quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Telescópio descobre 2000º cometa com ajuda de cientistas amadores

Equipamento, que foi desenvolvido para monitorar o Sol, é o maior descobridor de cometas de todos os tempos
Enquanto as pessoas na Terra celebram as festas de fim de ano, uma nave espacial ESA da NASA atingiu discretamente um grande marco: no dia 26 de dezembro, o Telescópio Solar e Heliosférico (SOHO, na sigla inglês) descobriu o seu 2000º cometa.
NASA-ESA-SOHO/Reprodução
NASA-ESA-SOHO/Reprodução
Dezenas de astrônomos amadores em mais de 18 países ajudam com o projeto
 
Contando com a ajuda de vários cientistas em todo o mundo, o SOHO tornou-se o maior descobridor de cometas de todos os tempos. E o que mais impressiona é que o SOHO não foi desenvolvido especificamente para encontrar os cometas, mas sim para monitorar o Sol.
"Desde que foi lançado em 2 de dezembro de 1995, o SOHO mais do que dobrou o número de cometas para o qual foram determinadas as órbitas ao longo dos últimos 300 anos", diz Joe Gurman, cientista norte-americano do projeto, alocado no Centro de Voo Espacial de Goddard, da NASA, no estado de Maryland.
Claro que o SOHO não descobre os cometas sozinho - o resultado é proveniente das dezenas de astrônomos amadores voluntários que, diariamente, se debruçam sobre as imagens produzidas pelas câmeras do SOHO. Mais de 70 pessoas representando 18 diferentes países têm ajudado a identificar cometas nos últimos 15 anos, pesquisando as imagens captadas pelo SOHO, que são disponibilizadas ao público pela internet.
Os cometas de número 1999 e 2000 foram descobertos em 26 de dezembro por Michal Kusiak, um estudante de astronomia da Universidade Jagiellonian em Cracóvia, na Polônia. Kusiak encontrou o seu primeiro cometa através do SOHO em novembro de 2007. Desde então, ele encontrou mais de 100 outros corpos.
"Há muitas pessoas que fazem isso", diz Karl Battams, que desde 2003 é o encarregado de comandar o site com as informações do SOHO para o Laboratório de Pesquisa Naval em Washington. "Eles fazem isso de graça, um trabalho extremamente minucioso. Se não fosse por essas pessoas, a maioria dessas coisas jamais viriam à tona."

Argentina cria comissão para registro e observação de óvnis

A Força Aérea Argentina decidiu criar uma comissão para registrar e investigar denúncias de aparecimento de óvnis (objetos voadores não identificados) no espaço aéreo do país, disse à AFP um porta-voz da instituição.
"A Comissão de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais está em processo de formação", comentou o capitão Mariano Mohaupt, assessor de imprensa da Força Aérea.
O militar revelou que a corportação já tem registro de experiências vividas por alguns de seus pilotos e que não puderam ser explicados.
A equipe será interdisciplinar, com meteorologistas, controladores de voo, pilotos e especialistas em radares, e será a receptora das denúncias feitas pelos cidadãos sobre fenômenos observados no espaço.
"Há muitíssimas denúncias que depois acabam se esclarecendo e ocorre que não se trata de fatos não convencionais", explicou Mohaupt.
Organizações deste tipo já existem em outros países do Cone Sul, como o Uruguai, onde funciona desde 1979 a Comissão Receptora e Investigadora de Denúncias de Objetos Voadores Não identificados, subordinada à Força Aérea.
Em agosto, o Brasil anunciou que o aparecimento de óvnis no espaço aéreo do país será oficialmente registrado pelo comando da Aeronáutica.
As autoridades instaram aos pilotos de aviões civis e militares, bem como os controladores do tráfego aéreo nacional, que relatem suas experiências ao organismo e também enviem provas documentais sobre objetos voadores não identificados.

Brasil assina acordo para virar membro de observatório europeu

Conforme a expectativa do governo, foi assinado na quarta-feira, no Ministério da Ciência e Tecnologia, o documento que formaliza o acordo para a entrada do Brasil no ESO (Observatório Europeu do Sul). A informação havia sido antecipada na última sexta-feira pela Folha.
É a última iniciativa de vulto promovida por Sergio Rezende no comando do ministério. Agora, o acerto será enviado ao Congresso para que possa entrar em vigor. Estima-se que o Brasil gastará cerca de R$ 555 milhões nos próximos 11 anos para se tornar membro do consórcio europeu.
Será o primeiro país fora da União Europeia a se juntar ao grupo (fora o Chile, que abriga os telescópios).
Telescópio Apex, no deserto de Atacama (Chile), que faz parte do projeto do Eso (Observatório Europeu do Sul)
Telescópio Apex, no deserto de Atacama (Chile), que faz parte do projeto do Eso (Observatório Europeu do Sul).

Trata-se de um investimento sem paralelo na história da astronomia brasileira, mas há um risco envolvido. No ESO, todos os projetos de pesquisa são aprovados com base no mérito, e não há tempo de observação garantido para os países-membros.
VALE A PENA?
Há quem acredite que o Brasil meramente bancará estudos estrangeiros, embora a maioria da comunidade astronômica nacional aposte na competitividade de seus trabalhos como trunfo para fazer uso das instalações.
O custo do acordo cresce com o tempo, até atingir o mesmo nível de investimento dos europeus, em 2021.
"A gente, quando entra em algo de risco, tem de entrar confiante de que as coisas vão continuar melhorando", disse à Folha Rezende, que aposta que não devem faltar recursos para que o país honre o compromisso. "Estamos falando de dez anos. Nos últimos dez anos, o orçamento da ciência brasileira se multiplicou por quase oito."
A entrada do Brasil no ESO também é comemorada pelos astrônomos como um elo com os poderosos telescópios gigantes da próxima geração, que estão agora em fase de planejamento.
Dos três principais projetos internacionais, o GMT (Telescópio Gigante Magalhães), o TMT (Telescópio de Trinta Metros) e o E-ELT (Telescópio Extremamente Grande Europeu), o ESO tem mais vínculos com esse último, que terá um espelho de 42 metros e deve ser inaugurado em uma década.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O último começou em 1996 e, por motivos que ainda permanecem obscuros, levou mais tempo que o previsto para terminar.

O presidente russo, Dmitri Medvedev, demitiu nesta quarta-feira dois dirigentes do programa espacial, após a falha ocorrida no lançamento de três vitais satélites de comunicações. A informação foi divulgada pelo Kremlin.
O vice-presidente da corporação de foguetes e espaço Energia, Vyacheslav Filin, e o vice-diretor da Roskosmos (agência espacial russa), Viktor Remishevsky, deixaram o cargo segundo as agências de notícias locais.
Medvedev também enviou uma advertência ao diretor da Roskosmos, Anatoly Perminov. "Sob instruções do presidente, a Roskosmos tomará medidas adicionais para fortalecer sua performance e disciplina", afirmou o Kremlin em comunicado.
O foguete russo Proton-M não conseguiu chegar a sua órbita inicial, cujo lançamento ocorreu no último dia 5. A nave e caiu no mar, perto do Havaí, com os três satélites Glonass-M de última geração que deveria levar ao espaço.
O incidente foi um constrangedor revés para a intenção russa de lançar um sistema para concorrer com o Global Positioning System (GPS) americano, projeto idealizado pela União Soviética em 1976.
Foto mostra foguete Proton-M, que carregava três satélites russos para o espaço; lançamento falhou
Foto mostra foguete Proton-M, que carregava três satélites russos para o espaço; lançamento falhou

Cientistas voltam as atenções para a atividade solar em 2011

O próximo ano será marcante para o clima no espaço, pois o Sol despertará de uma fase de baixa atividade, dando início a um anunciado período de turbulência.
Muitas pessoas podem se surpreender ao saber que o Sol, ao invés de queimar com uma consistência ininterrupta, oscila em momentos de calmaria e agitação.
Mas após dois séculos de observação das manchas solares --marcas escuras, relativamente frias na superfície do sol, vinculadas com poderosas forças magnéticas-- revelaram que a nossa estrela obedece a ciclos de comportamento de cerca de 11 anos.

Ano de 2011 será marcante para o clima no espaço; o Sol passará de fase de baixa atividade para outra de turbulência
Ano de 2011 será marcante para o clima no espaço; o Sol passará de fase de baixa atividade para outra de turbulência .

