A Roscosmos (agência espacial russa) afirmou nesta terça-feira que a radiação cósmica é a causa mais provável para explicar a falha da sonda Fobos-Grunt e sugeriu que componentes de baixa qualidade que foram importados para a fabricação do equipamento eram mais vulneráveis.
O plano original era chegar até as imediações de Marte, pousar em Fobos --a maior lua do planeta vermelho-- e voltar à Terra com amostras de sua superfície.
A sonda partiu em novembro de 2010, mas não chegou nem perto do seu objetivo: ficou parada na órbita terrestre.
Dois meses depois, fragmentos do que sobraram da nave caíram no oceano Pacífico.
Em seus primeiros comentários, o diretor-geral da Roscosmos, Vladimir Popvkin, indicou que a falha em lançar a sonda poderia ter sido causada por sabotagem estrangeira.
No pronunciamento atual, Popvkin disse que duas unidades do sistema computadorizado da sonda foram danificadas pela radiação, entrando no modo de economia de energia e no de "restart" (reinício). Ainda não se sabe como isso ocorreu.
Popvkin não citou a marca dos chips que seriam de baixa qualidade.
O programa espacial russo tem sofrido uma série de erros nos últimos meses. Em agosto do ano passado, uma nave não tripulada, abastecida com material que seria enviado à ISS (Estação Espacial Internacional), caiu.
O projeto da Fobos consumiu US$ 163 milhões após mais de uma década sem lançamentos interplanetários da Rússia. A última sonda russa, de 1996, também foi destinada a Marte e fracassou.
Uma fonte da Roscosmos adiantou que o lançamento programado para 30 de março da nave tripulada Soyuz TMA-04M, com destino à ISS, pode ser adiado para o final de abril ou início de maio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário