domingo, 29 de dezembro de 2013

Veja os satélites que 'morreram' ou falharam em 2013

Confira quais foram as descobertas que fizeram no espaço.
Cbers-3, parceria entre Brasil e China, foi o último deles a falhar.

Em 2013, pelo menos nove missões científicas espaciais deram adeus a seus satélites e sondas. Entre os motivos, estão falha mecânica, fim do combustível, perda de comunicação e falha no lançamento, o que ocorreu em dezembro com o Cbers-3, uma parceria entre o Brasil e China. Relembre os satélites e sondas que terminaram suas missões em 2013:

Herschel

Telescópio espacial Herschel é um exemplo de instrumento que precisa de suprimento constante de energia. (Foto: C. Carreau / ESA)
Telescópio espacial Herschel é um exemplo de
instrumento que precisa de suprimento constante
de energia. (Foto: C. Carreau / ESA)

Em abril, o telescópio Herschel, enviado ao espaço em 2009 pela Agência Espacial Europeia (ESA), encerrou suas atividades de observações após consumir toda a reserva de hélio líquido que resfriava seus instrumentos. Uma das suas principais funções era estudar a formação das estrelas.
O Observatório Espacial Herschel, nome oficial do equipamento, acumulou mais de 25 mil horas gravadas de dados científicos e fez aproximadamente 35 mil observações espaciais no período em que esteve em operação. A ESA o avaliou como o maior e mais poderoso telescópio infravermelho já lançado ao espaço.
O Herschel encontrou moléculas de oxigênio e de gases nobres no espaço, detectou o nascimento de estrela giante, a existência de uma “fábrica de estrelas”, entre outras descobertas.

Landsat 5

Ilustração da Nasa mostra o satélite Landsat 5 (Foto: NASA)
Ilustração da Nasa mostra o satélite
Landsat 5 (Foto: NASA)

Em junho, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) transmitiu o último comando para o satélite Landsat 5. Ele era administrado em parceria com a Nasa e havia sido lançado ao espaço em 1984. Em 29 anos e 3 meses de operação, o Landsat 5 orbitou o planeta Terra por mais de 150 mil vezes e transmitiu mais de 2,5 milhões de imagens da superfície da Terra, segundo o USGS.

O Landsat 5 documentou secas, inundações, cheias de rios, erupções vulcânicas, desmatamento, a influência humana sobre o ambiente, entre outros fenômenos. O satélite foi o principal instrumento usado para monitoramento remoto da Amazônia, oferecendo dados para o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), do Ministério do Meio Ambiente do Brasil.

Segundo o USGS, o Landsat 5 entrou para o Guinness Book por ser a missão de satélite de observação da Terra mais longa da história.

Jason-1

Ilustração mostra satélite Jason-1, projeto dos EUA e França, que desde 2001 monitorava os oceanos. Equipamento entrou em colapso e parou de transmitir dados para a Terra (Foto: Arquivo/Nasa/AP)
Ilustração mostra satélite Jason-1, que monitorava
os oceanos (Foto: Arquivo/Nasa/AP)

O satélite Jason-1, que acompanhou o aumento do nível do mar por mais de uma década e ajudou meteorologistas de todo mundo a realizar melhores previsões de tempo, entrou em colapso em julho.
O equipamento foi construído por uma parceria entre os Estados Unidos e a França, sendo lançado ao espaço em 2001. De acordo com a Nasa, o satélite vai permanecer em órbita por pelo menos mil anos antes de cair em qualquer parte do planeta.

O Jason-1 foi responsável por realizar uma vasta varredura da superfície dos oceanos, realizando medições precisas sobre a altura das ondas e as mudanças de temperatura nos mares.

Segundo os cientistas, o equipamento também foi fundamental para controlar dados sobre o El Niño, fenômeno caracterizado por aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico perto dos trópicos e que afeta o regime de chuvas nessas regiões.

Kepler

Ilustração mostra o telescópio espacial Kepler (Foto: Nasa)
Ilustração mostra o telescópio espacial Kepler, que
falhou neste ano (Foto: Nasa)

Em agosto, após falhas no telescópio, a Nasa anunciou que parou de tentar solucionar os problemas apresentados pelo Kepler, que foi lançado em 2009 com a missão de buscar provas da existência de planetas similares à Terra fora do sistema solar.

O aparelho apresentou falha no sistema de direção. Foi perdido o controle de dois de seus quatro rotores, utilizados para estabilizar o telescópio e ajustar a direção de suas lentes.

O Kepler vigiou mais de 150 mil estrelas na busca de planetas ou candidatos a planetas a 64 milhões de quilômetros da Terra. Entre suas descobertas, detectou novo planeta a 700 anos-luz da Terra.

