domingo, 31 de janeiro de 2016

A misteriosa estrutura espacial gigante invisível que intriga astrônomos

Do tamanho da órbita da Terra e localizada a 3 mil anos luz de distância, estas 'lentes espaciais' podem ser a chave para resolver um dos grandes mistérios do universo.

Estrutura misteriosa foi detectada pela primeira vez há 30 anos (Foto: BBC/Alex Cherney)
Estrutura misteriosa foi detectada pela primeira vez há 30 anos (Foto: BBC/Alex Cherney)

Com ajuda do telescópio gigante CSIRO, o astrônomo australiano Keith Bannister passou a vasculhar o céu todas as noites em busca de uma fonte eletromagnética na constelação de Sagitário.
Ele procurava por algo na Via Láctea que fosse como uma lente transparente que distorcesse o que estava atrás dela.
E, assim, acabou encontrando uma gigantesca estrutura invisível, cuja existência só havia sido insinuada em algumas poucas ocasiões e por acidente.
Uma entidade transparente que flutua em nossa galáxia e que poderia ser a chave para resolver um dos grandes mistérios do universo.
"Para começar, não tínhamos ideia de como encontrar essa coisa. Só sabíamos que era um velho problema e que ninguém havia conseguido resolver de fato", conta Bannister.
Trata-se de uma massa do tamanho da órbita da Terra ao redor do Sol e que pode estar a cerca de 3 mil anos luz de distância.
Segundo Bannister, esses "vultos" estão no fino gás que está entre as estrelas de nossa galáxia.
"São como um taça de vidro. Se olhar através deles, o que está atrás fica distorcido", acrescenta.
Descoberta
A primeira vez que se tomou conhecimento destas estruturas foi nos anos 1980. Astrônomos observavam diariamente uma galáxia distante e viram como ela se comportava de uma forma estranha.
"Ela ficava mais e menos brilhante", conta Bannister. "No fim, não era a galáxia que se comportava assim, mas algo que estava em nossa galáxia e que funcionava como uma lente."
O tempo passou, a tecnologia avançou, e esta equipe de cientistas australianos - que não trabalhou com os pesquisadores de 30 anos atrás - "caçou" um destes corpos estranhos.
Seu descobrimento foi publicado neste mês na revista Science. "Isso podia mudar radicalmente as ideias que temos sobre este gás interestelar", diz Bannister.
"Tudo depende do que descobriremos a seguir e da forma exata que tenha."
Se a estrutura for lisa, como uma folha de papel, não será tão relevante. Mas, se for oval, como uma avelã...
"Se tiver esta forma e isso se dever à gravidade, isso poderia ser a solução de um dos grandes problemas da astronomia, que é onde está toda a matéria normal do universo", explica o astrônomo.
Na astronomia, há ao menos dois problemas não solucionados: um é a matéria escura e outro é a matéria bariônica.
"E isso não é matéria escura", garante Bannister.

Ilustração mostra como seria a matéria transparente encontrada por cientistas (Foto: BBc/Alex Cherney)
Ilustração mostra como seria a matéria transparente encontrada por cientistas (Foto: BBc/Alex Cherney)

'Grande experiência'
"Os astrônomos pensam que 4% do universo é composto por essência, átomos das coisas com as quais somos feitos, você, eu, a Terra, o Sol... coisas normais", explica.
"O problema é que nós, astrônomos, não podemos encontrar essas coisas normais que pensamos que devem estar por aí. Estão perdidas, e não sabemos onde", destaca.
Se a estrutura que acabam de descobrir tiver a forma de uma avelã ou de uma bola de tênis, então, é provável que toda essa essência ou bárions estejam escondidas dentro destas lentes.
Mas Bannister está cauteloso. "Não estou seguro de nada até que consigamos medi-la."
Por enquanto, ele desfruta da satisfação de ter encontrado essa estrutura que deixam muitos astrônomos, inclusive ele, desconcertados.
"Tenho três filhos e, todo dia, íamos para o telescópio e eu ficava recebendo os dados com meus filhos sentados em meu colo. Eles me perguntavam o que estava acontecendo, e eu mostrava para eles a informação, que eles não compreendiam", relata.
"Mas eu estava emocionado, e eles estavam emocionados por causa dos belos dados que o telescópio nos estava oferecendo. Isso foi uma grande experiência."

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/a-misteriosa-estrutura-espacial-gigante-invisivel-que-intriga-astronomos.html

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Em fotos: O que você veria se viajasse pelo Sistema Solar

Névoa em Marte, tempestades em Júpiter e erupções incandescentes no Sol: composições digitais mostram como são de perto nossos vizinhos cósmicos.

Uma nova exposição no Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido, reúne impressionantes imagens dos nossos vizinhos mais próximos do Sistema Solar.
A mostra destaca o trabalho do americano Michael Benson, que usa arte e ciência para criar composições digitais a partir de dados enviados à Terra pela Nasa e pela Estação Espacial Internacional.
Os 77 trabalhos representam o que humanos avistariam se fossem viajar pelo Sistema Solar.
"Otherworlds: Visions of our Solar System" ("Outros mundos: Visões do nosso Sistema Solar") ficará em cartaz de 22 de janeiro a 15 de maio.

