quarta-feira, 30 de março de 2011

Satélite mostra deslocamento do solo após terremoto no Japão

Cientistas usam técnica conhecida como InSAR para verificar as alterações
Cientistas estão usando imagens do satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia (ESA), para compreender melhor os eventos tectônicos a partir do terremoto de magnitude 9 que atingiu o Japão em 11 de março.
As imagens registradas nos dias 19 de fevereiro e 21 de março podem ser comparadas para mostrar como o tremor afetou a região. As comparações da imagens mostraram um deslocamento do solo de 2.5 metros para o leste e um movimento descendente na costa leste da ilha de Honshu. Cientistas italianos do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia também usaram dados do satélite Envisat para mostrar um deslocamento da solo com alteração máxima de 2.5 metros.
A técnica usada pelos cientistas é conhecida como InSAR, sigla para Interferometria por radar de abertura sintética. Ela combina imagens do solo capturadas a partir da mesma posição do satélite no espaço e da mesma localização na Terra, mas em datas diferentes.


Após 16 anos fechado, planetário de Moscou será reinaugurado

"Proletária, proletário, vá e veja o planetário", escrevia há pouco mais de 80 anos o poeta soviético Vladimir Maiakóvski, ao convidar os moscovitas para o templo da astronomia que se prepara para iniciar uma nova vida.
Após permanecer fechado durante 16 anos, o agora reconstruído planetário de Moscou se prepara para sua inauguração, em 12 de junho, e que será um acontecimento na vida da capital russa.
Operários, decoradores e especialistas em informática e em iluminação dão os últimos retoques às novas instalações do planetário, cuja reconstrução custou mais de US$ 100 milhões.
O histórico edifício construtivista de cúpula acentuada abriu pela primeira vez suas portas ao público em 23 de setembro de 1929, para surpreender uma população que vivia as penúrias que se seguiram à guerra civil no país.
As chamadas de Maiakóvski nem eram necessárias: as filas que os soviéticos faziam para apreciar as profundezas do Universo eram comparáveis com as que se formavam perante o mausoléu de Lenin, o líder da revolução bolchevique.
Entre 1960 e 1975 aspirantes a cosmonautas assistiam à conferências de astronavegação no planetário moscovita.
"O caminho a Baikonur começou aqui", afirmou o cosmonauta soviético Alexei Leonov, o primeiro homem a realizar uma "caminhada espacial" em uma conferência realizada no planetário.
Planetário abriu em 1929 para servir de entretenimento após guerra civil russa; na foto, uma mostra da reabertura
Planetário abriu em 1929 para servir de entretenimento após guerra civil russa; na foto, uma mostra da reabertura

CORRIDA AO ESPAÇO
A corrida pela conquista do espaço deu nova vida ao planetário, que na década de 1970 chegou a receber anualmente mais de um milhão de visitantes.
Para ampliar o histórico edifício e dotá-lo de três andares, os engenheiros elevaram em seis metros o antigo primeiro andar sobre o qual fica a cúpula, de uma superfície interior de mil metros quadrados e sobre o qual um projetor de última geração mostrará imagens de alta resolução.
A reconstrução do planetário permitiu aumentar sua superfície em quase seis vezes, até os 17 mil metros quadrados.
Os três andares que, além do planetário, abrigam dois museus --um deles interativo--, cafeterias e uma praça astronômica, com o maior relógio solar vertical da Europa, estão unidos por um espaço aberto onde se encontra instalado um pêndulo de Foucault.
Sua corda, de 16 metros, está fixada no topo de uma pirâmide situada no teto do edifício, e o pêndulo, de 50 quilos, oscila sobre um círculo de seis metros de diâmetro e mostra como a Terra viaja sobre seu eixo.
O museu do planetário guarda várias peças históricas, entre elas o enorme globo terrestre que ficava no escritório de Lavrenti Beria, o chefe do temível NKVD, o Ministério do Interior durante a época da ditadura de Joseph Stálin.
Segundo a gerência do planetário, suas renovadas instalações estão calculadas para receber mais de um milhão e meio de visitantes por ano e espera-se que 80% deles sejam crianças.
O preço da entrada oscilará entre US$ 12 e US$ 17, respectivamente, e haverá um amplo sistema de descontos.
"Não há na Rússia um centro de divulgação científica mais bem dotado tecnicamente que nosso planetário", diz à agência de notícias Efe Oxana Máltseva, diretora artística do local.
Inicialmente, a ideia era inaugurar o planetário em 12 de abril, o mesmo dia em que se completam 50 anos da façanha de Yuri Gagárin, o primeiro homem a viajar pelo espaço, mas os organizadores acabaram optando por esperar que todos os trabalhos se concluam para receber o público em plena forma.
"Pretendemos resgatar a tradição de círculos de astronomia, que começaram a operar no planetário em 1934 e formou uma galáxia inteira de importantes cientistas, engenheiros, físicos e astrônomos", diz Oxana.

Gases criam nuvem vermelha em torno de bercário de estrelas

Uma nuvem formada por gás hidrogênio que está há 200 mil anos-luz de distância --uma das galáxias mais próximas da Via Láctea-- pode ser vista no aglomerado de estrelas NGC 371.
A imagem, feita pelo ESO (Observatório Europeu do Sul) e divulgada nesta quarta-feira, não revela detalhes visíveis a olho nu, mas a nuvem possui os mais diversos estágios da evolução de estrelas --das mais jovens e brilhantes até as supernovas remanescentes das extintas.
A cor vermelha surge justamente da radiação ultravioleta emitida pelas mais novas.
NGC 371 é um dos conjuntos estelares mais raros do espaço por essa particularidade de ter um grande número de estrelas variadas.
Nuvem de gás hidrogênio da NGC 371 está há 200 mil anos-luz de distância, uma das galáxias mais próximas da Via Láctea
Nuvem de gás hidrogênio da NGC 371 está há 200 mil anos-luz de distância, uma das galáxias mais próximas da Via Láctea

Museus dos EUA disputam ônibus espaciais que serão aposentados

A aposentadoria da frota dos ônibus espaciais da agência espacial americana criou uma corrida entre os museus dos Estados Unidos para ver quem vai ficar com pelo menos um deles.
O anúncio oficial deve ocorrer na data provável de 12 de abril, cabendo ao administrador Charles Bolden, da Nasa, a escolha do melhor lugar.
Ele tem a consultoria de uma equipe que atualmente avalia quais museus podem receber uma das quatro espaçonaves --o Discovery que voltou recentemente à Terra, depois de uma missão em março; o Endeavour que está programado para ir ao espaço em 19 de abril; o Atlantis, em 28 de junho, e o protótipo Enterprise.
As primeiras candidaturas dos museus interessados em ter os ônibus espaciais como parte de seu acervo começaram a ser enviadas em 2008.
De lá para cá, oito desistiram e atualmente 21 locais concorrem, entre museus, centros de ciência e de visitantes.
Não é pouco, se se considera as medidas físicas necessárias para abrigar uma nave monumental. Somente o Museu Espacial do Instituto Nacional Smithsonian, em Washington-DC, possui infraestrutura já pronta, enquanto as demais apresentaram propostas, noticia o site Space.com.

Nasa pode desistir de veículo de exploração encalhado em Marte

A Nasa (agência espacial americana) enviou, em janeiro de 2004, dois veículos de exploração à superfície de Marte.
Há dois anos, apenas um deles está trabalhando na coleta de informações sobre o planeta, o Opportunity, enquanto o outro, o Spirit, não dá sinal de vida.
Uma falha no pneu dianteiro da direita, em 2006, comprometeu a mobilidade do veículo e, três anos depois, fez com que ele encalhasse em uma região marciana de areia fofa.
A comunicação também se perdeu desde 22 de março de 2010, seja por um problema no receptor e na transmissão ou até mesmo no relógio que programa seu funcionamento em determinadas horas.
A Nasa tinha esperanças que o veículo, dotado de painéis solares, pudesse captar energia durante o período com mais sol em Marte, mas isso não aconteceu.
Se a equipe de cientistas não encontrar uma solução para o Spirit e ele continuar silencioso até o final de abril, o projeto será abandonado, disse John Callas, da Nasa, em entrevista ao site Space.com.
Concepção artística do veículo explorador Spirit que atolou em solo marciano durante missão; ele não dá sinal de vida há um ano
Concepção artística do veículo explorador Spirit que atolou em solo marciano durante missão; ele não dá sinal de vida há um ano

Sonda envia primeira foto da superfície de Mercúrio

A sonda Messenger, que está na órbita de Mercúrio, enviou as primeiras tomadas em preto e branco da superfície do planeta para a Nasa (agência espacial americana).
A primeira foto, divulgada na terça-feira, mostra uma cratera de 85 quilômetros chamada Debussy. Também é possível ver outra cratera de 24 quilômetros, a Matabei, a oeste da Debussy.
Por mais seis horas consecutivas, a Messenger captaria mais de 360 imagens e as enviaria à Terra.
A missão é inédita, pois esta é a primeira vez que uma nave entra na órbita de Mercúrio, depois de seis anos vagando no espaço. Antes, apenas houve um sobrevoo em 1970 pela Mariner10.
Se tudo ocorrer bem, a Messenger deve ficar junto a Mercúrio durante um ano terrestre.
Pela primeira vez, uma sonda que orbita Mercúrio envia imagens da superfície do planeta rochoso
Pela primeira vez, uma sonda que orbita Mercúrio envia imagens da superfície do planeta rochoso

segunda-feira, 28 de março de 2011

Cidades brasileiras apagam as luzes para Hora do Planeta

Moradores de diversas cidades brasileiras apagaram as luzes na noite deste sábado para participar da campanha ambiental Hora do Planeta.
A ponte Octavio Frias de Oliveira, na zona sul de São Paulo, apagada durante a Hora do Planeta
A ponte Octavio Frias de Oliveira, na zona sul de São Paulo, apagada durante a Hora do Planeta
A ação é uma mobilização mundial para conscientizar a população sobre o aquecimento global e a necessidade de se preservar o ambiente.
Entidades e prefeituras também aderiram à campanha e cortaram a iluminação de monumentos. Ficaram às escuras a partir das 20h30 o Cristo Redentor, no Rio, e a ponte Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo.
No Brasil, o primeiro minuto da Hora do Planeta foi de silêncio, em homenagem às vítimas do terremoto e do tsunami que atingiram o Japão e às famílias atingidas pelas enchentes no Rio de Janeiro e em outros Estados.
O Rio, que participa pela terceira vez da campanha, é a sede do evento no Brasil e, além do Cristo, apagou as luzes dos arcos da Lapa e da orla da praia de Copacabana.
Outras 18 capitais, como Brasília, Curitiba e Salvador, também anunciaram ter aderido à Hora do Planeta apagando a iluminação de monumentos famosos.
Ex-minitro do Meio Ambinete Carlos Minc e atual titular da pasta, Izabella Teixeira, desligam energia do Rio simbolicamente
Ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc e atual titular da pasta, Izabella Teixeira, "desligam" energia do Rio
A organização ambientalista WWF (sigla em inglês de World Wildlife Fund), responsável pela iniciativa, estima que serão mais de 4.000 cidades de 130 países do mundo a apoiar a campanha. No Brasil, são 123.


