A parceria, firmada em dezembro do ano passado pelo então ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, ainda precisa de aprovação do Congresso Nacional.
Contudo, desde aquela data o ESO já concedeu status de membro ao Brasil, abrindo a possibilidade aos pesquisadores do país de apresentarem propostas para o uso dos telescópios da organização, instalados no Chile.
Os resultados da primeira tomada de tempo foram positivos. Cerca de 30% do tempo pedido em pesquisas lideradas por brasileiros foi concedido, média apenas ligeiramente inferior à dos países europeus participantes do consórcio (32%).
Das três propostas grandes (que envolvem vários anos de observação) aprovadas, uma foi brasileira (uma pesquisa por busca de planetas fora do Sistema Solar em estrelas gêmeas do Sol, que levará quatro anos para terminar).
"Bastante impressionante para uma primeira rodada", comentou Bruno Leibundgut, astrônomo que trabalha na organização internacional.
"Temos de contrastar esses números com o fato de que foi a primeira vez que pedimos e de que temos pouca experiência com os instrumentos", destaca Beatriz Barbuy, astrônoma do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP) e uma das maiores defensoras da entrada do Brasil no ESO.
"Logo depois da assinatura do acordo, houve pouco tempo para a elaboração de propostas. Esperamos que mais gente solicite nas próximas rodadas", diz Barbuy.
Os pedidos de tempo são feitos semestralmente por pesquisadores de todas as nações envolvidas no consórcio e avaliados pelo mérito. Nenhum país participante tem o uso dos equipamentos assegurado, e havia temores de que os brasileiros não conseguiriam competir de igual para igual com os europeus.
A reunião anual da SAB, que vai até quinta-feira, contará com diversos palestrantes do ESO. A ideia é que eles ajudem os brasileiros a se familiarizar com os telescópios.
Vista aérea do sistema de telescópios VlT, que pertencem ao ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile |
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