O último começou em 1996 e, por motivos que ainda permanecem obscuros, levou mais tempo que o previsto para terminar.
Agora, no entanto, há cada vez mais indícios de que o Sol está deixando o seu torpor e intensificando sua atividade enquanto avança para aquilo que os cientistas convencionaram chamar de "Solar Max" ou clímax cíclico, afirmam especialistas.
"A última previsão indica meados de 2013 como a fase pico do ciclo solar", antecipou Joe Kunches, do Centro de Previsões do Clima Espacial da Nasa. "[Mas há um período prolongado de alta atividade], mais como uma estação, com duração de cerca de dois anos e meio" para cada fase do pico, alertou.
Em seu período mais intenso, o Sol pode lançar ondas de radiação eletromagnética e matéria carregada conhecida como ejeções de massas coronais (CMEs).
Esta onda de choque pode levar alguns dias para alcançar a Terra. Quando chega ao nosso planeta, condensa seu campo protetor magnético, liberando energia visível em altas latitudes na forma de auroras boreal e austral --as famosas luzes do Norte e do Sul.
Mas as CMEs não são apenas belos eventos. Elas podem desencadear descargas estáticas e tempestades geomagnéticas capazes de romper ou até mesmo causar pane na infraestrutura eletrônica da qual depende nossa sociedade urbanizada e obsecada por se manter conectada.
Menos temidos, porém igualmente problemáticos, são as erupções de prótons supercarregados que alcançam a Terra em questão de minutos.
Na linha de frente estão os satélites de telecomunicações em órbita geoestacionária, a uma altitude de 36.000 km, e os satélites do Sistema de Posicionamento Global (GPS), dos quais dependem os aviões e os navios modernos para navegação e que orbitam a 20 mil quilômetros.
Em janeiro de 1994, descargas de eletricidade estática provocaram uma pane de cinco meses no satélite de telecomunicações canadense Anik-E2, uma falha que custou US$ 50 milhões.
Em abril de 2010, a Intelsat perdeu o Galaxy 15, usado no serviço de comunicações na América do Norte, depois que o link com o controle de solo foi cortado, aparentemente devido à atividade solar.
"Estas são falhas totais nas quais todos nós pensamos", disse Philippe Calvel, engenheiro da empresa francesa Thales. "Ambas foram causadas por CMEs", emendou.
Em 2005, raios-X de uma tempestade solar cortaram a comunicação entre o satélite e o solo e os sinais de GPS por cerca de dez minutos.
Para dar conta da fúria solar, projetistas de satélites escolhem componentes robustos, testados e experimentados, bem como proteção para o equipamento, mesmo que isto o deixe mais pesado e volumoso, e portanto mais caro de se lançar, disse Thierry Duhamel, da fabricante de satélites Astrium.
Outra precaução é a redundância, isto é, ter sistemas de backup para casos de mau funcionamento.
Na Terra, linhas de transmissão, conexões de dados e até mesmo oleodutos e gasodutos são potencialmente vulneráveis.
Um alerta remoto de risco remonta a 1859, quando a maior CME já observada ocasionou auroras avermelhadas, roxas e verdes mesmo em latitudes tropicais. A então recém-desenvolvida tecnologia do telégrafo enlouqueceu. Correntes induzidas geomagneticamente nos cabos deram choques em operações de telégrafos chegaram a incendiar os telegramas.
Em 1989, um fenômeno bem mais sutil cortou a energia do gerador da canadense Hydro Quebec, provocando um blecaute de nove horas que afetou seis milhões de pessoas.
"Há muito o que desconhecemos sobre o Sol. Mesmo no suposto declínio ou fase de calmaria, podemos ter campos magnéticos que são muito concentrados e energizados por um tempo, e podemos ter atividade eruptiva atípica. Para resumir, temos uma estrela variável", concluiu Kunches.

Cassini dá show em Saturno

Enquanto comemorávamos o Natal na semana passada, a nave robótica Cassini enviava para a Terra as mais belas e impressionantes fotos do satélite Rhea, de Saturno, o segundo em tamanho daquele planeta.
Com este artigo, estamos iniciando uma série retrospectiva das melhores histórias do espaço em 2010, começando pelo projeto Cassini, de cooperação internacional entre a NASA e outras entidades, para o conhecimento de Saturno e seus satélites.
Uma das revelações da sonda sobre o satélite Rhea foi a existência de uma fina camada atmosférica envolvendo esse satélite. Nas fotos, as crateras e fraturas de camadas de gelo brilham ao sol e é possível notar curiosos detalhes na variação de cores dos hemisférios do satélite. O próximo sobrevoo da sonda Cassini nas vizinhanças de Rhea ocorrerá no dia 11 de janeiro de 2011, num altura de apenas 75,9 quilômetros desse satélite.
A beleza de Saturno
  
Assim aparece Saturno numa foto em infravermelho (foto NASA)

As melhores fotos e as informações anteriores mais detalhadas de que dispunha a NASA eram as obtidas pelas sondas Voyager 1 e 2, em 1980 e 1981, que mostraram na época as mais belas imagens dos aneis de Saturno. Esses cinturões, que são os sistemas de anéis planetários mais extensos do Sistema Solar, são constituídos de bilhões de partículas cujas dimensões variam de micrômetros a metros. Essas partículas são, em sua maioria, formadas de gelo de água com alguma contaminação de poeira e outas substâncias químicas.
A cada dia, a NASA recebe centenas de fotos e informações surpreendentes enviadas pela nave Cassini, que é uma espaçonave de pesquisa. No dia 24 de setembro de 2010, a sonda se aproximou de Titã, o maior dos satélites de Saturno, voando a uma distância de 8.175 km de sua superfície. Esse foi o primeiro sobrevoo de uma série que será dedicada a esse satélite até o começo de 2012.

62 luas de Saturno 
Nesta foto, da NASA, as imagens do satélite Rhea, de Saturno, feitas na semana passada

Saturno tem pelo menos 62 luas, sendo a maior delas chamada Titã. Em segundo lugar, vem o satélite Rhea. Conhecido de todos por seus anéis, Saturno é um planeta gigante de gás, à semelhança de Júpiter, Urano e Netuno. Sua massa é 95 vezes maior do que a da Terra. Aliás, se compararmos as condições de Saturno com as da Terra, veremos que elas são extremas e quase impensáveis. O interior do planeta talvez seja composto de ferro, níquel, silício e compostos de oxigênio, envolto por uma espessa camada de hidrogênio metálico, uma camada intermediária de hidrogênio líquido e hélio líquido, e uma camada exterior gasosa, com ventos de até 1.800 quilômetros por hora.
O programa Cassini-Huygens
Saturno e seus principais satélites estão sendo visitados desde 2004 pela nave robótica Cassini e sua sonda (orbiter) Huygens. O programa Cassini-Huygens é, na realidade, um esforço cooperativo internacional, envolvendo a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana (ASI), além de diversas entidades acadêmicas e industriais europeias isoladas.
A NASA projetou a nave robótica (orbiter) que entra em órbita nos diversos satélites, enquanto a Agência Espacial Europeia (ESA) desenhou a sonda Huygens (nome do físico, astrônomo e matemático holandês Christiaan Huygens). Lançado em 15 de outubro de 1997, o sistema completo Cassini-Huygens, entrou em órbita em torno de Saturno em 1º de julho de 2004, depois de longa viagem interplanetária.
No 15 de dezembro de 2004, a sonda Huygens se descolou da nave Cassini e pousou na superfície de Titã no dia 14 de janeiro de 1995, passando a transmitir por rádio (telemetria) informações diretamente daquele satélite para a Terra. Nunca antes da Huygens uma sonda havia pousado sobre um corpo celeste do Sistema Solar Exterior (além do cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter).
O projeto que deveria terminar aí foi prorrogado por mais dois anos pela NASA, em 18 de abril de 2008, e rebatizado com o nome de missão Cassini Equinox. Neste ano, foi novamente prorrogado para continuar suas pesquisas até 2017.
A parceria que viabiliza o projeto Cassini assume a responsabilidade e os custos que não poderiam ser assumidos isoladamente por nenhuma nação. Participam dessa missão 260 cientistas de 17 países interessados em conhecer não apenas os impressionantes aneis de Saturno, bem como Titã e outras luas desse planeta.
O nome do projeto é uma homenagem ao astrônomo e matemático Giovanni Domenico Cassini, nascido em 1625 e falecido em 1712. Entre outras descobertas, Cassini descobriu a falha escura entre os aneis A e B de Saturno, além de 4 satélites desse planeta.