Durante seus primeiros anos de missão, encontrou 132 planetas fora de nosso sistema solar. Em novembro, a Nasa divulgou que, segundo dados do Kepler, um quinto das estrelas parecidas com o Sol tem planetas habitáveis.

GOES-12

O satélite GOES-12, do NOAA (Foto: Reprodução/ NOAA/ TouTube)
O satélite GOES-12, do NOAA, foi aposentado em
agosto (Foto: Reprodução/ NOAA/ TouTube)

Ainda em agosto, a vida do satélite GOES-12, monitorado pelo NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos) chegou ao fim. Lançado em 2001, ele teve a missão de monitorar o tempo na costa leste dos Estados Unidos, parte do Oceano Atlântico, e na América do Sul. Detectou desde pequenas tempestades até os eventos climáticos mais devastadores, como o furacão Katrina, que passou pelos Estados Unidos em 2005.

Planck


Planck ilustração 1 (Foto: C. Carreau / ESA)
O satélite Planck foi desativado em
outubro (Foto: C. Carreau / ESA)

Outro telescópio da ESA, o Planck foi desativado em outubro após quatro anos e meio de operação.
O Planck, que iniciou sua missão em 2009, era capaz de detectar com uma sensibilidade sem precedentes, a radiação de fundo de micro-ondas (CMB, por sua sigla em inglês), ou seja, a radiação fóssil do Big Bang. Seus dados permitiram elaborar a mais precisa imagem disponível do Universo em sua infância.

O primeiro mapa detalhado da radiação CMB capturada por Planck foi revelado no início deste ano. Os próximos dados cosmológicos obtidos serão divulgados em 2014.

GOCE

Satélite 'Goce', de uma tonelada, teria se desintegrado ao reentrar na atsmofera da Terra. (Foto: Agência Espacial Europeia  / Via AP Photo)
Goce se desintegrou ao reentrar na atsmofera da
Terra (Foto: ESA / Via AP Photo)

Em novembro o satélite Goce, de uma tonelada, fez reentrada programada na atmosfera da Terra e se desintegrou após cruzar o céu sobre a Sibéria, os oceanos Pacífico e Índico e a Antártida, segundo a ESA.
O satélite foi lançado em 2009 para mapear o campo gravitacional da Terra e ficou sem combustível em outubro de 2013, terminando sua missão no espaço.
Durante sua missão, o GOCE captou as vibrações de terremoto que atingiu Japão em 2011, forneceu dados que traçaram mapa preciso da gravidade terrestre e que ajudaram a criar mapa em alta resolução do interior da Terra.

Cbers-3

Imagem do Cbers-3, que terá vida útil de 3 anos e vai fornecer imagens ao Brasil, China e outros países parceiros (Foto: Divulgação/Inpe)
Imagem do Cbers-3 que forneceria imagens ao Brasil,
China e outros países parceiros (Foto: Divulgação/Inpe)

Uma falha na terceira e última etapa do lançamento do satélite sino-brasileiro Cbers-3 fez sua colocação em órbita fracassar em dezembro. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o motor de propulsão de seu lançador, que era chinês, foi desligado 11 segundos antes do previsto, o que impossibilitou que o equipamento atingisse a velocidade mínima para ser mantido em órbita.
O projeto do Cbers-3 foi desenvolvido por parceira entre o Inpe e a Cast para coletar imagens de alta qualidade de atividades agrícolas do território brasileiro e contribuir com o monitoramento da Amazônia. Ele ajudaria no combate a desmatamentos ilegais e queimadas.
O governo brasileiro, que investiu R$ 160 milhões no projeto, declarou que pretende antecipar o lançamento do Cbers-4, que estava previsto para o final de 2015.

Deep Impact

Missão Expoxi utiliza a sonda Deep Impact (Foto: Divulgação/NASA)
Missão Expoxi utiliza a sonda
Deep Impact (Foto: Divulgação/NASA)

Em agosto, a Nasa anunciou que sua sonda Deep Impact perdeu comunicação por rádio com a Terra devido a um suposto problema de software. A sonda (que não é um satélite, já que não orbita um corpor celeste) havia sido lançada em janeiro de 2005 com a missão de estudar de perto o cometa Tempel-1.
A sonda liberou um pedaço de metal de 372 quilos que colidiu contra o núcleo do cometa, provocando uma chuva de partículas para serem analisadas pela nave-mãe e por observatórios remotos.
Depois, a Deep Impact sobrevoou o cometa Hartley 2, em novembro de 2010, analisou seu núcleo e estudou outros objetos distantes. O cometa Ison, conhecido como “cometa do século”, também foi registrado pela sonda.

Fonte:  http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/12/veja-os-satelites-que-morreram-ou-falharam-em-2013.html

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