sábado, 28 de maio de 2016

Cientistas detectam em cometa dois ingredientes-chave para a vida

Glicina e fósforo foram detectados no cometa 'Chury'.
Elementos são essenciais para desenvolvimento de DNA.


Imagem do cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko foi capturada pela câmera da Rosetta d euma distância de cerca de 170 km em julho de 2015 (Foto: ESA/Rosetta/MPS)
Imagem do cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko foi capturada pela câmera da sonda Rosetta de uma distância de cerca de 170 km em julho de 2015 (Foto: ESA/Rosetta/MPS)

Cientistas conseguiram detectar em um cometa a presença de dois ingredientes fundamentais para a vida: a glicina - um aminoácido - e o fósforo, segundo estudo de pesquisadores europeus, divulgado nesta sexta-feira (27).
O achado foi realizado no 67P/Churyumov-Gerasimenko (ou simplesmente 'Chury'), um cometa descoberto no fim dos anos 1960 por cientistas ucranianos, e que é investigado pela sonda europeia Rosetta.
Ainda que tenha sido detectada a presença de mais de 140 moléculas orgânicas diferentes no espaço, é a primeira vez que são encontrados "com total certeza" estes elementos, essenciais para o desenvolvimento do DNA e das membranas celulares.
Traços de glicina, necessários para formar proteínas, já haviam sido encontrados nos restos da cauda do cometa Wild 2, que a Nasa conseguiu obter em 2004.
Mas naquele momento, os cientistas não puderam descartar por completo a possibilidade de as amostras terem se contaminado de alguma maneira durante a análise feita na Terra.
O achado agora permite confirmar a existência de glicina e fósforo nos cometas. Os resultados desta investigação, obtidos graças a Rosina, espectrômetro da sonda Rosetta, foram publicados na revista americana Science Advances.
"Trata-se da primeira detecção com total certeza de glicina na atmosfera de um cometa", assinalou Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna (Suíça), chefe do projeto Rosina e autora do trabalho.
Reservatórios
É muito difícil detectar a glicina, pois ela passa do estado sólido ao gasoso abaixo dos 150 graus Celsius, o que significa que este aminoácido se decompõe na forma gasosa na fria superfície do cometa.
Diferentemente de outros aminoácidos, a glicina é a única que pode se formar sem a necessidade da presença de água em estado líquido, assinalaram os cientistas.
A origem do fósforo detectado na fina atmosfera do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko não foi determinada, acrescentou a investigação.
"Demonstrar que os cometas são reservatórios de materiais primitivos do sistema solar e que eles podem transportar esses ingredientes-chave para a vida na Terra é um dos principais objetivos da Rosetta", assinalou o cientista encarregado desta missão da Agência Espacial Europeia, Matt Taylor.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/05/cientistas-detectam-em-cometa-dois-ingredientes-chave-para-vida.html

Estudo mostra que Marte está saindo de uma era glacial

Revista "Science" aponta que planeta começou transição há 370 mil anos.
Clima marciano pode ajudar em estudos sobre mudança climática.


Imagem de arquivo mostra imagem 3D da Nasa criada mostrando a superfície do planeta (Foto: NASA/JPL/Arizona State University, R. Luk/Handout)
Imagem de arquivo mostra imagem 3D da Nasa criada mostrando a superfície do planeta (Foto: NASA/JPL/Arizona State University, R. Luk/Handout)

Marte está saindo de uma era glacial, após atravessar múltiplas fases de mudança climática, segundo medições de radar feitas em suas camadas de gelo polar para um estudo publicado nesta quinta-feira (26) pela revista "Science".
A análise dos dados assinala que o planeta viveu uma era do gelo da qual começou a sair há cerca de 370.000 anos.
Entender o clima marciano ajudará a determinar quando o planeta foi habitável no passado e como mudou esse estado, além de servir para os estudos sobre a mudança climática na Terra.
Os modelos sugeriam que o seco e poeirento planeta vermelho passou por épocas glaciais no passado, mas os dados empíricos para confirmá-lo eram poucos.
No estudo, o pesquisador Isaac Smith, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste em Boulder (Estados Unidos), e sua equipe usaram um radar para estudar as camadas de gelo dentro das calotas polares de Marte, para o que empregaram o equipamento da sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter, lançada em 2005 e destinada a aumentar o conhecimento desse planeta.