Cientistas pretendem criar simulador da vida na Terra

Um grupo internacional de cientistas quer desenvolver um simulador para recriar tudo o que acontece na Terra --desde os padrões de clima global à disseminação de doenças, passando por transações financeiras internacionais ou os congestionamentos nas ruas de uma cidade.
Batizado de LES (Living Earth Simulator, ou Simulador da Terra Viva), o projeto tem como objetivo ampliar o entendimento científico sobre o que acontece no planeta, encapsulando as ações humanas que moldam as sociedades e as forças ambientais que definem o mundo físico.
"Muitos problemas que temos hoje, incluindo as instabilidades sociais e econômicas, as guerras, a disseminação de doenças, estão relacionadas ao comportamento humano, mas há aparentemente uma falta de entendimento sobre como a sociedade e a economia funcionam", afirma Dirk Helbing, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, diretor do projeto FuturICT que pretende criar o simulador.
Graças a projetos como o Grande Colisor de Hádrons, o acelerador de partículas construído na Suíça pela Cern (sigla francesa de Organização Européia de Pesquisa Nuclear), os cientistas sabem mais sobre o início do Universo do que sobre nosso próprio planeta, diz Helbing.
Segundo ele, necessita-se agora de um "acelerador de conhecimento", o LES, para agregar diferentes ramos do conhecimento. "A revelação das leis e dos processos ocultos pelas sociedades constitui o grande desafio mais urgente de nosso século", afirma.
SUPERCOMPUTADORES
Esse sistema colossal funcionaria com grandes quantidades de dados, cobrindo toda gama de atividades no planeta, explica Helbing. Ele também teria que ser movido pela montagem de supercomputadores que ainda não existem, mas seriam capazes de fazer cálculos em uma escala monumental.
Apesar de os equipamentos para o LES ainda não terem sido construídos, muitos dos dados para alimentá-lo já estão sendo gerados, diz Helbing --o projeto Planetary Skin (Pele Planetária), da Nasa (agência espacial americana), prevê a criação de uma vasta rede de sensores para coletar informações climáticas sobre o ar, da terra, do mar e do espaço.
Para completar, Helbing e sua equipe já começaram a identificar mais de 70 fontes de dados on-line que que possam ser usadas pelo sistema, incluindo Wikipedia, Google Maps e bases de dados governamentais.
O próximo passo seria criar uma base para transformar esse banco de dados em modelos que recriam com precisão o que está ocorrendo hoje na Terra. Isso só será possível com a coordenação de cientistas sociais, especialistas em computação e engenheiros para estabelecer as regras que definirão como o LES vai operar.
Segundo Helbing, esse trabalho não pode ser deixado para pesquisadores de ciências sociais tradicionais, que tipicamente trabalham por anos para produzir um volume limitado de dados. Também não é algo que possa surgir nos próximos anos --a tecnologia necessária para fazer funcionar o LES somente estará disponível na próxima década, observa Helbing.
O LES seria capaz de assimilar vasta quantidade de dados e, ao mesmo tempo, entender o que eles significam. Isso poderia ser possível com a maturação da chamada tecnologia de web semântica, diz Helbing.
Hoje, uma base de dados sobre poluição do ar seria percebida por um computador da mesma maneira que uma base de dados sobre transações bancárias globais --essencialmente apenas uma grande quantidade de números. Mas a tecnologia de web semântica será capaz de trazer um código de descrição dos dados junto com os próprios dados, permitindo aos computadores entendê-los dentro de seu contexto.
"Além disso, nossa abordagem sobre a coleta de dados deve enfatizar a necessidade de limpá-los de qualquer informação que se relacione diretamente a um indivíduo", explica Helbing.
Segundo ele, isso permitirá que o LES incorpore grandes quantidades de dados relacionados à atividade humana sem comprometer a privacidade das pessoas.
Uma vez que uma abordagem para lidar com dados sociais e econômicos em larga escala seja acertada, será necessário construir centros com supercomputadores necessários para processar os dados e produzir a simulação da Terra, diz Helbing.
CAPACIDADE DE PROCESSAMENTO
A geração de capacidade de processamento para lidar com a quantidade de dados necessários para alimentar o LES representa um desafio significativo, mas está longe de ser um impedimento.
Para Peter Walden, fundador do projeto OpenHeatMap e especialista em análise de dados, se olharmos a capacidade de processamento de dados do Google, fica claro que isso não será um problema para o LES.
Apesar de o Google manter segredo sobre a quantidade de dados que é capaz de processar, acredita-se que em maio de 2010 o site usava cerca de 39 mil servidores para processar um exabyte (um quintilhão de bytes) de dados por mês --suficientes para encher dois bilhões de CDs por mês.
"[Se aceitarmos que apenas uma fração das] várias centenas de exabytes de dados sendo produzidos no mundo a cada ano seriam úteis para uma simulação do mundo, o gargalo do sistema não deverá ser sua capacidade de processamento", diz Warden.
Warden argumenta que simplesmente ter grandes quantidades de dados não é suficiente para criar uma simulação factível do planeta.
"A economia e a sociologia falharam consistentemente em produzir teorias com fortes poderes de previsão no último século, apesar da coleta de muitos dados. Eu sou cético de que grandes bases de dados farão uma grande mudança", diz. "Não é que não sabemos o suficiente sobre muitos dos problemas que o mundo enfrenta, mas é que não tomamos nenhuma medida a partir das informações que temos", argumenta.
Independentemente dos desafios que o projeto enfrenta, o maior perigo não é tentar usar as ferramentas computacionais que temos hoje e que teremos no futuro para melhorar nosso entendimento das tendências socioeconômicas, explica Helbing. "Nos últimos anos, tem ficado óbvio, por exemplo, que necessitamos de indicadores melhores que o Produto Interno Bruto (PIB) para julgar o desenvolvimento social e o bem-estar."
Helbing diz que o objetivo do LES é usar métodos melhores para medir o estado da sociedade, o que poderia então explicar as questões de saúde, educação e ambiente. "E por último, mas não menos importante, (as questões) de felicidade", acrescenta.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cientistas vão simular condições de Marte no deserto do Atacama

Cientistas chilenos e de outros países vão construir uma base espacial no deserto do Atacama, local mais árido do mundo, onde pretendem simular, com estufas, as condições físicas do planeta Marte.
A informação divulgada no domingo pelo jornal "El Mercurio" destaca que o plano é do Centro de Pesquisa Lua-Marte, um complexo científico, tecnológico e turístico localizado em uma área reconhecida pela comunidade científica internacional como uma das mais parecidas a Marte na Terra, com radiação solar e temperaturas extremas, baixa umidade e fortes ventos.
A base será construída em Chajnantor, situado a 5.150 metros de altura e cerca de 1.650 quilômetros ao nordeste de Santiago.
No local, o Observatório Europeu do Sul Austral (ESO, na sigla em inglês) constroi junto a seus parceiros internacionais o Alma (Atacama Large Millimeter Array), um telescópio de vanguarda para estudar a luz de alguns dos objetos mais frios no Universo.
Carmen Gloria Jiménez, acadêmica da Universidade de Antofagasta e uma das coordenadoras chilenas do projeto, explicou que já há experiências prévias em Utah (Estados Unidos) e na ilha Devon, no Ártico canadense.
Ela assinalou que, no ano que vem, serão construídos os primeiros laboratórios, usando como materiais as fuselagens de aviões Hércules. Lá, serão estudados micro-organismos denominados extremófilos, entre outros, que sobreviveram por pelo menos 26 mil anos em vulcões e lagos próximos.
Entre os promotores do projeto estão a Nasa (agência espacial americana), Mars Society, Instituto Seti, agência espacial da China e mais de 40 empresas que já investem no setor.

Veja os acontecimentos da astronomia que marcaram 2010

                                                              MARÇO

Acelerador de partículasApós 20 anos desde que teve início sua construção, o acelerador de partículas LHC (sigla em inglês de Grande Colisor de Hádrons) realiza uma tentativa de recriar o Big Bang a partir de choques de prótons. O experimento é feito na sede da Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear), na fronteira entre Suíça e França.
Grande Colisor de Hádrons, acelerador de partículas europeu construído entre a Suíça e a França, entrou em operação em 2010
Grande Colisor de Hádrons, acelerador de partículas europeu construído entre a Suíça e a França, entrou em operação em 2010.

ABRIL
Meta equivocada
Pesquisadores da Alemanha fazem as contas e alertam: acordo de Copenhague, proposto em 2009, será ineficiente para manter aquecimento global em 2ºC. Segundo o grupo, que publicou artigo na "Nature", a meta pode provocar efeito contrário e
elevar até 2020 as emissões anuais, assim como a temperatura do planeta.

NOVEMBRO
Planeta de outra galáxia
Astrônomos europeus encontraram um
planeta vindo de outra galáxia bem na nossa vizinhança cósmica. Batizado de HIP 13044 b, o objeto foi detectado com o auxílio de um supertelescópio no Chile. O intruso fica a cerca de 2.000 anos-luz da Terra e é um gigante. Tem pelo menos 1,25 vez o tamanho de Júpiter, que é o maior planeta do Sistema Solar.

DEZEMBRO
Bactéria "ET"A agência espacial dos EUA, a Nasa, anunciou com alarte revelações que seriam sobre a vida extraterrestre. A descoberta se referia a uma bactéria que trocou o arsênio pelo fósforo --um dos seis elementos considerados essenciais à vida (carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo) para viver. Mas a bactéria estava em solo terrestre, mais especificamente em um lago na Califórnia. A comunidade científica recebeu a notícia com ceticismo e críticas.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Cientistas apoiam participação brasileira em observatório

A comunidade astronômica brasileira, de forma geral, é favorável ao esforço para fazer parte do ESO.
"A grande maioria é a favor, e em reunião da Sociedade Astronômica Brasileira, foi decidido que é isso sim que queremos", afirma Beatriz Barbuy, pesquisadora do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP.
Com o acordo, os pesquisadores poderão planejar projetos que envolvam alguns dos mais sofisticados equipamentos de pesquisa do mundo.
O grupo de Michel Mayor, do Observatório de Genebra, por exemplo, se tornou o mais importante caçador de planetas fora do Sistema Solar graças às instalações do ESO. E o VLT (Telescópio Muito Grande) é líder em pesquisas de ponta, em diversos segmentos da astronomia.
Agora, tudo isso vem com um desafio: os projetos brasileiros terão de ser tão bons ou melhores que os europeus. Diferentemente dos outros acordos de uso de telescópios estrangeiros, como o Gemini, no ESO o Brasil não tem um tempo específico de utilização reservado.
Os projetos dos países-membros são julgados pelo mérito, e se faltar qualidade na produção brasileira, há o risco de pagar e não levar.
O MCT avalia que esse é um risco menor. "Isso será uma mudança de escala para a astronomia brasileira", diz o ministro Sérgio Rezende.
Mas há quem discorde dessa avaliação. Entre eles está João Steiner, do IAG, que participou ativamente das últimas ampliações da infraestrutura brasileira para a astronomia, com a entrada no Gemini e a construção do telescópio Soar, no Chile. Mesmo os descontos feitos pelo ESO não o convencem.
"Continuo achando o que sempre achei: esse acordo é uma total irresponsabilidade", diz. "Nós vamos pagar uma enormidade de dinheiro para os europeus fazerem ciência."

Astronautas divulgam mensagem de Natal; veja vídeo

A tripulação da Estação Espacial Internacional (EEI) divulgou uma mensagem desejando feliz Natal e boas festas a todos no Planeta Terra.
Na mensagem de fim de ano, os três astronautas alertaram para a importância de valorizar o nosso planeta.
O comandante Scott Kelly começou a saudação e foi seguido pela engenheira de voo, Cady Coleman.
O astronauta Paolo Nespoli ajudou os outros dois membros da tripulação a desejar feliz Natal na sua língua materna, o italiano.
Os astronautas têm com eles uma pequena árvore de Natal e um boneco de Papai Noel.

Foguete indiano que transportava satélite explode após lançamento

Um foguete indiano que carregava um satélite de comunicações explodiu no ar pouco após o lançamento, neste sábado, no sul da Índia, segundo imagens da televisão local.
O foguete levava o satélite de fabricação indiana GSAT-5P e explodiu em uma bola de fumaça e fogo depois de decolar do Centro Espacial Satish Dhawan de Sriharikota, a cem quilômetros da cidade de Chennai.
Segundo o jornal indiano "Times of India" esta é a segunda vez que um foguete deste modelo fracassa em missões da Organização de PEsquisas Espaciais Indianas (ISRO, na sigla em inglês). Em abril de 2010, um foguete do modelo não pode ser lançado por problemas técnicos.

