quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Agência russa dá sonda Fobos-Grunt como perdida

A Roscosmos (agência espacial russa) deu praticamente por perdida a sonda interplanetária Fobos-Grunt, que parou na órbita terrestre ao invés de seguir para Marte --as causas ainda não foram esclarecidas.
"É preciso ser realista. Se não conseguimos estabelecer a comunicação (com a estação) durante tanto tempo, são poucas as possibilidades de levarmos essa missão adiante", declarou o subdiretor da agência, Vitaly Davydov, citado pela agência de notícias Interfax.
Ele acrescentou que a próxima "janela" --como os especialistas chamam o período mais propício para o voo-- deverá ocorrer somente dentro de dois anos. Até lá, a Fobos-Grunt já terá perdido suas funções.
"Não recebemos informações da estação. Simplesmente não entendemos o que aconteceu", admitiu Davydov. Ele ressaltou que a falta de dados não permite aos especialistas estabelecer as causas da conduta anômala da estação.
O subdiretor explicou que, pelos cálculos da Roscomos, a Fobos-Grunt poderia entrar nas camadas densas da atmosfera e cair na Terra entre dezembro deste ano ou nos primeiros meses de 2012.
"Mas se calcularmos a probabilidade da cápsula cair na cabeça de alguém, esta com certeza será próxima de zero", disse.
Davydov acrescentou que as coordenadas da região onde cairão os fragmentos da estação somente serão conhecidas com 24 horas de antecedência à queda.
Ele indicou que, se a expedição da Fobos-Grunt fracassar, a Roscosmos vai estudar se continua com as expedições para Marte ou se concentra na pesquisa da Lua.
"Talvez tenha mais sentido dar passos mais sérios na Lua", declarou. "No que se refere à Marte, pode-se apostar por trabalhar conjuntos com nossos colegas estrangeiros."
A Fobos-Grunt, lançada em dia 8 de novembro, deveria completar sua missão em 34 meses, incluindo um voo à lua Fobos, uma descida na superfície e, finalmente, o retorno à Terra com mostras do solo do satélite marciano.
O projeto, com custo US$ 170 milhões, tinha como objetivo estudar a matéria inicial da formação do Cosmos e ajudar a explicar a origem de Fobos e Deimos, a outra lua marciana, assim como dos demais satélites naturais no Sistema Solar.

Um comentário:

  1. Olá, Tainá!

    situações como esta já aconteceram e não irão parar por aí, pois, uma nava é composta de centenas de peças e sistemas e quem, garante se a causa dessa perda, não teria sido devido a algum choque entre o veículo e algum lixo espacial? Há pedaços de vários tamanhos em órbita, mas, mesmo os fragmentos minúsculos orbitando à grande velocidade, são potencialmente perigosos e, para cortarem a comunicação entre a Terra e o veículo, não precisam penetrarem no interior das naves, basta que danifiquem as antenas externas destas.

    Um abraço!!!!!

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