Novas imagens do Hubble mostram aproximação de Marte da Terra (Foto: Reprodução/BBC)
Novas imagens do Hubble mostram aproximação de Marte da Terra (Foto: Reprodução/BBC)

À medida que o gelo derrete, o vento pode criar canais em forma de espiral e outros traços identificáveis, razão pela qual rastrear essas marcas dentro da camada gelada pode revelar as mudanças no fluxo e no acúmulo do gelo em épocas passadas e, portanto, as mudanças no clima.
Enquanto a camada de gelo no sul é "relativamente pequena e está alterada pelo impacto de meteoritos", os pesquisadores puderam traçar as camadas dentro do gelo no norte.
Dessa forma, descobriram que as camadas e as trajetórias de migração do gelo aumentam, mudam de direção de forma brusca ou estão completamente enterradas.
Estes dados e outros analisados no estudo confirmam, segundo os pesquisadores, o final de um período glacial em Marte.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/05/estudo-mostra-que-marte-esta-saindo-de-uma-era-glacial.html

Meteorito pode ter sido causa de brilho e estrondo no céu do México

Fenômeno foi visto no país durante a madrugada deste sábado (23).
Astrônomo afirmou que passagem foi a mais de 1.000 km de altitude.


Imagem mostra passagem de meteorito no México durante a madrugada (Foto: Reprodução/webcamsdemexico.com)
Imagem mostra passagem de meteorito no México durante a madrugada (Foto: Reprodução/webcamsdemexico.com)

O astrônomo José Ramón Valdés, da Coordenação de Astrofísicos do Instituto Nacional de Astrofísica, Óptica e Eletrônica, declarou neste sábado (21) que o evento que se viu e escutou durante a madrugada foi a passagem pela atmosfera de um meteorito que cortou os céus da região central do México. Veja vídeo

Em entrevista coletiva, o cientista afirmou que a interação do objeto com a atmosfera gerou uma onda de choque que foi visível e perceptível para a população.
Apesar de sentido e visto como um fenômeno próximo, o astrônomo afirmou que o meteorito deve ter passado a mais de 1.000 quilômetros de altitude. "Os asteroides grandes podem ser monitorados, podemos ver sua trajetória no Sistema Solar. O problema são os pequenos, esses não os podemos ver", declarou Valdés.
Ele explicou que "estes objetos são remanescentes da formação do Sistema Solar, de nosso planeta", por isso que são de importância científica para reconstruir a história do sistema planetário ao que pertence a Terra.
Valdés também explicou que se trata de objetos que podem ser formados por rocha ou metais, e que o desta madrugada "tudo indica que foi de pedra pequena".
"Há muitos, mas poucos chegam à superfície. É preciso estarmos preparados para um grande; esses sim são mortais e acabariam com uma cidade inclusive, e são os que estamos monitorando", especificou o especialista.
Esta madrugada, a plataforma de alertas SkyAlert reportou que um brilho acompanhado de um estrondo foi registrado no centro do México, e atribuiu o fenômeno a um possível "bólido ou meteoro".
A SkyAklert, uma plataforma extraoficial que alerta sobre fenômenos sísmicos, vulcânicos e atmosféricos, detalhou através da rede Twitter que ao redor de 1h47 (horário local, 3h47 em Brasília) "se viu uma luz e escutou uma explosão", e acrescentou que os relatos do fato chegam de Puebla, Cidade do México, Estado do México e Tlaxcala.
"É muito provável que a explosão do possível 'bólido ou meteoro' tenha ocorrido durante sua entrada na atmosfera terrestre. Não foram reportados danos, por isso que também é provável que não impactou em terra", afirmou.
"O céu se iluminou, como quando cai um raio, e durante poucos segundos se viu um objeto laranja como um foguete que recém explode", disse à Agência Efe Eduardo Bravo, morador de Puebla que testemunhou o fenômeno quando estava em seu veículo.
Outros o sentiram em suas casas como um estrondo que fez vibrar portas, janelas e paredes. "Se escutou como se alguma coisa tivesse explodido", declarou Julián Peña, que estava em casa, em uma conversa por telefone com a Efe.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/05/meteorito-pode-ter-sido-causa-de-brilho-e-estrondo-no-ceu-do-mexico.html