Seshadri Sukumar/AFP
Foguete GSLV, que carregava satélite GSAT-5P, é visto momentos depois de explodir em pleno ar
Foguete GSLV, que carregava satélite GSAT-5P, é visto momentos depois de explodir em pleno ar

O jornal relata que, cerca de dois minutos depois do lançamento, o foguete se desviou de sua rota e explodiu no céu. Os monitores da agência mostraram os restos do foguete caindo em direção à baia de Bengala.
Os cientistas não sabem explicar ainda qual foi o problema no foguete.
O último GSLV, equipado com o primeiro motor criogênico de fabricação nacional, falhou em 15 de abril deste ano. O motor teve de ser substituído por um modelo russo para o lançamento deste sábado.
O foguete deveria ter sido lançado na segunda-feira passada (20), mas o evento foi adiado depois que os engenheiros detectaram um vazamento no motor criogênico.
O foguete, ainda segundo o jornal, deveria lançar o satélite em órbita após 19 minutos. Ele seria usado para melhorar o sinal da televisão.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Brasil pagará € 250 mi para participar de observatório astronômico

Papai Noel foi generoso com a comunidade astronômica brasileira. O Ministério da Ciência e Tecnologia e o ESO (Observatório Europeu do Sul) chegaram a um consenso para a entrada do país no consórcio, a um custo de cerca de €250 milhões (o equivalente a quase R$ 555 milhões) em 11 anos .
O acordo, ao qual a Folha teve acesso, está no momento sendo analisado pelo Ministério do Planejamento (de onde sairá a verba) e passará por pequenos ajustes de texto na pasta das Relações Exteriores, antes que a versão definitiva possa ser assinada pelo ministro Sérgio Rezende (MCT) e pelo diretor-geral do ESO, Tim de Zeeuw.
Se tudo correr bem, a cerimônia de assinatura deve acontecer na próxima quarta-feira, dia 29, em Brasília.
A partir daí, o Brasil será o primeiro país que não faz parte da Europa a fechar com o consórcio (excetuando-se naturalmente o Chile, que hospeda as instalações).
A negociação tinha esfriado depois que os termos originais apresentados pela organização europeia foram rechaçados pelo governo brasileiro, em setembro.
Mas, num movimento surpreendente, o ESO decidiu ceder e suavizar um pouco o custo para o Brasil, viabilizando o negócio.
CIFRAS
A organização europeia tem interesse no ingresso de novos membros para ajudar a financiar o seu futuro superobservatório, o E-ELT (Telescópio Extremamente Grande), que terá 42 m de abertura e deve ser inaugurado em uma década.
O resultado foi celebrado pelos envolvidos na negociação. Num e-mail trocado internamente no MCT, um assessor descreve o sentimento: "As equipes negociadoras comemoram como se tivéssemos conquistado a Copa do Mundo. Com gols até no último minuto".
CUSTO REDUZIDO
"Foi uma redução de quase 50% no custo original", disse à Folha, por telefone, o ministro Sérgio Rezende.
O Brasil ficou isento de uma contribuição adicional que está sendo imposta aos outros membros, no valor de €250 milhões, para a construção do E-ELT , próximo grande projeto do ESO.
Outra grande vitória foi o abatimento da anuidade a ser paga pelo país como membro do consórcio.
Normalmente o ESO usa o PIB (Produto Interno Bruto) de cada país como critério para determinar quanto é preciso pagar.
O governo brasileiro, no entanto, mostrou que a riqueza nacional não guarda a mesma proporção que a dos outros países do grupo quando se leva em conta a divisão per capita e o fato de que a comunidade astronômica brasileira não é, proporcionalmente, tão numerosa.
Como resultado dessa argumentação, o ESO decidiu promover um aumento gradual da anuidade brasileira.
Em 2012, por exemplo, o país pagará 25% do valor calculado com base no PIB. A porcentagem vai subindo até chegar aos 100%, em 2021.
Apesar dessas condições especiais, o país preserva na integralidade seus direitos como membro regular da organização.
Isso inclui a submissão de projetos de pesquisa para uso de toda a infraestrutura do observatório (trata-se da maior instituição de pesquisa astronômica do mundo).
VAI E VOLTA
Outra grande vantagem celebrada pelo governo é a possibilidade de empresas brasileiras disputarem as licitações ligadas à instituição.
"A Queiróz Galvão, por exemplo, está terminando um grande empreendimento no Chile com 2.000 funcionários. Está pronta para começar a obra de preparação do terreno para a construção do E-ELT, cortar o cume do morro e fazer uma estrutura plana", disse Rezende.
"As empresas brasileiras têm muito interesse e vão ter acesso, com a vantagem competitiva de estar muito mais perto do Chile [que as concorrentes europeias]."
O ministro destaca que haverá benefícios em outros setores, além da construção civil. "Na área técnica e de alta tecnologia, as empresas também terão grandes oportunidades. Lembre-se de que o Soar [telescópio brasileiro e americano construído no Chile] teve diversas peças fabricadas no Brasil."

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Nasa decide retirar Discovery da plataforma de lançamento

Agência tomou decisão para analisar melhor fendas no tanque de combustível externo


WASHINGTON - A Nasa (agência espacial americana) decidiu retirar a nave Discovery da plataforma de lançamento 39A onde estava preparada desde novembro passado para seu lançamento, que teve de ser adiado sucessivamente por problemas técnicos.
Kim Shiflett/NASA/AP
Kim Shiflett/NASA/AP
Nasa descobriu fendas no tanque do ônibus espacial
Os técnicos do Centro Espacial Kennedy da Flórida decidiram transferir a nave ao Edifício de Montagem de Veículos, anunciou nesta terça-feira,21, a agência espacial americana.
A Nasa tomou esta decisão para analisar melhor as fendas que descobriu no tanque de combustível externo (ET-137) em 5 de novembro, durante o processo de abastecimento, quando a nave estava pronta para iniciar a missão STS-133.
Desde então, o tanque foi submetido a várias revisões, mas, ao ser colocado na plataforma de lançamento, a Nasa teve dificuldades para explorar com raios X as peças danificadas para determinar a causa das fendas.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Lua ganha tons de vermelho durante eclipse total

A Lua ganhou cores avermelhadas por causa do eclipse ocorrido na madrugada desta terça-feira. O fenômeno ganhou contorno especial por coincidir justamente com o solstício de inverno do hemisfério Norte -- a primeira vez em que a coincidência ocorre em quatro séculos.
O fenômeno seria melhor visualizado em regiões da América do Norte e Central e, em algumas áreas, durou mais de três horas. Cerca de 1,5 bilhão de pessoas viram o eclipse ao redor do mundo.

Redes sociais na internet serviram para postagem de comentários de observadores, que variaram entre surpresos ou desapontados -- em Estados norte-americanos ao sul, as nuvens dificultaram a visão.
Os eclipses lunares sempre estiveram associados a superstições e sinais de mau agouro.
A derrota do rei persa Dario 3º por Alexandre, o Grande, na batalha de Gaugamela, teria sido validada por profetas quando a Lua ficou da cor vermelho-sangue momentos antes do combate.
Outras histórias dizem que um eclipse salvou a vida de Cristóvão Colombo e sua tripulação quando se encontravam detidos em um ponto da costa jamaicana.
Segundo a lenda, Colombo teria consultado um almanaque compilado por um matemático alemão, que indicava a ocorrência de um eclipse total da Lua na época.
Colombo então teria chamado os líderes nativos, pedindo sua ajuda, caso contrário faria desaparecer a Lua na noite seguinte. O alerta, claro, se tornou realidade. E ele pôde voltar ao mar com os suprimentos de que precisava.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Novas imagens da Nasa mostram lado oculto da Lua

Uma sonda da agência espacial americana, Nasa, está permitindo aos pesquisadores criar o mais completo e preciso mapa da Lua.
A Sonda de Reconhecimento Lunar da Nasa usa um dispositivo, o Altímetro a Laser da Sonda Lunar (Lola, na sigla em inglês), para fazer mapas dos terrenos e crateras da Lua, incluindo o lado mais distante.
"O conjunto de dados está sendo usado para a criação de mapas de terreno e mapas digitais de relevo que se servirão como referência fundamental para futuras missões científicas e de exploração à Lua", disse Gregory Neumann, do Centro de Voos Espaciais Godard da Nasa.