domingo, 27 de março de 2011

Estudo sugere nave movida a água para baratear viagem a Marte

Veículos espaciais movidos a água podem abrir muitas possibilidades na exploração de planetas do Sistema Solar e, entre elas, tornar mais em conta uma viagem até Marte.
Uma nave desses termos custaria um pouco menos do que é gasto hoje com o lançamento de ônibus espaciais, noticia o site Space.com.
A proposta é de um engenheiro de software e empreendedor tecnológico, Brian McConnelll, e o coautor Alexander Tolley, que publicou o estudo na edição de março do "Journal of the British Interplanetary Society".
A propulsão seria feita com motores eletrotérmicos que superaqueceriam a água, resultando em vapores concentrados, capazes de impulsionar a nave até o espaço.
Ou seja, uma nova tecnologia não teria que ser desenvolvida para tornar o projeto uma realidade.
BANHOS QUENTES NO ESPAÇO?
A água como propelente principal tornaria a viagem mais barata, diz a pesquisa, graças aos motores eletrotérmicos que são considerados eficientes para esse fim.
Além disso, ela poderia ser usada de outras maneiras, já que é reciclável, o que reduziria consequentemente o peso morto tão problemático das viagens.
O voo também poderia ser mais confortável, na opinião de McConnell. Com água reservada, os astronautas cultivariam alguns alimentos, algo impensável nos dias atuais, e --o luxo dos luxos-- tomar vários banhos quentes.
O abastecimento seria feito em órbitas baixas da Terra, segundo as necessidades, ou mesmo pela reposição de água bombada de um asteroide ou da lua de Marte.

sábado, 26 de março de 2011

Cidades brasileiras vão apagar luzes durante a Hora do Planeta

Pelo menos 81 cidades brasileiras vão apagar neste sábado as luzes de seus principais monumentos, durante uma hora, para se somar à Hora do Planeta.
A iniciativa é uma campanha da organização ambientalista WWF (World Wildlife Fund) para mostrar o apoio global à luta contra a mudança climática.
A Hora do Planeta deixará às escuras pontos turísticos como o Cristo Redentor, a praia de Copacabana, o Jardim Botânico de Curitiba, o paredão da hidroelétrica de Itaipu, a estátua de Iracema de Fortaleza e o estádio Pacaembu de São Paulo.
Além das 81 cidades que já formalizaram sua participação na iniciativa, entre elas 14 capitais, outra dezena pode aderir a lista de monumentos que ficarão às escuras entre 20h30 e 21h30, informaram os organizadores.
FESTA NO RIO
No Brasil, a grande novidade neste ano será o espetáculo musical que a prefeitura do Rio de Janeiro vai realizar nos Arcos da Lapa para dar um maior destaque a sua adesão. Artistas como Tony Garrido e quatro das principais escolas de samba que encorajam o Carnaval da cidade vão participar.
Estarão no evento a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que apagarão simbolicamente as luzes de toda a cidade.
A Hora do Planeta pretende envolver mais de 1 bilhão de pessoas e mobilizar 3.800 cidades do mundo. No sábado, há atividades em pelo menos 131 países e em 26 grandes cidades, entre elas São Paulo e Rio de Janeiro.
As outras capitais brasileiras que deixarão seus principais monumentos no escuro são Aracaju, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Natal, Palmas, Recife, Rio Branco, Teresina e Vitória.

Após 12 anos de atividade, nave caçadora de cometas é desligada

A Stardust não vai mais se dedicar à caça de cometas no espaço. Após 12 anos de pesquisa, a nave espacial encerrou oficialmente sua "vida útil".
"É como dizer adeus a um amigo", comentou Allan Cheuvront, integrante do projeto desde a concepção da Stardust, em 1996, e o lançamento três anos depois.
Seguindo um comando dado pela Nasa (agência espacial americana), a Stardust queimou o combustível que ainda lhe restava e deu início a uma sequência de encerramento de suas atividades.
Por causa da distância entre os controladores de voo e a nave --aproximadamente 148 milhões de quilômetros--, o procedimento de desativação nesta sexta-feira levou cerca de uma hora e meia.
Sem combustível, a Stardust não tem como manter funcionando seus painéis solares e, com baterias esgotadas, será desligada em definitivo e deixada na órbita do Sol.
Ilustração da nave espacial Stardust que, nos últimos 12 anos, se dedicou à pesquisa de cometas
Ilustração da nave espacial Stardust que, nos últimos 12 anos, se dedicou à pesquisa de cometas

quinta-feira, 24 de março de 2011

Em artigo na ''Nature'', cientistas europeus afirmam que tecnologia desenvolvida pela indústria petrolífera permite perfurar crosta até o manto
É possível fazer uma viagem ao centro da Terra ou, ao menos, ao seu início. É o que afirma um grupo de cientistas em artigo publicado na revista Nature. Segundo eles, as tecnologias existentes já são suficientes para perfurar a crosta terrestre até a camada inferior, o manto - que representa 68% da massa da Terra e permanece inexplorado. O objetivo é entender melhor a estrutura da Terra, a ocorrência de terremotos e aprimorar a exploração mineral.
Os cientistas propõem, na prática, a retomada da primeira expedição para perfuração científica no oceano, que ocorreu há 50 anos, em abril de 1961, chamada Projeto Mohole. Embora não tenha sido bem-sucedida em seu objetivo de atravessar toda a camada rochosa que forma a crosta, essa expedição conseguiu, com os dois quilômetros perfurados a partir do subsolo em alto-mar, desenvolver a tecnologia que hoje ajuda as petrolíferas a explorarem campos de petróleo como o da camada de pré-sal de Tupi, na Bacia de Santos.
Segundo Benoit Ildefonse, da Universidade de Montpellier II, da França, um dos autores do artigo juntamente com Damon Teagle, da Universidade de Southampton, da Grã-Bretanha, "graças às companhias de petróleo, agora temos a tecnologia para perfurar a distância necessária para chegar ao manto".

O objetivo agora é ultrapassar o marco de 2.111m - máximo que já se conseguiu chegar até hoje - e perfurar os seis quilômetros necessários para atravessar toda a crosta em seu ponto mais fino, abrindo um buraco de 40 centímetros que poderá ficar aberto por muitos anos.
O melhor ponto de escavação deve ter a menor espessura de crosta possível. No entanto, nesses pontos com a chamada "alta taxa de espalhamento" a crosta ainda está muito quente, pois sua formação é recente, o que dificulta a perfuração. Dessa forma, de acordo com Ildefonse, eles conseguiram limitar as possíveis locações a três áreas - costa do Havaí, da Baixa Califórnia e da Costa Rica, todas no Pacífico -, onde a espessura é a mais fina possível e a temperatura da placa, suficientemente fria.
Compreensão. "Com essa análise direta a partir dos resultados da perfuração, nós poderemos calibrar nossos dados indiretos e saber exatamente onde está o limite crosta/manto, fabricando um melhor modelo de Terra", afirma Ricardo Trindade, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). "É justo dizer que em muitos aspectos conhecemos mais sobre espaço do que sobre o nosso próprio planeta."
Segundo Ildefonse, saber mais sobre o manto poderá ser valioso para a compreensão dos terremotos, momento de convergência das placas tectônicas, formação das placas no oceano e sua participação no ciclo químico do planeta - incluindo o ciclo do carbono.
George Sand, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), afirma que a "pesquisa terá um impacto enorme sobre a exploração mineral". Segundo ele, a perfuração poderá encontrar novas jazidas, além de ajudar na tecnologia de exploração.
No entanto, mesmo com a avançada tecnologia petrolífera que levou ao desenvolvimento do navio Chikyu, que será usado para a perfuração, ainda assim serão necessários pelo menos 10 anos de pesquisas antes do início dos trabalhos. Isso porque parte da tecnologia terá de ser adaptada para a enorme pressão e temperatura que os aparelhos encontrarão em maiores profundidades.
Além disso é necessário garantir o financiamento. "Dependemos muito da vontade política pois a quantidade de dinheiro necessária para esse projeto é muito grande", diz Ildefonse, lembrando que o Brasil já fez parte dos países que financiaram o projeto durante a década de 1980.
Entenda: Petrolíferas chegam a 12 km
As empresas petrolíferas já conseguem perfurar enormes profundidades para chegar às reservas de óleo e gás. Segundo Kazuo Nishimoto, do Departamento de Arquitetura Naval e Engenharia Oceanográfica da USP, a perfuração mais profunda desse tipo foi de 12km.
No entanto, esse tipo de perfuração é diferente daquela que o Projeto Mohole pretende fazer. Isso porque, embora escavem grandes distâncias, as companhias estão perfurando apenas sedimentos, que têm menor resistência e baixas temperaturas, apresentando um menor desafio técnico para os equipamentos de perfuração. Essa maior camada de sedimentos é característica das regiões costeiras e de alguns outros pontos do relevo oceânico.
Além disso, as companhias de petróleo perfuram a uma profundidade do chamado espelho d'água de cerca de 2km. As regiões que o Projeto Mohole pretende explorar estão a 4km de profundidade, aumentando a pressão sobre o equipamento de escavação e gerando a necessidade de tubulações mais longas e resistentes que ainda não foram desenvolvidos, segundo Ildefonse.
Sendo assim, o projeto busca regiões específicas onde o acúmulo de sedimentos é menor e a crosta mais fina, perfurando praticamente apenas o chamado embasamento, rocha dura que forma a crosta. Nesta camada, o mais longe que já se conseguiu perfurar foram 2.111 m.