Novas imagens do Hubble mostram aproximação de Marte da Terra

Planeta Vermelho vai atingir menor distância da Terra em dez anos; em 2018, ela será ainda menor.

Novas imagens do Hubble mostram aproximação de Marte da Terra (Foto: Reprodução/BBC)

Marte está prestes a atingir a menor distância da Terra em mais de uma década.
A aproximação dá a astrônomos - amadores e profissionais - uma chance ver o Planeta Vermelho mais de perto.
Em 2018, a distância entre os dois países será ainda menor.
Assista ao vídeo.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/05/novas-imagens-do-hubble-mostram-aproximacao-de-marte-da-terra.html

'Megatsunamis' esculpiram a superfície de Marte, diz estudo

Conclusões podem oferecer novas pistas para a busca por vida no planeta.
Alguns cientistas, no entanto, discordam dessa hipótese.


Fantástico mostra preparativos para primeira missão tripulada para Marte (Foto: Rede Globo)
Superfície de Marte pode ter sido esculpida por ondas gigantes (Foto: Rede Globo)

Imensos tsunamis provocados pelo impacto de meteoros cobriram as planícies do norte de Marte há mais de três bilhões de anos, redefinindo radicalmente as bordas dos antigos mares do Planeta Vermelho, de acordo com um estudo publicado na quinta-feira (19).
As conclusões, baseadas em mapeamentos geológicos, podem oferecer novas pistas para a busca por vida.
A descoberta também reforça a teoria de que grandes inundações transformaram as planícies do norte de Marte em um oceano há 3,4 bilhões de anos, segundo o estudo.
Alguns cientistas discordam dessa hipótese, apontando que o suposto litoral desse mar já desaparecido aparece hoje com um formato extremamente irregular, de modo que não parece indicar a presença anterior de um oceano.
"Nossas descobertas conciliam a hipótese do oceano com a ausência intrigante de costas distribuídas ao longo de uma elevação constante", disse à AFP o autor principal do estudo, Alexis Rodriguez, pesquisador do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, Arizona.
Estes 'megatsunamis' provavelmente ocorreram dezenas de vezes ao longo de centenas de milhões de anos, mas o estudo, publicado na Nature's Scientific Reports, se centrou em dois deles, que aconteceram com alguns milhões de anos de diferença.
Os primeiro arrastou pedregulhos e detritos por centenas de quilômetros para o interior da superfície. O segundo se elevou durante um período muito mais frio, lançando enormes blocos de gelo na medida em que as ondas congelavam no ar.
Rodriguez e sua equipe traçaram os pontos de origem dos tsunamis, formados por duas crateras de cerca de 30 km de diâmetro cada.
Cápsulas do tempo congeladasAs ondas gigantes teriam em média cerca de 50 metros de altura, mas provavelmente se elevaram cerca de 120 metros - o equivalente a um prédio de 30 andares. Ambos os tsunamis submergiram áreas aproximadamente do tamanho da França e da Alemanha juntas.
Nenhuma outra explicação pode dar conta das formações descobertas, disse Rodriguez.
"Ao formatos dos depósitos que mapeamos indicam fluxos ascendentes" poderosos o suficiente para transportar pedregulhos por centenas de quilômetros, explicou o pesquisador por e-mail.
Marte é certamente o planeta mais estudado do nosso Sistema Solar (além do nosso próprio), e ainda assim ninguém parece ter notado as evidências de ondas gigantescas no passado do Planeta Vermelho.
"Meu palpite é que estávamos tentando encontrar linhas costeiras em Marte similares às que vemos na Terra" disse Rodriquez.
O segundo tsunami poderia fornecer um novo terreno de pesquisa para sinais de vida no início da história de Marte.
Os blocos de gelo lançados são provavelmente feitos de água do antigo oceano, o que faz deles cápsulas do tempo congeladas de bilhões de anos de idade.
Por ter estado originalmente na forma líquida apesar das temperaturas muito baixas, a água deve ter sido densa e, portanto, com uma alta concentração de sal.
"Ambientes aquosos salgados e congelados são conhecidos por serem habitáveis na Terra e, consequentemente, alguns dos depósitos dos tsunamis podem ser os principais alvos astrobiológicos", disse o coautor Alberto Fairen, pesquisador do Centro de Astrobiologia da Espanha.
Há amostras de gelo próximas ao local de pouso da missão espacial de exploração Mars Pathfinder, e os pesquisadores apontam que missões futuras poderiam recolhê-las e analisá-las.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/05/megatsunamis-esculpiram-superficie-de-marte-diz-estudo.html