NASA/GSFC/MIT/SVS
Mapa do hemisfério sul da Lua feito com imagens de sonda; tom em vermelho indica áreas elevadas e em azul, as baixas
Mapa do hemisfério sul da Lua feito com imagens de sonda; tom em vermelho indica áreas elevadas e em azul, as baixas

"Depois de um ano recolhendo dados, já temos quase cerca de 3 bilhões de pontos de informações do Altímetro a Laser da Sonda Lunar a bordo da Sonda de Reconhecimento Lunar."
Neumann afirmou que a equipe de pesquisadores espera continuar coletando as medidas do terreno da Lua e, perto dos polos, os cientistas esperam "fornecer capacidade de navegação próxima a do GPS".
RAIO DIVIDIDO EM CINCO
O Altímetro a Laser da Sonda Lunar funciona pela propagação de apenas um raio por meio de um elemento ótico de difração, que divide o raio em cinco. Estes raios, por sua vez, atingem a superfície lunar e retornam, sendo medidos pelo Lola para, junto com o rastreamento da sonda, criar padrões bidimensionais para revelar a superfície lunar.
Os mapas feitos pelo Lola são os mais acurados e mostram mais lugares na superfície da Lua do que qualquer outro mapa anterior.
"Os erros posicionais dos mosaicos de imagens do lado mais distante da Lua, onde o rastreamento da espaçonave (que é mais preciso) não estão disponíveis, eram de um a dez quilômetros", disse Neumann.
"Estamos diminuindo isto para o nível de 30 metros, e um metro verticalmente. Nos polos, onde a iluminação raramente dá mais do que um lampejo da topografia abaixo dos picos das crateras, descobrimos erros sistemáticos horizontais de centenas de metros", acrescentou.
O dispositivo também permite estudar o histórico de iluminação no ambiente lunar, segundo o cientista. A história da iluminação na Lua é importante para a descoberta de áreas que ficaram muito tempo nas sombras.
Estes lugares, geralmente em crateras profundas perto dos polos lunares funcionam como locais de armazenamento, capazes de acumular e preservar materiais voláteis como gelo.
MISTÉRIO
A paisagem nas crateras dos polos da Lua é tão misteriosa devido a sua profundidade, que geralmente permanece nas sombras.
O novo conjunto de dados fornecido pelo Lola está revelando detalhes da topografia destas crateras pela primeira vez.
"Até a Sonda de Reconhecimento Lunar e a recente missão japonesa Kaguya, não tínhamos ideia dos extremos que eram as inclinações das crateras polares", disse o cientista. "Agora descobrimos inclinações de 36 graus (que se estendem) por vários quilômetros na cratera Shackleton, por exemplo, o que faria a travessia muito difícil e, aparentemente, causa deslizamentos."
Neumann afirmou ainda que as medidas tomadas pelo Lola estão ajudando a equipe a criar modelos para avaliar a temperatura destas crateras e no desenvolvimento dos mapas térmicos destes locais.

América do Norte e Central terão visão privilegiada de eclipse lunar nesta terça

Se as condições do tempo permitirem, o eclipse total da Lua poderá ser visto perfeitamente na América do Norte e Central na madrugada desta terça-feira, às 5h41 (horário de Brasília).

Marko Drobnjakovic/AP
Imagem mostra estágios de eclipse lunar; fenômeno será na madrugada de terça e estará pouco visível na América do Sul
Imagem mostra estágios de eclipse lunar; fenômeno será na madrugada de terça e estará pouco visível na América do Sul

Na América do Sul, o fenômeno deve ser visto parcialmente em algumas regiões.
Quem quiser observá-lo tem como opção a transmissão em tempo real pela internet, incluindo pelo site da Nasa.
Ao contrário dos eclipses solares, os lunares podem ser vistos a olho nu, sem danos aos olhos.
Um eclipse lunar só é possível durante a Lua cheia e quando o Sol, a Terra e a Lua estão alinhados de forma que o satélite natural fica momentaneamente privado de luz solar pela sombra da Terra.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Astronautas atracam nave russa na Estação Espacial

Uma nave levando astronautas dos EUA, da Rússia e da Itália atracou na sexta-feira (17) na Estação Espacial Internacional, segundo informou a Roscosmos --agência espacial russa.
A Soyuz TMA-20 chegou à Estação, a 350 km acima da Terra, dois dias depois de decolar do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
Na quinta-feira, o centro russo de controle espacial passou várias horas sem contato com a nave, mas o problema foi resolvido e os técnicos em Terra comandaram a operação.
A norte-americana Catherine Coleman, o russo Dmitry Kondratyev e o italiano Paolo Nespoli serão os novos ocupantes da Estação Espacial, um projeto de 16 países e 100 bilhões de dólares, que está em construção desde 1998.

Eclipse lunar total acontecerá nesta terça-feira

Um eclipse total da Lua será visível na terça-feira (21) a partir das 5h41 (horário de Brasília) na América do Norte, Europa Ocidental e parte da Ásia.
Em 4/1 será a vez de um eclipse parcial do Sol.
Da América do Norte até a Islândia, o eclipse da Lua poderá ser observado durante mais de uma hora na madrugada de 20 para 21/12.
"Está perfeitamente situado para América do Norte, Groenlândia e Islândia", afirma o astrônomo americano Fred Espanak.
Um eclipse lunar só é possível durante a Lua cheia. Quando o Sol, a Terra e a Lua estão bem alinhados, o satélite natural pode ficar momentaneamente privado de luz solar, caso esteja no cone de sombra da Terra.
A Lua começará a entrar na sombra da Terra às 4h33 de terça-feira. A sombra, de contornos claramente visíveis, avançará no disco lunar, voltará a ser eclipse parcial às 8h01 e recuperará depois a plena luminosidade.
Na Europa Ocidental e ao leste do continente Sul-Americano, apenas as primeiras fases do eclipse serão visíveis antes do "crepúsculo" lunar. O Japão verá apenas as últimas etapas.
Os eclipses da Lua não representam risco para a vista, ao contrário dos eclipses solares. Para estes é recomendado usar óculos especiais na observação.
O primeiro eclipse solar parcial de 2011 acontecerá em 4/1/2011. Em caso de bom tempo, será visível na Europa, especialmente na região norte da Suécia, no norte da África, Oriente Médio e Ásia Central.
Quatro eclipses solares parciais e dois eclipses lunares totais estão previstos para 2011, uma combinação rara que acontecerá apenas seis vezes no século XXI

Telescópio detectará luz de raios cósmicos

Eles bombardeiam constantemente a Terra, mas ninguém os vê. Para conseguir identificar os rastros dos raios cósmicos, rapidíssimos e invisíveis a olho nu, um estudante de graduação está desenvolvendo uma espécie de telescópio "compacto".
Vitor Prestes Luzio, da UFABC (Universidade Federal do ABC), está usando seus conhecimentos em física e em engenharia para construir um telescópio de fluorescência para identificar o rastro de luz invisível que se desprende desses raios.
A ideia é que o artefato, pouco maior que um computador e batizado de MonRat (Monitor de Radiação Atmosférica), consiga identificar as "partículas secundárias" para analisar o traçado dos raios cósmicos.
"A partícula inicial desses raios, que vem do espaço, gera uma cascata de partículas secundárias", explica.
"Elas chegam com muita energia e, pela sua direção, é possível identificar o caminho do raio cósmico original", completa o estudante. Ele cursa física e engenharia aeroespacial ao mesmo tempo e é responsável pela parte mecânica do aparelho.
O trabalho está sendo feito por um grupo de estudos de raios cósmicos da UFABC, sob orientação do físico Marcelo Leigui de Oliveira. A empreitada conta com cientistas brasileiros do Observatório Pierre Auger, em Malargüe, na Argentina.
Hermanos
Lá foi inaugurado em 2008 o maior observatório de raios cósmicos do mundo.
No Brasil, não há ainda nada parecido com o telescópio da UFABC, mas já há gente que estuda raios cósmicos com outras metodologias.
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por exemplo, tem um dos maiores grupos de estudos na área e conta com uma cópia do detector do Pierre Auger.
Pelo menos um motivo desperta tanto interesse no assunto: esses raios invisíveis possuem as maiores energias já detectadas.
O raio cósmico de maior energia já encontrado até hoje tem 10 mil vezes mais força do que o LHC, o maior acelerador de partículas do mundo- isso se ele estiver ligado em potência máxima.
E, quanto maior a sua energia, maior a chance de saber de onde eles vêm. Ou seja: os raios cósmicos podem trazer aos cientistas aqui na Terra informações sobre o espaço.
O MonRat está passando pelos primeiros testes. "Com a estrutura pronta, o que deve levar uns meses, faremos testes em várias condições atmosféricas", diz Luzio.

sábado, 18 de dezembro de 2010


Gosta de jogos online? Já pensou em ajudar cientistas na busca por novos planetas enquanto se diverte? Essa é a proposta de Planet Hunters, um projeto da Universidade de Yale e do Zooniverse que pretende superar os mais poderosos computadores na caça por exoplanetas nos dados enviados pela sonda Kepler.

A aposta é a seguinte: os cientistas acreditam que os humanos podem ser mais eficientes que as máquinas nessa tarefa. No entanto, para analisar a enorme quantidade de dados da melhor maneira possível, o projeto recruta os chamados "cientistas-cidadãos" com a ajuda de uma interface de game online.
Com inúmeros cientistas-cidadãos "jogando" ao mesmo tempo, os possíveis exoplanetas encontrados entre os dados vão sendo classificados e essas informações são enviadas para a base de dados da universidade. Conforme as classificações se sobrepõe, quaisquer erros vão sendo corrigidos e o trabalho dos pesquisadores é facilitado.
Caso você descubra um novo planeta na Via-Láctea, os pesquisadores darão crédito à sua descoberta, por isso é importante fazer o cadastro no site antes de começar a jogar.
A sonda Kepler foi lançada em 2009 com o objetivo de usar a técnica do trânsito para detectar novos planetas que orbitem outras estrelas. Funciona assim: grandes planetas que passem pela sonda bloqueiam o brilho da estrela, fazendo com que ela escureça por algumas horas. A sonda então observa algumas estrelas em busca desse "escurecimento" que indica planetas em trânsito.

Embora os pesquisadores tenham desenvolvido algoritmos específicos para analisar a variação de luminosidade das estrelas, os cientistas acreditam que o cérebro humano perceba melhor essas mudanças, pois experimentos mostraram que quando pessoas trabalham juntas elas têm mais habilidade para discernir padrões e desvios (a identificação de desvios sendo crucial pois há muitos desafios e diferentes variáveis nesse trabalho).

