As imagens foram feitas pela sonda robótica Dawn, que iniciou há duas semanas uma observação de um ano de Vesta, segundo maior objeto no cinturão de asteroides que fica entre Marte e Júpiter.
"Essas fotos já foram uma grande revelação para a equipe sobre como é a superfície (de Vesta). Não imaginávamos os detalhes que estamos vendo", comentou o cientista-chefe da Dawn, Chris Russell, a jornalistas.
Com uma área equivalente ao dobro da Califórnia, o asteroide é notavelmente diversificado, com canais na sua zona equatorial, pontos luminosos, poços escuros e crateras repletas de inexplicáveis listras brancas e pretas.
Com tamanho equivalente ao dobro da Califórnia, a superfície do asteroide é notavelmente diversificado Os cientistas acreditam que o Vesta surgiu a partir de um amontoado de gases e poeira que restaram depois da formação do Sol, há cerca de 4,65 bilhões de anos. Ele teria aparecido apenas cerca de 5 milhões de anos depois da explosão do Sol, o que dotaria o asteroide de materiais radiativos. O calor adicional teria feito o Vesta derreter, formando afinal um núcleo de ferro e uma crosta externa de lava. Isso pode explicar as muitas características diferentes reveladas nas primeiras fotos. "Nunca vi nada assim", disse Russell, que trabalha na Universidade da Califórnia em Los Angeles. "É realmente um mundinho bonito e excitante lá no meio do cinturão de asteroides. Não é um corpo uniforme. Coisas diferentes estavam acontecendo em regiões diferentes da superfície. Isso indica para mim que o interior estava muito ativo. Vamos aprender muito com esse corpo." A sonda Dawn vai passar cerca de um ano em torno do Vesta, entrando e saindo de órbita graças a um inovador sistema de propulsão de íons. Marc Rayman, engenheiro-chefe do Jet (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia), disse que ouviu falar dessa tecnologia pela primeira vez num episódio de "Jornada nas Estrelas." Em vez de usarem foguetes impulsionados por reações químicas, os motores da Dawn trabalham com a ejeção de íons eletricamente carregados do gás xenônio num campo elétrico, o que acelera as partículas a até 142,4 mil quilômetros por hora. A força do gás expelido faz a sonda se mover na direção contrária. Esse movimento, com pressão semelhante ao peso de uma folha de papel sobre a palma da mão, seria inútil na Terra. Mas, no espaço, sem atrito nem gravidade, o impulso vai se acumulando. O sistema de propulsão de íons permitirá que a Dawn deixe a órbita do Vesta após um ano de estudo, rumando para o seu segundo destino, o planeta-anão Ceres, maior objeto no cinturão de asteroides. |
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