Vida na Terra e em Marte podem ter origens comuns, diz MIT

Um grupo de cientistas americanos vem desenvolvendo um instrumento para analisar a possível existência de organismos vivos com genes comuns em Marte e na Terra, informou na quarta-feira o Massachusetts Institute of Technology (MIT).
A pesquisa, denominada "Busca de Genomas Extraterrestres" (SETG), é levada a cabo dentro do Departamento de Ciências Terrestres, Planetárias e Atmosféricas do MIT.
As premissas das quais o estudo parte são que o clima na Terra e em Marte eram muito similares na origem do sistema solar, que várias rochas marcianas viajaram à Terra fruto do choque de asteroides e que evidências indicam que alguns micróbios podem sobreviver os milhões de anos de distância entre os dois planetas.
Além disso, segundo o MIT, a dinâmica orbital indica que é 100 vezes mais fácil viajar de Marte à Terra do que o contrário.
O resto da teoria, se for comprovada, levantaria a possibilidade de os seres humanos serem descendentes de organismos marcianos.
O aparelho desenvolvido pela equipe do MIT, capitaneado pelos pesquisadores Christopher Carr e Clarisa Lui, será desenvolvido para recolher amostras do solo marciano e isolar micróbios existentes ou restos de micróbios, para depois separar o material genético e analisar as sequências genéticas.
Posteriormente, estas seqüências seriam comparadas para buscar sinais de padrões quase universais entre todas as formas de vida conhecidas.
Embora reconheça que é uma pesquisa "a longo prazo", Carr indicou que, já que "poderíamos estar relacionados com a vida em Marte, pelo menos deveríamos ir e ver se existe vida relacionada com a nossa".
A equipe do MIT afirmou que pode levar cerca de dois anos para desenvolver o protótipo do SETG, mas que, uma vez desenvolvido, seria factível integrá-lo como uma broca em um veículo espacial de uma futura missão que viaje à superfície de Marte para recolher estas mostras.
Desde que os dois módulos Viking da Nasa aterrissaram em Marte em 1976, nunca mais foram enviados instrumentos à superfície marciana para buscar evidências de vida.
Já o astrobiólogo Christopher McKay, do Centro de Pesquisa da Nasa-Ames, na Califórnia, afirmou que "é plausível que a vida em Marte esteja relacionada com a vida na Terra e, portanto, compartilhemos genética".

Ondas de rádio emitidas por Saturno intrigam astrônomos

Duas ocorrências relacionadas a ondas de rádio que são emitidas por Saturno e registradas pela sonda Cassini estão intrigando os astrônomos da Nasa (agência espacial americana).
Eles descobriram que os sinais emitidos pelo hemisfério norte e sul, que a princípio se acreditava serem controlados pela rotação do planeta, são diferentes --conhecidos como radiação quilométrica de Saturno, os sons não são captados pelo ouvido humano, mas foram convertidos pela Cassini.
Quando a nave Voyage visitou o planeta no início dos anos 1980, as emissões indicaram que a duração de um dia seria de 10,66 horas. Mais tarde, a sonda Ulysses e Cassini indicaram que as pulsações variavam de segundos até minutos.
Nessa última sondagem, o período de "pulsações" no norte do planeta foram equivalentes a 10,6 horas. O sul apresentou um pouco mais, 10,8 horas, segundo o site Space.com.
Com essa descoberta, é possível que a Nasa tenha que refazer o cálculo de quanto dura um dia em Saturno.
Outra novidade é que os cientistas descobriram que as variações apresentadas pelos sinais também mudam drasticamente ao longo do tempo.
Eles acreditam que as diferenças nos períodos das ondas de rádio não têm a ver com os hemisférios e a rotação, mas aparentemente com a estação do ano, a interferência de ventos que circulam em altitude elevada nos dois hemisférios de Saturno e o impacto do campo magnético que cobre todo o planeta.
AURORAS
Um outro estudo, com informações fornecidas pelo telescópio espacial Hubble, mostrou que o campo magnético de Saturno variou com as auroras do norte e do sul e as emissões de ondas de rádio.
"A chuva de elétrons na atmosfera, que produz as auroras, também produz as emissões de rádio e afeta o campo magnético de Saturno. Os cientistas acreditam que todas essas variações que vemos estão relacionadas às mudanças do Sol e suas influências sobre o planeta", diz Stanley Cowley, da Universidade de Leicester

quarta-feira, 23 de março de 2011

Acordo com EUA para uso do Centro de Lançamento de Alcântara pode ser restabelecido

O Brasil poderá ter um novo acordo de salvaguarda tecnológica com os Estados Unidos para prestar serviços para o lançamento de satélites. A possibilidade foi admitida nesta segunda-feira, 21, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, na cerimônia de posse do novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o físico Marco Antonio Raupp.

No governo Fernando Henrique, Mercadante se opôs ao acordo de salvaguarda, por entender à época que o país estaria "alugando" o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O acordo foi assinado em abril de 2000 pelos dois países, mas não foi ratificado pelo Congresso Nacional. O projeto chegou a ser examinado em três comissões da Câmara dos Deputados, mas não foi a plenário.
A elaboração de um novo acordo forçará o governo a retirar do Congresso Nacional a proposta de 2000 e o Ministério das Relações Exteriores terá que costurar um novo acordo com Washington. No novo termo, a redação deverá ser alterada, provavelmente para excluir pontos polêmicos que feriam, segundo os críticos, a "soberania nacional". Entre esse pontos, estariam: a proibição de usar recursos arrecadados para o lançamento de foguetes próprios; a restrição ao uso do CLA por países classificados pelos americanos como "terroristas"; ou a permissão para assinatura de outros acordos de salvaguarda apenas com as 36 nações que participam do regime de controle de tecnologia de mísseis.
"Nós estamos em novo momento da relação bilateral. Não sinto hoje que a exigência americana seria a exclusividade de lançamento, para nós abdicarmos da parceria com a China, com a Ucrânia e com outros países", disse Mercadante. No último sábado, a presidenta Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinaram, em Brasília, um acordo-quadro (guarda-chuva) para identificar áreas de interesse mútuo para desenvolver programas ou projetos de cooperação para a exploração e os usos pacíficos do espaço.
Os americanos são responsáveis pela fabricação de 82% de equipamentos inteiros ou de componentes de satélites, sondas e naves lançados em todo o mundo. Segundo Mercadante, a exploração espacial e o lançamento de satélites movimenta US$ 206 bilhões anuais na economia internacional.
Para o novo presidente da AEB, parece ser "óbvio" que o Brasil precise de um acordo de salvaguarda com os americanos. Raupp, que, há mais de 20 anos, trabalhou no Programa Espacial Brasileiro e é presidente licenciado da Sociedade Brasileira de Progresso da Ciência (SBPC), assume a AEB imprimindo o papel de gestor dinâmico em busca de resultados. "O nosso negócio é fazejamento e não planejamento", afirmou. Raupp disse que passará os primeiros 30 dias de sua gestão conversando com os dirigentes de institutos de pesquisa e empresas para discutir a situação do programa, estabelecer metas e buscar "sucessos intermediários".
Ao alcançar o sucesso, Raupp espera renovar o estímulo dos participantes do programa espacial e ganhar credibilidade na sociedade. Ele também quer aumentar a participação de empresas privadas nacionais e estrangeiras.
Para o astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, o desafio da AEB será a integração da pesquisa e empresas em torno do programa. "A integração é uma das coisas mais difíceis de se obter, no Brasil também". Pontes atualmente é pesquisador associado do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e trabalha na agência espacial norte-americana Nasa, em Houston (Estados Unidos).

Telescópios da Nasa fotografam nebulosa quadrada; veja

Ninguém sabe realmente dizer como uma nebulosa toma a forma de um quadrado, mas esse é justamente o caso da MWC 922.
Uma das hipóteses diz que uma estrela, ou um conjunto de estrelas, que está no centro do sistema estelar expele cones de gases durante a fase final de desenvolvimento, originando esse peculiar feitio.
Com base em evidências científicas, os pesquisadores especulam que a MWC 922 pode se transformar, um dia, em uma supernova.
A foto, divulgada nesta quarta-feira pela Nasa (agência espacial americana), foi feita pelos telescópios espaciais Hale, na Califórnia, e Keck-2, no Havaí.
Nebulosa quadrada MWC 922 seria formada por gases expelidos de estrela ou conjunto de estrelas central
Nebulosa quadrada MWC 922 seria formada por gases expelidos de estrela ou conjunto de estrelas central

Surge outra candidata à estrela anã marrom mais fria já vista

Astrônomos localizaram uma outra candidata ao posto da mais fria estrela anã marrom --em termos genéricos, um astro com pequena luminosidade e pouca energia.
A CFBDSIR 1458+10B é parte de um sistema binário onde dois corpos celestes orbitam em torno de um centro comum --a CFBDSIR1458+10A é o seu par. Ambas, de um tamanho parecido com Júpiter, orbitam a uma distância três vezes maior a que separa o Sol da Terra.
Segundo o ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, a estrela tem temperatura equivalente a 100ºC.
"Com essa temperatura, estimamos que essa anã marrom tenha características que são diferentes das outras já conhecidas, e está mais perto de um desses exoplanetas gigantes", diz Michael Liu, do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí. "Pode até mesmo haver nuvens com água em sua atmosfera", noticia o site Space.com.
A Nasa já localizou recentemente outras anãs marrons que também são apontadas como as mais frias, mas as temperaturas de todas elas não foram medidas ainda com precisão.
O estudo será publicado na edição da "Astrophysical Journal".
Ilustração da estrela anã marrom CFBDSIR 1458+10B, cuja temperatura é estimada em 100ºC
Ilustração da estrela anã marrom CFBDSIR 1458+10B, cuja temperatura é estimada em 100ºC

Auroras de Saturno são visíveis simultaneamente em foto; veja

Auroras de Saturno são vistas simultaneamente em foto; veja
Uma imagem raramente vista de Saturno, tirada em 2009 pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa (agência espacial americana), exibe ao mesmo tempo as auroras que existem nos dois polos desse que é o sexto planeta do Sistema Solar.
A foto, divulgada na terça-feira, só pôde ser feita pelo Hubble por ter ocorrido um equinócio tanto no norte quanto no sul, mais a iluminação provida pelos raios solares.
Criadas pela interação entre ventos solares e o campo magnético de Saturno, as auroras podem ser identificadas pelo brilho que emitem.
À primeira vista, elas parecem ser simétricas, mas não é isso o que ocorre, explicam astrônomos que descobriram algumas diferenças sutis.
De acordo com os pesquisadores, o campo magnético não é distribuído igualmente em todo o planeta. No norte, por exemplo, ele é um pouco menor e mais intenso do que no sul.

