O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida tem um papel importante na mudança climática e no aumento das chuvas no hemisfério sul nos últimos 50 anos, revelaram cientistas.
Os resultados obtidos pela equipe da Escola de Engenharia e Ciência Aplicada da Universidade de Columbia (EUA) são os primeiros que vinculam a redução da camada de ozônio sobre a zona polar à mudança climática até a linha do Equador.
Os pesquisadores destacaram que a conclusão serve de alerta aos líderes mundiais quando se analisa o combate ao aquecimento global. É preciso prestar mais atenção ao buraco na camada de ozônio, junto a outros fatores ambientais como o derretimento do gelo ártico e as emissões de gases do efeito estufa.
As substâncias que afetam a camada de ozônio, como os clorofluorocarbonetos (CFC), que eram utilizados até recentemente em geladeiras, aerossóis e extintores, passaram a ser eliminadas progressivamente de acordo com os dispositivos do Protocolo de Montreal.
"É surpreendente que o buraco na camada de ozônio, situado sobre a Antártida, possa gerar um impacto que chegue aos trópicos e ali afete as chuvas", diz a autora do estudo publicado na revista "Science", Sarah Kang. "É como um efeito dominó."
"Esta descoberta poderá revolucionar a estratégia da luta contra o aquecimento global (...) já que o buraco na camada de ozônio é um fator importante no sistema climático do planeta", estima Lorenzo Polvani, professor de ciências ambientais da Universidade Columbia que coordenou a pesquisa.
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