Uma exposição no Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido, reúne impressionantes imagens em close dos nossos vizinhos mais próximos do Sistema Solar (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
Uma exposição no Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido, reúne impressionantes imagens em close dos nossos vizinhos mais próximos do Sistema Solar (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

A nova mostra - Otherworlds (outros mundos, em inglês) - destaca o trabalho do americano Michael Benson, que usa arte e ciência para criar composições digitais a partir de dados enviados para a Terra pela Nasa e pela Estação Espacial Internacional (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
A nova mostra - Otherworlds (outros mundos, em inglês) - destaca o trabalho do americano Michael Benson, que usa arte e ciência para criar composições digitais a partir de dados enviados para a Terra pela Nasa e pela Estação Espacial Internacional (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

Os 77 trabalhos representam o que humanos veriam se fossem visitar esses lugares. Nesta imagem, Terra sendo vista a partir da Estação Espacial Internacional. A bota da Itália fica claramente visível. No canto inferior direito, as luzes são de Milão (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
Os 77 trabalhos representam o que humanos veriam se fossem visitar esses lugares. Nesta imagem, Terra sendo vista a partir da Estação Espacial Internacional. A bota da Itália fica claramente visível. No canto inferior direito, as luzes são de Milão (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

Este imenso vórtice do ciclone tropical 03B atingiu a costa leste da Índia no fim de 2003, com rajadas de vento de 120 km/h (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
Este imenso vórtice do ciclone tropical 03B atingiu a costa leste da Índia no fim de 2003, com rajadas de vento de 120 km/h (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

Acima, erupções gigantes na superfície do lado direito do Sol. Benson usou dados brutos sobre a exposição na Terra a raios ultravioleta para criar esta foto (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
Acima, erupções gigantes na superfície do lado direito do Sol. Benson usou dados brutos sobre a exposição na Terra a raios ultravioleta para criar esta foto (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

A imagem mostra o maior conjunto de cânions do Sistema Solar, localizado em Marte. O agrupamento é tão largo quanto a Austrália e tem quase 4 mil quilômetros de comprimento. Uma névoa ocupa o fundo do cânion, que tem mais de 6,5 kms de profundidade (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
A imagem mostra o maior conjunto de cânions do Sistema Solar, localizado em Marte. O agrupamento é tão largo quanto a Austrália e tem quase 4 mil quilômetros de comprimento. Uma névoa ocupa o fundo do cânion, que tem mais de 6,5 kms de profundidade em determinados pontos - mais de três vezes mais profundo que o Grand Canyon, nos Estados Unidos (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

Há centenas de cometas viajando por nosso sistema em órbitas alongadas ao redor do Sol. Na imagem, o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que foi descoberto em 1969 (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
Há centenas de cometas viajando por nosso sistema em órbitas alongadas ao redor do Sol. Na imagem, o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que foi descoberto em 1969 (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

O Grande Ponto Vermelho de Júpiter pode ser visto aqui. Trata-se de uma tempestade persistente que impede o avanço de nuvens brancas à sua direita. Com um tamanho três vezes superior ao da Terra, está em curso há pelo menos 348 anos (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
O Grande Ponto Vermelho de Júpiter pode ser visto aqui. Trata-se de uma tempestade persistente que impede o avanço de nuvens brancas à sua direita. Com um tamanho três vezes superior ao da Terra, está em curso há pelo menos 348 anos (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

Esta imagem mostra as imensas falhas e cumes que se espalham pela superfície congelada de Europa, uma das dezenas de luas de Júpiter. Ela é um pouco menor que a nossa Lua (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
Esta imagem mostra as imensas falhas e cumes que se espalham pela superfície congelada de Europa, uma das dezenas de luas de Júpiter. Ela é um pouco menor que a nossa Lua (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

O tamanho de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, faz com que sua maior lua, Ganímedes, pareça ser muito pequena. Mas ela é o nono maior corpo celeste do Sistema Solar e é maior que o planeta Mercúrio (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
O tamanho de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, faz com que sua maior lua, Ganímedes, pareça ser muito pequena. Mas ela é o nono maior corpo celeste do Sistema Solar e é maior que o planeta Mercúrio (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

'Parece mármore ou um chapéu que você usaria em um casamento - a cores são lindas', diz Poppy Cooper, curadora do Museu de História Natural de Londres, que ajudou a compor a mostra, sobre esta imagem que retrata as regiões ao norte de Saturno (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
'Parece mármore ou um chapéu que você usaria em um casamento - a cores são lindas', diz Poppy Cooper, curadora do Museu de História Natural de Londres, que ajudou a compor a mostra, sobre esta imagem que retrata as regiões ao norte de Saturno. Nestes anéis de poeira e gelo que circundam o planeta caberiam 763 planetas do tamanho da Terra (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

'Muitas pessoas ficam fascinadas com esta imagem de Encélado, uma das luas de Saturno, porque ela se parece com a Estrela da Morte de Guerra nas Estrelas', diz Cooper. O lado direito da lua aparece iluminada pelo Sol e, no lado esquerdo, por raios solares (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
'Muitas pessoas ficam fascinadas com esta imagem de Encélado, uma das luas de Saturno, porque ela se parece com a Estrela da Morte de Guerra nas Estrelas', diz Cooper. O lado direito da lua aparece iluminada pelo Sol e, no lado esquerdo, por raios solares que foram refletidos por Saturno (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

O terceiro maior planeta do Sistema Solar, Urano, foi descoberto em 1781 pelo astrônomo William Herschel, mas seus anéis esmaecidos só foram vistos em 1977 (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
O terceiro maior planeta do Sistema Solar, Urano, foi descoberto em 1781 pelo astrônomo William Herschel, mas seus anéis esmaecidos só foram vistos em 1977 (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

Esta imagem mostra o gelado planeta anão Plutão, que fica na periferia do Sistema Solar. 'Otherworlds: Visions of our Solar System' pode ser vista no Museu de História Natural de Londres de 22 de janeiro a 15 de maio (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)
Esta imagem mostra o gelado planeta anão Plutão, que fica na periferia do Sistema Solar. 'Otherworlds: Visions of our Solar System' pode ser vista no Museu de História Natural de Londres de 22 de janeiro a 15 de maio (Foto: ESA/Rosetta/Caltech/Michael Benson/Kinetikon Pictures)

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/em-fotos-o-que-voce-veria-se-viajasse-pelo-sistema-solar.html

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Cinco planetas vão se alinhar pela 1ª vez após 10 anos, e você poderá ver

Os planetas mais fáceis de visualizar serão Vênus, Júpiter e Saturno por serem os mais brilhantes. Marte será o astro com um brilho vermelho, não tão vibrante quanto os outros. O desafio será Mercúrio, porque ele fica muito próximo à linha do horizonte
Os planetas mais fáceis de visualizar serão Vênus, Júpiter e Saturno por serem os mais brilhantes. Marte será o astro com um brilho vermelho, não tão vibrante quanto os outros. O desafio será Mercúrio, porque ele fica muito próximo à linha do horizonte

 
Planetas distantes milhões de quilômetros um do outro aparecerão alinhados no céu e você poderá ver esse espetáculo da sua janela, sem a ajuda de nenhum instrumento. Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno estarão na linha do horizonte em direção à Lua, o fenômeno poderá ser visto desta quarta-feira (20) até o dia 20 de fevereiro. Se o mês passar e você não conseguir visualizar o alinhamento, não se preocupe. Ele será visível de novo em agosto deste ano. Depois disso, só em outubro de 2018. A última vez que isso aconteceu foi em 2005.
Os planetas possuem diferentes ciclos anuais. Por isso, quando os cinco planetas que são visíveis (a olho nu) se alinham é "algo que vale a pena ver", explica o pesquisador da Universidade de Swinburne, em Melbourne (Austrália), em entrevista à revista Australia Geographic.