Queda de meteoro surpreende moradores na Argentina

Moradores viram brilho no céu e ouviram forte estrondo.
fenômeno pôde ser visto na zona de Pinamar, Cariló e Villa Gesell.


A queda de um meteoro surpreendeu na noite de quarta-feira (18) os moradores de várias localidades da província de Buenos Aires, que viram um brilho no céu e ouviram um forte estrondo, segundo confirmaram nesta quinta-feira autoridades municipais.

Moradores viram brilho no céu e ouviram forte estrondo (Foto: Reprodução/Twitter/Martín Yeza)
Moradores viram brilho no céu e ouviram forte estrondo (Foto: Reprodução/Twitter/Martín Yeza)

O fenômeno pôde ser apreciado principalmente na zona de Pinamar, Cariló e Villa Gesell, situadas no litoral atlântico, em torno das 21h15 local (mesmo horário em Brasília).
"Parece que caiu na água", detalhou hoje ao canal "TN" Martín Yeza, prefeito de Pinamar, que confirmou que não houve problemas.
O funcionário precisou que, de acordo com os especialistas, não foi um "meteorito", mas um "meteoro".
"Com o tremor, com o barulho, soaram vários alarmes e um monte de gente saiu às ruas. Depois, foi detectado que o som foi ouvido em vários bairros e nas redes sociais surgiram perguntas. Começamos a rastrear e vimos que foi detectado um brilho no céu", acrescentou.
Além disso, o prefeito garantiu que já entrou em contato com vários especialistas para consultar se podem rastrear a zona para tentar recuperar os restos do objeto.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/05/queda-de-meteoro-surpreende-moradores-na-argentina.html

domingo, 22 de maio de 2016

Câmera registra bola de fogo no céu nos EUA

Clarão teve origem, provavelmente, em passagem de meteoro; ele pôde ser visto nos EUA e no Canadá.

Bola de fogo foi vista nos céus do nordeste dos Estados Unidosx e do Canadá (Foto: Mike McCormack/portsmouthwebcam.com/AP)
Bola de fogo foi vista nos céus do nordeste dos Estados Unidosx e do Canadá (Foto: Mike McCormack/portsmouthwebcam.com/AP)

Uma bola de fogo foi vista nos céus do nordeste dos Estados Unidos e do Canadá.
O clarão, aparentemente, foi causado por um meteoro que pegou fogo ao entrar em contato com a atmosfera da Terra.
O fenômeno foi capturado por diversas câmeras, entre elas a de um policial do Departamento de Polícia de Plattsburgh - que registrou este vídeo.

Clarão teve origem, provavelmente, em passagem de meteoro (Foto: Portland Police Department/AP)
Clarão teve origem, provavelmente, em passagem de meteoro (Foto: Portland Police Department/AP)


Nasa descobriu 1.284 novos planetas fora do nosso sistema solar

Anúncio mais do que duplica nº de exoplanetas descobertos pelo Kepler.
Do total, cerca de 550 poderiam ser planetas rochosos como a Terra.


