sábado, 17 de outubro de 2015

Nasa publica estudo de sobrevoo em Plutão; veja os 10 principais achados

Primeiro artigo científico com imagens de sonda desvenda paisagem variada.
Planeta-anão tem montanha de gelo, atmosfera com neblina e lago de nitrogênio.


Imagem da superfície de pluta mostra detalhes capturados em luz visível e infravermelha (Foto: Nasa/JHUAPL/SWRI)
Imagem da superfície de pluta mostra detalhes capturados em luz visível e infravermelha
(Fotos: Nasa/JHUAPL/SWRI/JPL/Caltech)

Desde que a sonda New Horizons realizou um voo rasante em Plutão em 14 de julho, muitas belas imagens foram transmitidas à Terra e divulgadas pela Nasa. Mas o que efetivamente a sonda aprendeu sobre o planeta-anão? O primeiro estudo dos cientistas que comandam a espaçonave robótica foi publicado nesta sexta-feira pela revista “Science”, e resume o que os pesquisadores aprenderam até agora.
As descobertas, de modo geral, surpreenderam cientistas, que não esperavam ver um objeto cósmico tão complexo, com superfície tão variada, e com alguns elementos incomuns para um corpo celeste daquele tamanho.
“Descobrimos que a superfície de plutão exibe uma grande variedade de formações e de idades de solo, bem como substancial variação de cor, composição e brilho”, afirmaram os pesquisadores, liderados pelo astrônomo Alan Stern, no artigo. Veja abaixo as dez descobertas mais intrigantes da New Horizons:

1. O coração O elemento mais visualmente distinto de Plutão é a grande área clara em forma de coração, batizada pelos astrônomos de Tombaugh Regio. Sua parte mais lisa, a oeste, é essencialmente um lago de nitrogênio congelado, o Sputnik Planum. A área se formou numa era relativamente recente, 100 milhões de anos, porque não possui marcas de crateras. Cientistas não sabem dizer ainda como ela surgiu, porém, e esperam imagens de melhor resolução para tentar descobrir.

Plutão (Foto:  NASA/JHU-APL/SwRI)

2. Atividade geológica A parte mais rugosa de Tombaugh Regio, a leste, é cheia de montanhas que foram formadas por atividade geológica perturbando o leito rochoso rico em gelo de água do planeta. Algumas formações são jovens demais para terem surgido quando o planeta ainda era uma bola quente bombardeada por colisões, e cientistas acreditam que o planeta-anão pode ainda ser geologicamente ativo, com placas tectônicas se movendo, como na Terra.


Imagem de Plutão mostra região Sputnik (à direita) rodeada à leste (esquerda) por montanhas de gelo (Foto:  NASA/JHUAPL/SwRI)

3. ‘Pele de dragão’Algumas cordilheiras de montanhas, vistas pela sonda, exibem uma textura chamada pelos cientistas de “pele de dragão”. O padrão é típico de cadeias que, na Terra, são formadas por vento. Em Plutão, porém, a atmosfera é fina demais para cavar tais vales. Mas milhões de anos atrás o planeta poderia estar numa posição orbital mais próxima do Sol, e o calor teria tornado sua atmosfera mais densa, dando ao vento força para causar erosão.

Cordilheiras em plutão lembram "casca de árvore ou escamas de dragão", afirmou geólogo (Foto: NASA/JHUAPL/SWRI)

4. Icebergs Plutão tem muitas montanhas de gelo, que são as estruturas mais altas do planeta-anão. Algumas delas, a oeste de Sputnik Planum, estão agrupadas de modo estranho. Cientistas acreditam que, na verdade, essas montanhas sejam grandes blocos de gelo que flutuam ou fluturaram como icebergs num mar de nitrogênio subterrâneo congelado, apesar de estarem entaladas agora numa superfície com bordas sólidas.

Foto de Plutão enviada pela New Horizons mostra região de terreno irregular a noroeste da planície gelada informalmentechamada de Sputnik Planum (Foto: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute)

5. Mar de nitrogênio líquido Cientistas não sabem exatamente como um mar de nitrogênio líquido subterrâneo pode existir ou ter existido em Plutão, mas as condições profundas de pressão e temperatura teriam permitido à substância sólida derreter. Uma melhor compreensão do fenômeno pode ajudar a entender muitos outros aspectos de Plutão.

6. Atmosfera estável A atmosfera de plutão é bastante alta, com cerca de 150 km de altitude, mas sua pressão, de 10 microbars, é menor do que se imaginava. Cientistas acreditavam que, com o planeta-anão se afastando do Sol desde 1989, à medida que percorre sua sua órbita alongada, uma queda de temperatura provocaria a diminuição de sua atmosfera. Esse fenômeno não pode ser descartado, mas não está ocorrendo ainda, dizem os pesquisadores.
Imagem feita por sonda New Horizons mostra atmosfera azul de Plutão (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI)

7. Neblina O tom azulado da atmosfera de Plutão se deve a uma espécie de neblina, que a sonda revelou tirando uma foto do planeta-anão com a luz do Sol incidindo por trás. Substâncias como acetileno e etileno estariam se formando por interação de moléculas mais simples, alimentadas por radiação ultravioleta e raios cósmicos.

8. Lua ativa Caronte, a maior das cinco luas de Plutão, com massa equivalente a 11,6% do planeta, também exibe atividade tectônica e possui composição de superfície diferenciada. Uma estranha mancha negra avermelhada em seu polo norte ainda intriga cientistas. Caronte se formou da colisão de outro objeto com Plutão e tem densidade e composição parecida com a do planeta-anão hoje, sinal de que a diversidade de objetos no cinturão de Kuiper é um fenômeno recente.

Imagem da lua Caronte, de Plutão, captada em 14 de julho pela sonda New Horizons: cientistas se surpreenderam com cores e superfície com montanhas (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI)

9. Luas rodopiantes Nix e Hidra, duas luas menores de Plutão, têm órbitas inclinadas e giram extremamente rápido, sugerem os dados da New Horizons. Se isso ficar confirmado, essas seriam as duas únicas luas do Sistema Solar que não têm rotação lacrada, tal qual nossa Lua, que tem uma face sempre virada para a Terra. Suas formas são irregulares e boa parte de sua composição é gelo de água, indica seu brilho.

Nix e Hidra, luas de Plutão, em foto da sonda New Horizons (Foto: JPL/Nasa)

10. Área limpa Sabendo de antemão que Plutão possuía cinco luas, cientistas prepararam a sonda com um sistema de desvio para enfrentar o que seria um provável enxame de objetos menores, para tirar a New Horizons de eventuais rotas de colisão. A região orbital perto de Plutão, porém, estava supreendentemente limpa, sem nenhum grande objeto além das luas já conhecidas.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/10/nasa-publica-estudo-de-sobrevoo-em-plutao-veja-os-10-principais-achados.html

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