Vênus e Júpiter serão mais fáceis de ver

Os planetas mais fáceis de visualizar serão Vênus e Júpiter por serem os mais brilhantes. Marte será o astro com um brilho vermelho, não tão vibrante quanto os outros. O desafio será Mercúrio, porque ele fica muito próximo à linha do horizonte, e edifícios altos e árvores podem tapar a visão. Além disso, ele aparece durante um curto período de tempo pouco antes do amanhecer.
A dica para quem quer visualizar o fenômeno é ir para um lugar aberto, longe de prédios e vegetação alta. Se observados dentro de cidades grandes, o brilho dos planetas é ofuscado pela poluição luminosa.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2016/01/20/planetas-aparecerao-alinhados-e-voce-podera-ver-o-fenomeno-a-olho-nu.htm

Astronauta da Nasa clica aurora boreal do espaço

Fenômeno é resultado de energia que sai de campos magnéticos do Sol.
Aurora boreal foi registra no noroeste do Pacífico.


Astronauta da Nasa regista aurora boreal do espaço (Foto: ESA/NASA)
Astronauta da Nasa regista aurora boreal do espaço (Foto: ESA/NASA)

O astronauta norte-americano Scott Kelly, da Nasa, registrou nesta quarta-feira (20) o fenômeno da aurora boreal a partir da Estação Espacial Internacional.
Aurora boreal é um fenômeno natural de luz resultado da energia liberada por campos magnéticos solares. Na Terra, essa energia interage com oxigênio e nitrogênio para produzir um show de luzes vermelhas, verdes e roxas.

Scott clicou a foto da aurora boreal no noroeste do Pacífico. "Bom dia aurora e noroeste do Pacífico!", publicou Scott em seu Twitter.

Fenômeno da Aurora boreal é registrado do espaço pelo astronauta da Nasa Scott Kelly (Foto: Reprodução/ Twitter/ Scott Kelly)
Fenômeno da Aurora boreal é registrado do espaço pelo astronauta da Nasa Scott Kelly (Foto: Reprodução/ Twitter/ Scott Kelly)

Aurora boreal clicada pelo astronauta Scott Kelly; fenômeno natural é resultado de energia liberada por campos magnéticos solares (Foto: Reprodução/ Twitter/ Scott Kelly)
Aurora boreal clicada pelo astronauta Scott Kelly; fenômeno natural é resultado de energia liberada por campos magnéticos solares (Foto: Reprodução/ Twitter/ Scott Kelly)

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/astronauta-da-nasa-clica-aurora-boreal-do-espaco.html

Astrônomo que 'matou' Plutão vê sinal de novo planeta no Sistema Solar

Astro seria 10 vezes mais maciço do que a Terra, com órbita de 15 mil anos.
Alinhamento de objetos além de Netuno seria 'rastro' trilhado pelo planeta.


Concepção artística de como seria o nono planeta (Foto: Reprodução/Youtube/Caltech)
Concepção artística de como seria o nono planeta (Foto: Reprodução/Youtube/Caltech)

Uma análise da órbita de objetos na periferia do Sistema Solar, na zona habitada por Plutão, sugere a existência de um planeta grande, do tamanho de Netuno, a uma distância até 200 vezes maior que aquela entre a Terra e o Sol.
Não é a primeira vez que um astrônomo propõe a existência de um "Planeta X", mas desta vez a alegação parte de um cientista altamente prestigiado no meio. Michael Brown, do Caltech, foi o primeiro a enxergar Sedna, o planeta-anão cuja descoberta culminou no rebaixamento de Plutão.
Em artigo científico publicado na edição desta quarta (20) da revista "The Astronomical Journal", Brown apresenta os cálculos para sua alegação, realizados com seu colega Konstantin Batygin.
Segundo a dupla, a presença de um astro desse porte, com 10 vezes a massa da Terra, é a única maneira sensível de explicar o alinhamento de objetos observados no cinturão de Kuiper, a zona de planetas anões e pedregulhos gigantes que orbitam o Sol além de Netuno.
"Posições e planos orbitais dos objetos são confinados a um espaço restrito, e tal agrupamento possui uma probabilidade de apenas 0,007% de ocorrer por acaso", afirmam os cientistas no trabalho em que defendem a existência do novo astro. "A existência de um planeta assim explica a presença de objetos como Sedna, de grande periélio."
Busca
Brown já começou a usar o telescópio japonês Subaru, em Mauna Kea, no Havaí – um dos maiores do mundo – para tentar procurar o novo astro na zona orbital onde acredita que ele esteja. Sua órbita completa ao redor do Sol duraria cerca de 15 mil anos.
Por enquanto, esse é o único grande observatório engajado na busca. Astrônomos que comentaram o novo trabalho para revistas internacionais como "Science" e "Nature", porém, afirmam que as contas apresentadas no artigo são convincentes, e devem desencadear uma busca pelo novo planeta.
"É uma boa sacada, as estatísticas são favoráveis, mas é preciso ter muita cautela. A dupla usou seis objetos apenas e, com esses seis, a margem de confiança das simulações é boa, mas se forem acrescentados os demais objetos conhecidos, as simulações não garantem mais a existência de um novo planeta. Pesa também o fato de o satélite Wise ter procurado pelo tipo de planeta que eles afirmam que existe e não ter encontrado nada", avalia Cassio Barbosa, astrônomo e colunista do G1.
"Descobrir esse planeta será um desafio para a próxima geração de telescópios, talvez nem mesmo o Subaru consiga ver alguma coisa. Brown tem a obsessão em descobrir um novo planeta. Que isso não o cegue diante das evidências em contrário apontadas pela academia. Mas certamente é a pessoa certa para esse trabalho", afirma.

