terça-feira, 29 de março de 2016

Por que o eixo de rotação da Lua mudou

Queda de densidade causada por atividade vulcânica pode ter produzido trepidação suficiente para mudar orientação de satélite natural.

Lua poderá ser vista do Mirante da cidade (Foto: Divulgação / Diego Alves)
Face da lua vista da terra mudou de forma gradual durante bilhões de anos (Foto: Divulgação / Diego Alves)

Houve um tempo em que a face da Lua vista da Terra era um pouco diferente. É que a Lua costumava girar em um eixo de rotação com um grau de inclinação diferente do atual, segundo novo estudo publicado na revista científica Nature.
A mudança não se deu da noite para o dia, mas de forma gradual durante bilhões de anos.
Pesquisadores analisaram dados coletados pela sonda Lunar Prospector da Nasa (agência espacial americana), lançada no final dos anos 1990, e detectaram duas regiões ricas em hidrogênio perto dos polos da Lua, o que provavelmente indica a presença de água congelada.
Placas nos polos
As placas de gelo estão em polos opostos, e traçam uma linha entre ambas que passa pelo centro da Lua - o que os cientistas acreditam que fosse seu eixo de rotação.
Essa linha imaginária descreve uma oscilação gradual de seis graus em relação ao eixo atual.
Uma possível explicação para o fenômeno seria uma anormalidade térmica causada por atividade vulcânica na região chamada Procellarum.
Essa área concentra a maioria das manchas escuras da Lua que são visíveis desde a Terra.
Vulcões e atividade geológica associada a essas estruturas a converteram em uma região mais quente e leve do que o resto da Lua.
Em preto e na inscrição em inglês, os atuais polos sul e norte da Lua; em branco, os polos ancestrais, em regiões opostas e com indicação de presença de água congelada
Um dos autores do estudo, Matt Siegler, do Instituto de Ciência Planetária de Tucson, nos EUA, diz acreditar que a queda de densidade tenha produzido trepidação suficiente para explicar a existência dos dois antigos polos magnéticos.
"A região de Procellarum era mais ativa geologicamente na história lunar primitiva, o que implica que esse deslocamento polar começou há bilhões de anos atrás", afirma.
Mistério
Siegler e equipe descobriram depósitos de hidrogênio nesses polos ancestrais por meio do espectrômetro de nêutrons da sonda lunar: medindo os nêutrons refletidos desde a superfície lunar por raios cósmicos que atingem o satélite natural da Terra.
Esses depósitos são sinal da presença de água congelada, que pode - e existe - em crateras da região de sombra permanente no polo sul da Lua.
Mas ainda não se sabe por que esses depósitos se mantiveram nessas regiões, que se afastaram dos polos e passaram à região iluminada da Lua.
Os pesquisadores sugerem que eles podem ter sido soterrados por impactos de asteroides, mas a teoria demanda mais estudos para ser comprovada.
Pesquisas anteriores já sugeriram que a Lula pode ter se inclinado muito mais, até 35 graus.
Cientistas apontam que um "objetivo chave" nessa área de estudos será "reconciliar teorias sobre as mudanças na orientação da Lua e determinar quais alterações em sua densidade causaram o desvio".

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/por-que-o-eixo-de-rotacao-da-lua-mudou.html

Nasa faz registro inédito de explosão de supernova

Astrônomos capturaram, pela primeira vez em luz visível, a onda de choque causada pelo momento em que uma supernova explode.

Nasa faz registro inédito de explosão de supernova (Foto: Reprodução/BBC)
Nasa faz registro inédito de explosão de supernova (Foto: Reprodução/BBC)

Usando o telescópio espacial Kepler, astrônomos da Nasa capturaram, pela primeira vez em luz visível, a onda de choque causada pelo momento em que uma supernova explode.
Explosões como essa acontecem quando as estrelas estão chegando ao fim de suas vidas. A imagem feita pela agência americana mostra um astro de 1,2 bilhão de anos.
Assista ao vídeo.
É a terceira vez que a Nasa vê explosões como essa de supernovas pelo telescópio Kepler, mas pela primeira vez consegue registrar o acontecimento, já que as ondas de choque só duram cerca de 20 minutos.
Essas observações podem ajudar a explicar a importância das explosões das supernovas no desenvolvimento do Universo. Já capturar essas imagens podem dar aos astrônomos as bases necessárias para entender o ciclo vital das estrelas.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/nasa-faz-registro-inedito-de-explosao-de-supernova.html

sábado, 19 de março de 2016

Estudo revela surpresas sobre a superfície gelada de Plutão

Planeta anão tem variedade inesperada de montanhas e fluxos de geleiras.
Dados foram coletados durante passagem da sonda New Horizons.


