Uma das rochas mais antigas de Marte contém amostras de barro formado em água não-ácida, um ambiente potencialmente adequado para que a química da vida primitiva se desenvolva, anunciou a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana).
Após analisar a rocha Esperance 6, localizada na cratera Endeavour, o Opportunity, veículo movido a energia solar que explora o planeta vermelho desde janeiro 2004, indicou que a água capaz de sustentar vida fluiu com abundância em Marte através de algum tipo de fissura, deixando para trás uma concentração muito alta de minerais de argila.
"Esta é uma evidência de que a água interagiu com esta rocha e mudou sua química, alterando sua mineralogia de forma dramática", afirmou Steve Squyres, pesquisador da Universidade Cornell e principal cientista dessa missão. "O que é interessante nessa descoberta é que aponta para um pH neutro em um momento muito cedo na história marciana."
Segundo o pesquisador, a análise revela traços de um tipo de água potável que data do primeiro bilhão de anos da história de Marte, quando rochas de argila estavam se formando com um pH mais neutro, antes que as condições se tornassem mais severas e a água ficasse mais ácida.
"O que temos aqui é uma química muito diferente. Essa é uma água que podemos beber," disse. "Essa é a prova mais forte de água de pH neutro que foi encontrada pelo Opportunity."
O Opportunity já tinha encontrado, junto com a sonda Spirit, que parou de funcionar há cerca de três anos, evidências sobre ambientes aquosos no passado primitivo de Marte, mas as rochas estavam modificadas por água altamente ácida. Embora existam micróbios na Terra que "gostam" de acidez, os cientistas explicam que os blocos químicos de construção de vida precisam de condições mais neutras para evoluir. Por isso, Squyres descreveu a pesquisa como "uma das mais importantes" da missão.
Além disso, o Curiosity, que está em Marte desde agosto de 2012, encontrou vestígios de que pode ter existido vida microbiana fora da Terra. O jipe-robô da Nasa identificou alguns dos ingredientes químicos essenciais para a vida, como enxofre, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, fósforo e carbono, nas amostras de pó coletadas na rocha John Klein, na Cratera Gale, no primeiro trimestre de 2013.
As análises do Curiosity comprovaram, mais tarde, que esses minerais de argila surgiram do hidrogênio que havia debaixo do solo, deixando em evidência que um lençol d'água correu por debaixo do planeta vermelho.
Nos primeiros 40 dias de sua missão, o robô fotografou mais de 500 pedras parecidas aos seixos encontrados nos leitos de rios da Terra. Segundo a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), a superfície redonda e lisa dos pedregulhos foi formada como se tivessem "viajado longas distâncias pelo leito de um antigo rio".
Foram necessárias sete tentativas até que os cientistas conseguissem posicionar o robô adequadamente para arranhar a superfície da rocha e observar o que havia embaixo dela. Ao contrário do Curiosity, que pousou no lado oposto de Marte em agosto do ano passado, o Opportunity não tem nenhuma broca nem laboratório químico a bordo para obter e analisar amostras.
Ele usou seus instrumentos - ferramenta de abrasão, espectrômetro de partículas alfa e raios-X e um gravador de imagens microscópicas – para pesquisar a mineralogia básica da rocha e enviar detalhes para os cientistas.
Agora, o Opportunity está se encaminhando para o sul do planeta, ao longo da borda da cratera Endeavour, em direção à uma pilha de rochas que poderão dar mais pistas sobre a transição de um mundo quente e úmido para o deserto frio, seco e ácido que existe atualmente em Marte. A Nasa espera que ele chegue no novo alvo até 1º de agosto. (Com agências de notícias)
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/06/10/sonda-da-nasa-encontra-indicios-de-agua-potavel-em-rocha-de-marte.htm
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