O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) afirmou em nota que a entrada do Brasil no ESO ((Observatório Europeu do Sul) foi reavaliado por causa de "ajustes orçamentários" e que a tramitação ainda depende de aprovação do Congresso. O governo afirma, no entanto, que deseja que o Brasil participe do ESO.
Em entrevista à Folha, o diretor-geral do ESO, Tim de Zeeuw, disse que a construção do maior e mais avançado telescópio espacial do mundo está atrasada por causa do Brasil.
O acordo para a convenção que estabelece a Organização Europeia para a Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral foi assinado pelo ex-ministro Sérgio Rezende, em 29 de dezembro de 2010.
Isso aconteceu poucos dias antes de Rezende deixar o ministério para a entrada de Aloizio Mercadante.
"O MCTI acatou o desejo de parte da comunidade científica brasileira de participar de todo o programa do ESO, incluindo o E-ELT".
O problema é que o ministério não deu continuidade às tramitações do acordo internacional no governo por causa de "ajustes orçamentários realizados pelo governo em 2011 e do atual cenário econômico internacional".
Em 2011, o MCTI perdeu 23% do seu orçamento, em comparação ao ano anterior.
"O projeto foi reavaliado e está em fase final de conclusão para ser enviado ao Congresso Nacional", diz a nota.
O MCTI ressalta que a entrada do Brasil no consórcio deverá custar cerca de € 250 milhões, "um volume elevado de investimentos para o orçamento e as demandas de ciência e tecnologia".
O ESO afirma que esse valor corresponde à entrada do país no programa e à manutenção da "anuidade" pela participação do Brasil. Isso seria pago em dez anos.
O ministério afirmou ainda que deseja que o Brasil "participe de todo o programa da ESO e dedicará todos os esforços para isso".
À Folha, a assessoria de imprensa da pasta disse que o ministério está aberto para conversar com a diretoria do ESO sobre as tramitações.
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