Diagrama mostra ordem dos oito planetas no Sistema Solar (Foto: Nasa)
Diagrama mostra ordem dos oito planetas no Sistema Solar (Foto: Nasa)

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/astronomo-que-matou-plutao-ve-sinal-de-planeta-gigante-mais-distante.html

Nasa apresenta foto da 1ª flor nascida na Estação Espacial Internacional

Experimento que cultivou plantas no espaço durou dois anos.
Astronautas já criaram manual para manter um jardim espacial.


Flor toma sol na Estação Espacial Internacional em uma foto de 17 de janeiro deste ano (Foto: Scott Kelly/Nasa via AP)
Flor toma sol na Estação Espacial Internacional em uma foto de 17 de janeiro deste ano (Foto: Scott Kelly/Nasa via AP)

A agência espacial americana (Nasa) apresentou nesta terça-feira (19) as fotos da primeira flor que cresceu na Estação Espacial Internacional (ISS) como parte de um experimento de dois anos para cultivar plantas no espaço.
Apesar dos astronautas já terem conseguido plantar alfaces e outros vegetais em sua horta espacial, esta é a primeira vez que as flores, do gênero das zinias, se abrem fora da gravidade da Terra.
O astronauta americano Scott Kelly celebrou o feito no Twitter com uma mensagem na qual comemorava "a estreia da primeira flor nascida no espaço".
O experimento com flores começou em 16 de novembro do ano passado quando o astronauta Kjell Lindgren ativou as sementes de zinias, um processo que se demonstrou mais complicado que o esperado.
Em dezembro, Kelly se deu conta que as plantas de zinias não estavam crescendo com toda a força que se esperaria, algo que motivou a criação de um manual para manter um jardim espacial.
As plantas também começaram a sofrer quando um fungo apareceu nelas, resultado da alta umidade na ISS.
No entanto, Kelly conseguiu devolver o brio às zinias, que agora são consideradas as primeiras flores que completaram o ciclo de crescimento no espaço até seu florescimento.
Desde meados de 2014, a ISS administra um pequeno "centro de vegetais" para permitir o cultivo em pequena escala de plantas para experimentos.
Este projeto tem como objetivo obter informação sobre a resposta das plantas em microgravidade e para futuras missões a Marte, que deverão saber como racionar água ao máximo e os possíveis problemas que podem surgir dentro dos módulos espaciais.
Em entrevista publicada este fim de semana no blog da Nasa, Alexandra Whitmire, pesquisadora da agência espacial, afirmou que no futuro as plantas terão uma importância maior ao mesmo tempo em que se amplia o alcance das missões espaciais.
Em 2012, o astronauta Don Pettit conseguiu fazer crescer plantas de abobrinha, girassol e brócolis em rudimentares bolsas de plástico, em um experimento pessoal que assentou as bases deste novo jardim espacial.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/nasa-apresenta-foto-da-1-flor-nascida-na-estacao-espacial-internacional.html

Astrônomos identificam estrela antiga e rara na Via Láctea

Pesquisa inclui cientistas do Brasil e dos EUA.
Achado pode ajudar estudo das origens da nossa galáxia.


Estrela ultrapobre em metais pode ajudar a entender origens da Via Láctea (Foto: ESO/Divulgação)
Estrela ultrapobre em metais pode ajudar a entender origens da Via Láctea (Foto: ESO/Divulgação)

Uma equipe de astrônomos do Brasil e dos EUA, liderada pelo professor Jorge Melendez, da Universidade de São Paulo, publicou um estudo que mostra que a estrela de nome 2MASS J18082002-5104378 é uma "relíquia" dos anos de formação da Via Láctea que oferece uma oportunidade única de estudar as primeiras estrelas que se surgiram na nossa galáxia.
A estrela 2MASS J18082002-5104378 foi descoberta em 2014, como informa o Observatório Europeu do Sul (ESO), em comunicado. Observações que se seguiram mostraram que, ao contrário de estrelas mais jovens, como o nosso Sol, essa estrela apresenta uma quantidade muito baixa de metais (nome que os astrônomos dão aos elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio). Ela é tão desprovida destes elementos que é chamada uma estrela ultrapobre em metais. E, ao mesmo tempo, é a mais brilhante desse tipo descoberta até hoje.
As estrelas pobres em metais são bastante raras tanto na Via Láctea, bem como em outras galáxias próximo de nós. Os metais formam-se durante a fusão nuclear nos núcleos das estrelas e espalham-se por todo o meio interestelar quando estas estrelas envelhecem e explodem. Consequentemente, gerações posteriores de estrelas formam-se a partir deste material cada vez mais rico em metais. As estrelas pobres em metais formaram-se a partir do meio não contaminado que existia logo após o Big Bang. Estudar estrelas como a 2MASS J18082002-5104378 pode, portanto, ajudar a entender segredos da formação do Universo.
Os resultados deste estudo foram publicados na revista especializada "Astronomy & Astrophysics". A equipe de autores é formada por Meléndez (Universidade de São Paulo), Vinicius M. Placco (Universidade de Notre Dame, EUA), Marcelo Tucci-Maia (USP), Iván Ramírez (Universidade do Texas, EUA), Ting S. Li (UniversidadeTexas A&M, EUA) e Gabriel Perez (USP, Brasil).

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/astronomos-identificam-estrela-antiga-e-rara-na-lactea.html

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Astrônomos capturam explosão estelar mais brilhante já registrada

Luminosidade de evento, conhecido como supernova, foi equivalente a 570 bilhões de sóis. Cientistas ainda não sabem explicar natureza de fenômeno.