Imagem da superfície de pluta mostra detalhes capturados em luz visível e infravermelha (Foto: Nasa/JHUAPL/SWRI)
Imagem da superfície de pluta mostra detalhes capturados em luz visível e infravermelha (Foto: Nasa/JHUAPL/SWRI)

A análise mais detalhada da superfície de Plutão já feita revelou uma variedade inesperada de montanhas, fluxos de geleiras, planícies lisas e outras paisagens, de acordo com estudos divulgados nesta quinta-feira (17).
O olhar inédito sobre chamado planeta-anão, que orbita o sol como outros planetas, mas é menor, foi possível graças a fotos de alta resolução da espaçonave New Horizons, da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa). A sonda espacial interplanetária fez a primeira visita da história a Plutão e suas cinco luas em julho do ano passado.
As imagens, análises químicas e outros dados mostram um mundo complexo e geologicamente ativo a cerca de 4,8 bilhões de quilômetros da Terra, com um oceano subterrâneo e vulcões que parecem expelir gelo, segundo cinco artigos publicados na edição desta semana do periódico "Science".
"É um lugar bem selvagem geologicamente falando", disse o cientista planetário William McKinnon, da Universidade Washington, de St. Louis, no Estado norte-americano do Missouri.
Outro cientista descreveu a diversidade das paisagens como "espantosa".
Como um terreno tão variado foi formado continua sendo um mistério do distante Plutão, cuja temperatura superficial média é de menos 229 graus Celsius.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/estudo-revela-surpresas-sobre-superficie-gelada-de-plutao.html

Imagens do Hubble revelam 'estrelas-monstro' em aglomerado estelar

Técnica combinou dados de dois instrumentos do telescópio espacial.
Aglomerado R136 tem 9 estrelas mais de 100 vezes mais massivas que Sol.


  Imagem mostra a região central da Nebulosa da Tarântula na Grande Nuvem de Magalhães. o aglomerado estelar R136 pode ser visto no canto direito inferior da imagem  (Foto: NASA, ESA, P Crowther/University of Sheffield)
Imagem mostra a região central da Nebulosa da Tarântula na Grande Nuvem de Magalhães. o aglomerado estelar R136 pode ser visto no canto direito inferior da imagem (Foto: NASA, ESA, P Crowther/University of Sheffield)

Uma técnica que combinou imagens feitas com dois instrumentos do Telescópio Espacial Hubble revelou dados inéditos sobre o aglomerado estelar R136, que fica na Nebulosa da Tarântula, na Grande Nuvem de Magalhães, galáxia-anã que fica a cerca de 170 mil anos-luz da Terra.
Além de revelar que o aglomerado tem dezenas de estrelas com mais de 50 vezes a massa do Sol, o estudo também descobriu que nove dessas estrelas são mais de 100 vezes mais massivas que o sol: são as "estrelas-monstro".
Segundo os pesquisadores, o brilho dessas nove estrelas superam em 30 milhões de vezes o brilho do Sol.
O estudo envolveu uma combinação de imagens feitas pela Câmera de Campo Largo 3 (WFC3) e pelo Espectrógrafo de Imagens do Telescópio Espacial (STIS), ambos instrumentos a bordo do Hubble. Desta forma, foi possível dissecar a radiação ultravioleta do jovem aglomerado de estrelas.
"A habilidade de distinguir luz ultravioleta de uma região tão excepcionalmente lotada em suas partes componentes, identificando as assinaturas de estrelas específicas, só foi possível com os instrumentos a bordo do Hubble", exlica Paul Crowther, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, principal autor do estudo.
Sobre a origem das estrelas-monstro, a pesquisadora Saida Caballero-Nieves, uma das autoras do estudo, explica: "Houve sugestões de que essas estrelas-monstro resultam da fusão de estrelas menos extremas em sistemas binários próximos. Do que sabemos da frequência das fusões massivas, este cenário não pode explicar todas as estrelas realmente massivas que vemos na R136, então o que parece é que essas estrelas podem ter se originado do processo de formação das estrelas."
O estudo foi publicado nesta quinta-feira (17) na revista "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/imagens-do-hubble-revela-estrelas-monstro-em-aglomerado-estelar.html

Passagem de meteoro 'acende' céu da Grã-Bretanha

Luzes foram capturadas no sul do país na madrugada de quinta-feira.

