quarta-feira, 6 de novembro de 2013

DOSSIÊ: AQUECIMENTO GLOBAL (5º Parte)

Outras possibilidades podem ser abertas com novas leis, impostos e mercados de troca de permissões de emissão de carbono (para as economias que têm meta de redução de emissões), de forma que se financie o custo de preservação das florestas (custo inclusive de evitar alguma atividadeeconômica, como uma lavoura ou criação de gado).
Por exemplo: em vez de cumprir sua meta de redução de emissões de carbono, uma empresa poderia comprar títulos de proteção de uma floresta que capture uma quantidade de carbono equivalente às emissões que seriam cortadas.
O relatório incentiva a ação individual, mostrando que cada pessoa pode ajudar a reduzir a emissão de gases prejudiciais com mudanças no estilo de vida (veja infográfico). "Os esforços para a atenuação do aquecimento global e para a diminuição da poluição nos próximos 20 ou 30 anos terão grande impacto sobre as possibilidades de alcançarmos os níveis mais baixos para a estabilização das emissões de gases que provocam o efeito estufa", afirma o IPCC.
Os representantes de mais de 120 países que ratificaram o relatório de Bangcoc estão totalmente de acordo sobre a gravidade do aquecimento global e a necessidade urgente de conter seu avanço. Mas o acordo pára por aí, pois a verdadeira questão é como fazer isso sem interromper o desenvolvimento.
Representantes dos Estados Unidos, da China e da Arábia Saudita fizeram objeções ao texto, muitas vezes buscando diminuir a certeza de algumas previsões mais catastróficas. Não porque tivessem dúvidas, mas porque esses países têm muito a modificar em sua economia se quiserem participar do esforço mundial contra o aquecimento global.
Em contraponto, um documento encomendado pelo governo britânico ao ex-economista-chefe do Banco Mundial Nicholas Stern analisa os custos necessários para reduzir os problemas causados pelas mudanças climáticas. Ele propõe a diminuição de 60% a 70% da dependência que o setor energético tem de combustíveis fósseis, a interrupção do desmatamento global e os cortes profundos nas emissões feitas pelo setor de transporte. O custo de todas essas medidas seria de 1% do PIB global até 2050, algo na casa das dezenas de trilhões de dólares.
Stern é objetivo e categórico. Afirma que será preciso gastar grandes somas agora para reduzir as emissões de carbono. Mas, como todo bom economista, pensa nesses gastos como um investimento, porque o preço de não tomar medida alguma seria incrivelmente mais alto no futuro. "Nossas ações pelas próximas décadas poderão criar riscos de grandes prejuízos às atividades econômicas e sociais, ainda neste século e no próximo, numa escala similar à associada às grandes guerras e à depressão econômica da primeira metade do século XX", afirma o texto.
UMA VERDADE INCONVENIENTE
Há cinco anos, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore percorre o planeta chamando atenção para o aquecimento global. Nessa empreitada, ele se tornou o contraponto do atual presidente George W. Bush, que pouco tem feito para ajudar a resolver o problema.
O filme que Gore protagoniza - Uma Verdade Inconveniente, o mesmo título do livro sobre o assunto - ganhou o Oscar de melhor documentário neste ano e colocou o ex-vice-presidente na lista para ganhar o Prêmio Nobel da Paz de 2007. No filme, ele frisa que o aquecimento global "não é só um tema político, é um problema ético, moral, de sobrevivência da humanidade". E faz uma chamada ao mundo para enfrentar a questão de maneira urgente.
Gore é ambientalista há muito tempo, tendo participado da Eco 92, realizada no Brasil, quando era senador pelo Tennessee, antes de disputar a Vice-Presidência na chapa de Bill Clinton pela primeira vez, no mesmo ano.

Fonte:  http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_262600.shtml?func=1&pag=4&fnt=14px

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