Ilustração mostra como seria explosão ASASSN-15lh vista de planeta a 10 mil anos luz de distância (Foto: Wayne Rosing)
Ilustração mostra como seria explosão ASASSN-15lh vista de planeta a 10 mil anos luz de distância (Foto: Wayne Rosing)

Um grupo de astrônomos relatou hoje ter conseguido registrar a mais brilhante supernova -- explosão estelar -- conhecida até hoje. O evento foi detectado em junho do ano passado, mas cientistas demoraram a confirmá-lo porque não sabiam ainda a que distância estava o fenômeno.
Tendo ocorrido a 3,8 bilhões de anos luz de distância, a supernova foi registrada pelos telescópios gêmeos do projeto ASAS-SN (All Sky Automated Survey for SuperNovae), em Cerro Tololo, no Chile.
Após telescópios no resto do mundo observarem os estágios seguintes da explosão, conseguiram determinar a distância com precisão e concluíram que, a partir do brilho relativo, era possível dizer que estavam olhando para a mais violenta supernova já vista.
O brilho do evento foi equivalente à luminosidade de 570 bilhões de sóis, afirma um estudo publicado pelos astrônomos nesta quinta-feira na revista "Science". O número também é equivalente ao brilho de 20 galáxias equivalentes à Via Láctea.
A supernova foi registrada pelos astrônomos com a sigla ASASSN-15lh e continua sendo estudada pelos cientistas. Pertencente a uma classe de explosões batizadas como "supernovas superluminosas", a natureza de sua energia ainda é um mistério.
Imagem mostra galáxia antes e durante a explosão ASASSN-15lh, a supernova mais forte já registrada (Foto: DES/ASAS-SN)
Imagem mostra galáxia antes e durante a explosão ASASSN-15lh, a supernova mais forte já registrada (Foto: DES/ASAS-SN)
 
Magnetismo suspeito
Cientistas já conhecem algumas maneiras com que explosões com características semelhantes a essas supernovas -- a ausência de hidrogênio lançado ao espaço, por exemplo. Se uma estrela anã branca começar a roubar massa de uma vizinha vermelha gigante, por exemplo, sua gravidade fica tão alta que ela acaba implodindo, gerando então a supernova.
Esse tipo de explosão, porém, conhecida como de tipo I, tem características de frequência de luz diferente de ASASSN-15lh, além de serem menos energéticas.
Uma das teorias em estudo propõe que as estrelas envolvidas nas "supernovas superluminosas" seja magnetares -- objetos com campos magnéticos extremamente forte --, e que a energia de seu magnetismo contribui para a energia da explosão.
Mas tudo ainda está no campo das hipóteses.
"A quantidade absurda de energia liberada por essa supernova pressiona a teoria de formação de magnetares", afirma Benjamin Shappee, astrônomo da Instituição Carnegie, de Washington, um dos líderes do estudo, em comunicado à imprensa. "Mais trabalhos serão necessários para entender a fonte de energia desse objeto extraordinário e se há outras supernovas similares a essa Universo afora."
 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Cientistas farão última tentativa de contatar robô pousado em cometa

Liberado pela sonda Rosetta, Philae pousou em novembro de 2014.
Painéis solares não estão recebendo luz suficiente


Imagem divulgada pela Agência Espacial Europeia mostra o robô Philae na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Montada a partir de duas das seis fotos feitas pelo instrumento Çiva, a imagem mostra o módulo Philae na superfície do cometa (Foto: Reuters/ESA/Rosetta/Philae/ÇIVA)
Imagem divulgada pela Agência Espacial Europeia mostra o robô Philae na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (Foto: Reuters/ESA/Rosetta/Philae/ÇIVA)

As equipes encarregadas do pequeno robô Philae, hóspede do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, em silêncio há mais de cinco meses, vão fazer uma última tentativa para tirá-lo de seu silêncio - informou nesta sexta-feira (8) a agência espacial alemã DLR.
Os engenheiros vão tentar ativar uma engrenagem dentro de Philae. Eles esperam que o aparato irá mover o robô e permitirá melhorar a recepção de luz do sol em seus painéis solares, disse à AFP Philippe Gaudon, da agência espacial francesa CNES.
Esta é a primeira vez que esta operação será tentada no robô-laboratório equipado com dez instrumentos alojado no cometa desde novembro de 2014, como parte da missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA).
O comando será enviado da Alemanha para a sonda europeia Rosetta, que irá transmitir para o robô no domingo, disse Gaudon. Esta ordem será enviada durante vários dias, acrescentou.
"O tempo é curto, por isso queremos explorar todas as possibilidades", afirmou em comunicado Stefan Ulamec, encarregado do robô Philae no DLR. "De hoje até o final de janeiro, as condições sobre o cometa se tornarão hostis ao robô e a missão Philae terá um fim natural", apontou a DLR.
"É uma manobra desesperada", estimou Gaudon. "Inicialmente, não estamos certos de que Philae irá receber o comando. Depois, caso a engrenagem se ative, não conseguiremos ter controle da trajetória, e será arriscado", avalia.
Ele considera "muito improvável que o robô consiga voltar para sua rota".
GIF do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (Foto: ESA/Rosetta/MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA)
Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, onde robô Philae está 'adormecido' (Foto: ESA/Rosetta/MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA)

Missão
Philae completou em 12 de novembro um ano pousado no cometa 67P/Churyumov-Geramisenko (apelidado "Churi"), para onde foi levado pela sonda europeia Rosetta com a missão de explorar diretamente o núcleo mediante seus sofisticados instrumentos de observação.
Após mais de dez anos de viagem interplanetária a 450 milhões de quilômetros da Terra a bordo de Rosetta, o robô pousou em 12 de novembro de 2014 no cometa, um marco histórico que foi seguido em todo o mundo.