Campo magnético de Saturno não é distribuído igualmente; no norte, ele é menor e mais intenso que no sul
Campo magnético de Saturno não é distribuído igualmente; no norte, ele é um menor e mais intenso que no sul

Boneco de desenho animado é o novo tripulante do Endeavour

Depois de animais e seres humanos, é a vez de um boneco ir para o espaço como o mais novo integrante da tripulação do Endeavour, cujo lançamento está marcado para 19 de abril.
A mascote em questão é a toupeira Krtek, que protagoniza um desenho animado infantil criado por Zdenek Miler em 1956.
A animação é famosa na República Tcheca e também é exibida às crianças de países do Leste Europeu, Áustria, Alemanha, China e Índia.
Miler, que completou 90 anos em fevereiro, disse em uma carta que estava honrado com a notícia.
Mas qual é a importância de se levar uma mascote de 19 centímetros para a ISS (Estação Espacial Internacional), apresentada formalmente na terça-feira por nada menos que o embaixador dos Estados Unidos na República Tcheca, Norman Eisen?
A inclusão do personagem tem um propósito mais "sério", que é o de aguçar a curiosidade das crianças para os voos espaciais e a astronomia.
A mascote será levada na missão pelo astronauta americano Andrew Feustel, escolhido por ser casado com uma mulher que possui parcialmente origem tcheca.
Embaixador dos EUA na República Tcheca, Norman Eisen apresenta a toupeira Krtek, que vai viajar até a ISS
Embaixador dos EUA na República Tcheca, Norman Eisen apresenta a toupeira Krtek, que vai viajar até a ISS

Galáxia abrigaria até 2 bilhões de "Terras", diz pesquisa

Apenas na nossa galáxia, a Via Láctea, podem existir até 2 bilhões de planetas de tamanho semelhante ao da Terra. E isso é apenas a ponta do iceberg estelar. Cientistas estimam que existam mais de 50 bilhões de outras galáxias no Universo.
Os primeiros dados do telescópio Kepler, divulgados em fevereiro, mas reunidos agora em um novo estudo de pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia, sugerem que entre 1,4% e 2,7% das estrelas parecidas com o Sol possam ter planetas com tamanho entre 0,8 e 2 vezes o da Terra.
A maioria deve estar na chamada zona habitável --a distância da estrela que permite a presença de água líquida, considerada condição essencial à vida.
Esse detalhe animou os cientistas. "Com um número assim tão grande [de planetas com tamanho parecido com o da Terra, há uma boa chance de existir vida, talvez até inteligente, em alguns deles", disse ao site Space.com o astrônomo da Nasa José Catanzarite, um dos responsáveis pela pesquisa.
Ilustração de Corot-7b, o primeiro planeta rochoso encontrado fora do Sistema Solar, achado por sonda europeira
Ilustração de Corot-7b, o primeiro planeta rochoso encontrado fora do Sistema Solar, achado por sonda europeira

DISTANTES
Ainda assim, nas cem estrelas semelhantes ao Sol mais próximas da Terra (a até umas poucas dezenas de anos-luz daqui), deve haver apenas duas com planetas do tamanho do nosso.
Mas, segundo os autores do trabalho publicado no "Astrophysical Journal", a quantidade de "gêmeas" nas redondezas pode aumentar. Catanzarite notou que outro tipo de estrela --as gigantes vermelhas-- também pode abrigar planetas desse tipo.
Nesses astros, que são mais antigos e já esgotaram o suprimento de gás hidrogênio, a detecção é mais complexa. Os cientistas pretendem localizar os planetas pela força gravitacional que eles exercem, e não por alterações no brilho da estrela, como no telescópio Kepler.
Como estrelas desse tipo são bem mais comuns do que as do tipo do Sol, é muito provável que possam existir ainda mais "Terras" por aí.

terça-feira, 22 de março de 2011

Toupeira Krtek viajará a bordo do ônibus espacial Endeavour

Nasa quer chamar atenção dos mais jovens para o programa de exploração espacial


Os astronautas da Nasa terão uma companhia inusitada na viagem que farão com o Endeavour em abril. Um antigo mascote criado na República Checa, conhecido como Krtek, acompanhará o americano Andrew Feustel na última viagem do ônibus espacial.
Conhecido em vários países do Leste Europeu, Alemanha, Áustria, China e Índia, a toupeira Krtek tem como missão chamar atenção dos jovens para o programa espacial. O personagem, criado por Zdenek Miler em 1956, é bem conhecido pela sua alegria e por estar sempre pronto a ajudar.
"Esperamos que com a ajuda de Krtek a nossa missão inspire estudantes e adultos a se destacarem nos estudos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, o que será essencial para a exploração espacial no futuro e benéfico para a raça humana".
O centro americano preparou um programa especialmente direcionado às crianças sobre a história do ônibus espacial.
O Endeavour fará sua última viagem para a Estação Espacial Internacional (ISS) em 19 de abril. A missão levará o Espectrômetro Magnético Alfa com o objetivo de coletar evidências da antimatéria, da matéria escura e de outros elementos pelos próximos 20 anos.

 


Dilma anuncia investimentos no programa espacial brasileiro

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira que o governo fará investimentos para fortalecer o programa espacial brasileiro. De acordo com ela, o Brasil não pode renunciar a sua meta de construir, lançar e operar satélites.
A presidente afirmou que o investimento será por meio da contratação de profissionais para a AEB (Agência Espacial Brasileira) e para os órgãos executores desse programa. Haverá também injeção de recursos.
Dilma negou que o Brasil tenha suspendido seu programa espacial após a explosão ocorrida em 2003, que destruiu parte da base espacial de Alcântara, no Maranhão, e provocou a morte de 21 cientistas.
A presidente disse que a meta é ter um programa espacial autônomo, capaz de atender às demandas da sociedade brasileira e de fortalecer a soberania do país.
Para Dilma, o programa espacial é estratégico para o país, pois o Brasil necessita de satélites para vigiar o território, auxiliar na previsão do tempo e prevenir os danos causados pelos desastres naturais.
Ela acrescentou que os satélites também são estratégicos para o país em áreas como defesa, comunicações e a segurança hídrica e alimentar.
FOGUETE NACIONAL
Além do desenvolvimento e da operação de satélites, que o Brasil já alcançou graças a um acordo com a China, o programa espacial brasileiro prevê o desenvolvimento de um foguete próprio para transportar os satélites.
Dilma anunciou recursos para o programa um dia depois de o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, admitir a possibilidade de negociar um novo acordo de cooperação para lançar foguetes americanos a partir da base de Alcântara.
Em 2000, Brasil e EUA assinaram um acordo para permitir à Nasa (agência espacial americana) o uso da base espacial brasileira que não foi ratificado pelo Congresso devido à oposição do PT.
Na ocasião, o partido alegou que o acordo violava a soberania do Brasil por não permitir a participação de técnicos brasileiros nos lançamentos americanos.
Mercadante admitiu que, após a assinatura no sábado de um acordo de cooperação espacial entre os dois países durante a visita ao Brasil do presidente americano, Barack Obama, é possível negociar um novo tratado para compartilhar a base de Alcântara sem os mecanismos vetados no passado

Traje para uso em Marte é feito com mais de 350 materiais

A Nasa (agência espacial americana) testou um traje espacial feito para suportar condições ambientais extremas e que seria possivelmente usado durante uma viagem à Marte. O teste aconteceu em uma base militar da Argentina na Antártida.
Identificado como NDX-1 e projetado pelo engenheiro aeroespacial argentino Pablo de León, o traje suportou temperaturas glaciais e ventos de mais de 75 km/h.
"Esta foi a primeira vez que levamos os trajes para um meio tão extremo, isolado. Se algo desse errado, não poderíamos simplesmente ir até a 'loja' e comprar material para reparos", comentou De León à agência de notícias Reuters depois de retornar da expedição, que teve uma semana de duração.
O protótipo, no valor de US$ 100 mil (aproximadamente R$ 166 mil) e criado com recursos da Nasa, é feito por mais de 350 materiais, incluindo fibras de carbono e sintéticas para reduzir o peso sem perder resistência.
Engenheiro espacial que projetou traje para ser usado em Marte testa equipamento e faz coletas do solo
Engenheiro espacial que projetou traje para ser usado em Marte testa equipamento e faz coletas do solo
SEMELHANTES
Durante a missão "Martre em Marambio", que leva o nome da base da força aérea argentina, uma equipe de cientistas da Nasa realizou caminhadas espaciais simuladas, operou equipamentos e coletou amostras do solo enquanto usava a roupa.
O próprio De León vestiu o traje pressurizado, que, segundo ele, é propenso a fazer com que qualquer um se sinta claustrofóbico.
Os pesquisadores escolheram Marambio porque, em comparação com outras bases na Antártida, ela tem acesso mais fácil à camada de "permafrost" - o subsolo que permanece congelado a maior parte do ano.
De León, que dirige o laboratório de trajes espaciais na Universidade de Dakota do Sul, nos EUA, disse que a Antártida é ideal para coleta de amostras, por ser um dos lugares menos contaminados da Terra e também por permitir algumas observações sobre o impacto no traje.
"Marte é uma mistura de muitos ambientes diferentes: desertos e temperaturas e ventos como na Antártida", diz De León. "Por isso, nós tentamos pegar porções de diferentes lugares e tentar ver se nosso sistema pode suportar os rigores de Marte se formos para lá."
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse no ano passado que até meados de 2030 seria possível enviar astronautas para a órbita de Marte e trazê-los de volta à Terra com segurança. A etapa seguinte englobaria a aterrissagem em Marte.
Mas uma missão tripulada ao planeta pode estar ainda mais distante, já que a Nasa está apertando seu orçamento.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Lua e Terra ficam próximas e cria fenômeno da "superlua".

Pela primeira vez após 18 anos, a Lua passou pelo ponto mais próximo da sua órbita e a Terra. Ou exatamente a uma distância de 356.577 quilômetros --ou 55 mil quilômetros mais perto do planeta onde vivemos.
O fenômeno, que ocorreu no último sábado e é chamado de "superlua", faz com que o satélite natural da Terra fique maior e mais brilhante do que em outras condições.

Funcionários da Nasa formam espaçonave humana

Foto foi organizada para homenagear os 30 anos do programa espacial tripulado da agência
Milhares de funcionários do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, ficaram lado a lado no estacionamento do complexo para formar uma espaçonave. A brincadeira é uma homenagem ao legado do programa espacial tripulado e às pessoas que contribuíram com ele ao longo de seus 30 anos.
A Nasa já anunciou o fim do programa devido ao seu alto custo de operação e dificuldade em liberar fundos para o desenvolvimento de foguetes que possam voar além da distância da órbita da estação. A administração de Obama quer fazer parcerias com empresas privadas para iniciar o serviço de táxis espaciais, liberando a Nasa para se concentrar na exploração do espaço e no desenvolvimento de novas tecnologias.


Rússia altera novamente a data de lançamento da Soyuz à ISS

A Rússia anunciou nova data para a partida da nave Soyuz TMA-21, que vai levar três astronautas --dois americanos e um russo-- à ISS (Estação Espacial Internacional).
O lançamento será em 5 de abril, às 6h18 (horário de Brasília), da base localizada no Cazaquistão.
Esse é o segundo adiamento do voo que estava programado originalmente para 30 de março e passou para 4 de abril --a mudança de planos ocorre por causa de problemas técnicos no sistema de comunicação.
Há dúvidas se a Rússia vai conseguir realmente lançar a Soyuz em abril, mês histórico que marca o envio do primeiro homem ao espaço, Yuri Gagárin, há 50 anos.
Com o encerramento do programa de ônibus espaciais norte-americano --faltam mais duas viagens; a do Endeavour e a do Atlantis --, os russos ficarão encumbidos de fazer o transporte dos próximos astronautas à ISS.

