domingo, 3 de novembro de 2013

DOSSIÊ: AQUECIMENTO GLOBAL (2ºParte)

Mas também provocou reações dos céticos. Um grupo de cientistas, políticos, economistas, lobistas de petróleo e até mesmo o escritor de ficção científica Michael Crichton - autor de Parque dos Dinossauros e O Enigma de Andrômeda - têm publicado artigos e dado entrevistas questionando se há motivo para tanto alarme. Eles dizem que a temperatura média do planeta subiu e desceu várias vezes nos últimos 150 anos.
O efeito estufa é um fenômeno natural que faz com que a temperatura na Terra se conserve em condições adequadas à vida. E que, mesmo que exista uma tendência para o aquecimento, ela está mais ligada aos fatores naturais, como a atividade solar, do que à ação humana.
O estatístico dinamarquês Bjorn Lomborg, autor do controvertido livro O Ambientalista Cético, é um dos críticos mais provocantes do catastrofismo que normalmente cerca as previsões de aquecimento global. Lomborg é um otimista. De acordo com ele, nas últimas três décadas o custo das fontes renováveis de energia caiu 50% a cada dez anos. "Nesse ritmo, deixaremos de usar combustíveis fósseis até 2030", afirma. "Há problemas mais importantes no mundo com que se preocupar."
Os céticos estão certos em uma coisa: se há algo difícil de prever na Terra, é o clima. Pequenas variações na crosta terrestre e nos mares afetam o ar de maneira drástica. Um leve deslocamento ou uma maior ou menor variação das correntes oceânicas podem provocar o aparecimento de gelo em certos lugares e tempestades em outros. É verdade também que nos últimos mil anos ocorreram dois momentos de variação de temperatura como a atual. Um ficou conhecido como Período Medieval Quente e o outro, Pequena Idade de Gelo.
Esta última deixou como testemunho as paisagens holandesas de inverno pintadas por mestres como Rembrandt e Vermeer no século XVIII. Acredita-se que o Período Medieval Quente tenha sido causado por uma alteração na circulação oceânica do Atlântico e a Pequena Idade de Gelo, pelas variações da atividade solar.
Para os participantes do IPCC, porém, o que está ocorrendo agora é diferente. Os gases que se acumulam na atmosfera como resultado da atividade do homem - dióxido de carbono (CO2), principalmente, mas também metano (CH4), óxido nitroso (N2O), ozônio (O3) e clorofluorcarbonos (CFCs) - são transparentes à luz visível, como o vidro de uma estufa, permitindo que os raios de Sol aqueçam a superfície terrestre. Quando a Terra devolve o calor em excesso, não é mais sob a forma de luz, mas de radiação infravermelha. Como os gases poluentes absorvem essa radiação como calor, parte fica retida na atmosfera.
É importante ficar claro: o efeito estufa é um fenômeno natural, que faz com que a temperatura média da Terra se conserve em torno de 14,5 ºC. Sem o efeito estufa, o planeta estaria congelado. Na Lua,por exemplo, onde não existe atmosfera, a temperatura pode variar de 100 ºC durante o dia a -130 º Celsius à noite. Em Vênus, onde há excesso de dióxido de carbono na atmosfera, a temperatura chega a 500 ºC. Assim, o problema atual é o reforço do efeito estufa pela ação humana, que eleva a temperatura global.
CONSEQÜÊNCIAS DAS MUDANÇAS
Durante milhões de anos, o dióxido de carbono, produzido naturalmente pela respiração de plantas e animais, foi um fator de equilíbrio na manutenção da temperatura da Terra. Os cientistas conseguem medir esse e outros gases aprisionados no passado em bolhas de ar de amostras de gelo retiradas dosubsolo da Antártica para saber se a quantidade aumentou ou diminuiu e em que época isso ocorreu.


Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_262600.shtml?func=1&pag=1&fnt=14px

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