Luzes de meteoro foram capturadas no sul do país na madrugada de quinta-feira (Foto: BBC)
Luzes de meteoro foram capturadas no sul do país na madrugada de quinta-feira (Foto: BBC)

Um meteoro iluminou o céu da Grã-Bretanha na madrugada desta quinta-feira (17).
A passagem do corpo celeste foi flagrada por uma câmera da Rede de Observação de Meteoros.
A imagem foi registrada em uma região ao sudoeste de Londres.
Clique aqui para ver o vídeo.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/passagem-de-meteoro-acende-ceu-da-gra-bretanha.html

Sonda espacial parte em direção a Marte para buscar sinais de vida

Orbitadora Exomars 2016 atuará em parceira com jipe que chega em 2018.
Missão tentará descobrir origem do gás metano no planeta vermelho.


Europa e Rússia lançaram nesta segunda-feira (14) uma sonda espacial para buscar sinais de vida em Marte e ampliar as perspectivas de uma missão tripulada ao planeta.
A espaçonave, parte do programa ExoMars, partiu do espaçoporto de Baikonur, no Cazaquistão, a bordo de um foguete Proton, dando início a uma jornada de sete meses pelo espaço.
A nave levará uma sonda atmosférica que irá estudar traços de gases como o metano, um elemento químico que está fortemente vinculado à vida na Terra, que missões marcianas anteriores detectaram na atmosfera do planeta.
"Por que estamos tão interessados em Marte? Estamos tentando entender como a vida se originou em nosso sistema solar", disse Pascale Ehrenfreund, chefe do comitê executivo da agência espacial alemã DLR, em um evento de lançamento da ESA (Agência Espacial Europeia).
Foguete Proton-M decola no Cazaquistão carregando a sonda espacial ExoMars 2016 para Marte (Foto: Shamil Zhumatov/Reuters)
Foguete Proton-M decola no Cazaquistão carregando a sonda espacial ExoMars 2016 para Marte (Foto: Shamil Zhumatov/Reuters)

Origem do metano
Os cientistas acreditam que o metano pode ser derivado de micro-organismos conhecidos como metanogênicos. Essas criaturas podem ter se extinguido milhões de anos atrás e deixado reservas desse gás congelado abaixo da superfície do planeta. Ou, talvez, parte desses organismos ainda esteja viva.
Outra explicação para o metano na atmosfera de Marte é que ele é produzido por fenômenos geológicos, como a oxidação do ferro.
A nave também leva uma instalação terrestre que testará tecnologias necessárias para o uso de um veículo que deve ser enviado em 2018, um passo necessário para superar os desafios práticos e tecnológicos de possíveis voos tripulados a Marte no futuro.
"Tenho certeza de que, em 20 ou 30 anos, chegará o momento no qual os humanos irão ao planeta", afirmou Thomas Reiter, diretor de Voos Espaciais Tripulados e Exploração Robótica da agência espacial.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/sonda-espacial-parte-em-direcao-marte-para-buscar-sinais-de-vida.html

Nasa adia lançamento de robô para análise do solo de Marte em dois anos

Falha em instrumento exigiu mudança na data, diz agência espacial.
Missão deve investigar o processo de formação dos planetas em 2018.