Museu paga US$ 10 mil por meteorito que caiu na Virgínia (EUA)

O Museu de História Natural Smithsonian, em Washington (EUA), pagou US$ 10 mil (cerca de R$ 16.600) por um meteorito que caiu em um centro médico no Estado americano da Virgínia, no ano passado.
Os médicos Marc Gallini e Frank Ciampi, do centro, receberam a quantia e a doaram para a organização Médicos sem Fronteiras.
A nova aquisição passa assim a integrar o acervo do Smithsonian, que é uma das maiores coleções mundiais de objetos relacionados à história natural.
Do tamanho de uma bola de tênis, o meteorito despencou do espaço em janeiro de 2010 e foi parar na sala de exames do centro médico.
Na época, o proprietário do prédio pediu judicialmente o meteorito, mas depois retirou a petição.
Meteorito caiu na sala de exames; dinheiro obtido com a venda foi para o Médicos sem Fronteiras
Meteorito caiu na sala de exames; dinheiro obtido com a venda foi para o Médicos sem Fronteiras

domingo, 20 de março de 2011

Projeto dos EUA cria supernave espacial

Enquanto o programa espacial americano patina, um grupo de engenheiros seniores do ônibus espacial concebeu um projeto que pode resolver todos os dilemas a um só tempo: a produção da primeira espaçonave tripulada voltada para exploração de longa duração.
O conceito, batizado de Nautilus-X, foi financiado pela Nasa e aplica as diretrizes dadas pelo presidente Barack Obama -cultivar ideias inovadoras para ir além da órbita terrestre-, com a determinação do Congresso americano de aproveitar ao máximo a experiência e a mão-de-obra dos programas atuais, com os ônibus espaciais e a Estação Espacial Internacional (ISS).
Inspirado no nome do fictício submarino do capitão Nemo (do clássico "Vinte Mil Léguas Submarinas", de Júlio Verne), Nautilus-X é também sigla para Transporte Universal Não Atmosférico Dirigido a Exploração de Longa Duração dos Estados Unidos, em inglês.
Como o nome sugere, trata-se de um veículo que não tem a capacidade de penetrar a atmosfera de planetas, ou mesmo de pousar em corpos celestes sem ar. Ele é feito especificamente para o transporte de longa duração, podendo ser aplicado a diversas missões diferentes.
Essa falta de especificidade cai bem com o cancelamento do Projeto Constellation pelo presidente Obama, que levaria a Nasa de volta à Lua depois de 2020, em nome de uma lista vaga de metas envolvendo uma visita a um asteroide e, futuramente, missões marcianas.
"A líder de política e análise do Quartel-General da Nasa, Rebecca Keiser, sabe do projeto e pode ajudar a encaminhá-lo da melhor maneira", diz o engenheiro Mark Holderman, do Centro Espacial Johnson, no Texas, que encabeça o trabalho.
"A coisa engraçada é que o Nautilus-X pode abraçar todas as metas e intenções do plano do presidente", prossegue o engenheiro. "É o conflito que parece existir entre o Congresso e o Poder Executivo que precisa ser resolvido."
EM PARTES
A construção do veículo se daria em órbita da Terra, mais ou menos do jeito como a ISS foi montada.
Diversos foguetes já disponíveis poderiam lançar as partes no espaço, e a ideia é incorporar diversos módulos infláveis, como os já demonstrados pela empresa americana Bigelow Aerospace (integrar o projeto a parceiros comerciais também tem apelo com o governo Obama, que está incentivando o desenvolvimento de cápsulas para astronautas pela iniciativa privada).
O projeto poderia começar com a criação de uma centrífuga para teste na ISS, para depois culminar com a construção do Nautilus-X, usado inicialmente para viagens entre a Terra e a Lua.
Seus criadores estimam que ele possa ser montado no espaço em 64 meses, custando US$ 3,7 bilhões (o orçamento anual da Nasa é de cerca de US$ 18 bilhões).
Mas cabe notar que a Nasa é famosa por subestimar o custo de seus projetos, e o engenheiro que o criou admite que o cronograma montado é apenas uma referência inicial. Para mais detalhes, precisaria de novos estudos.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Super Lua aparecerá no céu neste sábado

Lua estará em seu ponto mais próximo à Terra, mas perceber o fenômeno a olho nu é difícil

Neste sábado, 19, a Lua poderá parecer maior para quem se propor a observá-la com cuidado. Isso porque a Lua estará passando pelo ponto mais próximo da sua órbita ao redor da Terra, chamado perigeu. O período de lua cheia contribui para que ela pareça 14% maior.
"Desta vez está coincidindo dela estar no ponto mais próximo à Terra e a fase de Lua cheia e é isto que a torna a maior lua cheia dos últimos tempos", explica Paulo S. Bretones, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Além do tamanho, ela será 30% mais brilhante do que as luas que aparecem no apogeu, o ponto mais distante de sua órbita. De acordo com cientistas da Nasa, a lua fica cerca de 50 mil km mais próxima da Terra, mas ainda a uma distância de cerca de 356.577 km. A última vez que houve uma combinação de fatores do tipo foi em 1993.
Mas a observação a olho nu pode dar a impressão errada de que o fenômeno não ocorreu. "Rigorosamente, a olho nu, não dá para perceber esta diferença", avisa Bretones.
Um macete revelado por Geoff Chester, do Observatório Naval dos Estados Unidos, e publicado no site da Nasa, é olhar para a Lua quando ela estiver próxima à linha do horizonte, isso porque vai ficar mais fácil perceber alguma diferença se o observador compará-la com árvores ou prédios próximos.
science.nasa.gov
Tamanho da lua aumenta cerca de 14%


Cassini detecta chuva de metano de primavera em Titã, lua de Saturno

Uso das imagens proporcionadas pela sonda levou a uma nova teoria sobre clima do planeta


A sonda Cassini detectou sinais de uma chuva de metano de primavera sobre as dunas próximas ao equador de Titã, lua de Saturno, segundo um estudo apresentado nesta sexta-feira, 18, na revista Science.
Titã, a maior lua do planeta, tem lagos de metano em latitudes elevadas, mas suas regiões equatoriais são em sua maioria áridas, com grandes extensões de dunas.
Em observações anteriores, os cientistas haviam detectado canais secos, como se fossem marcas de um rio extinto na parte sul, no entanto não acreditavam que se tratavam de evidências de que no passado o planeta tivesse um clima mais úmido na região.
O uso das imagens proporcionadas pela sonda Cassini levou a uma nova teoria. A cientista Elizabeth Turtle do laboratório de física da Universidade Johns Hopkins e seus colegas observaram quedas bruscas da luminosidade da superfície próxima ao equador de Titã após a formação de um acúmulo de nuvens.
Os autores formularam diversas explicações para essas mudanças luminosas, como uma tempestade violenta ou atividade vulcânica nesta região, mas finalmente chegaram a uma conclusão que acreditaram mais provável: uma grande tempestade de metano.

Sonda da Nasa orbita Mercúrio pela primeira vez

Pela primeira vez, uma espaçonave está em órbita ao redor do planeta Mercúrio, o menor e mais próximo do Sol.
Após uma viagem de mais de seis anos vagando pelas regiões internas do Sistema Solar, a Messenger finalmente chegou a seu destino final, após passear pelas imediações de diversos planetas.
É apenas a segunda nave a visitar aquele mundo na história da exploração espacial. Antes dela, apenas a americana Mariner 10 realizou um sobrevoo da superfície de Mercúrio, em 1970, mas sem se estabelecer em órbita.
Embora o planeta não esteja muito distante da Terra, sua órbita próxima ao Sol dificulta a colocação de espaçonaves em torno dele. Para permitir a manobra, os cientistas da Nasa criaram uma rota com ajustes periódicos proporcionados pela gravidade dos planetas por onde ela passava.
Assim, ao longo de sua jornada, a Messenger passou uma vez pela Terra, duas vezes por Vênus (nosso vizinho mais próximo) e duas por Mercúrio. Na terceira aproximação do pequeno planeta, a velocidade e o ângulo "de ataque" eram tais que permitiam a manobra de inserção orbital.
Os motores da sonda foram disparados nesta quinta-feira durante 15 minutos, com início às 19h45 (pelo horário de Brasília). Às 20h10, o controle da missão (instalado no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Maryland) confirmou a inserção orbital bem-sucedida.
"Apesar de estar relativamente próximo da Terra, o planeta Mercúrio se manteve relativamente inexplorado por décadas", disse Sean Solomon, líder científico da missão, após a manobra.
"Pela primeira vez na história, um observatório científico está em órbita do planeta mais interno do Sistema Solar. Os segredos de Mercúrio, além das suas implicações para a formação e a evolução de planetas como a Terra, estão para ser revelados."
A missão da Messenger tem previsão de duração de um ano, a contar do dia 4 de abril. Os próximos dias servirão para checar todos os instrumentos de bordo e calibrá-los para as observações.

