a Via Láctea.
A ESA e Nasa divulgaram a imagem nesta sexta-feira. As duas agências espaciais --da Europa e dos Estados Unidos-- estudam a NGC 1073 para entender o sistema cósmico onde vivemos.
A NGC é uma galáxia espiral barrada. Essa classificação se deve a várias "linhas" (barras) de estrelas que se encontram na região central.
Segundo os pesquisadores, essas barras provavelmente são criadas pela força gravitacional local, que faz com que gases sejam atraídos para dentro e sirvam de material para a formação de novas estrelas.
A galáxia espiral barrada NGC 1073 se encontra na constelação da Baleia, a 55 milhões de anos-luz
A galáxia espiral barrada NGC 1073 se encontra na constelação da Baleia, a 55 milhões de anos-luz

'Super-Terra' pode ter água líquida como nosso planeta

Um planeta rochoso com 4,5 vezes a massa da Terra e que orbita uma estrela a "apenas" 22 anos-luz daqui é o mais novo candidato a conter água no estado líquido fora do Sistema Solar.
O GL 667Cc, que em termos astronômicos está na nossa "vizinhança", é o quarto a ser identificado na chamada zona habitável de sua estrela.
Essa zona é a faixa onde os astrônomos calculam que o planeta possa receber uma quantidade de energia semelhante à que a Terra recebe do Sol.
Isso permite que a superfície do planeta tenha temperaturas semelhantes às daqui. O novo planeta é, agora, o que tem melhores chances de ter água líquida e condições de abrigar vida.
No entanto, para o astrônomo Fernando Roig, do Observatório Nacional, o que mais chama atenção são as características da estrela que ele orbita, a Gliese 667C.
Parte de um sistema com duas outras estrelas na constelação de Escorpião, ela tem uma atmosfera muito mais pobre em metais do que o Sol.
"Sempre se considerou que a presença desses elementos seria fundamental para a formação de planetas do tipo terrestre", afirma Roig.
NADA A VER
A descoberta indica que a formação de planetas rochosos pode não ter nada a ver com a atmosfera da estrela que eles orbitam. "Esse é o primeiro exemplo de um planeta desse tipo orbitando uma estrela pobre em elementos pesados".
Uma outra característica importante da Gliese 667C é o fato de ela ser uma anã vermelha do tipo M. Isso significa que ela é bem mais fria que o Sol, cuja superfície tem temperatura de 5.500ºC.
Na 667C, a temperatura da superfície está por por volta de 3.500ºC. E como sua massa é de 38% a do Sol, sua luminosidade equivale a apenas 0,3% a da nossa estrela.
Apesar disso, o que garante o potencial de vida no novo planeta é sua proximidade da estrela. Ele está a uma distância equivalente a três quartos do espaço entre Mercúrio e o Sol.
Essa proximidade dá ao planeta um período orbital muito curto, completando uma translação em 28 dias.
Além disso, grande parte de sua luz está na faixa infravermelha, que é bem absorvida na forma de calor.
Conforme explica a astrônoma Lucimara Pires Martins, professora do núcleo de astrofísica teórica da Universidade Cruzeiro do Sul, é ao redor desse tipo de estrela que há esperança de encontrar planetas "promissores".
"Para encontrar água líquida, é preciso ter temperaturas amenas, então a busca vem se concentrando naquelas com temperatura equivalente ou mais frias que o Sol."
O planeta foi detectado por meio das pequenas oscilações que sua gravidade provoca na órbita da estrela, que abriga ainda outro planeta, o GL 667Cb, localizado ainda mais perto. Seu período orbital é de apenas sete dias, o que o deixa muito quente para ter água líquida.
A descoberta das condições do novo planeta foi feita por astrônomos independentes a partir da análise de dados do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, e será publicada no "Astrophysical Journal Letters".