Sonda dá dicas de viagem para robô em Marte



O veículo robótico Opportunity está recebendo importantes dicas de uma sonda que orbita Marte em sua missão de explorar áreas que podem guardar pistas sobre o passado do planeta vermelho. Pesquisadores da Nasa estão usando instrumentos de mapeamento mineral da sonda Reconnaissance (MRO) para ajudar o robô a investigar a maior e mais antiga cratera do planeta, conhecida como Endeavour.
O Espectrômetro Compacto (CRISM) a bordo da Reconnaissance está fornecendo mapas de minerais da borda da cratera que estão ajudando os cientistas a escolherem quais áreas serão exploradas primeiro e onde ir a partir de então.
"Essa é a primeira vez que a detecção de minerais da órbita é usada em decisões táticas sobre onde levar os veículos robóticos em Marte", disse Ray Arvidson da Universidade de Washington. Arvidson é o principal pesquisador do projeto dos robôs Spirit e Opportunity e é co-pesquisador no CRISM.
A equipe do Opportunity decidiu levar o robô inicialmente para a cratera Endeavour em 2008, depois de ter passado quatro anos estudando outros locais. O robô já viajou aproximadamente 14 quilômetros desde que se estabeleceu que exploraria a cratera. Ele ainda levará vários meses para chegar lá.
Os cientistas planejam que a exploração da Endeavour comece pela região de borda chamada Cape York. Essa parte da cratera é baixa demais para ser visível do veículo espacial, mas aparentemente da visão orbital está cercada de minerais carregados de água. A rota planejada então se dirige para o sul na direção de um fragmento chamado Cape Tribulation, onde o CRISM detectou uma classe de minerais de argila ainda não investigado pela missão terrestre.
A sonda descobriu que esses minerais estão bastante espalhados por todo o planeta. A presença de argila na Endeavour sugerem um ambiente anterior úmido e moderado, diferente das provas anteriores de um ambiente úmido e ácido encontradas pela Opportunity.

Hubble encontra exoplaneta escondido em dados de arquivo

Pesquisadores já haviam encontrado outros três planetas na primeira análise das imagens em 2008

Astrônomos canadenses localizaram um quarto planeta que orbita ao redor da estrela HR 8799, a mais próxima do nosso sistema solar, segundo os detalhes da observação publicada no último número da revista Nature.
Nasa/Divulgação
Nasa/Divulgação
Ilustração do HR 8799 feita por um artista
O planeta tem aproximadamente a mesma massa que os outros três planetas que orbitam ao redor da citada estrela, mas os astrônomos ainda não puderam explicar a formação dos quatro.
Segundo o cientista Christian Marois, do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá, centenas de planetas fora de nosso sistema foram detectados, mas poucos são suficientemente grandes e brilhantes para que seja possível obter imagens diretas.
Há dois anos, Marois e seus colegas divulgaram imagens do Hubble em infravermelho de três planetas gigantes que orbitavam em torno da estrela HR 8799, que de alguma maneira lembravam os três planetas mais afastados do nosso sistema solar, mas muito maiores, assinala a revista científica.
Marois e seus colegas obtiveram imagens feitas em um período de 15 meses que revelam a presença deste quarto planeta gigante no sistema HR 8799, mas está mais perto da estrela que os outros três. Estes quatro planetas parecem ter cinco vezes a massa de Júpiter, acrescentaram os astrônomos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ciclone do tamanho da Europa varre Saturno nos últimos cinco anos

m gigantesco ciclone do tamanho do continente europeu varre Saturno há cinco anos, o que faz desta tempestade a mais longa detectada no planeta, relataram cientistas espanhóis nesta quarta-feira.
O ciclone, cujo vórtice se estende por 4.000 quilômetros, é estudado desde 2004 por um grupo de pesquisadores espanhóis a partir de imagens vindas da sonda americana Cassini.
"De acordo com nossas observações, o ciclone é o de maior duração dos examinados nos grandes planetas do sistema solar, Júpiter e Saturno", explicou a principal autora do estudo, Teresa del Rio-Gaztelurrutia.
Os ciclones, caracterizados por um vento que gira na mesma direção que o planeta, não duram tradicionalmente muito tempo, explicou a pesquisadora que dirige uma equipe da Universidade dos Países Bascos para conduzir o trabalho.
"Conhecemos ainda muito pouco sobre este gênero de estruturas", acrescentou.
O grupo de cientistas conseguiu analisar a estrutura horizontal e vertical deste fenômeno meteorológico, assim como a sua circulação e sua maneira de interagir com os ventos utilizando simulações matemáticas.
Apesar do enorme tamanho do ciclone, os pesquisadores detectaram ventos "pouco intensos". Segundo suas observações, ele se desloca a uma velocidade de 245 km/h, cercado por ventos de 72 km/h.
A Nasa revelou as imagens da sonda Cassini um ano após terem sido tiradas. Os cientistas só puderam até o momento analisar as amostras de 2009 e esperam descobrir se o ciclone gigante sobreviveu até este ano.

Rússia lança nave Soyuz com 3 cosmonautas rumo à Estação Espacial Internacional

A rússia lançou a nave Soyuz nesta quarta-feira, às 22h09 no horário de Moscou (17h09 no de Brasília) do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
A bordo estavam três cosmonautas --um russo, um italiano e uma americana.
O foguete russo decolou na hora prevista, com um céu claro em Baikonur, e transmissão ao vivo pelo canal de TV Rossía 24.
Apenas nove minutos depois, a nave com o cosmonauta russo e comandante da nave, Dmitri Kondratiev, a americana Catherine Coleman e o italiano Paolo Nespoli se separou do foguete para começar seu voo autônomo de dois dias rumo à plataforma orbital.
O acoplamento da Soyuz à ISS está previsto para as 23h12 no horário local (18h12 de Brasília) de sexta-feira.
A partir da esq., a americana Catherine Coleman e a italiana Paolo Nespoli, da missão russa, acenam antes de voo
A partir da esq., a americana Catherine Coleman e a italiana Paolo Nespoli, da missão russa, acenam antes de voo

Este será o primeiro voo espacial de Kondratiev, 41, enquanto Catherine, que completa 50 anos nesta quarta-feira, já realizou duas viagens a bordo da nave Columbia em 1995 e 1999. Já Nespoli, 53, voou com a nave Discovery em 2007.
Nesta missão à plataforma orbital, onde permanecerá por 152 dias, a tripulação deverá realizar três caminhadas segundo o programa de voos russo.
Além disso, receberá e descarregará quatro cargueiros russos Progress e supervisionará o acoplamento do segundo veículo espacial europeu e da Soyuz TMA-21, assim como o retorno à Terra da Soyuz TMA-20.
A atual tripulação da plataforma orbital é integrada pelo americano Scott Kelly, em qualidade de comandante, e pelos engenheiros russos Aleksandr Kaleri e Oleg Skrípochka.
Em 26 de novembro, a nave Soyuz TMA-19, com o russo Fyodor Yurchikhin e os americanos Douglas Wheelock e Shannon Walker a bordo, aterrissou nas estepes do Cazaquistão.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Estrelas geram nebulosas planetárias mais cedo do que se acreditava

Determinar a idade das estrelas que se encontram no centro das nebulosas planetárias é um problema complexo para os astrônomos.
Ainda não existe um método que possa ser aplicado de forma generalizada para fazer esses cálculos.
Depois de desenvolver e aplicar três diferentes métodos para calcular a idade dessas estrelas, um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que elas podem ser mais jovens do que se imaginava.
Idade das estrelas
Acreditava-se que a média de idade das estrelas no centro das nebulosas seria de 5 bilhões de anos.
Contudo, na amostra estudada, a maioria das estrelas é mais nova.
Os primeiros resultados do estudo foram publicados no início de 2010 na revista Astronomy and Astrophysics e um novo artigo será lançado no início de 2011. A pesquisa é um dos resultados do Projeto Temático "Nebulosas fotoionizadas, estrelas e evolução química de galáxias", coordenado por Walter Maciel, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP.
De acordo com Maciel, é importante compreender a dinâmica das nebulosas planetárias, já que elas desempenham um papel crucial na evolução das galáxias.
"Determinar a idade dessas estrelas é fundamental para entender a dinâmica. Nesse estudo, focamos especificamente em estrelas parecidas com o Sol, que deverá ter o mesmo destino delas dentro de alguns bilhões de anos", disse à Agência FAPESP.
Estrelas geram nebulosas planetárias mais cedo do que se acreditava
Um recém-descoberto sistema planetário parecido com um jogo de sinuca é formado por uma anã branca e uma anã vermelha.

