O diretor Alexei Krasnov, da agência espacial russa, a Roscosmos, informou às agências de notícias do país que, após o fracasso do voo do cargueiro Progress, o próximo lançamento será no fim de outubro ou no começo de novembro, "e não antes".
O voo tripulado estava previsto para levar à ISS os russos Anton Chkaplerov e Anatoli Ivanichin, além do americano Dan Burbank.
Os três deviam substituir os cosmonautas Andrei Borisenko e Alexandre Samokutiaiev, bem como o astronauta americano Ronald Garan, que terão de adiar o retorno à Terra --previsto inicialmente para 8 de setembro-- em cerca de oito dias, segundo uma estimativa inicial.
PERDIDA
A nave de carga Progress M12-M, que levava várias toneladas de equipamentos e alimentos para a ISS, caiu 325 segundos após deixar o cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
O foguete Soyuz-FG, que deve levar os cosmonautas ao espaço, possui o mesmo motor do foguete Soyuz-U --o mesmo que não conseguiu colocar em órbita o cargueiro Progress acidentado.
Um encarregado do setor espacial russo informou que novos lançamentos de foguetes Soyuz estão suspensos até que as causas do acidente sejam estabelecidas.
ISS VAZIA?
Depois de os Estados Unidos terem encerrado seu programa de ônibus espaciais, a Rússia é o único país encarregado dos voos tripulados rumo à ISS.
"Se, por alguma razão, fracassarmos em enviar o novo equipamento até o fim de novembro, devemos estudar todas as opções possíveis, incluindo a de deixar a estação sem tripulantes", disse Krasnov. A decisão seria inédita para a ISS desde o ano 2000.
"Sempre há uma forma de pilotagem. A estação pode funcionar sozinha, pois é automatizada, mas a ausência de tripulação a bordo não é uma variável desejável", declarou à rádio Echo de Moscou o especialista espacial russo Yuri Karach.
ATERRISSAGEM
Tanto a Roscosmos e quanto a Nasa (agência espacial dos EUA) estão preocupadas com os riscos envolvidos na aterrissagem durante o inverno das estepes cazaques, em que predomina a noite.
As duas agências espaciais garantem que a segurança da população está assegurada e que não faltarão nem provisões e nem oxigênio caso a missão se prolongue.
Para a Rússia, a perda do cargueiro Progress foi um grave revés, na medida em que os incidentes têm aumentado nos últimos meses.
O Progress M12-M acidentado é o quarto fracasso em lançamentos de satélites ou cápsulas espaciais da Rússia desde dezembro passado.
Trata-se também do primeiro problema ocorrido com um Progress desde que a nave começou a ser empregada, em 1978, ainda na época da União Soviética, informou o especialista russo Igor Lissov.
A falha recente acontece no momento em que a Rússia ocupa um lugar de primeira importância na conquista do espaço. Depois do lançamento do último ônibus espacial americano, a Nasa depende cada vez mais das naves russas para transportar astronautas para a ISS até que uma nova nave americana esteja pronta para realizar missões, talvez em 2015.
Decisão russa de deixar a ISS sem tripulantes seria inédita; lançamento do voo tripulado para estação já foi adiado |
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