Vaticano mostra meteorito de Marte em exposição de astronomia em Pisa

Um meteorito proveniente de Marte, minerais trazidos da Lua, telescópios do século 19 e astrolábios do século 17 formam a exposição "Histórias do outro mundo. O Universo dentro e fora de nós", que será inaugurada em Pisa, norte da Itália, a partir do dia 10 de março.
A exposição, apresentada nesta quinta-feira no Vaticano, foi organizada pela Specola Vaticana, o Observatório Astronômico do Vaticano, e pelo Instituto Nacional de Física Nuclear Italiano. A mostra será apresentada no Palacio Blu, em Pisa, a cidade toscana onde nasceu Galileu Galilei.
"Se quiser ver Marte, vá a Pisa", afirmou nesta quinta-feira o jesuíta José Gabriel Funes, diretor da Specola Vaticana, que assegurou que a mostra busca contar a história do Universo, desde as partículas que formam os átomos do corpo até as distantes galáxias.
Segundo o astrônomo, os destaques da exposição passam por um meteorito encontrado no Egito, que supostamente provém de Marte, assim como outros provenientes da Lua e outros materiais vindos do espaço.
Funes também contou que o papa Bento XVI já viu o meteorito quando visitou a sede da Specola, situada nos arredores de Castel Gandolfo, um município a cerca de 30 quilômetros ao sul de Roma.
Segundo Funes, a exposição será realizada em Pisa pelo fato da cidade ser a terra natal de Galileu e também do cardeal Pietro Maffi, um apaixonado pela astronomia e principal responsável pela renovação do observatório. Maffi foi nomeado presidente da Specola pelo papa Pio X em 1904.
A exposição, que ficará aberta de 10 de março até 1º de julho, "conduzirá o visitante por uma interessante viagem pelo nosso sistema solar", como descreve Cosimo Bracci Torsi, presidente da Fundação Palacio Blu.
Vista da torre de Pisa; cidade italiana terá exposição com meteorito de Marte
Vista da torre de Pisa; cidade italiana terá exposição com meteorito de Marte

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Nova imagem mostra formação estelar a 10 bilhões de anos-luz

Segundo a teoria do Big Bang, imagem seria dos primórdios do Universo.
Foto foi obtida por telescópios do Observatório Europeu e da Nasa.


Astrônomos publicaram nesta quarta-feira (25) a imagem de uma formação estelar explosiva, tipo de formação estelar mais intensa que se conhece, registrada na constelação de Fornax. Essa região fica a cerca de 10 bilhões de anos-luz da Terra.
Por isso, vemos o que acontecia lá nos primórdios do Universo – segundo a teoria do Big Bang, o Universo se formou há pouco mais de 13 bilhões de anos.
Os pontos vermelhos são essas galáxias distantes, captadas pelo telescópio Apex, instalado no deserto do Atacama pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês). A imagem foi sobreposta a uma visão em infravermelho, obtida pelo Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa – a luz dessas galáxias é emitida em comprimentos de onda mais bem observador por telescópios desse tipo.
Com a imagem, os astrônomos pretendem observar a formação de grupos e aglomerados dessas galáxias brilhantes e distantes. Segundo a ESO, as medições publicadas hoje são as mais precisas disponíveis para pesquisas sobre esse fenômeno.
Formação estelar explosiva, tipo de formação estelar mais intensa que se conhece, registrada na constelação de Fornax (Foto: ESO, APEX (MPIfR/ESO/OSO), A. Weiss et al., Nasa Spitzer Science Center)
Formação estelar explosiva, tipo de formação estelar mais intensa que se conhece, registrada na constelação de Fornax (Foto: ESO, APEX (MPIfR/ESO/OSO), A. Weiss et al., Nasa Spitzer Science Center)