Planeta Marte em foto da Nasa (Foto: Reuters/Nasa)
Planeta Marte, em foto feita da agência espacial norte-americana (Foto: Reuters/Nasa)

O robô americano InSight deverá aterrissar e estudar o solo de Marte somente a partir do dia 26 de novembro de 2018. A agência espacial norte-americana previa o lançamento para março deste ano, mas precisou adiar em dois anos e remarcar para 5 de maio de 2018, segundo anunciou nesta quarta-feira (9).
O adiamento ocorreu devido a um problema em um instrumento de medição sísmica fornecido pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), que é fundamental para a missão. Essa falha técnica e sua reparação forçaram a Nasa a esperar que se abra outra janela de lançamento mais favorável. Por isso, a nova previsão.
"A compreensão do subsolo de Marte é um objetivo de planetólogos há muitas décadas e estamos muito felizes por estar de volta no caminho certo para lançar esta missão, agora em 2018", afirmou John Grunsfeld, chefe de programas científicos da Nasa.
A InSight (Interior Exploration using Seismic Investigations, Geodesy and Heat Transport) é a primeira missão dedicada a estudar o subsolo de Marte e deve durar dois anos. A missão vai avançar a compreensão dos processos de formação de todos os planetas rochosos, incluindo a Terra e sua evolução.
O objetivo será determinar se o núcleo do planeta vermelho é sólido ou líquido e por que sua superfície não é composta por placas tectônicas em movimento como a Terra.
O custo adicional para este atraso de dois anos está em estudo e o orçamento deve estar pronto em agosto deste ano, de acordo com a Nasa. Até agora, o custo total foi estimado em 675 milhões de dólares, dos quais 525 já foram gastos.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/nasa-adia-lancamento-de-robo-para-analise-do-solo-de-marte-em-dois-anos.html

Como corpo de astronauta mudou após um ano no espaço – comparado ao de seu irmão gêmeo na Terra

Scott Kelly, que passou 340 dias na Estação Espacial Internacional, ganhou 3,8 cm, mas enfrenta dores e hipersensibilidade.

 Astronauta sente dores no corpo e hipersensibilidade na pele  (Foto: Eric Kayne/Getty Images North America/AFP)
Astronauta sente dores no corpo e hipersensibilidade na pele (Foto: Eric Kayne/Getty Images North America/AFP)
O astronauta americano Scott Kelly, que retornou do espaço na semana passada depois de passar quase um ano na Estação Espacial Internacional (ISS), diz sentir fortes dores pelo corpo.
Sente tanta dor nos músculos e articulações que mal consegue dizer onde dói.
"Estou surpreendido pela diferença entre como me sinto agora, fisicamente, em comparação com a primeiro missão em que estive", diz em entrevista poucos dias após voltar à Terra.
Kelly passou quase um ano na Estação Espacial Internacional com o cosmonauta russo Mikhail Kornienko.
Na outra missão, Kelly ficou no espaço por 159 dias. Ele já sabia que sentiria dores musculares e fadiga.
Foto mostra o astronauta americano Scott Kelly (esq.) e o cosmonauta russo Mikhail Kornienko: eles passaram um ano no espaço (Foto: AP Photo/Gagarin Cosmonaut Training Center via NASA)
Foto mostra o astronauta americano Scott Kelly (esq.) e o cosmonauta russo Mikhail Kornienko: eles passaram um ano no espaço (Foto: AP Photo/Gagarin Cosmonaut Training Center via NASA)

Desta vez, assim que saí da cápsula (no Cazaquistão) me senti melhor do que na primeira vez", disse.
Mas, após uma pausa, contou que em algum momento começou a sentir um nível de dor muscular "muito maior do que da outra vez".
E algo que não havia ocorrido antes: agora, ele sente hipersensibilidade na pele. Segundo Scott, isso ocorre porque a pele não encostou em nada significativo por muito tempo.
"É um sensação de ardência sempre que sento, deito ou ando", contou.
Diferença de altura
É a primeira vez que um americano passa tanto tempo na microgravidade.
Os russos levam vantagem: nos anos 1990, Valery Polyakov passou 438 dias na estação espacial MIR.
Mas o que torna a viagem de Kelly particularmente interessante não são apenas os 340 dias que ele passou na ISS ou as 5.440 voltas que deu ao redor de nosso planeta, mas o fato de seu irmão gêmeo, Mark Kelly, ter ficado na Terra para que fosse estudado o impacto psicológico e fisiológico de uma viagem longa no espaço sobre o corpo humano.
Uma das primeiras mudanças visíveis foi que havia superado seu irmão em altura - tinha 3,81 cm a mais que ele.
"A gravidade se encarregou de colocá-lo no lugar dele", brincou.