Irã testa foguete capaz de carregar satélite e animais ao espaço

O Irã lançou um protótipo de foguete capaz de carregar satélites com o objetivo de testar o equipamento destinado a transportar um animal para o espaço, anunciou a agência estatal de notícias Irna na quinta-feira.
Segundo a fonte, o teste tinha como objetivo comprovar o funcionamento do motor, a plataforma de lançamento, a cápsula e os sistemas eletrônicos, incluindo o envio de dados e imagens da órbita situada a 120 quilômetros.
A cápsula do foguete, batizado Kavoshgar-4, é projetada para abrigar em seu interior seres vivos, em particular macacos, como experiência prévia a uma possível missão espacial humana, acrescentou.
Nos últimos anos, o Irã avançou em seu programa espacial e conseguiu pôr em órbita vários satélites de comunicação. O país já enviou ratos ao espaço.
O avanço espacial iraniano preocupa a comunidade internacional pela possibilidade que esta tecnologia possa ser também utilizada para fins bélicos, já que é similar à do lançamento de mísseis.
Grande parte da comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, acusa o Irã de ocultar, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas cujo objetivo seria a aquisição de armas atômicas, alegação que Teerã refuta.
Washington qualificou de "ato provocativo" o lançamento em fevereiro de 2010 do foguete Kavoshgar-3.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Nave Soyuz partirá rumo à ISS no dia 4 de abril após solucionar falha técnica

Soyuz deveria partir no dia 30 de março, mas falha no sistema da nave obrigou agência russa a adiar o lançamento
A Soyuz TMA-21 com três tripulantes a bordo, cujo lançamento estava previsto para o dia 30 foi adiado na segunda-feira passada por problemas técnicos na nave e partirá rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) no dia 4 de abril, confirmou nesta quinta-feira, 17, o Centro de Treinamento de Astronautas russo.
"O lançamento da nave Soyuz TMA-21 está prevista para o dia 5 de abril (noite do dia 4 de abril no Brasil)", assinalou Irina Rogova, porta-voz do centro.
Rogova acrescentou que "as tripulações (principal e suplente) partirão no dia 21 de março às 10h do horário local (4h do horário de Brasília) em direção a Baikonur do aeroporto de Chkalovsk (na região de Moscou) em dois aviões separados".
"O primeiro treino dos cosmonautas na nave já na base será realizado no dia 22 de março", indicou.
Previamente, uma fonte de Baikonur informou à agência "Interfax" que na manhã desta quinta-feira os preparativos para o lançamento foram retomados.
De acordo com o comunicado da agência espacial russa, "Roscosmos", "a falha (em um dos sistemas da Soyuz que motivou o adiamento) foi detectado durante os testes prévios ao lançamento da nave", no Cazaquistão, de onde deveria partir o aparelho.
O contratempo não afetou a data de volta à Terra dos cosmonautas russos Aleksandr Kaleri e Oleg Skrípochka e o astronauta da Nasa Scott Kelly, que aterrissaram na véspera a várias dezenas de quilômetros ao norte da cidade cazaque de Arkalyk.
Enquanto isso, o russo Dmitri Kondrátiev, a americana Catherine Coleman e o italiano Paolo Nespoli permanecem na plataforma orbital à espera da chegada da Soyuz TMA-21, batizada "Yuri Gagarin" em honra ao cosmonauta soviético que protagonizou há 50 anos o primeiro voo do homem ao espaço.
A próxima missão na ISS, integrada pelos russos Andrei Borisenko e Aleksandr Samokutiáyev, que não têm experiência no espaço, e o astronauta da Nasa Ronald Garan, que já conta com um voo orbital em seu currículo, se prolongará durante 171 dias.
Dmitry Kostyukov/EFE
Aleksandr Kaleri, Oleg Skrípochka e Scott Kelly após a aterrissagem no Cazaquistão


Próximos astronautas da ISS partem na Soyuz em 4 de abril

A Soyuz TMA-21, que levará três astronautas até a ISS (Estação Espacial Internacional), já tem uma nova data de lançamento: 4 de abril,.
O voo estava marcado para o dia 30, mas na última segunda-feira foi adiado devido a problemas técnicos detectados durante testes em andamento no Cazaquistão, de onde parte a nave.
Com a mudança no calendário, o russo Dmitri Kondrátiev, a americana Catherine Coleman e o italiano Paolo Nespoli permanecem na ISS.
Depois, serão substituídos pelos russos Andrei Borisenko e Aleksandr Samokutiáyev e e o astronauta da Nasa Ronald Garan.
Os preparativos da partida foram retomados nesta quinta-feira

R2 não substituirá astronautas em missões espaciais

O robô humanoide Robonaut 2, apelidado de R2, está na ISS (Estação Espacial Internacional), mas seu irmão gêmeo se dedica a uma demonstração pública em Washington, nos Estados Unidos, para mostrar suas habilidades.
"O robô foi projetado para ajudar os astronautas, antes, durante e depois de suas atividades", disse o engenheiro da Nasa Ron Diftler durante a apresentação na quarta-feira do robô no Museu do Ar e do Espaço da Instituição Smithsonian.
R2 está fazendo uma viagem pelo país com a equipe de cientistas da Nasa (agência espacial americana) e os engenheiros da empresa General Motors, que trabalharam em conjunto no projeto.
"Queremos que o robô ajude a fazer trabalhos de manutenção e consertos para que a tripulação tenha mais tempo para outras tarefas científicas mais importantes", assegurou Diftler, da divisão de sistemas de robótica da Nasa.
HABILIDADE
O simpático robô cativou o público com suas habilidades ao agarrar uma broca, levantar pesos e acender e apagar interruptores de luz de um painel como os da ISS, sem esquecer de abrir e fechar posteriormente a tampa de segurança.
Crianças e turistas que foram ver o R2 aplaudiram quando Diftler tentou enganar o humanoide, levando objetos que o androide voltou a colocar no lugar devido.
"O bom é que não se queixa, poderia estar uma hora fazendo isto e não reclamaria. É o empregado que todo chefe queria ter", brincou Diftler.
Questionado se chegará um momento em que robôs como o R2 possam substituir os astronautas no espaço, o engenheiro foi claro: "Nosso objetivo é sempre criar dispositivos para ajudar a tripulação. Nosso objetivo é ter astronautas no espaço", assegurou.
O robô, construído com fibra de carbono niquelado e alumínio, pesa 136 quilos e mede aproximadamente um metro da cintura à cabeça --são 60 centímetros de ombro a ombro. Por enquanto, carece de extremidades inferiores.
O R2 conta com braços extensíveis, mãos com mobilidade rotatória e seus cinco dedos têm capacidade para agarrar 2,5 quilos cada um.
A cabeça com formato de capacete abriga seu equipamento de visão, enquanto o tronco do corpo abriga 38 processadores de PC.
O irmão gêmeo do R2, que chegou à ISS a bordo do Discovery, foi desempacotado na noite de terça-feira, a pedido do presidente americano durante um telefonema para a tripulação. Ele vai ajudar em trabalhos técnicos e de manutenção como a limpeza dos filtros dos aparelhos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Após 6 anos de viagem, sonda começa a orbitar Mercúrio na quinta-feira

Os astrônomos estão interessados em Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, porque ele é rochoso como a Terra, e não gasoso, como Júpiter


Mais de seis anos depois de ter sido lançada da Terra, a sonda espacial norte-americana Messenger deve começar na quinta-feira a orbitar Mercúrio, no primeiro contato íntimo com o pequeno planeta rochoso desde 1975.

Os astrônomos estão interessados em Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, porque ele é rochoso como a Terra, e não gasoso, como Júpiter. Existem muitas dessas esferas rochosas em torno de estrelas fora do nosso sistema solar, o que significa que Mercúrio poderia oferecer pistas sobre outros mundos, segundo nota divulgada pela Nasa.
"Agora que tantos novos planetas são descobertos ao redor de estrelas em outros sistemas solares, precisamos saber os efeitos do desgaste espacial em superfícies rochosas, para que possamos interpretar os dados telescópicos e de outras formas de sensoriamento remoto que obtemos de outros mundos rochosos ou poeirentos", disse Ann Sprague, do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, que está envolvida no projeto.
O Messenger (que significa "mensageiro", mas é também a sigla em inglês para Exploração, Geoquímica, Ambiente Espacial e Superfície de Mercúrio) partiu em 3 de agosto de 2004, e desde então fica "dançando" entre a Terra, a Lua e Mercúrio propriamente dito, num complexo movimento que o impede de ser atraído pelo campo gravitacional do Sol.
Na noite de quinta-feira, a sonda começará sua missão de um ano de duração em torno de Mercúrio, orbitando-o uma vez a cada 12 horas e preenchendo lacunas visuais deixadas pela última sonda a estar por lá - a Mariner 10, em 1974-75.
A nave, com dois painéis solares para alimentação e um guarda-sol para mantê-lo fresco o suficiente para operar, vai estudar a história geológica, o campo magnético, a composição da superfície e outros mistérios desse planeta tão pouco conhecido. Quando a missão terminar, a nave vai cair na superfície do planeta.
Com um diâmetro ligeiramente maior que o da Lua (cerca de 4.800 quilômetros), Mercúrio deveria ser todo sólido, até o núcleo. Mas a presença de um campo magnético sugere que ele é parcialmente derretido por dentro.
Há décadas os cientistas precisam se contentar com as fotos feitas pela Mariner 10, de um só lado do planeta, além de observações terrestres e dados obtidos a partir de Marte e de meteoritos.
No caminho até Mercúrio, o Messenger conseguiu tirar muitas fotos que tinham escapado à Mariner, e restam agora apenas cerca de 5 por cento do planeta por mapear, principalmente nos polos. A sonda tentará captá-los durante a fase orbital da missão.

Cientistas garantem que Robonaut 2 não substituirá astronautas

Ideia é que robôs ajudem os astronautas principalmente em serviços de manutenção
Washington, 16 mar (EFE).- Apelidado de R2, o Robonaut 2, que é considerado o robô humanoide mais hábil já construído, foi enviado à Estação Espacial Internacional (ISS) enquanto seu irmão gêmeo cativou nesta quarta-feira, 16, o público mostrando suas habilidades, projetadas para auxiliar os astronautas.
"O robô foi projetado para ajudar os astronautas, antes, durante e depois de suas atividades", disse o engenheiro da Nasa Ron Diftler durante a apresentação do robô no Museu do Ar e do Espaço da Instituição Smithsonian, em Washington.
R2 está fazendo uma viagem pelo país com a equipe de cientistas da Nasa e engenheiros da empresa General Motors (GM) que trabalharam em conjunto no projeto.
"Queremos que o robô ajude a fazer trabalhos de manutenção e consertos para que a tripulação tenha mais tempo para outras tarefas científicas mais importantes", assegurou Diftler, da divisão de sistemas de robótica da Nasa.
O simpático robô cativou o público com suas habilidades ao agarrar uma broca, levantar pesos e acender e apagar os interruptores de luz de um painel como os da ISS, sem esquecer de abrir e fechar posteriormente a tampa de segurança.
Seu aspecto humanoide e a paciência que demonstrou quando Diftler tentou enganá-lo levantando os protetores, que o androide voltou a colocar em seu lugar, ganhou o aplauso das crianças e turistas que visitaram o Robonaut.
"O bom é que ele não se queixa, poderia estar uma hora fazendo isto e não reclamaria. É o empregado que todo chefe quer ter", brincou Diftler.
Diante da temida pergunta sobre se chegará um momento em que estes robôs possam substituir os astronautas no espaço, o engenheiro foi claro: "Nosso objetivo é sempre criar dispositivos para ajudar a tripulação, nosso objetivo é seguir tendo astronautas fora no espaço", assegurou.
O robô, construído com fibra de carbono niquelado e alumínio, pesa 136 quilos e mede aproximadamente um metro da cintura à cabeça e 60 centímetros de ombro a ombro. O R2 conta com braços extensíveis, mãos com mobilidade rotatória e seus cinco dedos têm capacidade para agarrar 2,5 quilos cada um, que, como mostraram os engenheiros, podem ser programados para operar com distinta pressão.
A cabeça com formato de capacete abriga seu equipamento de visão, enquanto o tronco do corpo humano posiciona os 38 processadores de PC.
Elvira Palomo/EFE
Este Robonaut está em viagem pelos EUA enquanto seu "irmão" está na Estação Espacial Internacional
Por enquanto, seu irmão gêmeo, que chegou à ISS a bordo do Discovery, foi desempacotado na noite passada para ajudar em trabalhos técnicos e de manutenção, como a limpeza dos filtros dos aparelhos.