Turistas espaciais poderão dar a volta na Lua em 2017

Os turistas espaciais poderão dar a volta na Lua a partir de 2017, quando é comemorado o 50º aniversário do início do programa americano Apolo, informou nesta quinta-feira a companhia Space Adventures (SA).
"Já vendemos uma vaga e a outra planejamos vender muito em breve. Devemos lançar a missão no 50º aniversário do programa Apolo", disse Eric Anderson, co-fundador e presidente da SA, citado pela agência "Interfax".
A SA, companhia que organiza os voos cósmicos para novatos conhecidos como turistas espaciais, disse no ano passado que uma personalidade famosa já pagou US$ 150 milhões por um dos bilhetes com destino ao satélite da Terra a bordo de uma nave russa Soyuz.
Anderson lembrou que o lançamento do Apolo 1 terminou em tragédia e que não há melhor maneira de homenagear os três tripulantes americanos mortos do que "realizar um voo ao redor da Lua".
Após mais de dois anos de provas fracassadas, o Apolo 11 pousou na lua dia 20 de julho de 1969, mais de oito anos depois de o soviético Yuri Gagarin se transformar no primeiro astronauta da história.
A corporação espacial russa Energia, fabricante das Soyuz, está construindo uma nova nave tripulada especialmente para "a realização de programas comerciais com participantes não profissionais".
Caso a Soyuz com os turistas a bordo se limitar a rodear a Lua e retornar à Terra, o voo se prolongará durante 8 ou 9 dias, mas se a viagem incluir uma visita à Estação Espacial Internacional (ISS) pode durar até três semanas.
A ISS abriu suas portas a sete turistas espaciais: o americano Denis Tito (2001) foi o primeiro a viajar à plataforma, seguido pelo sul-africano Mark Shuttleworth (2002) e o americano Gregory Olsen (2005).
A americana de origem iraniana Anousha Ansari foi a primeira mulher turista a viajar à estação (2006), seguida pelo americano de origem húngara Charles Simonyi (2007) e de Richard Garriott, filho do ex-astronauta dos EUA Owen Garriott (2008).
Simonyi foi o único turista a repetir a experiência em março de 2009, enquanto o fundador do Cirque du Soleil, o canadense Guy Laliberté, foi o último a se alojar na ISS.
A Rússia recorreu ao turismo espacial no início da década passada, por causa da grave crise de financiamento que afetou seu programa espacial após a queda da União Soviética.
Em 2009, a Rússia decidiu acabar com as visitas perante a falta de espaço, já que agora a tripulação da ISS foi duplicada, com até seis tripulantes.
O diretor da Roscosmos, a agência espacial russa, Vladimir Popovkin, manifestou nesta quinta-feira que até 2020 o ser humano voltará à Lua, odisseia na qual poderiam colaborar Roscosmos, Nasa e a Agência Espacial Europeia.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Nasa divulga dados inéditos sobre matéria que circunda o Sistema Solar

Dados da missão Ibex corrigem a posição do Sol no espaço.
Nível de oxigênio e gás neônio na heliosfera é maior do que no exterior.



agência espacial norte-americana (Nasa) divulgou dados de observações inéditas de átomos que circundam o Sistema Solar. Utilizando a sonda Ibex, astrônomos puderam captar elementos químicos vindos de regiões vizinhas e medir o volume desses materiais dentro e fora da heliosfera, a "bolha" ao redor do Sol que protege a Terra e outros planetas de raios cósmicos.
Os dados foram anunciados em uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (31) nas dependências da Nasa. Seis estudos sobre os resultados colhidos pela missão Ibex serão divulgados na edição de fevereiro da revista "Astrophysical Journal", uma das principais publicações científicas sobre astronomia no mundo.
Matéria interestelar circunda a 'bolha' que envolve o Sol (meio da imagem). (Foto: Nasa / Reprodução)
Matéria interestelar circunda a 'bolha' que envolve o Sol (meio da imagem). (Foto: Nasa / Reprodução)