 Eles são gêmeos idênticos, mas Scott tem 3,8 cm a mais agora  (Foto: AP Photo/Pat Sullivan)
Eles são gêmeos idênticos, mas Scott tem 3,8 cm a mais agora (Foto: AP Photo/Pat Sullivan)

Mas poucos dias depois de voltar à Terra - e à força da gravidade -, Scott já tinha voltado ao tamanho normal.
Entender estas mudanças é importante para os especialistas. Os astronautas que voltaram da estação espacial foram recebidos por uma comitiva mas, em um eventual futura missão a Marte, terão que se adaptar sozinhos à chegada a um planeta com uma gravidade diferente da Terra.
Os irmãos Kelly foram submetidos - antes e durante a missão - a uma bateria de exames psicológicos e fisiológicos.
Eles devem continuar sendo "ratos de laboratório" por dois anos.
Após o pouso no Cazaquistão, ele foi levado à Noruega para os primeiros exames físicos e seguiu para os EUA. Ele contou que nesse trajeto não conseguiu dormir, por estar "incomodado e com muita dor muscular."
A chegar aos Estados Unidos, foi submetido a mais exames físicos e análises sanguíneas, assim como scanner cerebral.
Má pontaria
O astronauta explica que, entre outras dificuldades, está tendo problemas com pontaria na hora de jogar objetos.
"Fracassei com a primeira coisa que tentei jogar em uma mesa; tentei jogar basquete e não fiz cesta nenhuma vez... mas eu já não era um bom jogador."
Quando astronautas voltam à Terra eles têm tendência a soltar as coisas, como quando estão sem gravidade.

O norte-americano Scott Kelly (Foto: Kirill Kudryavtsev / Pool / via AFP Photo)
O norte-americano Scott Kelly (Foto: Kirill Kudryavtsev / Pool / via AFP Photo)

Sobre o mal-estar físico, há várias explicações.
Quando estão em microgravidade, os astronautas perdem massa muscular e densidade óssea, apesar das duas horas de exercícios seis dias por semana.
Mesmo assim, como não precisam aguentar a gravidade, os músculos ficam mais preguiçosos.
O coração continua bombeando a mesma quantidade de sangue para as extremidades, mas os vasos sanguíneos das pernas não têm que trabalhar tanto para bombear sangue de volta para o coração.
No espaço, os astronautas perdem volume de sangue, razão pela qual Scott recebeu uma transfusão de sangue após o retorno.
Outro problema que os astronautas experimentam é uma inflamação na parte posterior do olho enquanto estão no espaço. Isso causa problemas de visão que podem durar um tempo após o retorno à gravidade.
Estas são só algumas das mudanças que aconteceram no corpo de Scott e, muito provavelmente, em seu companheiro russo.
Mas só saberemos o verdadeiro impacto da viagem em seis anos, quando os cientistas preveem que os resultados da pesquisa serão publicados.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/como-corpo-de-astronauta-mudou-apos-um-ano-no-espaco-comparado-ao-de-seu-irmao-gemeo-na-terra.html

sexta-feira, 4 de março de 2016

Telescópio Hubble fotografa galáxia mais distante já encontrada

Estrutura cósmica está a 13,4 bilhões de anos-luz da Terra, diz astrônomo.
Agrupamento estelar se formou quando Universo tinha 400 milhões de anos.


Detalhe ampliado mostra a galáxia GN-z11, encontrada em uma fotografia do Telescópio Espacial Hubble (Foto: Hubble/Nasa)
Detalhe ampliado mostra a galáxia GN-z11, encontrada pelo Telescópio Espacial Hubble (Foto: Hubble/Nasa)