Nasa divulga último pacote de dados da LRO com novos mapas da Lua

Sonda explorou satélite da Terra e realizou mais de 192 terabytes de imagens durante um ano e meio

A Nasa divulgou nesta terça-feira, 15, o último pacote de dados da missão exploratória da Lua da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) junto com as primeiras análises realizadas em sua nova função como satélite científico. Entre os dados da quinta e última liberação informações estão impressionantes novas imagens e mapas do satélite da Terra.
As imagens incluem dados que ainda não foram processados e informações refinadas, como as imagens em mosaico. A sonda lunar realizou mais de 192 terabytes de imagens durante um ano e meio (para dar uma dimensão da quantidade de informação, esses dados ocupariam 41 mil DVDs).

Entre os dados mais importantes está um mapa global da superfície lunar com resolução de 100 metros por pixel. Para realçar a topografia do satélite, as imagens foram realizadas quando o ângulo do Sol está baixo no horizonte.

Soyuz aterrissa no Casaquistão com três tripulantes a bordo

Cosmonautas estavam na Estação Espacial Internacional e voltam após missão de 159 dias no espaço
 A cápsula da nave Soyuz TMA-M, com os russos Aleksandr Kareli e Oleg Skrípochka e o americano Scott Kelly a bordo, aterrissou nesta quarta-feira, 16, sem contratempos nas estepes do Casaquistão, informou o Centro do Controle de Voos (CCVE) da Rússia. A Soyuz TMA-M aterrissou, como estava previsto, várias dezenas de quilômetros ao norte da cidade Casaque de Arkalyk.
"Segundo o boletim do comandante da nave, o estado de saúde dos tripulantes é bom", foi a mensagem anunciada pelos alto-falantes do CCVE, segundo a agência russa "Interfax". Os tripulantes da nave retornaram à Terra após uma missão de 159 dias a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
A aterrissagem da TMA-M, o primeiro exemplar desta nova nave russa, era aguardada com expectativa pelos especialistas, pois seus sistemas de comando são digitais, ao contrário das Soyuz anteriores. Durante sua missão na ISS, Kareli, Skrípochka e Kelly participaram da recepção da nave Discovery, de duas naves de carga russas Progress, da nave de carga europeia ATV e da japonesa HTV-2. Além disso, os dois cosmonautas russos participaram de três caminhadas espaciais.
Com o retorno da Soyuz TMA-M à Terra, a tripulação da ISS ficou reduzida temporariamente a três membros: o russo Dmitri Kondrátiev, o italiano Paolo Nespoli e a americana Catherine Coleman. A previsão era que já nos primeiros dias de abril outros três membros se somassem à tripulação da ISS, mas o lançamento da Soyuz TMA-21, que devia levá-los à plataforma no dia 30 de março, foi adiado por problemas técnicos na nave.
De acordo com a agência espacial russa, a previsão é que o lançamento ocorra até o dia 9 do próximo mês, mas se não for possível, o plano é esperar pelo aniversário de 50 anos da primeira viagem do homem ao espaço, no dia 12 de abril.
Integram esta missão os russos Andrei Borisenko e Aleksandr Samokutiáyev, que não têm experiência no espaço, e o astronauta da Nasa Ronald Garan.

Androide R2 será desempacotado para se tornar mais um membro da ISS

Washington, 15 mar (EFE).- O androide Robonaut, R2, será desempacotado nesta terça-feira, 15, para fazer parte da tripulação permanente da Estação Espacial Internacional (ISS), anunciou o próprio robô na sua conta do Twitter.
"Estou esperando para ser desempacotado às 10h10. Meus sensores têm um formigamento de emoção!", tuitou o androide.
Os responsáveis pela operação, segundo indicou o robô em outra mensagem, serão os especialistas Cady Coleman e o italiano Paolo Nespoli, da Agência Espacial Europeia.
R2 chegou à Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo da nave Discovery, que antes de ser retirado de funcionamento pela Nasa, transportou peças de reposição, o Módulo Permanente Multiuso "Leonardo" e uma plataforma externa para armazenar carga.
O androide se incorporará à tripulação para ajudar em trabalhos técnicos e de manutenção, como a limpeza dos filtros dos equipamentos.
R2 é o primeiro robô humanoide a participar de uma viagem ao espaço e servirá como teste aos cientistas para analisar como se desempenha na ausência de gravidade. A intenção é delegar mais funções a ele pouco a pouco.
Divulgação/Nasa
Robonaut tem uma página no Twitter para contar como é trabalhar na Estação Espacial Internacional
Por enquanto, ele ficará no laboratórioDestiny e, como bom exemplo das novas tecnologias, manterá seus seguidores informando sobre o complexo espacial através do Twitter.

terça-feira, 15 de março de 2011

Astrônomos medem expansão do universo com precisão de 3,3%

Teoria alternativa à matéria escura foi descartada depois que cientistas da Nasa recalcularam taxa com precisão sem precedentes
Uma teoria alternativa à matéria escura foi descartada depois que astrônomos da Nasa recalcularam a taxa de expansão do universo com precisão sem precedentes usando o Telescópio Hubble da Nasa. As novas medições têm margem de erro de apenas 3,3%, enquanto as anteriores - apresentadas em 2009 - eram de até 30%. Os resultados serão publicados na revista Astrophysical Journal em abril.
Há tempos os cientistas tentam explicar a expansão do universo a taxas crescentes. Uma das teorias, a da matéria escura, explica que existe um tipo de matéria que não pode ser detectada, mas que tem efeito oposto ao da gravidade. Acredita-se que ela forme cerca de um quarto do universo.
A hipótese concorrente, descartada após este último estudo, postulava que uma "bolha" enorme de espaço relativamente vazio de oito bilhões de anos-luz rodeia nossa vizinhança galáctica. Se vivêssemos perto do centro desse vácuo, observações de galáxias sendo empurradas para fora a velocidades crescentes seriam uma ilusão.
Adam Riess, que liderou o estudo, conseguiu descartar essa última hipótese usando as observações do Hubble para uma melhor caracterização do comportamento da matéria escura. Os dados ajudaram a determinar um número muito mais preciso para a taxa de expansão do universo, o que ajudará os astrônomos a determinar questões como o formato do universo.
"Estamos usando a nova câmera instalada no Hubble como um radar de trânsito para pegar o universo ultrapassando a velocidade permitida", afirmou Riess em nota divulgada pela Nasa. "Parece que é a matéria escura que está apertando o acelerador."
Para a pesquisa, inicialmente a equipe teve que determinar com precisão as distâncias de galáxias próximas e distantes da Terra. Então, eles compararam essas distâncias com a velocidade a que as galáxias estão aparentemente diminuindo devido à expansão do Espaço. Eles usaram esses dois valores para calcular a "constante de Hubble", número que relaciona a velocidade a que uma galáxia parece "diminuir" a sua distância da Via-Láctea.
Vale lembrar que os astrônomos não podem medir fisicamente a distância de uma galáxia até a Via-Láctea. Sendo assim, eles usam estrelas ou supernovas como pontos de referência confiáveis. Esses objetos têm um brilho intrínseco - seu brilho real, não diminuído pela distância, pela poeira ou pela atmosfera - e um brilho real - visto da Terra. Sua distância pode então ser medida de maneira confiável pela comparação desses dois brilhos.

Após 6 anos de viagem, sonda começa a orbitar Mercúrio

Mais de seis anos depois de ter sido lançada da Terra, a sonda espacial norte-americana Messenger deve começar na quinta-feira a orbitar Mercúrio, no primeiro contato íntimo com o pequeno planeta rochoso desde 1975.


Os astrônomos estão interessados em Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, porque ele é rochoso como a Terra, e não gasoso, como Júpiter. Existem muitas dessas esferas rochosas em torno de estrelas fora do nosso sistema solar, o que significa que Mercúrio poderia oferecer pistas sobre outros mundos, segundo nota divulgada pela Nasa.

"Agora que tantos novos planetas são descobertos ao redor de estrelas em outros sistemas solares, precisamos saber os efeitos do desgaste espacial em superfícies rochosas, para que possamos interpretar os dados telescópicos e de outras formas de sensoriamento remoto que obtemos de outros mundos rochosos ou poeirentos", disse Ann Sprague, do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, que está envolvida no projeto.

O Messenger (que significa "mensageiro", mas é também a sigla em inglês para Exploração, Geoquímica, Ambiente Espacial e Superfície de Mercúrio) partiu em 3 de agosto de 2004, e desde então fica "dançando" entre a Terra, a Lua e Mercúrio propriamente dito, num complexo movimento que o impede de ser atraído pelo campo gravitacional do Sol.

Na noite de quinta-feira, a sonda começará sua missão de um ano de duração em torno de Mercúrio, orbitando-o uma vez a cada 12 horas e preenchendo lacunas visuais deixadas pela última sonda a estar por lá - a Mariner 10, em 1974-75.

A nave, com dois painéis solares para alimentação e um guarda-sol para mantê-lo fresco o suficiente para operar, vai estudar a história geológica, o campo magnético, a composição da superfície e outros mistérios desse planeta tão pouco conhecido. Quando a missão terminar, a nave vai cair na superfície do planeta.

Com um diâmetro ligeiramente maior que o da Lua (cerca de 4.800 quilômetros), Mercúrio deveria ser todo sólido, até o núcleo. Mas a presença de um campo magnético sugere que ele é parcialmente derretido por dentro.

Há décadas os cientistas precisam se contentar com as fotos feitas pela Mariner 10, de um só lado do planeta, além de observações terrestres e dados obtidos a partir de Marte e de meteoritos.

No caminho até Mercúrio, o Messenger conseguiu tirar muitas fotos que tinham escapado à Mariner, e restam agora apenas cerca de 5 por cento do planeta por mapear, principalmente nos polos. A sonda tentará captá-los durante a fase orbital da missão.

Mais informações sobre a nave e sua missão estão disponíveis em http://messenger.jhuapl.edu/mer_orbit.html.