O estudo mostrou a diferença nos índices de hidrogênio, oxigênio e gás neônio dentro da zona de influência do Sol e na região de nuvens de poeira cósmica que circunda o Sistema Solar. Há uma década, uma outra missão da Nasa chamada Ulysses já havia detectado átomos de Hélio vindos de fora da "bolha" solar.
A heliofera acontece quando os ventos solares se encontram com o ambiente espacial entre as estrelas, que pressiona de volta o material vindo do Sol. Isso forma uma bola que não permite a entrada de partículas com elétrons a mais ou a menos. Apenas as partículas neutras conseguem penetrar dentro da heliosfera e serem detectadas, por exemplo, pela sonda Ibex.
Esses átomos que entram na heliosfera chegam até os painéis da sonda Ibex a uma velocidade de 83,5 mil quilômetros por hora, uma velocidade menor (11,2 mil km/h a menos) do que os cientistas previam antes com base nos dados da sonda Ulysses.
Outra conclusão corrigida pelos novos dados da Ibex é a de que o Sol se encontra, atualmente, na borda de uma região conhecida como Nuvem Interestelar Local. Os dados coletados pela sonda Ulysses fizeram os cientistas acreditar que o Sistema Solar já estivesse deixando essa região rumo a outras partes do espaço.
O estudo divulgado nesta terça-feira dá pistas sobre como essas nuvens afetam o formato e a composição da heliosfera. Ainda nas proximidades do Sistema Solar existe outra região chamada Nuvem G.
Os pesquisadores notaram que a Nuvem Interestelar Local não chega até a região de Alpha Centauri, onde o trio de estrelas mais próximas do Sol se encontra.
A Via Láctea, galáxia onde está o Sol, localizado em um dos braços espirais. (Foto: Nasa / Reprodução)
A Via Láctea, galáxia onde está o Sol, localizado em um dos braços espirais. (Foto: Nasa / Reprodução)
Nos próximos anos, quando as naves Voyager chegarem até as fronteiras do Sistema Solar, o estudo mais detalhado das partículas neutras e ionizadas será possível, segundo David McComas, cientista principal do projeto Ibex.
Hipóteses
As descobertas da missão Ibex levaram a equipe a uma dúvida: seria a região do Sol tão diferente quanto aos elementos químicos que a formam na comparação com as regiões vizinhas?
O questionamento veio após as medições mostrarem que o Sistema Solar e outras partes mais distantes da Via Láctea apresentarem concentrações maiores de oxigênio e menores do gás neônio do que a área que faz divisa com a heliosfera.
Para os cientistas, isso pode indicar que o Sol foi criado em uma região com menos oxigênio do que se pensava ou talvez que o oxigênio seja mais comum de ser encontrado "preso" em materiais galácticos como grãos de poeira e blocos de gelo.

Nasa fotografa dunas marcianas para entender terreno; veja imagem

Uma imagem colorida obtida pela Nasa (agência espacial americana) mostra dunas de areia na cratera de impacto Noachis Terra, em Marte.
Os veios têm tamanho e formas variadas que são criadas pela ação do vento (direção e força), exatamente como ocorre em dunas no Nordeste brasileiro.
Os pesquisadores estudam modelos de erosão e de depósito da areia para obter dados sobre como a sedimentação do terreno ocorreu.
A foto, de uma zona com cerca de 1 km, foi clicada em 29 de novembro de 2011 pela câmera de alta resolução HiRise e divulgada em 25 de janeiro.
As dunas de areia ficam na cratera de impacto Noachis Terra, em Marte
As dunas de areia ficam na cratera de impacto Noachis Terra, em Marte

Nova imagem mostra berçário de estrelas com 'perfil' de poeta

O ESO (Observatório Europeu do Sul) divulgou nesta quarta-feira uma imagem inédita do berçário de estrelas NGC 3324, captada pelo telescópio em La Silla, no Chile.
A foto mostra a intensa radiação ultravioleta gerada pelas estrelas novas, que faz a nuvem de gases brilhar com cores vivas.
A grande quantidade de gases e poeira cósmica na região gerou uma onda de nascimentos de estrelas há milhões de anos.
Estas estrelas, maiores e mais quentes que a média, aparecem com destaque na nova imagem.
A NGC 3324 também é conhecida como nebulosa Gabriela Mistral, pela suposta semelhança entre sua forma e o perfil da poeta chilena, prêmio Nobel de Literatura de 1945.
A nebulosa está localizada na constelação de Carina, a cerca de 7.500 anos-luz da Terra, no limite norte da nebulosa de Carina.
O ESO, que completa neste ano seu 50º aniversário de fundação, é financiado por 15 países, entre eles o Brasil, único não europeu no grupo.
A nebulosa é conhecida como Gabriela Mistral, pela semelhança com a poeta chilena, prêmio Nobel de 1945
A nebulosa é conhecida como Gabriela Mistral, pela semelhança com a poeta chilena, prêmio Nobel de 1945