A Nasa anunciou nesta terça-feira (10) a descoberta, pelo telescópio espacial Kepler, de 1.284 novos planetas fora do nosso sistema solar.
"Este anúncio mais do que duplica o número de exoplanetas descobertos pelo telescópio Kepler", indicou Ellen Stofan, cientista-chefe da agência espacial americana.
"Isso nos dá esperança de que em algum lugar lá fora, em torno de uma estrela muito parecida com a nossa, poderemos, eventualmente, descobrir um planeta parecido com a Terra", acrescentou.
O observatório espacial Kepler, que foi lançado em 2009, monitorou 150.000 estrelas em busca de sinais de corpos em órbita, particularmente aqueles que poderiam ser capazes de sustentar a vida.

Reprodução artística da descoberta feita pelo telescópio espacial Kepler da NASA. (Foto: NASA/W. Stenzel)
Reprodução artística da descoberta feita pelo telescópio espacial Kepler da NASA. (Foto: NASA/W. Stenzel)

Este trabalho se faz através da observação de um escurecimento da luz da estrela, conhecido como trânsito, cada vez que um planeta passa orbitando diante dela.
"Dos cerca de 5.000 candidatos a planetas encontrados até agora, mais de 3.200 já foram verificados, e 2.325 deles foram descobertos pelo Kepler", indicou a Nasa em um comunicado.
A nova descoberta inclui cerca de 550 corpos que poderiam ser planetas rochosos como a Terra, com base em seu tamanho, segundo a agência espacial americana.
"Nove destes novos planetas descobertos orbitam zonas habitáveis do seu sol, que é a distância de uma estrela onde podem registrar temperaturas que permitam a existência de água em forma líquida", prosseguiu.
Esses nove exoplanetas potencialmente habitáveis se somam aos 21 outros exoplanetas já conhecidos por orbitarem a zona habitável de suas estrelas.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/05/nasa-descobriu-1284-novos-planetas-fora-do-nosso-sistema-solar.html

Astrônomos descobrem planetas 'potencialmente habitáveis' em órbita de estrela anã fria

Os três planetas foram descobertos em constelação de Aquário, a 'apenas' 40 anos-luz de distância; para cientistas, trata-se de melhor aposta para buscar vida fora do Sistema Solar.

Ilustração da estrela anã TRAPPIST-1 vista perto de um dos seus planetas (Foto: ESOM. Kornmesser )
Ilustração da estrela anã TRAPPIST-1 vista perto de um dos seus planetas (Foto: ESOM. Kornmesser )

Astrônomos do ESO (Observatório Europeu do Sul) localizaram três planetas potencialmente habitáveis a apenas 40 anos-luz da Terra.
Os planetas têm tamanhos e temperaturas semelhantes aos de Vênus e da Terra e, de acordo com os astrônomos, são a melhor aposta na busca por vida fora do Sistema Solar. Os planetas orbitam uma estrela anã muito fria - são os primeiros planetas descobertos em torno de uma estrela tão pequena e de brilho tão fraco.
A pesquisa, liderada por Michaël Gillon, do Instituto de Astrofísica e Geofísica da Universidade de Liège, na Bélgica, foi publicada na edição desta segunda-feira da revista científica Nature.
Os astrônomos suspeitaram da existência de planetas no entorno da estrela, quando, usando o telescópio robótico TRAPPIST, de La Silla, no Chile - operado de uma sala de controle na Universidade de Liège, na Bélgica -, perceberam que a luz da estrela diminuía um pouco em intervalos regulares, indicando que havia objetos passando entre a estrela e a Terra.
Após outras observações feitas com o supertelescópio VLT, também no Chile, os astrônomos descobriram que a estrela anã, rebatizada de Trappist-1, é muito mais gelada e vermelha que o Sol, porém pequena, um pouco maior do que Júpiter.
Eles descobriram também que os planetas que orbitam a Trappist-1 são de tamanhos parecidos aos da Terra. A órbita de dois deles é de 1,5 dia e 2,4 dias, respectivamente. Já o terceiro planeta tem um órbita menos constante, que varia de 4,5 a 7,3 dias.
"Com tempos de órbitas tão curtos, eles estão enter 20 e 100 vezes mais perto da estrela do que a Terra do Sol. A estrutura deste sistema planetário está muito mais próxima em escala do sistema das luas de Júpiter do que do Sistema Solar", diz Michaël Gillon.