Nebulosa planetária
Quando uma estrela semelhante ao Sol consome todo o seu combustível, depois de funcionar por bilhões de anos como um imenso reator nuclear, seu interior entra em colapso. Sua parte externa, então, começa a ser ejetada, formando a chamada nebulosa planetária.
"Essa nebulosa vai se afastando da estrela, até se dispersar completamente no meio interestelar. Depois disso, a estrela se transforma em anã branca - uma estrela quente mas pouco brilhante por não fazer reações nucleares. O Sol também passará por esse processo dentro de 4 ou 5 bilhões de anos", disse.
A nebulosa planetária dura pouco, em comparação aos bilhões de anos de vida da estrela: cerca de 20 mil anos. Mas, por liberar metais pesados e muitos outros elementos químicos no espaço interestelar, elas são consideradas objetos importantes para a evolução química das galáxias, segundo o professor.
"Essas estrelas variam muito de tamanho: de alguns décimos da massa do Sol - algo um pouco maior que Júpiter - até oito vezes a massa solar. Em nosso estudo, tratamos apenas de estrelas a partir de 80% da massa do Sol, pois fora dessa faixa a evolução estelar é muito diferente. Quanto maior a massa, menor o tempo de vida da estrela", disse.
Avaliação da idade
Maciel explicou que, ao observar a nebulosa, não se pode detectar a idade da estrela em seu interior. Não há um método aplicável a todos os casos e a maioria dos métodos disponíveis é eficiente apenas para estrelas muito jovens. No caso de estrelas mais velhas, com idades próximas à do Sol - ou seja, de 4 a 5 bilhões de anos -, os resultados são muito incertos.
"Desenvolvemos três métodos para avaliar a idade dessas estrelas. Do conjunto de cerca de 2 mil nebulosas planetárias existentes na galáxia, selecionamos uma amostra de 300 sobre as quais temos mais dados. Começamos então a aplicar a elas os três métodos, calculamos as idades e comparamos os resultados", contou.
Um quarto método está sendo desenvolvido, com base nos dados cinemáticos das estrelas de nebulosas planetárias - isto é, nas informações que relacionam idade e movimento estelar. "Faremos a aplicação desse método em uma amostra maior, de 700 estrelas", disse.
O ideal, segundo Maciel, seria calcular a idade exata de cada estrela individualmente, mas as divergências entre os métodos dificultam a tarefa. "Estamos partindo primeiro de uma perspectiva menos ambiciosa, que consiste em estudar a distribuição dessas idades - ou seja, avaliar qual a porcentagem de estrelas com 1 bilhão de anos, com até 5 bilhões de anos, acima dos 5 bilhões e assim por diante", explicou.
As estrelas estudadas se encontram no disco galáctico, a região da galáxia na qual se encontra o Sistema Solar. "Algumas das estrelas, embora já estejam em nebulosas, são até mais jovens que o Sol, mas evoluíram mais rapidamente, na maior parte dos casos por terem massas maiores. O estudo indica que a maior parte das estrelas da nossa amostra é mais jovem que o Sol, isto é, tem idades abaixo de 5 bilhões de anos", disse.
Estrelas geram nebulosas planetárias mais cedo do que se acreditava
Astrônomos reconstituíram a explosão de uma estrela em 3D.
Ventos das estrelas
Além da vertente voltada para o cálculo de idades de estrelas de nebulosas planetárias, o Projeto Temático tem vários outros eixos de pesquisa e todos geraram diversas publicações. Uma das vertentes, por exemplo, avalia as diferenças entre as nebulosas planetárias em relação à sua posição na galáxia.
"A nossa galáxia é composta por um bojo, em seu centro, pelo disco em volta dele e por um halo, mais disperso, em volta do disco. Mas não é fácil saber quais nebulosas estão situadas no próprio bojo, ou no disco mas na direção do bojo. E elas têm propriedades diferentes dependendo da localização. Procuramos entender essas diferenças a partir da análise de abundância de elementos químicos", disse.
Outro estudo relacionado ao Temático trata das propriedades dos ventos das estrelas de nebulosas planetárias, a partir da utilização de modelos sofisticados.
"O vento do Sol é bastante diluído e sua emissão representa a perda de uma quantidade muito pequena de massa. Mas outras estrelas perdem, com os ventos, uma massa 10 bilhões de vezes maior. Estudar isso é algo complexo, porque se trata de um gás em situação muito instável. Para fazê-lo, utilizamos um código bastante complexo", disse.
Há projetos também relacionados, por exemplo, aos aglomerados de estrelas. "Procuramos compreender como esses aglomerados se formam e se dissipam. Nesses estudos, aplicamos ferramentas que permitem definir quando se trata de fato de um aglomerado, ou dos restos de um aglomerado, ou apenas de um grupo de estrelas", disse Maciel.

Estrelas geram nebulosas planetárias mais cedo do que se acreditava
A NASA planeja enviar uma sonda para estudar atmosfera do Sol, incluindo o vento solar.

NASA perde contato com a vela solar NanoSail-D


A NASA anunciou que pode ter perdido o nanossatélite NanoSail-D, que faria o primeiro teste da agência espacial norte-americana com uma vela solar.
Depois de comemorar, na segunda-feira, o uso de uma plataforma espacial para lançar satélites menores, a NASA afirmou agora que, com os dados disponíveis, não é possível saber se o NanoSail-D falhou após o lançamento ou se ele sequer foi mesmo lançado.
Ejetou ou não ejetou?
"Neste momento, não está claro se o NanoSail-D foi ejetado do FastSat, conforme anunciado na segunda-feira, 6 dez. No momento da ejeção, os dados de telemetria mostraram sinais positivos da ejeção, conforme se pode ver com a confirmação de vários dos eventos previstos para a sequência de ejeção em órbita," diz o anúncio.
Os dados do FastSat, que um satélite que funciona como plataforma de lançamento para satélites menores, também indicam que o lançamento foi bem-sucedido.
Contudo, como nenhuma comunicação posterior foi registrada com o minúsculo satélite que leva a vela solar, os técnicos da missão acreditam que ele não teria saído de sua "garagem".
A NASA contou com a cooperação de centrais de rastreamento ao redor de todo o globo, em busca de contato com a sonda, sem sucesso.
Possíveis falhas
Bill Nye, da Sociedade Planetária, falou à revista Science sobre o evento, levantando três possibilidades de problemas. Para ele, o mais provável é que as baterias do nanossatélite foram mal projetadas, sendo pequenas demais para sobreviver no frio do espaço.
A segunda hipótese levantada pelo especialista é a que a NASA está sustentando, de que o nanossatélite não teria sido ejetado. Outra hipótese menos provável teria sido uma falha na abertura da vela espacial.
A Sociedade Planetária, uma entidade privada, foi a primeira entidade a fazer uma tentativa de colocar uma vela solar em órbita, em 2005, mas a tentativa também falhou. No momento a instituição está construindo uma versão mais aprimorada, chamada Lightsail-1.

NASA perde contato com a vela solar NanoSail-D
O objetivo da missão era usar o empuxo gerado pela colisão dos fótons do Sol contra a vela solar para fazer com que o NanoSail-D reentrasse na atmosfera.

Hubble captura anel gigante de gás no espaço

O telescópio da Nasa Hubble capturou um enome anel de gás flutuando a 160 mil anos-luz da Terra. Ela tem 18 anos-luz de diâmetro, e esse valor aumenta a 11 milhões de km/h. O anel teve origem em uma grande explosão estrelar na Grande Nuvem de Magalhães.
hubble

Sonda registra vulcão em Titã que pode cuspir gelo

A sonda Cassini localizou em Titã uma montanha com 1.500 metros de altura que parece ter um profundo poço de onde gelo pode ser expelido.
Os cientistas agora imaginam a atividade sísmica da montanha, chamada de "A rosa".
Imagens de Titã --a maior lua de Saturno-- são raras de serem obtidas por causa de sua atmosfera nebulosa que dificulda a visualização da sua superf'ície.

Ilustração mostra como seria vulcão gelado; o verde equivale a material vulcânico e o azul, a solo arenoso
Ilustração mostra como seria vulcão gelado; o verde equivale a material vulcânico e o azul, a solo arenoso

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Voyager chega perto da fronteira do Sistema Solar

A Voyager está se aproximando da fronteira da bolha formada por partículas carregadas emitidas pelo Sol. A sonda espacial Voyager 1, lançada há 33 anos e está perto da fronteira do Sistema Solar.

A 17,4 bilhões de quilômetros de casa, a sonda é o objeto feito pelo homem mais distante da Terra e começou a identificar uma mudança nítida no fluxo de partículas à sua volta.  
 
Estas partículas, emanadas pelo Sol, não estão mais se dirigindo para fora e sim se movimentando lateralmente. Isso significa que a Voyager deve estar muito perto de dar o salto para o espaço interestelar - o espaço entre as estrelas.
Edward Stone, cientista do projeto Voyager, elogiou a sonda e as incríveis descobertas que ela continua enviando à Terra. "Quando a Voyager foi lançada, a era espacial tinha apenas 20 anos de idade, então não era possível prever que uma sonda espacial pudesse durar tanto tempo", disse ele à BBC.
"Não tínhamos ideia do quanto teríamos que viajar para sair do Sistema Solar. Sabemos agora que em aproximadamente cinco anos devemos estar fora do Sistema Solar pela primeira vez."
'Partículas carregadas'
A Voyager 1 foi lançada no dia 5 de setembro de 1977, enquanto sua sonda gêmea, a Voyager 2, foi enviada ao espaço pouco antes, em 20 de agosto de 1977. O objetivo inicial da Nasa era inspecionar os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, uma tarefa concluída em 1989.
 
As sondas gêmeas foram então enviadas na direção do centro da Via Láctea. Abastecidos por suas fontes radioativas de energia, os instrumentos das sondas continuam funcionando bem e enviando informações à Terra, apesar de que a vasta distância envolvida significa que uma mensagem de rádio precisa viajar cerca de 16 horas.
As últimas descobertas vêm do detector de partículas de baixa energia da Voyager 1, que tem monitorado a velocidade dos ventos solares.
Esta corrente de partículas carregadas forma uma bolha em torno do nosso Sistema Solar conhecido como heliosfera. Os ventos viajam a uma velocidade "supersônica" até cruzar uma onda de choque no encontro com as partículas interestelares.
Nesse ponto, o vento reduz sua velocidade dramaticamente, gerando calor. A Voyager determinou que a velocidade do vento em sua localização chegou agora a zero.
Corrida
"Chegamos ao ponto em que o vento solar, que até agora tinha um movimento para fora, não está mais se movendo para fora; está apenas de movendo lateralmente para depois acabar descendo pelo rabo da heliosfera, que é um objeto com forma de cometa", disse Stone, que é baseado no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena.
O fenômeno é a consequência do vento indo de encontro à matéria vinda de outras estrelas. A fronteira entre os dois é o fim "oficial" do Sistema Solar, a heliopausa. Uma vez que a Voyager passar por isso, estará no espaço interestelar.
Os primeiros sinais de que a Voyager havia encontrado algo novo apareceram em junho. Vários meses de coleta de novos dados foram necessários para confirmar a observação.
"Quando percebi que estávamos recebendo zeros definitivos, fiquei maravilhado", disse Rob Decker, um pesquisador da Universidade Johns Hopkins que trabalha com o detector de partículas de baixa energia da Voyager.
"Ali estava a Voyager, uma sonda espacial que tem sido um burro de carga há 33 anos, nos mostrando algo completamente novo mais uma vez."

