Inicialmente, era uma discussão para especialistas. Alguns anos atrás, a
imprensa começou a abordar o assunto. A polêmica cresceu. Neste ano,
porém, com a divulgação de um amplo relatório do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o debate está quase
totalmente superado por uma certeza: a ação do homem sobre o meio
ambiente está esquentando o planeta. Há mais: se esse processo não for
revertido, as consequências podem ser dramáticas para as próximas
gerações.
Num passado mais distante, a idéia de que a espécie humana pudesse
alterar algo tão complexo como o clima era considerada apenas uma
possibilidade. Os cientistas já sabiam havia algumas décadas que, desde a
Revolução Industrial, no século XVIII, com o início do uso de
combustíveis fósseis - como o petróleo - e com a mudança no emprego da
terra - com o desmatamento e a decomposição de matéria orgânica em
aterros, depósitos de lixo e arrozais -, se passou a liberar uma imensa
quantidade de gases que aprisionam calor na atmosfera. Há tempos eles
vinham alertando para o fato, mas sempre se mostraram cautelosos quanto
às conseqüências. A situação agora é outra.
RELATÓRIO EM TRÊS PARTES
O
relatório do IPCC de 2007, que é o quarto, foi dividido em três partes.
Em fevereiro divulgou-se em Paris a primeira parte, contendo os
resultados mais recentes das pesquisas sobre o aquecimento global. Os
cerca de 2,5 mil especialistas mobilizados pela ONU para estudar o clima
concluíram que, no século XX, a temperaturado planeta subiu 0,7 grau
Celsius. Desde 1750, houve um aumento de 35% na quantidade de dióxido de
carbono na atmosfera.
O documento do IPCC dá como "inequívoco" o aquecimento do sistema
climático mundial, e afirma que esse aumento não pode ser atribuído
somente às alterações naturais do ambiente. Algumas conseqüências do
aquecimento global já podem ser observadas. As neves eternas no topo de
montanhas como o Kilimanjaro, na África, estão desaparecendo. Enormes
icebergs desprendem-se da Antártica e, no Ártico, o degelo aumenta a
cada ano, enquanto no Canadá lagos e rios demoram para congelar no
inverno. Ciclones tropicais aparecem com mais freqüência e com mais
força.
O ano de 2005 foi mais quente desde que os registros
começaram a ser feitos, batendo o recorde de 1998, segundo a Nasa. E
2007 pode ser ainda mais quente. No mundo todo, as pessoas se perguntam:
o que está acontecendo com o clima? Segundo o relatório, mesmo que a
concentração dos gases que provocam o efeito estufa fosse mantida nos
mesmos níveis de 2000 - o que é difícil, considerando o crescimento da
economia mundial -, seria de esperar um aumento de0,1 ºC por década. A
tendência é que mais 0,4 ºC seja acrescido na temperatura média do
planeta nos próximos 20 anos .
Para fazer uma previsão do futuro, os cientistas apresentam seis
possibilidades: no melhor dos casos, até 2100 haveria um aumento entre
1,1 ºC e 2,9 ºC na temperatura do planeta. A pior situação prevê um
aumento entre 2,4 ºC e 6,4 ºC. O aumento do nível dos oceanos seria
entre 18 e 38 centímetros, na melhor das hipóteses, e entre 26 e 59
centímetros, na pior
CÉTICOS: A CORRENTE CRÍTICAA divulgação do relatório explicitou uma ameaça real sobre o planeta e causou certo pânico.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_262600.shtml
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