12/11 - Imagem feita pela sonda Rosetta mostra o módulo espacial Philae seguindo em direção ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (Foto: ESA/Rosetta/Philae/CIVA/Reuters)
Imagem feita pela sonda Rosetta mostra o módulo espacial Philae seguindo em direção ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (Foto: ESA/Rosetta/Philae/CIVA/Reuters)

Em sua queda, Philae saltou várias vezes e, finalmente, estabilizou entre duas falésias.
Com seus dez instrumentos, o robô trabalhou por 60 horas e depois morreu porque os painéis solares que dão vida a ele não está recebendo energia suficiente.
No final de janeiro, vai entrar em hibernação, sem esperanças de acordar novamente. Uma merecida aposentadoria, esperando que Rosetta se junte a ele em setembro de 2016 para acabar com sua vida no cometa.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/cientistas-farao-ultima-tentativa-de-contatar-robo-pousado-em-cometa.html

Pesquisa sugere canto da Via Láctea como melhor aposta para buscar vida fora da Terra

Segundo pesquisadores, aglomerados de estrelas podem ser local ideal para vida alienígena.

Aglomerados globulares como estes podem ser o local certo para procurar vida alienígena?  (Foto: NASA/ESA/Hubble Heritage (STScI/AURA)-ESA/Hubble Collaboration via AP)
Aglomerados globulares como estes podem ser o local certo para procurar vida alienígena? (Foto: NASA/ESA/Hubble Heritage (STScI/AURA)-ESA/Hubble Collaboration via AP)

Aglomerados antigos e repletos de estrelas encontrados em um canto da Via Láctea são uma boa aposta na busca por vida extraterrestre inteligente (Seti, na sigla em inglês), de acordo com uma pesquisa apresentada no encontro da Sociedade de Astronomia americana.
Devido à abundância de estrelas, esses "aglomerados globulares" sempre foram um dos queridinhos do campo.
Mas tentativas recentes de esmiuçar o espaço em busca de planetas orbitando estrelas não tiveram sucesso em aglomerados globulares.

Agora, porém, dois astrônomos dizem que há bons motivos para continuar a busca.
Rosanne Di Stefano, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, e Alak Ray, do Instituto de Pesquisa Fundamental, na Índia, descreveram o que chamaram de "oportunidade do aglomerado globular".
Com uma idade média de 10 bilhões de anos (muito superior à do Sol, com 4 bilhões), aglomerados globulares não têm muitas estrelas jovens, ricas em elementos metálicos necessários para fazer planetas.
Mas durante participação no 227º encontro da Sociedade de Astronomia americana, Di Stefano disse que pesquisas recentes haviam descoberto exoplanetas (planetas que orbitam outras estrelas que não o Sol) - especialmente os pequenos e rochosos, parecidos à Terra - em torno de estrelas muito menos ricas em metal que nosso Sol.
E se isso aconteceu uma vez...
"Quando as pesquisas sobre vida alienígena começaram, nos anos 1950 e 1960, ainda nem sabíamos se havia exoplanetas" disse ela.
"Agora podemos usar a informação que reunimos de outras descobertas de planetas - e há mais de 2 mil planetas conhecidos hoje - para perguntar se é provável que eles estejam em aglomerados globulares."
Di Stefano usou o exemplo do PSR B1620-26 b, às vezes chamada de "Methuselah". É o único exoplaneta identificado até o momento que orbita uma estrela - ou, no caso, duas - em um aglomerado globular.
"Acho que a maior parte de nós diria que a descoberta desse planeta indica que deve haver outros planetas naquele aglomerado", disse.
Além disso, Di Stefano e Ray identificaram um "ponto ideal" nas dimensões de aglomerados globulares.
Como a maioria das estrelas são velhas, anãs vermelhas e frias, qualquer planeta habitável teria que orbitar muito perto delas para manter água líquida.
Se manter molhado, porém, não é o único desafio para um planeta em que a vida seja viável em um aglomerado globular. Uma bola com um milhão de estrelas a apenas 100 anos-luz de distância é um forte tumulto de forças gravitacionais que poderiam desintegrar o Sistema Solar.
Mas há uma região nesses aglomerados, segundo Di Stefano, onde as estrelas não estão tão grudadas a ponto de planetas rochosos e pequenos serem arrancados de suas estrelas - mas que, apesar disso, as estrelas estão perto o suficiente para que uma civilização alienígena possa conseguir ir de uma estrela para outra.
Especulação divertida
"Nessa grande região (...) sistemas planetários podem sobreviver, e ela ainda é densa o suficiente para facilitar viagens interestelares."
Ela acrescentou que esses planetas - se eles existirem - podem durar até mais do que a idade atual do Universo, deixando tempo suficiente para que florescessem vida inteligente e uma ambição interestelar.
Outros pesquisadores na conferência concordaram que essas são observações interessantes, mesmo se a noção de civilizações antigas saltando de estrela em estrela tenha sido, obviamente, uma especulação provocativa.
"(A tese) se sustenta", disse Jessie Christiansen, do Instituto Científico de Exoplanetas da Nasa, na Universidade Caltech. "É muito especulativa, mas eu gosto da ideia de que como aglomerados globulares são antigos, eles tiveram mais tempo."
"Formas de vida simples e unicelulares podem se desenvolver rápido, mas formas de vida complexas - isso para não falar de vida inteligente - parece levar muito tempo", acrescentou, citando a história natural da Terra como um exemplo limitado. "Então talvez sejam necessários dezenas de bilhões de anos."
Alan Penny, astrônomo da Universidade de St Andrews, na Escócia, e coordenador da rede de pesquisas sobre vida inteligente alienígena do Reino Unido, disse acreditar que a pesquisa "dá esperanças sobre os aglomerados globulares, na busca por alvos onde procurar".
Mas eles continuam sendo alvos muito difíceis, acrescenta.
"Eles ainda estão muito, muito longe. O aglomerado globular mais próximo está a milhares de anos-luz."

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/pesquisa-sugere-canto-da-via-lactea-como-melhor-aposta-para-buscar-vida-fora-da-terra.html

Telescópio da Nasa registra buraco negro ‘arrotando’ gás

Fenômeno pode explicar por que galáxias elípticas tendem a não ter atividade intensa de formação de estrelas.