Veja foto de abismo que está na calota polar de Marte

A sonda Mars Odyssey (Odisseia Marte) realizou uma das missões mais longas na região ártica de Marte entre dezembro de 2002 a fevereiro de 2005. Durante esse período, fotografou o planeta vermelho em vários ângulos.
Uma dessas imagens foi divulgada pela Nasa (agência espacial americana) na segunda-feira e mostra um abismo, ou mais propriamente um cânion, o Chasma Boreale.
Localizado ao norte, na calota polar de Marte, o Chasma Boreale pode ter "paredões" que chegam à altura de até 1.400 metros.
A formação do abismo é uma combinação de camadas de gelo e tempestades de areia que acontecem no planeta.
Chasma Boreale é um abismo formado por camadas de gelo e areia; paredões podem ter até 1.400 metros
Chasma Boreale é um abismo formado por camadas de gelo e areia; paredões podem ter até 1.400 metros

Nasa criará site para destacar contribuição feminina à ciência

A Nasa (agência espacial americana) anunciou que vai lançar um site dedicado à contribuição das mulheres à ciência e à pesquisa espacial.
O site será apresentado oficialmente na próxima quarta-feira, no quartel-general da Nasa em Washington, e terá a participação da astronauta Tracy Caldwell-Dyson.
Tracy voltou à Terra recentemente, após uma missão de seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
No ato também estarão a subdiretora da Nasa, Lori Garver, e a assessora política da Casa Branca, Valerie Jarrett.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Falha adia lançamento da nave que levaria astronautas à ISS

O lançamento da cápsula Soyuz TMA-21, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), será adiado por causa de problemas técnicos na nave, informou a agência espacial russa Roscosmos nesta segunda-feira.
A falha em um dos sistemas foi detectada durante testes que estavam sendo realizados no centro técnico da base de Baikonur, no Cazaquistão.
Até que sejam esclarecidas a causa do problema, o voo fica adiado. A data ainda não está definida.
A Soyuz levará três astronautas --o americano Ronald Garan e os russos Andrei Borisenko e Alexander Samokutyayev - à ISS
A Roscosmos também informou que o retorno à Terra de outra cápsula Soyuz, que trára de volta os cosmonautas Aleksandr Kaleri e Oleg Skripochka e o americano Scott Kelly, não apresenta alterações. A viagem será na próxima quarta-feira.

Interessante

Terremoto alterou equilíbrio da Terra e reduziu duração do dia
A costa do Japão pode ter se movido cerca de quatro metros para leste após o terremoto de magnitude 8,9 que atingiu o país na última sexta-feira, afirmaram especialistas.
Dados da rede japanesa Geonet --recolhidos de cerca de 1.200 estações de monitoramento por satélite-- sugerem que houve um deslocamento em grande escala após o terremoto.
Roger Musson, da agência geológica britânica (BGS, na sigla em inglês), disse à BBC que o movimento ocorrido após o terremoto era "compatível com o que acontece quando há um terremoto deste porte".
O terremoto provavelmente mudou o equilíbrio do planeta, movendo a terra em relação a seu eixo. O tremor também aumentou a velocidade da rotação do planeta, diminuindo a duração do dia em cerca de 1.8 milionésimo de segundo.

Homem cai da plataforma de lançamento do Endeavour e morre

A inspeção e checagem envolvidas no lançamento do ônibus espacial Endeavour, que deve ocorrer em 19 de abril, foram interrompidas nesta segunda-feira devido à morte de um funcionário após uma queda da plataforma de lançamento.
A equipe de emergência médica tentou reanimar a vítima, mas não obteve sucesso. A Nasa (agência espacial americana) não forneceu informações adicionais.
Morte de funcionário da Nasa interrompe ajustes do Endeavour; lançamento deve ocorrer no sábado
Morte de funcionário da Nasa interrompe ajustes do Endeavour; lançamento deve ocorrer no sábado
Por causa do acidente, a agência está providenciando assistência e aconselhamento para os envolvidos na missão do Endeavour, que vai decolar do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
O Endeavour será comandado pelo astronauta Mark Kelly, cuja mulher, a congressista Gabrielle Giffords, recupera-se de um tiro que levou na cabeça durante um tiroteiro em janeiro.
Depois do Endeavour, é a vez do Atlantis ir ao espaço --lançamento previsto para 28 de junho --, que marca o fim das missões dos ônibus espaciais.
Com a aposentadoria da frota, os astronautas passam a ser transportados pela nave russa Soyuz até a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e se inicia uma nova fase de viagens a serem realizadas por empresas privadas.

domingo, 13 de março de 2011

Ônibus espacial Endeavour é posicionado em plataforma de lançamento

Lançamento está previsto para o dia 19 de abril; nave será aposentada após a viagem
 A Nasa moveu o ônibus espacial Endeavour para a plataforma de lançamento no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, na noite desta quinta-feira, 10. O lançamento do ônibus está previsto para o dia 19 de abril. Esta será a última missão desta nave, que será aposentada após a viagem, e o penúltimo lançamento de um ônibus espacial da agência norte-americana.
O ônibus espacial será comandado pelo astronauta Mark Kelly, cuja mulher, a congressista Gaby Giffords, ainda está se recuperando de um tiro que levou na cabeça, durante uma tentativa de assassinato em janeiro.
A expectativa é de que mais um ônibus espacial, o Atlantis, se despeça do espaço em junho ou pouco depois, fazendo deste um ano de aposentadorias, já que este mês o Discovery também realizou sua última missão.
O plano da Nasa depois do fim do programa de ônibus espaciais é fazer com que os astronautas americanos sejam transportados até a Estação Espacial Internacional por meio da nave Soyuz, da Rússia, talvez até a metade da atual década. Depois, a Nasa deve começar a usar os serviços de companhias privadas nas suas viagens para o espaço.
(Com BBC)

Mercúrio poderá ser visto da Terra antes da missão da Nasa

Agência espacial americana vai enviar a sonda Messenger para a órbita de Mercúrio na próxima quinta-feira.
Na próxima quinta-feira, 17, a sonda Messenger vai entrar pela primeira vez na órbita de Mercúrio. Antes disso, as pessoas na Terra terão a oportunidade de observar o planeta a olho nu. A posição de Júpiter vai ajudar a localizar Mercúrio.
Pouco maior que a lua, mas bem mais distante, ele normalmente é difícil de ser visualizado sem um telescópio, mas a partir de domingo as pessoas que estiverem no hemisfério norte terão uma chance de encontrá-lo olhando para o oeste após o pôr do sol. Júpiter estará a 10º acima da linha do horizonte. Mercúrio, então, estará a distância de um dedo à direita. Para Geoff Cheste, do Observatório Naval de Washington, esta será a melhor oportunidade para se observar Mercúrio durante este ano.
No que diz respeito ao Messenger, a sonda irá orbitar o planeta por um ano. Os investimentos nesta missão somam US$ 446 milhões. Vários cuidados foram tomados com as condições especiais que a sonda encontrará por lá. Por exemplo, ela terá que evitar a força que a puxará em direção ao sol. Altas temperaturas deverão derreter algumas partes de instrumentos utilizados na Messenger, partes estas que foram especialmente desenvolvidas para bloquearem o calor antes que cheguem a partes mais sensíveis. Estas partes depois irão se resfriar assim que entrarem em contato com zonas de temperaturas mais brandas, de acordo com informações divulgadas por Eric Finnegan, chefe do sistema de engenharia da Messenger.
Jean-Luc Margot, um dos cientistas da missão, acredita que será possível coletar muitos dados que ajudarão os astrônomos a entenderem melhor os mistérios geológicos de Mercúrio, como o seu surpreendente magnetismo e densidade incomum. "Esta será nossa primeira olhada de perto neste planeta enigmático", disse o cientista.

Planeta habitável fora do Sistema Solar não existe, diz estudo

O único planeta supostamente habitável encontrado fora do Sistema Solar na verdade não existe, segundo diversos grupos de astrônomos que tentaram confirmar o achado original.
Em setembro de 2010, um grupo americano liderado por Paul Butler, da Instituição Carnegie de Washington, e Steve Vogt, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, anunciou a descoberta de dois novos planetas ao redor da estrela Gliese 581.
Eles se juntariam a quatro anteriormente identificados por outros astrônomos, e um deles estaria numa distância tal de sua estrela que a água, em tese, poderia se manter em estado líquido em sua superfície. A essa região do sistema planetário se dá o nome de zona habitável, pela crença de que a presença de água seja a condição essencial ao surgimento da vida.
VIDA?
Esse mundo ligeiramente maior que a Terra (massa estimada de três a quatro vezes a terrestre) despertou enorme interesse. Poderia mesmo haver criaturas vivas nele?
Alguns cientistas, como um grupo do Instituto para Pesquisa de Impacto de Clima de Potsdam, na Alemanha, usaram os parâmetros anunciados para investigar as possíveis condições na superfície desse planeta.
Os resultados, publicados no periódico "Astronomy & Astrophysics", concluem que se trata de um mundo com real potencial de habitabilidade. O problema é saber se ele existe mesmo. Diversos outros grupos tentaram confirmar a descoberta em meio aos dados coletados dessa estrela em particular e não encontraram sinal dos dois planetas adicionais.
A descoberta original havia sido feita combinando dados de dois instrumentos: o espectrógrafo Harps, do ESO (Observatório Europeu do Sul), e o Hires, seu rival americano no Havaí.
Mas Mikko Tuomi, da Universidade de Hertfordshire (Reino Unido), revisou a pesquisa e concluiu: "Os dados do Harps e do Hires não levam à conclusão de que haja dois companheiros adicionais orbitando Gliese 581".
Sua análise, também publicada no "Astronomy & Astrophysics", é só uma das muitas que contestam a presença dos novos planetas.
O grupo que desenvolveu o Harps e hoje é o campeão na caça a mundos extrassolares, liderado por Michel Mayor, do Observatório de Genebra, também reviu seus dados e não encontrou sinais dos misteriosos objetos.
CADÊ?
"O pessoal do Corot [satélite europeu caçador de planetas, com participação brasileira] também analisou os dados e não viu nada", diz Eduardo Janot Pacheco, astrônomo da USP. "Esse planeta não existe."
Pressionados, Vogt e Butler continuam defendendo sua análise original.
"Estamos trabalhando duro para obter mais dados próprios sobre esse sistema planetário", diz Vogt. "Nos últimos 15 anos, nossa equipe descobriu centenas de planetas, sem uma única constatação falsa, e estamos fazendo o nosso melhor para manter as coisas desse jeito."
O mistério sobre a existência dos planetas Gliese 581g (o habitável) e 581f (igualmente misterioso) não deve se desfazer tão cedo. Sua detecção está no limiar dos atuais instrumentos, e será preciso aguardar a próxima geração de aparelhos de precisão para confirmar de forma irrefutável a descoberta ou o erro. Por ora, a questão permanece em aberto.