A anatomia de um asteroide. É o que o trabalho de 12 anos do Observatório Espacial do Sul (ESO) foi capaz de revelar. A imagem ilustra as diferentes densidades encontradas na estrutura de Itokawa, um asteroide com órbita que cruza a do planeta Marte. Os cientistas descobriram que ele possui dos tipos de superfície. Uma mais lisa, formada por areia e pedras menores. E outra mais irregular, com relevo acidentado e rochas sólidas. A descoberta pode ajudar os cientistas a prever o impacto de colisões com asteroides |
Astrônomos no Chile obtiveram as primeiras evidências sobre a variada estrutura interna de um asteroide, um feito que ajudará a compreender os corpos rochosos do sistema solar e reduzir o risco de colisões com a Terra, informou nesta quarta-feira o Observatório Europeu Austral (ESO).
Mediante imagens do asteroide Itokawa, obtidas entre 2001 e 2013 pelo telescópio NTT (New Technology Telescope) do ESO, localizado no norte do Chile, uma equipe de astrônomos de Reino Unido, Estados Unidos e Espanha descobriu que o asteroide, que tem o curioso formato de um amendoim, é composto de duas partes com densidades diferentes.
"É a primeira vez que fomos capazes de determinar como é o interior de um asteroide", explicou Sthepen Lowry, astrônomo da Universidade de Kent, no Reino Unido, e membro da equipe.
Até agora, as propriedades do interior dos asteroides só podiam ser inferidas usando medições de densidade total.
Esta rara visão das entranhas do Itokawa gerou muita especulação quanto à sua formação. Uma possibilidade que os astrônomos contemplam é que tenha se formado a partir de dois componentes de um asteroide duplo, depois que eles se chocaram e se fundiram.
"Podemos ver que Itokawa tem uma estrutura interna muito variada. Esta descoberta supõe un avanço muito importante na nossa compreensão dos corpos rochosos do sistema solar", acrescentou Lowry em um comunicado.
Conhecer o interior dos asteroides também pode lançar uma luz sobre o que acontece quando estes corpos se chocam com o Sistema Solar, e fornecer pistas sobre como os planetas se formam.
Além disso, segundo Lowry, o estudo "poderia ajudar nos trabalhos que se desenvolvem para reduzir o risco de colisão de asteroides com a Terra ou nos planos de futuras viagens para estes corpos rochosos".
O telescópio NTT está instalado no Observatório La Silla, situado na cidade de La Serena, 500 km ao norte de Santiago, um dos três que a ESO controla no norte do Chile, uma região privilegiada para a atividade astronômica pela baixa umidade e os céus límpidos.
A ESO é a principal organização astronômica intergovernamental da Europa. Conta com o apoio de 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia e Suíça.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/afp/2014/02/05/astronomos-no-chile-obtem-primeiras-evidencias-do-interior-dos-asteroides.htm
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