 No destaque à esquerda, a galáxia NGC 5195 nos limites da "irmã" maior, a NGC 5194; à direita, a galáxia em visão de raio-X  (Foto: Nasa)
No destaque à esquerda, a galáxia NGC 5195 nos limites da "irmã" maior, a NGC 5194; à direita, a galáxia em visão de raio-X (Foto: Nasa)

Astrônomos identificaram duas enormes ondas de gás sendo "arrotadas" por um buraco negro no coração de uma galáxia próxima.
As porções de gás quente, detectadas em imagens de raio-X pelo telescópio especial Chandra, da Nasa (agência espacial americana), parecem estar varrendo o gás de hidrogênio mais frio que encontra pela frente.
Esse vasto e tortuoso "arroto" está ocorrendo na NGC 5195 - uma irmã menor e menos conhecida da galáxia conhecida como Whirlpool (redemoinho, em inglês), ou NGC 5194, a 26 milhões de anos-luz de distância da Terra.
Trata-se, portanto, de um dos buracos negros mais próximos a expelir gás dessa maneira.
A descoberta, anunciada na reunião anual da AAS (Sociedade Astronômica Americana), na Flórida, é um exemplo dramático de interação, ou feedback, entre um super buraco negro e sua galáxia de origem.
"Acreditamos que esse feedback impeça as galáxias de se tornarem muito grandes", disse Marie Machacek, co-autora do estudo e pesquisadora do centro de astrofísica Harvard-Smithsonian, nos EUA.
"Mas, ao mesmo tempo, ele pode ser responsável pela formação de algumas estrelas. Isso mostra que buracos negros podem criar, e não apenas destruir."
Emissões ancestrais
Buracos negros são conhecidos por consumir gás e estrelas, mas os dois arcos de material revelados agora equivalem a um arroto após uma grande refeição, afirma a equipe responsável pelo estudo.
O buraco negro no centro da NGC 5195 provavelmente se "empanturrou" de gás emitido pela interação dessa pequena galáxia com sua irmã maior, a galáxia espiral NGC 5194. À medida que essa matéria foi caindo no buraco negro, enormes porções de energia teriam sido lançadas - causando as explosões.

 Imagem aproximada mostra o fenômeno ocorrendo na galáxia NGC 5195  (Foto: Nasa)
Imagem aproximada mostra o fenômeno ocorrendo na galáxia NGC 5195 (Foto: Nasa)

Eric Schlegel, da Universidade do Texas em San Antonio (EUA), liderou o estudo e explicou que a observação crucial para identificação do fenômeno foi o gás mais frio de hidrogênio sendo empurrado pelas ondas quentes de raios-X.
Um brilho vermelho, que indica a presença de hidrogênio, foi visto em uma faixa estreita bem à frente da onda mais periférica, em imagens de um telescópio do observatório de Kitt Peak, no Arizona (EUA).
"Se não fosse por essa imagem do hidrogênio, eu teria duvidado (do fenômeno)", disse Schlegel à BBC. "Eu teria dito: talvez seja massa entrando ou saindo."
Mas a mancha de hidrogênio, espalhada em uma forma fina que acompanha o arco de gás quente visto nas imagens de raio-X do telescópio Chandra, caracteriza o fenômeno mais como "arroto" do que um "gole".
Na verdade, trata-se de uma onda de choque cósmica de um "arroto" bem velho. A equipe calcula que a onda mais interna de gás quente provavelmente levou 3 milhões de anos para atingir sua posição atual - a onda mais externa teria demorado o dobro de tempo.
"Acreditamos que esses arcos representam fósseis de duas enormes explosões registradas quando o buraco negro expeliu material para a galáxia", disse Christine Jones, co-autora da pesquisa e pesquisadora do centro Harvard-Smithsonian.
"Essa atividade provavelmente teve um grande efeito na paisagem galáctica", afirmou.
Se super buracos negros centralizados como esse normalmente expelem gás dessa maneira, isso pode explicar a razão pela qual galáxias elípticas como a NGC 5195 tendem a não ter muita atividade de formação de estrelas, disse Schlegel.
Enquanto isso, a explosão também atrai para a NGC 5195 (também conhecida como Messier 51b) a atenção que normalmente perderia para a enorme NGC 5194, a Whirpool ou Messier 51a, com a qual está colidindo de forma gradual.
"Ela (Whirlpool) ganha toda a atenção", diz Schlegel. "A pobre companheira recebe muito pouco - mais acho que isso irá mudar."

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/telescopio-da-nasa-registra-buraco-negro-arrotando-gas.html

Por que a Nasa quer levar batatas para Marte

Em parceria com centro de estudos peruano, agência espacial americana quer saber se é possível cultivar tubérculo no planeta vermelho.

Para pesquisadores, batatas poderiam alimentar uma futura colônia humana em Marte  (Foto: CIP/BBC)
Para pesquisadores, batatas poderiam alimentar uma futura colônia humana em Marte (Foto: CIP/BBC)

Pouco sabemos sobre os detalhes da viagem que, em algum momento do futuro, levará o primeiro explorador humano a Marte. Porém, é bem possível que a batata peruana figure na dieta desse astronauta pioneiro.
A Nasa (agência especial americana), em conjunto com o Centro Internacional da Batata (CIP, na sigla em espanhol), com sede no Peru, está fazendo experimentos para descobrir como se desenvolveriam os tubérculos peruanos em solo marciano.
Para isso, deram início a um cultivo experimental de batata em condições que simulam as do planeta vermelho.
Segundo as instituições, na Terra há poucos lugares para o teste melhores que o deserto de Pampas de la Joya, no Peru, na fronteira com o Chile.
"São solos vulcânicos que não contêm nenhuma forma de vida, assim como em Marte", afirmou à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, Joel Ranck, chefe de comunicações do CIP.
Dieta para todos
Além das paisagens "marcianas", há outro motivo que torna o Peru o local ideal para fazer experimentos com batatas.
"Aqui temos 4,5 mil variedades de batata. Por isso, o Peru é um lugar muito bom para descobrir qual delas melhor se ajustaria às condições de Marte", afirma o porta-voz da CIP, instituição que faz parte de uma rede internacional de centros de investigação agrícola.
Na primeira fase do experimento, Julio Valdivia, um cientista peruano afiliado à Nasa, colherá amostras do solo desértico e entregará aos laboratórios da CIP, onde até nove tipos de batata serão testados nessas condições severas.
A partir daí, será usada uma tecnologia desenvolvida pela Nasa para replicar também as condições atmosféricas de Marte, e ver que efeitos elas teriam sobre as plantas.
A ideia é deixar os astronautas com uma boa ideia do quão viável seria a colonização agrícola do planeta com esse tipo de cultivo.