Astrônomos anunciaram nesta quinta-feira (3) ter descoberto a mais distante galáxia já observada.
Posicionada a 13,4 bilhões de anos-luz de distância, a estrutura cósmica se formou quando o universo tinha apenas 400 milhões de anos de idade, passados desde o Big Bang.
A localização da galáxia, descoberta pelo Telescópio Espacial Hubble, significa que a luminosidade produzida por ela, viajando a à velocidade da luz (cerca de 1 bilhão de km/h), levaria 13,4 bilhões de anos para chegar até a Terra.
A galáxia, catalogada com a sigla GN-z11, foi avistada na direção da constelação da Ursa Maior. O Hubble a avistou dois anos atrás durante uma operação de varredura do céu, mas só agora cientistas confirmaram a descoberta, após uma análise detalhada dos dados.
Na época, astrônomos sabiam que estavam observando algo muito distante, possivelmente tão distante quanto 13,2 bilhões de anos-luz. Uma nova observação da galáxia, com um instrumento do Hubble que separa a luz em diversos comprimentos de onda revelou que a GN-z11 estava ainda mais distante que se achava, batendo um recorde por 200 milhões de anos.
Cientistas se disseram surpresos de terem conseguido determinar a distância da galáxia usando o Hubble, um telescópio operado pela Nasa. Um estudo sobre a descoberta sia na edição da semana que vem da revista "The Astrophysical Journal".
"Demos um grande passo atrás no tempo, além daquilo que jamais esperávamos poder fazer com o Hubble", afirmou o astrônomo Pascal Oesch, da Universidade Yale, em um comunicado.
A chave para a descoberta foi precisamente medir o alongamento do comprimento de onda da luz da galáxia para a região do vermelho. Essa medida diz quão rápido GN-z11 está se afastando da Terra, como medida da expansão do Universo, o que permite inferir a distância dela até nós.
Apesar de ser uma galáxia pequena para padrões atuais, GN-z11 é enorme, considerando que foi formada em uma época na qual o Universo tinha apenas 3% do tamanho que possui hoje, afirmou Garth Illingworth, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, coautor do estudo.
"Estamos vendo uma galáxia em sua infância", afirma Illingworth. "É incrível que uma galáxia tão grande tenha existido apenas 200 milhões ou 300 milhões de anos após as primeiras estrelas terem se formado."
GN-z11 possui cerca de 1 bilhão de vezes a massa do Sol. A galáxia é 25 vezes menor que a Via Láctea, apesar de estar produzindo estrelas 20 vezes mais rápido que a Via Láctea hoje.
Astrônomos afirma que esse recorde deve permanecer de pé até 2018, quando o Telescópio Espacial James Webb, sucessor do Hubble, será lançado.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/telescopio-hubble-fotografa-galaxia-mais-distante-ja-encontrada.html

Superfície de Marte mudou totalmente por causa de gigantesco vulcão

Tharsis é mais de dez mil vezes maior do que o maior vulcão da Terra.
Cone vulcânico causou a rotação das camadas superficiais de Marte.


Nasa divulgou nova 'selfie' do robô Curiosity, que está em missão em Marte desde 2012 (Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS)
'Selfie' do robô Curiosity, que está em missão em Marte desde 2012 (Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS)

Há mais de 3 bilhões de anos, a superfície de Marte deslizou sobre seu núcleo, deslocando rios e lençóis de gelo - de acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira (2) pela revista "Nature".
"Se tal mudança ocorresse na Terra, Paris estaria hoje no Círculo Polar Ártico", disse à AFP Sylvain Bouley, geomorfólogo (especialista em relevo planetas) da Universidade de Paris-Sud e autor do relatório. "Veríamos muitas auroras na França e teríamos vinho no norte da África", acrescentou.
O responsável por esta importante mudança de 20 para 25 graus é o cone vulcânico do Tharsis, mais de dez mil vezes maior do que o maior vulcão da Terra - apesar de Marte ser oito vezes menos volumoso do que o nosso planeta.
De acordo com o estudo, por sua massa invulgar, o cone vulcânico causou a rotação das camadas superficiais de Marte - a crosta e o manto - em torno do núcleo, um pouco como se fizesse girar a polpa de um pêssego sobre seu núcleo.
"Foi um fenômeno que durou centenas de milhões de anos", destacou o pesquisador.
Geomorfólogos, geofísicos e climatologistas participaram do estudo, que, segundo eles, fornece uma resposta única para alguns mistérios do Planeta Vermelho.
"Não conseguíamos entender porque os rios estão onde estão atualmente", disse Sylvain Bouley. "Dão a impressão de estar distribuídos de maneira aleatória, mas se a superfície for empurrada, todos ficam numa mesma parte tropical".
As imagens de Marte demonstram a existência de antigos leitos.
Os cientistas se perguntavam sobre a posição de alguns reservatórios subterrâneos de gelo, qualificados de anomalia, porque estão situados longe de polos do planeta. A existência do vulcão gigante parece ter fornecido uma resposta.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/03/superficie-de-marte-mudou-totalmente-por-causa-de-gigantesco-vulcao.html