Imagem mostra o Sol e estrela anã muito fria TRAPPIST-1 em escala relativa. A fraca estrela tem um diâmetro de apenas 11% do diâmetro do Sol e é muito mais vermelha em termos de cor (Foto: ESO)
Imagem mostra o Sol e estrela anã TRAPPIST-1 em escala relativa. A fraca estrela tem um diâmetro de apenas 11% do diâmetro do Sol e é muito mais vermelha em termos de cor (Foto: ESO)

Aquário
Este tipo de estrela é muito comum na Via Láctea e vive por muito tempo, mas os cientistas nunca tinham descoberto planetas ao redor delas. Apesar de estar muito perto da Terra, a Trappist-1 não pode ser vista a olho nu ou com um telescópio simples, porque é muito escura e vermelha. Ela fica na constelação de Aquário.
O estudo traz novas perspectivas na busca por planetas habitáveis, já que cerca de 15% das estrelas próximas ao Sol são deste tipo.
"Por que estamos tentando detectar planetas como a Terra ao redor das menores e mais geladas estrelas nas vizinhanças do Sistema Solar? O motivo é simples: sistemas em torno destas pequenas estrela são os únicos locais onde podemos detectar vida em um exoplaneta do tamanho da Terra com a tecnologia disponível atualmente", diz Michaël Gillon, principal autor do estudo.
"Se quisermos encontrar vida em outro lugar no Universo, é aí que podemos começar a procurar", conclui.
O coautor Emmanuël Jehin explica que, até então, a existência de "mundos vermelhos" orbitando essas estrelas supergeladas era puramente teórica.
"Isso realmente é uma mudança de paradigma em relação à população do planeta e os caminhos para acharmos vida no Universo", afirma. "Temos não só um adorável planeta em torno de uma estrela vermelha mas um sistema completo, com três planetas!"
Buscando pista sobre habitabilidade (na luz)
Os astrônomos tentarão buscar sinais de vida ao estudar o efeito que a atmosfera do planeta (quando este fica entre a estrela anã e a Terra) tem sobre a luz que chega à Terra. Esse efeito costuma ser imperceptível em planetas do tamanho da Terra que orbitam estrelas maiores, por causa do brilho destas. Mas, como esta estrela é fraca e fria, o efeito pode ser detectado.
Mas apesar de orbitarem muito próximo à estrela, os dois planetas mais internos do sistema recebem bem menos radiação do que a Terra recebe do Sol - já que a estrela emite menos luz que o Sol. Com isso, ele ficam fora da chamada "zona de habitabilidade" do sistema. Os astrônomos acreditam, porém, na possibilidade de algumas partes deles serem habitáveis.
Já o terceiro planeta, mais externo, pode se encontrar na zona de habitabilidade - sua órbita ainda não é suficientemente conhecida para garantir isso. Mesmo assim, é provável que receba menos luz que a Terra.
"Graças a vários supertelescópios atualmente em construção, logo poderemos estudar a composição atmosférica desses planetas e ver primeiro se possuem água e depois se apresentam traços de atividade biológica", diz Julien de Wit, do Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos EUA, um dos coautores do trabalho. "Trata-se de um enorme passo na procura de vida no Universo."

Ilustração da vista imaginada próximo à superfície de um dos três planetas que orbitam uma estrela anã. (Foto: ESO/M. Kornmesser)
Ilustração da vista imaginada próximo à superfície de um dos três planetas que orbitam uma estrela anã. (Foto: ESO/M. Kornmesser)

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/05/astronomos-descobrem-planetas-potencialmente-habitaveis-em-orbita-de-estrela-ana-fria.html