terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Voluntário sofre "queda em Marte" durante voo simulado

Dois voluntários da simulação de voo a Marte realizaram, nesta terça-feira, a terceira e última caminhada sobre a "superfície" do planeta vermelho, apesar de um deles ter sofrido uma lesão.
Às 6h59 do horário de Brasília, o cosmonauta russo Alexandr Smoléyevski e o ítalo-colombiano Diego Urbina abriram as escotilhas da cápsula e saíram ao módulo que simula a superfície do quarto planeta do sistema solar, informou a agência de notícias russa Itar-Tass.
Logo após pisar no "solo marciano", recriado nas instalações do IPBM (Instituto de Problemas Biomédicos) da Academia de Ciências da Rússia, em Moscou, a dupla cumprimentou em russo e inglês os habitantes da Terra e começaram com as tarefas previstas.
Smoléyevski e Urbina, que já realizaram juntos a primeira caminhada no último dia 14, tiveram que desprender dois pedaços de rocha com a ajuda de uma picadeira e uma broca, entre outras tarefas.
De volta ao módulo que simula a cápsula, o ítalo-colombiano fingiu tropeçar em uma pedra, caiu de costas e sofreu uma lesão.
Seu companheiro acudiu o colega imediatamente, ajudou-o a se levantar e a recolher a bolsa com as mostras de rocha e lhe acompanhou ao simulador da cápsula.
Ali esperaram pelo terceiro voluntário que pisou na "superfície" marciana, o chinês Wang Yue, que participou junto de Smoléyevski da caminhada anterior, realizada na última sexta-feira.
Da mesma forma que nas duas saídas anteriores, nesta caminhada, que durou cerca de 45 minutos, os voluntários vestiram escafandros russos Orlan-M, especialmente modificados para o experimento.
QUARENTENA
O trio retornará na quarta-feira à "órbita marciana" a bordo do módulo, que 24 horas mais tarde vai se acoplar de novo à "nave espacial".
No entanto, eles devem passar por uma quarentena de três dias antes de abrirem as escotilhas e terem acesso ao interior do laboratório que simula a nave.
No laboratório serão recebidos pelos outros três participantes do experimento Marte-500, os russos Alexéi Sitev e Sujrob Kamólov e o francês Romain Charles, que permaneceram na "órbita marciana", na qual ingressaram no último dia 1º.
O experimento, que começou em junho de 2010, serve para estudar a compatibilidade psicológica e a tolerância dos membros de uma tripulação durante um voo no espaço.
Seus participantes compartilharão, durante um total de quase um ano e meio, os 550 metros cúbicos que somam os quatro módulos cilíndricos que compõem o simulador, situado em IPBM.
Os cosmonautas permanecerão isolados do mundo exatamente pelo tempo que leva o voo de ida e volta a Marte, 490 dias, mais outros 30 de estadia simulada no planeta vermelho.
A ESA (Agência Espacial Europeia) e a russa Roscosmos lançaram em 2004 o ambicioso projeto, ao qual se uniu posteriormente China, e que conta com a colaboração de países como os Estados Unidos e Espanha.
Em novembro de 2007 foi realizado um primeiro experimento preparatório no qual seis voluntários russos permaneceram isolados do exterior durante duas semanas. Em julho de 2010, organizou-se uma simulação de voo ao planeta vermelho de 105 dias.

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