O Brasil decidiu deixar a ACS, binacional espacial Brasil-Ucrânia, respirando por aparelhos.
A estratégia da AEB (Agência Espacial Brasileira) é não deixar a empresa morrer, mas não injetar os R$ 50 milhões que o Brasil previa para a capitalização da empresa neste ano enquanto os ucranianos não derem sua contrapartida financeira.
"Não podemos fazer uma administração temerária, na qual só um parceiro põe dinheiro", diz o presidente da AEB, Marco Antonio Raupp.
O programa para explorar o mercado de lançamentos comerciais de satélite usando a base brasileira de Alcântara e o foguete ucraniano Cyclone-4 vem sendo desidratado pelo governo.
O Ministério da Ciência e Tecnologia não considera a ACS (Alcântara Cyclone Space) fundamental para o programa espacial, que precisa bancar ainda os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e os foguetes da Aeronáutica. Quer que a Ucrânia aumente sua contribuição para o capital da empresa.
A ACS tinha como objetivo lançar um Cyclone-4 de Alcântara em dezembro de 2012. Para isso, precisaria de mais R$ 300 milhões do Brasil e R$ 450 milhões da Ucrânia. O Brasil já pôs no capital da empresa R$ 218 milhões, e a Ucrânia, R$ 98 milhões.
"Não somos contra o projeto. Vamos fazer de tudo para viabilizá-lo. Mas houve a decisão de não fomentar desequilíbrios", disse Raupp.
Segundo ele, a Ucrânia havia prometido sua contrapartida na ACS em junho, mas adiou para setembro.
A decisão de deixar a ACS de molho pôs o governo numa saia justa com o PSB, partido aliado cujo vice-presidente, Roberto Amaral, capitaneou o acordo com a Ucrânia quando ocupava o Ministério da Ciência e Tecnologia e até este ano dirigia a parte brasileira da ACS.
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