quarta-feira, 13 de junho de 2012

Telescópio pequeno descobre dois planetas fora do Sistema Solar

Kelt-1b está situado na constelação de Andrômeda e Kelt-2ab, na de Auriga.
Aparelho americano vê milhões de estrelas de uma vez e custa R$ 155 mil.


Com lentes semelhantes às de uma câmera fotográfica, um telescópio “extremamente pequeno”, localizado no estado americano do Arizona, acaba de revelar a existência de dois planetas “estranhos” e distantes do Sistema Solar.
Os cientistas Thomas Beatty, da Universidade de Ohio, e Robert Siverd, da Universidade Vanderbilt, ambas nos EUA, relataram a descoberta nesta quarta-feira (13) à Sociedade Americana de Astronomia, em entrevista coletiva na cidade de Anchorage, no Alasca.
Um dos corpos (na foto abaixo, à direita) é uma bola superdensa e quente, feita de hidrogênio metálico e ósmio, o metal mais pesado que se conhece na natureza, encontrado na platina e de cor cinza ou azulada. O planeta foi chamado de Kelt-1b e está situado na constelação de Andrômeda, vizinha da nossa Via Láctea e duas vezes maior que ela.
Planeta Kelt-1b (Foto: Julie Turner/Vanderbilt University/Divulgação)
Planeta Kelt-1b aparece à direita da foto, mais avermelhado, com sua estrela brilhante à esquerda. O planeta fica tão próximo do astro que completa uma órbita em 30h (Foto: Julie Turner/Vanderbilt University/Divulgação)

O Kelt-1b fica tão próximo de sua estrela, que completa uma órbita ao redor dela em 30 horas. Além disso, ele recebe cerca de seis mil vezes mais radiação que a Terra do Sol. Sua temperatura na superfície gira em torno dos 2.200° C. Comparativamente, Mercúrio orbita o Sol uma vez a cada 68 dias, e sua maior temperatura na superfície chega a 425° C.
O novo planeta e sua estrela fazem uma espécie de “dança cósmica” que se assemelha à da Terra com a Lua, embora haja uma exceção: a Lua está “presa” à Terra, por isso vemos sempre a mesma face dela. Em alguns bilhões de anos, essa estrela deve se expandir e engolir o Kelt-1b inteiro.
No passado, o corpo celeste recém-descoberto pode ter sido empurrado por uma estrela companheira que está hoje orbitando esse sistema solar. Os pesquisadores acreditam que o planeta, mais parecido com uma anã marrom, seja capaz de mudar a atual concepção de como os sistemas solares evoluem.
Menos de 1% dos exoplanetas ou planetas extrassolares – fora do Sistema Solar – já descobertos são extremamente grandes e, ao mesmo tempo, muito próximos de suas estrelas hospedeiras.
Telescópio (Foto: KELT North Photos/Divulgação)
Telescópio pequeno descobriu dois planetas fora do Sistema Solar (Foto: KELT North Photos/Divulgação)

Nenhum comentário:

Postar um comentário