Laboratórios da CIP têm amostras de mais de 4 mil tipos de batata  (Foto: CIP/BBC)
Laboratórios da CIP têm amostras de mais de 4 mil tipos de batata (Foto: CIP/BBC)

Hollywood
Trata-se de uma ideia que, de alguma maneira, está na moda graças a Hollywood.
É exatamente isso que faz o personagem de Matt Damon, um astronauta abandonado no planeta vermelho, no recente filme Perdido em Marte.
Para sobreviver nos meses que antecedem a chegada de uma missão de resgate, ele semeia o tubérculo em solo marciano, e assim consegue se alimentar.
"As batatas são uma excelente fonte de vitamina C, ferro e zinco", lembra Ranck.
"Não acreditamos que ninguém deva depender exclusivamente de um só alimento, mas a batata é muito nutritiva. Uma só, fervida, entrega a vitamina C que um adulto precisa para um dia", explica.
Segundo ele, não há dúvidas de que a batata seria uma parte importante da dieta variada e balanceada da qual necessitariam os astronautas para levar adiante suas tarefas a 225 milhões de quilômetros da Terra.
Batata congelada
Uma das variáveis que preocupam os pesquisadores é que as batatas comecem a germinar antes do tempo.
"Estimamos que a viagem a Marte leve nove meses", conta o porta-voz da CIP.
E como já sabe qualquer um que tenha armazenado batatas em casa, depois de um tempo os tubérculos começam a germinar. Por isso, a ideia seria congelá-las durante a travessia espacial.
Os experimentos que buscam responder a essas questões serão realizados na sede da CIP, em Lima, e em outras localidades, incluindo o deserto.
Eventualmente também se integrarão ao time de pesquisadores especialistas e estudantes de universidades de vários países, que ajudariam a reunir os dados necessários para o estudo.
O conhecimento a ser obtido, aliás, não se limitará à aplicação em viagens interplanetárias.
"A batata é o terceiro cultivo mais importante do mundo, e é parte da dieta de quase todas as culturas humanas", explica Ranck.
Com o aquecimento global e a desertificação, fica cada vez mais importante encontrar variedades mais resistentes a condições de seca, lembra.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/por-que-a-nasa-quer-levar-batatas-para-marte.html

Novo método promete facilitar busca por vida extraterrestre

Medição mais precisa da gravidade de estrelas distantes pode ajudar a definir massa e dimensão de planetas semelhantes à Terra.

Em ilustração, telescópio Kepler, da Nasa, que forneceu dados usados por pesquisadores na análise de gravidade de estrelas remotas. (Foto: Nasa Ames/JPL-Caltech/T Pyle)
Em ilustração, telescópio Kepler, da Nasa, que forneceu dados usados por pesquisadores na análise de gravidade de estrelas remotas. (Foto: Nasa Ames/JPL-Caltech/T Pyle)

Astrônomos dizem ter encontrado uma maneira de estudar estrelas distantes que pode ajudar a localizar planetas que poderiam abrigar formas de vida.
O método, descrito em artigo na revista especializada Science Advances, permite analisar até as estrelas mais remotas.
Por meio do estudo de variações no brilho das estrelas, dizem os autores, é possível fazer medições mais precisas da gravidade na superfície desses corpos celestes. Isso irá auxiliar na determinação da massa e do tamanho das estrelas - e de qualquer planeta que esteja ao redor delas.
"Nossa técnica pode revelar o tamanho e o brilho de uma estrela, e se um planeta próximo possui a dimensão e a temperatura para ter oceanos líquidos, e provavelmente vida", afirmou Jaymie Matthews, da Universidade de British Columbia, no Canadá.
Gravidade de superfície é a intensidade da força que puxa tudo na superfície de uma estrela ou de um corpo celeste para o centro.
Essa medida é normalmente calculada medindo a luz ou o brilho de uma estrela - mas essa técnica funciona bem apenas para as estrelas mais próximas e brilhantes.
Pesquisadores usaram dados do telescópio Kepler, que integra missão de busca por vida fora da Terra
Usando dados do telescópio Kepler, da Nasa (agência especial americana), uma equipe liderada por Thomas Kallinger, da Universidade de Viena, mostrou que variações no brilho de estrelas distantes podem revelar informações sobre sua gravidade.
A duração de eventos como turbulências e vibrações na superfície de uma estrela, baseada em suas variações de brilho, fornecem dados sobre sua gravidade, concluíram os pesquisadores.
Missões espaciais no futuro deverão buscar planetas no entorno de estrelas distantes que possam abrigar água líquida e, talvez, vida.
Segundo Kallinger, o novo método poderá ser usado para analisar informações colhidas por essas missões, para ajudar a entender a natureza de estrelas como o Sol e localizar planetas semelhantes à Terra.
Alarme falso
Como a gravidade depende da massa e da dimensão da estrela, a técnica tambem deverá ajudar astrônomos a estimar esses valores para estrelas remotas - e qualquer planeta nas imediações.
"Se você não conhece a estrela, você não conhece o planeta", disse Matthews.
"O tamanho de um exoplaneta (planeta que orbita outra estrela além do Sol) é medido a partir do tamanho de sua estrela-mãe. Se você encontrar um planeta em torno de uma estrela que você imagina ser do tamanho do Sol mas é, na verdade, uma gigante, você pode ter se iludido ao pensar ter localizado um planeta com condições de vida."

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/novo-metodo-promete-facilitar-busca-por-vida-extraterrestre.html

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

 
Desejo a todos vocês um feliz ano novo, cheio de saúde,paz,amor e muita astronomia...
E que esse ano de 2016 venham novas descobertas sobre o nosso universo!!