Satélite mapeia nuvem de gás onde está o Sistema Solar

Um observatório espacial que já deveria estar aposentado conseguiu colher informação suficiente para fazer o primeiro mapa da nuvem de gás interestelar onde o Sistema Solar se localiza.
As novas imagens, obtidas pelo satélite Ibex, sugerem que a composição química do lugar onde vivemos na galáxia tem algo de especial.
"O que nós estamos conseguindo enxergar é realmente matéria alienígena, aquela a partir da qual o Sol e tudo o mais se formou aqui na Via Láctea", disse David McComas, cientista-chefe do projeto, ao apresentar os dados ontem na sede da Nasa, em Washington.
O mapa que o cientista exibiu mostra o Sol localizado na borda da nuvem local de gás e apresenta com mais precisão seu movimento dentro da galáxia.
À medida que o Sistema Solar trafega pela Via Láctea, partículas vão colidindo com a Terra e outros objetos próximos ao Sol, e essa é a única maneira de investigar o material que circunda nossa vizinhança planetária.
O Ibex é capaz de capturar essas partículas, porque tem um detector sensível a átomos eletricamente neutros. Acredita-se que a maior parte das partículas que residem no material interestelar tenham carga elétrica, mas elas acabam expulsas pelo vento solar --os prótons e elétrons livres emitidos pelo próprio Sol-- ou formando novos átomos neutros ao colidir com ele.
Em uma série de estudos publicados ontem na revista "Astrophysics Journal", os cientistas mostram como diferentes elementos químicos se distribuem na nossa região da galáxia. Uma descoberta particularmente interessante foi a de que o Sistema Solar possui mais átomos de oxigênio do que a nuvem que o abriga.
Os cientistas concluíram isso ao comparar a proporção de oxigênio em relação ao gás neônio nas amostras obtidas.
"Isso significa, possivelmente, que o Sol nasceu dentro de um ambiente diferente daquele em que está agora", disse à Folha Priscila Frisch, astrofísica da Universidade de Chicago que coordenou um dos trabalhos publicados agora. "Na verdade, estimamos que o Sistema Solar só entrou nessa nuvem local de gás em que está agora uns 45 mil anos atrás, um tempo extremamente curto se você levar em conta que o Sol tem 4,5 bilhões de anos."
VELOCÍMETRO ALTERADO
Outra descoberta importante da Ibex apresentada pelos cientistas é que o Sistema Solar não está viajando pela galáxia a uma velocidade tão grande quanto se achava.
Uma outra sonda que tentou fazer essa medida, a Ulysses, havia estimado que o Sol trafega pela galáxia a 95 mil km/h. A Ibex fez medidas mais precisas e concluiu que essa velocidade é na verdade de 84 mil km/h.
A correção não parece grande coisa, mas ela ajuda os cientistas a entenderem melhor como o vento solar interage com a matéria intergaláctica. Se a velocidade de deslocamento do Sol fosse de fato a estimada pela Ulysses, a pressão da matéria intergaláctica criaria mais "rasgos" nas lufadas de vento solar, fazendo com que 20% mais partículas carregadas --os nocivos raios cósmicos-- entrassem no Sistema Solar.
A quantidade relativamente baixa de raios cósmicos que atinge a Terra é, aliás, um dos motivos pelos quais a vida pode florescer aqui há 3,8 bilhões de anos.
Segundo Seth Redfield, astrofísico independente que revisou os trabalhos mais recentes sobre a Ibex, diz que entender como o vento estelar interage com o material interestelar será fundamental para entender como é o ambiente planetário de outras estrelas.
"Nós já sabemos de pelo menos dois planetas fora do Sistema Solar que orbitam estrelas com astroesferas geradas por vento estelar", disse. "Se entendermos como funciona a heliosfera (a estrutura gerada pelo espalhamento de vento solar), podemos descobrir que talvez elas sejam um compontente importante para criar condições planetárias necessárias à vida. Pelo pouco que sabemos, astrosferas podem ter estruturas bastante diferentes da que temos aqui. É um verdadeiro zoológico."
Segundo os cientistas, é provável que a Ibex consiga continuar contribuindo para esses estudos. Apesar de o observatório espacial ter sido projetado para durar só de 2008 a 2010, engenheiros esperam que ele possa durar pelo menos mais uma década, agora que conseguiram colocá-lo em uma órbita estável.