quinta-feira, 30 de maio de 2013

Radiação recebida em viagem a Marte aumenta risco de câncer em 3%

Estudo leva em conta raios que vêm do Sol e não afetam pessoas na Terra.
Nasa quer mandar astronautas ao planeta vermelho na década de 2030.


Radiação no espaço é bem maior que na Terra (Foto: AP Photo/Nasa)
Radiação no espaço é bem maior que na Terra (Foto: AP Photo/Nasa)

Um estudo publicado nesta quinta-feira (30) calcula que a radiação que um astronauta receberia em uma viagem de ida e volta até Marte aumentaria seu risco de câncer em 3%. Essa radiação vem do Sol e de explosões de supernovas distantes, mas não tem nenhum efeito sobre as pessoas na Terra porque o campo magnético do planeta funciona como um fator de proteção.
A Nasa planeja colocar um astronauta em Marte na década de 2030. A questão da radiação é uma preocupação antiga dos cientistas ligados à exploração espacial. No entanto, faltava uma maneira confiável de medir a radiação acumulada ao longo de um período de tempo como o que será necessário para a missão a Marte.
A pesquisa publicada pela revista “Science” se baseou em dados obtidos pelo Curiosity, jipe-robô enviado pela Nasa para explorar Marte. O veículo conta com um medidor de radiação, que registrou a quantidade de raios que incidiram sobre o aparelho ao longo dos oito meses e meio de viagem até o planeta vermelho, entre 2011 e 2012.
Com esses dados, os cientistas calcularam a quantidade de radiação que cada astronauta receberia. O valor chega a 662 milisieverts, o que equivale a passar por uma tomografia de corpo inteiro por semana ao longo de um ano. Na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), a radiação acumulada ao longo do ano é de 200 milisieverts. Na Terra, o valor por pessoa não passa de 3 milisieverts por ano.
A maioria das agências espaciais do mundo recomenda que um astronauta não ultrapasse o limite de mil milisieverts ao longo da carreira – na Nasa, os cálculos variam de acordo com a idade e o sexo.
Para os autores do estudo, os resultados indicam que é preciso evoluir tecnologicamente para que a viagem dos astronautas seja mais curta do que a do Curiosity. “Você quer chegar lá o mais rápido possível” para reduzir a exposição à radiação, afirmou Don Hassler, cientista responsável pelo medidor de radiação do Curiosity.

Fonte:  http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/05/radiacao-recebida-em-viagem-marte-aumenta-risco-de-cancer-em-3.html

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