Desaparecimento de lua pode ter levado à formação dos anéis de Saturno

Simulações feitas no Instituto Southwest de Pesquisa podem explica como os anéis de Saturno e suas luas interiores de gelo se formaram após uma colisão com um satélite natural do tamanho da maior lua do planeta, Titã. É o que mostra um estudo publicado na revista Nature online.
NASA/JPL/Space Science Institute/Divulgação
NASA/JPL/Space Science Institute/Divulgação
Nova teoria explica como os anéis de Saturno e suas luas interiores de gelo se formaram
Os anéis de Saturno são atualmente formados de formados de 90 a 95% de gelo. Como poeira e detritos poluíram os anéis, acreditava-se que eles eram formados de puro gelo quando foram criados. Essa composição é incomum se comparada à mistura de aproximadamente metade gelo, metade rocha esperada para materiais no Sistema Solar. De maneira parecida, as baixas densidade das luas interiores do planeta também são, como um grupo, ricas em gelo.
A principal teoria anterior para a origem dos anéis sugere que eles se formaram quando um pequeno satélite natural colidiu com um cometa e se partiu em inúmeros pedaços. "Esse cenários muito provavelmente resultaria em anéis formados de uma mistura de gelo e rocha, diferente da constituição rica em gelo do anéis que vemos hoje", disse o autor do estudo, Robin M. Canup.
Já a nova teoria liga a formação dos anéis à formação dos satélites de Saturno. Enquanto Júpiter tem quatro grandes satélites, Saturno tem apenas um, Titã. Trabalhos anteriores sugerem que várias luas similares a Titã formaram-se originalmente no planeta, mas que aquelas que tinham uma órbita mais próxima de Saturno que Titã se perderam quando suas órbitas colidiram com a do planeta.
Quando a última lua perdida se aproximou de Saturno, o aquecimento causado pela mudança em seu formato devido à força de gravidade do planeta provocou o derretimento do gelo e fez com que a rocha afundasse em seu centro.
Canup utilizou simulações numéricas para mostrar que conforme o satélite cruzava a região do atual anel B, forças arrancavam gelo de suas camadas superiores, enquanto seu núcleo rochoso permanecia intacto e eventualmente colidiu com o planeta. Esse processo produziu um anel inicial de gelo que é muito maior que os anéis atuais de Saturno. Com o tempo, colisões no anel foram fazendo com que ele se espalhasse e diminuísse em massa.
"O novo modelo propõe que os anéis são primordiais, formados pelos mesmos eventos que fizeram com que Titã fosse o único satélite de Saturno", diz Canup. "A implicação é que os anéis e as luas internas do planeta dividem a mesma origem e são os últimos remanescentes de um companheiro perdido de Titã.''

Fotógrafo retrata intensificação da aurora boreal

A aurora boreal, fenômeno luminoso que ocorre no pólo Norte geralmente na época dos equinócios, está se intensificando desde 2007 e deve atingir o ápice de luminosidade em 2012, segundo a Nasa.


O fenômeno é causado pelos ventos solares que carregam um fluxo contínuo de partículas elétricas liberadas pelas explosões que ocorrem na superfície do Sol. Quando estas partículas atingem os campos magnéticos da Terra algumas ficam retidas provocando a luminosidade intensa pela liberação de energia ocorrida com a colisão destas partículas com as moléculas e átomos presentes na atmosfera.



O fotógrafo islandês Orvar Thorgiersson, 35, está registrando a evolução do fenômeno. "Agora há dias em que as luzes são tão claras que você pode ler um livro à noite. Elas são mais claras que a lua", diz.
O evento será causado pelo máximo solar, período em que o campo magnético no equador do sol roda num ritmo ligeiramente superior ao dos seus pólos.



O ciclo solar leva em média 11 anos entre um máximo solar e o outro.
O último máximo solar ocorreu em 2000. Segundo a Nasa, o próximo, que ocorrerá em 2012, deve ser o maior desde 1958, quando a aurora boreal surpreendeu os habitantes do México com três ocorrências.



Em 2012, espera-se que as luzes da aurora possam ser vistas até a latitude de Roma. No entanto, caso seja de fato tão intenso, o fenômeno poderá causar problemas a telefones celulares e sistemas de GPS pela liberação de energia num grau mais elevado.  

domingo, 12 de dezembro de 2010

Radiação de buracos negros é simulada com raios laser

Radiação de buracos negros é simulada com raios laser
A radiação calculada pela teoria foi de fato emitida e capturada pela câmera infravermelha, o que pode tornar o experimento uma demonstração indireta da radiação de Hawking, reforçando as atuais teorias.

Uma equipe de cientistas italianos disparou um feixe de laser em um pedaço de vidro para criar o que eles acreditam ser um análogo óptico da radiação de Hawking, que se acredita ser emitida pelos buracos negros.
Embora a potência do experimento com o laser nem se compare com os ultra-densos buracos negros, as teorias matemáticas utilizadas para descrever os dois casos são semelhantes o suficiente para que a confirmação da radiação de Hawking induzida pelo laser permita reforçar a confiança em que os buracos negros de fato emitam a radiação de Hawking.
Radiação de Hawking
Em 1974, Stephen Hawking previu a emissão de uma radiação pelos buracos negros, que seria produzida pela geração espontânea de fótons na fronteira desses corpos enigmáticos.
Mas os cálculos indicam que ela é tão fraca que muitos físicos acreditam ser virtualmente impossível detectá-la.
Desta forma, a única maneira de testar a teoria de Hawking é fazer experimentos de laboratório que possam servir como análogos da situação real, impossível de ser observada.
Outros pesquisadores já haviam usado lasers para simular a radiação de Hawking, mas encontraram dificuldades em isolá-la de outras formas de luz emitidas durante os experimentos.
Belgiorno Franco e seus colegas idealizaram seu experimento combinando um feixe de laser ajustável com um alvo de vidro grosso, o que lhes permitiu limitar a radiação de Hawking a determinados comprimentos de onda da luz infravermelha e capturá-la com uma câmera infravermelha muito sensível.
A radiação calculada pela teoria foi de fato emitida e capturada pela câmera infravermelha, o que pode tornar o experimento uma demonstração indireta da radiação de Hawking, reforçando as atuais teorias.
Mitologias da ciência
A existência da radiação de Hawking também coloca um limite para a vida dos buracos negros: se eles emitem radiação, por maior que seja sua massa, ela poderá se exaurir, ainda que isso leve um tempo difícil de calcular - embora alguns cientistas afirmem que é possível imaginar um buraco negro eterno.
Buracos negros não podem ser detectados diretamente com a tecnologia atual, o que os tem transformado em verdadeiras "figuras mitológicas" da ciência moderna - não no sentido estreito de não existirem, mas de incorporarem significados que não pertencem ao objeto em si.
Os físicos já afirmaram que os buracos negros não são buracos, mas bolhas, que eles não são realmente negros e que podem nem mesmo ser buracos, que podem ser portais para outros universos e até mesmo que buracos negros podem não existir.
Mais recentemente, um grupo de físicos propôs uma maneira de criar buracos negros em laboratório, o que poderia permitir seu estudo mais pormenorizado.

Nave espacial privada faz primeiro voo de teste

Nave espacial privada faz primeiro voo de teste
A nave Dragon foi projetada para levar carga e astronautas para a Estação Espacial Internacional.

Espaço privado
A SpaceX e a NASA anunciaram que cápsula Dragon executou com sucesso integral todas as etapas do seu primeiro voo de teste, realizado nesta quarta-feira.
A nave Dragon está sendo projetada para levar carga e astronautas para o espaço, podendo assumir configurações para levar somente carga, somente tripulação, ou uma combinação dos dois.
Apesar do estreito apoio da NASA ao projeto, esta é a primeira nave espacial com controle privado a subir ao espaço, e marca o primeiro resultado do projeto de privatização dos vôos espaciais, iniciado pela agência espacial norte-americana com o lançamento do seu programa Serviços de Transportes Orbitais Comerciais (COTS).
É também a primeira alternativa norte-americana para substituir os ônibus espaciais, que estão ensaiando a aposentadoria desde meados deste ano - o último voo do Atlantis está previsto para Abril de 2011.
Atualmente, a Agência Espacial Europeia possui um cargueiro espacial, o ATV, e a JAXA está em estágio adiantado com o cargueiro japonês HTV.
Sonhos mais altos
A nave foi lançada a bordo de um foguete Falcon. Depois de dar duas voltas em torno da Terra e fazer alguns testes de navegação, a sonda acionou seus motores para a reentrada na atmosfera, posicionando-se com seu escudo protetor antitérmico voltado para a Terra.

Segundo a SpaceX, o escudo térmico da Dragon é capaz de suportar o calor gerado pela reentrada da sonda em alta velocidade, como as que ocorreriam em missões além da órbita baixa da Terra, incluindo a Lua.
A Dragon, que é reutilizável, desceu de pára-quedas no Oceano Pacífico, a cerca de 800 quilômetros da costa do México.
Sistema de navegação
Entre as tarefas do ônibus espacial Discovery, cujo lançamento foi adiado por um problema no tanque de combustível, está um sistema de navegação para guiar a nave Dragon em sua aproximação da Estação Espacial.
A nave não possui um sistema de atracação automática, e deverá ser capturada pelo braço robótico da Estação Espacial Internacional.
A NASA já tem um contrato com a SpaceX, que prevê 12 voos de carga a serem realizados entre 2012 e 2015.

Nave espacial privada faz primeiro voo de teste
A Dragon, que é reutilizável, desceu de pára-quedas no Oceano Pacífico, a cerca de 800 quilômetros da costa do México.